O MEA-CULPA DA ADPESP

QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA
Há muito a Polícia Judiciária de São Paulo carece de uma liderança que a projete no mundo do Direito.
Infelizmente, quando alguém pretende comunicar sua energia, sua vontade e sua perseverança à nossa Instituição, eletrizando suas massas humanas, é aniquilado pelos espíritos que se nutrem da hostilidade estéril e do ódio.
Vinte e três homens, que poderiam colaborar na reivindicação dos mais de trinta e cinco mil, optaram pelo absolutismo, que os leva a cultivar o orgulho, a avidez e o espírito de dominação como único recurso para adormecer os instintos de resistência daqueles que vivem somente do contracheque.
Infelizmente o valor do ser humano não pode ser medido com o uso da aritmética. Ele é medido pela moral, valor incrustado na personalidade de cada um e cobrado diuturnamente pela consciência.
Sobre a consciência Ruy Barbosa dizia que há no indivíduo um elemento superior, inacessível às tendências exteriores da força, à morte, ao constrangimento, à servidão.
Esse elemento superior é a consciência, registro fiel e perene, intérprete incorruptível dos fatos interiores da alma.
Não podemos e nem queremos sofismar as questões que nascem no íntimo da consciência humana.
Gostaríamos que todos possuíssem uma consciência forte e sã e não a costurada de convicções emprestadas dos que estão de passagem pela nossa Casa ou pelo governo do Estado.
Nós permaneceremos, na ativa ou aposentados, eles irão embora e o tempo dará, depois, a sua sentença.

São Paulo, 02 de outubro de 2008.

João Kiss Paterno
Diretor da ADPESP