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O jornal A Tribuna, de Santos, desrespeitou frontalmente os direitos dos trabalhadores ao demitir, nesta semana, os repórteres fotográficos Edison Baraçal e Carlos Marques, ambos convalescentes. Baraçal está com dois dedos imobilizados, resultado de um acidente sofrido durante a execução de um trabalho para o Expresso Popular. E Marques voltou ao trabalho em janeiro, após afastamento de 6 meses provocado pela tuberculose.
No caso de Baraçal, o acidente de trabalho não foi reconhecido oficialmente pois a empresa não emitiu CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) o que garantiria estabilidade de 12 meses após o incidente, em caso de afastamento superior a 15 dias.
A diretoria regional de Santos do SJSP emitirá a CAT e já enviou um ofício sobre estes episódios à diretoria do jornal. Veja a íntegra abaixo.
Santos, 8 de fevereiro de 2008 Ofício n 14/08 MD diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini MD diretor do Interior e Litoral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Kepler Polamarçuk A Diretoria Regional de Santos do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo vem, por meio desta, alertá-lo para atos que vêm sendo praticados em A Tribuna nos últimos meses e que não condizem com a história de respeito e consideração que marcou a relação da família Santini com seus colaboradores nos últimos 114 anos.
1 – DA DESUMANIDADE Na última quarta-feira, o editor-chefe, Marcio Calves, demitiu os repórteres fotográficos Edison Baraçal e Carlos Marques sob a alegação de que precisa “renovar” o Departamento Fotográfico. Ora, senhor presidente, nada contra os mais jovens, mas esta Diretoria Regional não pode admitir que depois de terem prestado relevantes serviços a A Tribuna por mais de 20 anos, os dois profissionais sejam dispensados justamente no momento em que mais precisavam do apoio da empresa. Baraçal ainda se recupera de acidente de trabalho sofrido em janeiro, quando fraturou dois dedos durante a execução de material fotográfico para o Expresso Popular. Pior, por extrema consciência profissional e na intenção de não sobrecarregar os colegas, vinha trabalhando com os dois dedos sob a proteção de uma tala metálica até que a cicatrização se completasse. Mais, na tarde da quarta-feira, não agüentando as dores, teve de recorrer ao médico após cumprir mais um dia de trabalho na Sucursal de Guarujá. Com atestado médico que determinava seu afastamento das funções por mais 12 dias em mãos, o experiente repórter fotográfico, que já representou o Brasil em exposições fotográficas na China, na Bélgica e na França, se dirigiu ao jornal, convocado pelo editor de fotografia, Silvio Luiz, para uma reunião às 17 horas da última quarta-feira, sem saber que seria demitido. Baraçal ainda tentou entregar o atestado médico para o editor-chefe, que se negou a recebê-lo e manteve a decisão. Cabe ressaltar que Baraçal está prestes a completar 60 anos de idade, contraiu angina devido ao estresse a que esteve submetido ao longo das duas últimas décadas de trabalho e estava a apenas 15 meses de requerer sua aposentadoria. Já Carlos Marques, senhor presidente, ainda se recupera de uma tuberculose que o afastou de suas funções por seis meses. Liberado pelos médicos para trabalhar no último mês de janeiro, o repórter fotográfico ainda não está completamente livre da doença, que deverá permanecer tratando pelos próximos seis meses. 2 – DO DESRESPEITO À LEGISLAÇÃO TRABALHISTA Não bastasse o ato desumano praticado pelo editor-chefe, pelo editor de fotografia e pelo chefe do setor de Recursos Humanos, Maurício……….., contra os dois exemplares profissionais, vale ressaltar senhor presidente, que Baraçal está amparado pela legislação trabalhista, que assegura estabilidade no emprego por 12 meses para aquele que sofre acidente de trabalho. Pior, nesse caso, o desrespeito à legislação trabalhista foi continuado já que o setor de Recursos Humanos, ao que parece, não notificou o Ministério da Previdência Social sobre o acidente de trabalho sofrido por Baraçal. Consultado por esta Diretoria Regional na última quarta-feira a respeito da expedição ou não da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), conforme determina a legislação que rege a Previdência Social, o senhor Orlando………, do setor de RH de A Tribuna, se limitou a dizer que este caso estava sob a responsabilidade do senhor Maurício, que, por sua vez, ainda não respondeu ao ofício com pedido de explicações protocolado na última quarta-feira por esta Diretoria Regional. Diante da falha cometida pelo RH de A Tribuna, esta Diretoria Regional terá de cumprir sua prerrogativa sindical e emitirá a CAT em nome de Edison Baraçal, comunicando, assim, o Ministério da Previdência Social sobre o ocorrido. Importante ressaltar, senhor presidente, que esta Diretoria Regional alertou o editor-chefe, o editor de fotografia e o setor de Recursos Humanos sobre os atos irregulares que permearam a demissão dos dois repórteres fotográficos antes mesmo desse fato se concretizar, visto que a informação quanto ao desligamento de ambos vazou pouco antes da citada reunião. 