+Marcelo Leite
A ciência do PCC
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Nós, jornalistas, precisamos conversar menos com policiais e políticos |
O que a organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) tem a ver com ciência? Nada, à primeira vista. A ciência é que tem algo a dizer sobre o PCC.
Questiona-se com frequência por que o jornalismo científico não trata das ciências humanas, privilegiando as naturais. Embora a delimitação reforce uma noção estreita e determinista de ciência, ela faz sentido do ponto de vista prático. Humanidades e ciências naturais são de fato universos separados, tanto na academia quanto no imaginário social.
Algo os mantém em contato, entretanto: o valor da informação empírica como critério do conhecimento seguro. Na esfera dos fatos e processos sociais, onde não há muito lugar para experimentos, ela pode ser obtida por meio de observação, pesquisas de opinião, cruzamentos estatísticos ou entrevistas, por exemplo.
Foi o que fez a socióloga Camila Nunes Dias com o PCC. Após entrevistar dezenas de “irmãos” (integrantes), a doutoranda da USP reconstituiu o esquema de funcionamento da organização. O trabalho, apresentado ao 14º Congresso Brasileiro de Sociologia no final de julho, ajuda a entender o enigma da redução da violência no Estado de São Paulo nesta década.
Apesar de ter voltado a crescer no primeiro semestre de 2009, o número de homicídios vinha caindo desde 1999. Em 2000 eram 15 por dia na capital paulista; hoje são 3,5. Há muita discussão, e pouca conclusão, sobre as causas do fenômeno.
O governo do Estado de São Paulo atribui a queda à sua intervenção, claro. A polícia está mais aparelhada. Mais mandados de prisão são executados. Novas prisões foram construídas, passando de 62 para 147. Agora que a criminalidade voltou a subir, porém, o governo culpa a crise econômica…
Outra explicação plausível para a diminuição vem da demografia. Há na população paulista, proporcionalmente, cada vez menos jovens do sexo masculino. Desse contingente sai a maioria dos militantes do crime.
Segundo análise de João M.P. de Mello e Alexandre Schneider na revista acadêmica “Coleção Segurança com Cidadania”, a demografia explica 70% da variação. “Um aumento de 1% na proporção de jovens entre 15 e 24 anos causa um aumento de 3,27% nos homicídios”, calcularam.
Mais provável é que a redução resulte de uma mistura dos dois fatores, ação do Estado e demografia. Há uma terceira possibilidade, porém, mais perturbadora: o PCC pode ser responsável por parte dessa redução.
Camila Nunes Dias constatou que o “Partido” se encontra hoje estruturado de maneira empresarial e com domínio completo sobre os presídios paulistas. Cada um deles é gerenciado pelo “piloto”, que se reporta à cúpula de 18 líderes. Fora das prisões, seus representantes são os “torres”, com jurisdição sobre cada área de código DDD do Estado de São Paulo.
Não foi só o número de homicídios que recuou, mas também o de rebeliões e assassinatos dentro das penitenciárias. A violência aberta tornou-se contraproducente para os negócios do PCC e hoje vigora mais como “ultima ratio”, medida excepcional. Para matar, todo irmão precisa de autorização da direção do Partido.
Para o bem e para o mal, o PCC racionalizou-se, mostram as ciências humanas. Se quisermos entender melhor o que está acontecendo, nós jornalistas precisamos conversar menos com policiais e políticos e mais com politólogos, sociólogos e antropólogos -além de presos e criminosos, como fez Camila Nunes Dias.
fonte: UOL
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ciência ou acordo!
vejamos…o Denarc acabou, a produção deve girar em torno de 5 biqueiras por mês!
No DEIC não entra uma cana, muito embora, não haja nenhuma cana pra dar!
O pcc nada de braçadas! impede rebeliões, assaltos, tem um aliado forte e tem como atividade pricipal o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Ciência, ora, faça-me o favor!
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Que matéria ridicula ciencia ou imcopentencia do Governador e Secretário .
