APOIO MORAL MERECE O DOUTOR LUIZ REZENDE REBELLO 23

Enviado pelo Professor Pasquale  em 12/09/2009 às 10:01

Ordem era mostrar que a ‘polícia da polícia’ voltou

A prisão do delegado João Rosa provocou reações na Polícia Civil. O presidente do Sindicato dos Delegados, José Leal, foi à sede da corregedoria, na Consolação, no centro, manifestar sua solidariedade ao colega preso. “Fui dar apoio moral sim. Ele tem residência e emprego fixos. Essa prisão era absolutamente desnecessária. A corregedoria foi truculenta.”

A Operação 11 de Setembro foi preparada após nove meses de investigações, que começaram com os promotores do Gaeco e foram encampadas pela delegada Maria Inês Trefiglio Valente, que assumiu a corregedoria em abril. Ela destacou o chefe da corregedoria do interior, delegado Luiz Rezende Rebello, para planejar a ação.

A ordem para os policiais era “descer a marreta”. Mostrar que a “polícia da polícia” estava de volta – assim era conhecida a corregedoria até 1993, quando era chefiada pelo delegado Guilherme Santana. Eram 3h45 de ontem quando os cerca de 200 policiais e promotores se reuniram na corregedoria, para formar as mais de 30 equipes. Para cada uma delas foi dado um envelope lacrado com as informações sobre o local e quem devia ser preso. Também foram distribuídos malotes com cadeados para a guarda de material apreendido.

O objetivo era achar documentos, computadores e agendas nas casas e escritórios dos investigados. Os mandados de prisão temporária por cinco dias dos acusados foram expedidos pela 5º Vara Criminal de Guarulhos – só um dos investigados, dono de caça-níqueis, não foi preso.

A Seccional de Guarulhos informou que os policiais investigados que ocupam cargos de chefia serão afastados…TÁ CERTO!…JURA!…CADA UM COM SEUS PROBLEMAS 9

Jogo ilegal leva policiais à cadeia

BRUNO TAVARES e MARCELO GODOY

Uma organização criminosa que explorava o jogo ilegal, corrompia policiais e lavava dinheiro da máfia dos caça-níqueis foi desarticulada ontem pela Operação 11 de Setembro. Ao todo 17 pessoas, entre elas um delegado e 9 investigadores, foram presas e 45 mandados de busca e apreensão foram cumpridos por cerca de 200 policiais da Corregedoria da Polícia Civil e por promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Cinco delegacias foram revistadas.

“Essa operação é fruto do trabalho da corregedoria, que cortou na própria carne”, disse o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. Entre os detidos está o delegado João Rosa, titular do 73º Distrito Policial, no Jaçanã, zona norte. Ele é suspeito de lavagem de dinheiro da máfia dos caça-níqueis. Rosa foi detido em casa, na Aclimação, no centro. Os corregedores revistaram sua casa em busca de anotações, extratos bancários e computadores.

Além dele, foi preso o investigador Maurício Rocha, do 1º DP de Guarulhos, Grande São Paulo. Rocha era acusado de ser sócio de José João da Silva, o Jabá, apontado como um dos chefes da máfia dos caça-níqueis em Guarulhos. Jabá e o investigador seriam sócios em uma loja de automóveis na cidade, na Rua Jamil João Zarif. Ali os fiscais da Receita Federal encontraram 20 motocicletas e 15 carros com supostas irregularidades administrativas, o que levou à apreensão dos veículos.

Outros cinco investigadores foram presos – dois deles eram chefes de investigadores dos 7º DP e do 9º DP de Guarulhos. A cidade teve cinco de suas nove delegacias revistadas. A Seccional de Guarulhos informou que os policiais investigados que ocupam cargos de chefia serão afastados.

Também foram presos três PMs acusados de conivência com o jogo. Segundo as investigações, eles recebiam dinheiro para permitir o funcionamento das máquinas.

A investigação identificou ainda três laboratórios para a construção de máquinas. O maior ficava na Avenida Eduardo Cotching, na Vila Formosa, zona leste. Além de Jabá, outros supostos integrantes da máfia investigados são os comerciantes Roberto de Assis Neto, o Abóbora, e Edson Souza Pepe. Os advogados dos acusados não quiseram se pronunciar.

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NUM SEI DE NADA…NUNCA VI…NÃO EXISTE!

O Seccional de Guarulhos ainda é o dr.  JURANDIR ?

SÓ PRENDERAM BAGRINHO? 6

 

Onze policiais são presos em SP suspeitos de ligação com caçá-níqueis

ANDRÉ CARAMANTE
da “Folha de S.Paulo*

Acusadas de explorar um esquema para manter máquinas caça-níqueis em Guarulhos (Grande SP), segunda maior cidade do Estado, 16 pessoas foram presas temporariamente –por cinco dias– nesta sexta-feira em uma operação da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e Ministério Público.