3 – DA INADIMPLÊNCIA QUANTO Á CONVENÇÃO ESTADUAL Senhor presidente, urge alertá-lo ainda que, apesar dos inúmeros avisos e das diversas reuniões solicitadas por esta Diretoria Regional, o setor de Recursos Humanos de A Tribuna vem descumprindo, sistematicamente, a convenção coletiva firmada entre este Sindicato e a representação patronal em junho último. Sem qualquer amparo legal ou aval explícito desta representação dos trabalhadores, os representantes de A Tribuna vêm mantendo um banco de horas que se revela altamente prejudicial aos jornalistas, diagramadores e fotógrafos, visto que os mesmos nada recebem pelas horas extras efetivamente trabalhadas. Pior, desde maio de 2007 o setor de RH aboliu o relatório mensal que durante décadas foi repassado aos trabalhadores e que permitia a eles acompanhar o saldo de horas efetivamente trabalhadas diariamente, ao longo de cada mês. Com isso, senhor presidente, o descumprimento à legislação trabalhista e à Convenção Coletiva que estipula um adicional de 60% em cada hora extra se tornaram ainda mais cruéis porque o trabalhador pode estar sendo lesado na contabilidade das horas extras visto que não tem sequer o direito de acompanhar o período de trabalho contabilizado pelo Departamento Pessoal de A Tribuna. 4 – DA “PALAVRA” EMPENHADA Importante ressaltar, senhor presidente, que inúmeras foram as reuniões solicitadas por esta Diretoria Regional na tentativa de se encontrar uma solução para este problema e várias foram as promessas de retomada do relatório mensal desde maio de 2007. Porém, mesmo com a “palavra” empenhada pelos senhores Maurício e Orlando e, mais recentemente, pelo editor-chefe, esse direito do trabalhador continua sendo desrespeitado. Importante ressaltar que esta Diretoria Regional nunca se furtou a discutir o banco de horas, impondo apenas a condição da volta imediata do relatório mensal de horas trabalhadas. 5 – DA FALTA DE ESTRUTURA Importante ressaltar, senhor presidente, a desatualização tecnológica dos equipamentos disponíveis tanto na redação de A Tribuna quanto no Departamento Fotográfico, onde faltam máquinas e equipamentos de apoio. A situação é tão vexatória que os repórteres fotográficos se vêem obrigados a costurar as bolsas onde carregam seus equipamentos, fato que denigre a imagem da empresa. Tal situação já foi, reiteradas vezes, comunicada ao editor de fotografia, ao subeditor de fotografia e à chefia de redação. Essa precária condição de trabalho se choca com a filosofia implantada após a recente reforma gráfica do jornal, que pretendia valorizar o material fotográfico. 6 – DO PLEITO Na condição de parceiros leais de vossa empresa ao longo de quase 66 anos de história do Sindicato dos Jornalistas em Santos, diante dos fatos relatados e conscientes de vossa sensibilidade e apreço para com vossos colaboradores, solicitamos providências urgentes no sentido de pôr um fim à falta de respeito profissional cometido pelo editor-chefe, pelo editor de fotografia e pelos representantes do setor de Recursos Humanos. Reiteramos ainda que os prejuízos aos direitos trabalhistas precisam ser equacionados urgentemente. Com cópias para: MD diretor administrativo de A Tribuna, Roberto Antônio da Costa MD editor-chefe de A Tribuna, Marcio Calves MD advogado de A Tribuna, Ernesto Rodrigues MD chefe do setor de Recursos Humanos de A Tribuna, Maurício Nilson Regalado – Diretor regional de Santos Kepler Polamarçuk – Diretor do Interior e Litoral Luigi Bongiovanni – Diretor de Base Joaquim Ordonez – Diretor de base Carlos Ratton – Diretor de base Dirceu Fernandes Lopes – Ex-presidente da Regional de Santos do Sindicato dos Jornalistas Ademir Henrique – Ex-presidente da Regional de Santos do Sindicato dos Jornalistas
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Márcio Calves com Márcia
O processo eleitoral nem terminou e nomes que vão compor o governo Márcia Rosa (PT) em Cubatão já começam a surgir. O primeiro deles é o do provável responsável pela comunicação da prefeitura. O jornalista Márcio Calves, recém saído do jornal “A Tribuna”, deve assumir o posto na administração da petista. (02/10/08).
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O humano e imparcial ex-editor chefe MÁRCIO CALVES – recém-demitido do jornal A TRIBUNA – caso não consiga um emprego nalgum órgão ou empresa pública, poderá criar um Blog.
Será um sucesso na região da Baixada Santista, especialmente no meio policial.
Humanidade, imparcialidade e honestidade inigualáveis.
A TRIBUNA, por certo, perderá muitos leitores.
Assim, para manter o equilíbrio, voltarei a figurar como assinante.
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