Fortaleça a Policia o Crime desaparece
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Nao tem muito a ver com o tema mas demonstra claramente o quanto estamos distantes,ou isolados do mundo em que Habitamos
http://landcombatcb.blogspot.com/search?updated-min=2009-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2010-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=50
Um excelente blog, sobre equipamentos e novidades, logo veremos um destes Fuzis e demais armas em maos de criminosos, portanto é bom conhecer o que muito em breve enfrentaremos, estamos ha anos luz do PROGRESSO e a ORDEM se foi ha muito.
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isso nem precisa ser sospone ou ciencipone(cientista de porra nenhuma) para saber que so ta acontecendo a diminuicao da criminalidade devido ao poder do “partido” e minha gente que nem se falam no jogo de futebol “Quem nao faz leva”
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A parceria e Estado e PCC
O que Camila Nunes Dias, fala não é novidade para os Agentes Penitenciários do estado de São Paulo. Parte do sucesso tático e logístico do PCC nos ataques, e mais de 500 mortes ocorridas no Estado de São Paulo, ocorreu pelo abandono a que foram submetidos os Servidores Penitenciários, nos últimos 15 anos.
Na verdade, o sistema prisional paulista tem sido uma grande dor de cabeça para os sucessivos governos do PSDB no Estado. Ou seja, se analisarmos com cuidado, o percurso das políticas sociais implantadas na gestão do sistema prisional paulistas verá que não houve nenhum avanço até os dias de hoje, sobretudo em São Paulo.
O PCC é o Logístico empresarial do crime somado ao abandono do Estado. Ou seja, parte do sucesso tático e logístico do PCC ocorre porque o Estado perdeu o controle e a dinâmica prisional, em fazer valer princípios fundamentais de respeito à integridade física dos indivíduos presos, permitindo que grupos criminosos imponham uma ordem interna sobre a massa de presos Na verdade o PCC arrecada mais de R$ 100 mil com extorsão dentro e fora dos Presídios.
O Partido faz da população carcerária, pobre e miserável reféns com aval do Estado, cuja política Penitenciária é feita a base de acordos com os chamados “Pilotos” que comandam as prisões do Estado. Na verdade, o estado não tem mais o controle efetivo da maioria das prisões sob sua responsabilidade, conseguindo assegurar a paz interna somente pela delegação do dia-a-dia prisional às lideranças desses grupos criminosos. O acordo entre Diretoria e facção criminosa é uma forma social, legalmente aceita dentro das instituições do estado.
Não é segredo para ninguém, principalmente para quem trabalha no sistema prisional paulista que a próprio Sap junto com a Diretoria de alguns Presídios estimulam liderança dentro da própria unidade. Ou seja, estimula os chamados “pilotos” como também funcionário corrupto, pois estes possuem capacidade de liderança e negociação. O que se observa, é uma aproximação obtida mediante conhecimento aproximação de Muitos desses líderes de facção junto com alguns diretores e funcionários já se conheciam “de outras caminhadas” no passado
Contudo, vigora nas cadeias um pacto tácito de não-agressão entre a secretaria da administração penitenciária e o pcc para evitar que haja rebeliões nas unidades. Há também acordos secretos entre líderes da facção e os chamados funcionários “batizados” onde há troca de favores.
Apesar de toda crítica que se faz, já há algum tempo, o sistema prisional Paulista, é um dos que mais cresce no Brasil. Ou seja, o sistema só tem se expandido sem qualquer limite ou critério, sobretudo no Oeste Paulista onde se concentra grandes partes das Penitenciarias.
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E o mané do reporter fazendo apologia, conversando sei que conversa ele tem… , do bom pra ele e para a doutoranda não falta.
Durante a ditadura não havia problema a ditadura nadava de braçada tinha o milagra economico e no final era bom? claro que não ! o bom é poder entrevistar ladrão e criticar o poder para receber beneficios (cala boca para ONG’s) ter tara por bandido e ter ate vinculos emocionais (amante de larapio!!!!).
Que vergonha, Que vergonha, Que vergonha, Deturpamos o ético, bom qualquer um pode ser jornalista mesmo, pra fazer merda não precisa diploma.
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Ligue para 0xx12 39410969 (orelhão)
e fale com os irmãos e irmãs…
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