Mulheres comandam a Polícia Civil em duas cidades da região do Grande ABC

Evandro de Marco
Do Diário do Grande ABC

As mulheres estão no comando da Polícia Civil nas cidades de São Bernardo e São Caetano. O principal cargo da corporação dos dois municípios, o de delegado titular da Seccional de São Bernardo (que também responde pelo município vizinho) é ocupado por Elaine Maria Biasoli Pacheco, 51 anos.

Sob o comando dela, estão 630 policiais civis, e a responsabilidade é garantir a segurança de cerca de 1,15 milhão de pessoas. “É um desafio, mas a gente acaba se acostumando. Quando entrei para a polícia, sentia mais preconceito pelo fato de ser mulher, mas era mais por parte das pessoas que procuravam a delegacia do que pelos próprios colegas de corporação”, avalia Elaine.

Mas a policial não está sozinha no trabalho. Outras quatro mulheres ocupam cargos estratégicos na Seccional. A começar por sua delegada assistente – o segundo cargo da hierarquia na Seccional – Irani Gomes Juvino, 44, que também responde pelo Núcleo Corregedor – responsável por fiscalizar a própria Polícia Civil – e que assumiu interinamente a Delegacia da Mulher.

Os outros postos importantes ocupados por mulheres são a chefia da Delegacia de Homicídios, sob a batuta de Liane Fernandes Vitiello, 49, e da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), que é comandada pela delegada Kátia Regina Cristófaro Martins, 48, que tem na chefia dos investigadores outra mulher, Carla Nastri Zibellini, 41.

RESPEITO –
Todas contam com orgulho o caminho trilhado para chegar a postos estratégicos e conquistar o respeito dos colegas. “No início, os outros policiais (homens) testam se você é capaz. Só depois de você mostrar sua competência é que vem o respeito”, afirma Irani.

Mas alcançar os cargos de maior importância em cidades do porte de São Bernardo e São Caetano possui seu preço. A família tem de ter uma boa dose de compreensão e dar apoio. Não são raros os casos em que os pais das policiais ficam responsáveis por cuidar dos filhos delas enquanto estão no trabalho. “Minha mãe e meu pai me ajudaram muito, porque não é fácil”, diz a delegada Elaine.