Roberto Fernandes é subordinado ao secretário de Segurança, Ronaldo Bretas Marzagão, advogado pessoal de Camarinha e nomeado político do governador José Serra.

29/08/2007 00:00:00

Delegado seccional é ligado ao PMDB e a grupo político

O delegado seccional de Polícia Civil Roberto Fernandes, envolvido em escândalo de influência política sobre sua gestão, acumula experiência de vida partidária…

O delegado seccional de Polícia Civil Roberto Fernandes, envolvido em escândalo de influência política sobre sua gestão, acumula experiência de vida partidária.Além de sua nomeação e atitudes de caráter político, o delegado foi candidato a deputado federal em 2006, pelo PMDB, o ex-partido de Abelardo Camarinha, com apoio do ex-governador Orestes Quércia.

Roberto Fernandes perdeu a eleição. Recebeu 3.495 votos e após meses de afastamento para a campanha eleitoral retomou atividade como policial.

E foi assim, vinculado ao PMDB, a Quércia e seus apoiadores, que ele virou delegado seccional para abafar crise política na cidade.

A campanha eleitoral e os vínculos com o PMDB e o ex-governador Quércia reforçaram a discussão sobre envolvimento político do delegado, que chegou a Marília para abafar crise política entre o ex-prefeito Abelardo Camarinha e a Polícia Civil.

Fernandes foi nomeado delegado seccional para substituir José Henrique Gomes dos Santos, afastado sob pressão política do grupo do ex-prefeito.

Antes de José Henrique, Camarinha atacou outros dois delegados na seccional: Roberto Terraz e Antonio Almeida.

Todos recusaram privilégios ao ex-prefeito e determinaram investigações isentas e transparentes sobre grupo político ou punições a delegados ligados a Camarinha suspeitos de ilicitudes.

Os ataques acabaram com a nomeação de Roberto Fernandes. A vinculação política foi agravada na última semana, quando Roberto Fernandes chegou a anunciar internamente mudanças que desagradavam a Camarinha e depois voltou atrás nas decisões e prejudicou os desafetos do ex-prefeito.

Pior. No dia de implantar as mudanças recebeu Camarinha durante 20 minutos em reunião a portas fechadas com outros delegados, dentro da DIG. Flagrada a relação política, Fernandes passou a atacar o Diário.

Não bastasse essa relação de bastidores, Fernandes é subordinado ao secretário de Segurança, Ronaldo Bretas Marzagão, advogado pessoal de Camarinha e nomeado político do governador José Serra.

O deputado Vinícius Camarinha tem usado a Assembléia para pressão contra delegados desafetos do grupo político, que esteve investigado nos últimos anos por envolvimento no atentado ao Diário, situações de ameaças e agressões.

Roberto Fernandes chegou a ter um site pessoal como candidato, mas a página foi tirada do ar. Permanece o registro do PMDB e do suporte a Orestes Quércia com algumas informações sobre o delegado – incluindo a foto, com ele mais novo – e algumas propostas.

O candidato Fernandes, por exemplo, criticava investigações dirigidas pelo Ministério Público, uma das medidas mais defendidas por juristas que criticam a influência política sobre a Polícia Civil.

( DIÁRIO DE MARÍLIA )