COMUNICADO À IMPRENSA
OPERAÇÃO ANARQUIA – ENTREVISTA COLETIVA
Autoridades brasileiras e norte-americanas desmantelaram nesta segunda-feira (7) uma quadrilha internacional que fraudava o sistema de concessão de vistos para trabalho temporário nos EUA (visto H2B) desde 2002. Onze pessoas foram presas em quatro estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. No Mato Grosso, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Nos EUA, foram realizadas buscas por provas. Os detidos são acusados de formação de quadrilha e estelionato. Há, ainda, indícios de lavagem de dinheiro.
Pelo menos 4.500 brasileiros foram vítimas do esquema de fraude que prometia colocação no mercado de trabalho americano mediante o pagamento de até 15 mil dólares. A estimativa é que o grupo tenha arrecadado 90 milhões de reais em 7 anos, em um dos maiores casos de fraude de vistos da história dos EUA. O crime também foi detectado em países como Rússia, Repúbica Dominicana, Filipinas, Romênia e Emirados Árabes, mas a fraude nesses países não foi alvo desta investigação.
A apuração começou em 2003 quando o setor anti-fraude do Consulado dos EUA em São Paulo detectou irregularidades. Em 2008, o consulado acionou o Ministério Público de São Paulo (MP), que passou a coordenar a investigação. No mesmo ano foi criada uma força-tarefa composta pela Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo, Ministério Público, Poder Judiciário, Consulado dos EUA, Receita Federal e Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo, para trabalhar no caso.
O MP formulou pedido de infiltração de agente, de quebras de sigilo bancário e fiscal, de interceptações telefônicas e de cooperação jurídica internacional e processou essas informações através de análises bancárias e oitivas de testemunhas. As atividades jurídicas do MP culminaram com o oferecimento de denúncia criminal, que tornou os alvos réus em ação judicial, com decreto de prisão preventiva, expedição de mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens.
Nos Estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, os Ministérios Públicos e polícias estaduais integraram as investigações e participaram ativamente da operação.
O consulado destacou funcionários especializados e autoridades diplomáticas para exame de documentos consulares que comprovam as fraudes. Promoveu, ainda, a aproximação das Promotorias de Justiça do Brasil e dos EUA.
O GAECO, o policial infiltrado e o Consulado colaboraram trocando informações e compartilhando dados, o que resultou na efetiva elucidação de como funcionava a organização criminosa.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo designou um investigador para trabalhar em tempo integral como agente infiltrado com autorização do poder judiciário do estado e disponibilizou policiais civis para efetuar as prisões decretadas pela justiça. O agente infiltrado realizou diligências de campo cruciais para descobrir o funcionamento da quadrilha.
A Secretaria da Fazenda realizou análise de dados e de relações societárias, produziu relatórios e participou fornecendo apoio técnico para captura e autenticação de dados armazenados em computadores.
A Receita Federal fez um trabalho de inteligência através da análise e do cruzamento dos dados financeiros e fiscais.
Nos Estados Unidos, também foi criada uma força-tarefa com a participação de várias agências policiais e de inteligência americanas.
O trabalho conjunto das autoridades dos dois países foi possível graças ao Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal (MLAT, na sigla em inglês). Este trabalho incluiu o compartilhamento de informações entre o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Guarulhos e a Promotoria de Orlando, o que permitiu atividades simultâneas nos dois países.
Autoridades brasileiras e americanas participarão de uma entrevista coletiva às 16h00 desta segunda-feira para dar detalhes da operação.
Brasileiros que tenham sido vítimas deste esquema de fraude podem entrar em contato com o GAECO através do e-mail gaeco.guarulhos@mp.sp.gov.br
Serviço
Evento: Entrevista Coletiva Operação Anarquia
Data: 7/12/2009
Horário: 16h00
Local: Auditório da Infraero (corredor de interligação dos terminais, piso de embarque, 2º andar), do Aeroporto Internacional de São Paulo, Guarulhos
INFORMAÇÕES:
Assessoria de Comunicação Social do MPSP
3119-9027 /9028 / 9039 / 9040