Dos 16 presos, sete são policiais civis (um delegado, dois chefes de investigadores e quatro investigadores), três são policiais militares da ativa e um deles, Ivaldo Batista da Silva, é PM da reserva e acusado de ser o elo entre os policiais e os donos dos caça-níqueis.

Os policiais são suspeitos de cobrar propina para permitir que os donos dos caça-níqueis instalassem as máquinas em bares, lanchonetes e restaurantes de Guarulhos.

O delegado preso é João Rosa, chefe do 73º Distrito Policial, no Jaçanã, divisa da zona norte de São Paulo com Guarulhos, cidade onde ele trabalhou durante vários anos. Segundo a investigação, das nove delegacias da Polícia Civil em Guarulhos, em ao menos cinco foi descoberta ligação de policiais com caça-níqueis.

Os policiais civis presos são Carlos Roberto Ribeiro, Alex Stevan de Moraes, Célio Ernesto Gatti, Antônio de Matos Tavares e José Orlando de Souza Ferreira. A Secretaria da Segurança Pública não revelou o nome dos três PMs presos.

As outras cinco pessoas presas, de acordo com a investigação, são José João da Silva, Joselito Trevenzolli, Carlos Alexandre Diniz Monteiro, Edson Souza Pepe, Roberto de Assis Neto Filho e Wilson Nascimento Santos. Todos são acusado de manter explorar diretamente os caça-níqueis.

Apenas o maquineiro (maneira como a polícia trata os donos de caça-níqueis) Marcelo Teodoro de Aguiar não foi preso na operação. Todos os acusados serão denunciados à Justiça na próxima semana pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção.

Um dos três investigadores presos é dono de uma loja de automóveis em Guarulhos e, nesta-sexta, 15 carros e 15 motocicletas que tinham irregularidades na documentação foram apreendidas durante a operação da corregedoria.

Também foram realizadas apreensões de documentos em 46 locais vistoriados durante a operação. Uma empresa que vende componentes e faz manutenção para caça-níqueis, na Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, também foi vistoriada.

Essa mesma empresa já havia sido investigada em 2007, quando o advogado Jamil Chokr, suspeito de liderar um esquema de corrupção com caça-níqueis que envolvia policiais civis de 71 das 93 delegacias da capital, bateu seu carro na marginal Tietê durante uma tentativa de roubo.

Ex-integrante denunciou

Classificada pela Secretaria da Segurança Pública da gestão José Serra (PSDB) como “maior operação da história da Corregedoria da Polícia”, a ação desta sexta só aconteceu porque um ex-integrante do esquema foi ameaçado de morte pelos chefes da quadrilha e, em dezembro de 2008, denunciou o esquema à equipe de reportagem do “Jornal da Record”, da Rede Record.

Os jornalistas apresentaram, ainda em dezembro, o ex-integrante do esquema ao promotor Luiz Alberto Bevilacqua, então chefe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), da Promotoria, e ele deu os primeiros passos na investigação, que ganhou mais força em maio deste ano, depois de as reportagens terem sido apresentadas.

Com medo de ser morto, esse ex-integrante do esquema deu ao promotor os nomes, endereços, números de telefones e até o valor que os maquineiros pagavam a cada um dos policiais presos ontem.

De dezembro de 2008 até o mês passado, esse ex-integrante do esquema esteve sob a responsabilidade de um programa de proteção à testemunha. Há duas semanas, por vontade própria, o denunciante abandonou o sistema de proteção.

Outro lado

A Folha não conseguiu localizar ontem os advogados de defesa de nenhum dos 16 presos na operação da Corregedoria da Polícia Civil e Ministério Público Estadual.

Depois de indiciados na sede da corregedoria por formação de quadrilha e corrupção, os policiais civis Carlos Roberto Ribeiro, Alex Stevan de Moraes, Célio Ernesto Gatti, Antônio de Matos Tavares, Maurício Freitas Rocha e José Orlando de Souza Ferreira foram levados para o Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru, zona norte de São Paulo, onde a reportagem não tem acesso.

O delegado João Rosa também foi para o presídio e o seu advogado não foi encontrado.

O mesmo aconteceu com os policiais militares, que foram levados para o Presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé, também na zona norte de São Paulo. O advogado do PM da reserva Ivaldo Batista da Silva, suspeito de ser o elo entre maquineiros e policiais, não foi localizado até a conclusão desta edição.

A Folha não teve acesso a José João da Silva, Joselito Trevenzolli, Carlos Alexandre Diniz Monteiro, Edson Souza Pepe, Roberto de Assis Neto Filho, Wilson Nascimento Santos e do foragido Marcelo Teodoro de Aguiar, apontados pela investigação como responsáveis diretos pela exploração dos caça-níqueis em Guarulhos e suspeitos de pagar propina aos policiais presos.