Arquivo diário: 25/09/2008
JORNAL DO SBTJosé Serra precisa parar de bancar o cowboy, baixar a bola e pagar melhores salários aos policiais: 3
DA FOLHA DE SÃO PAULO: SERRA PUNE MAIS UM DELEGADO
Serra atribuiu a continuidade da greve, que já dura oito dias, a sindicatos e à CUT, além do momento político
Danilo Verpa/Folha Imagem
Policiais durante caminhada pela rua Líbero Badaró (centro)
DA REPORTAGEM LOCAL No oitavo dia consecutivo de greve dos policiais civis, pelo menos 600 policiais, segundo os organizadores, realizaram ontem uma manifestação no centro de São Paulo que culminou com protesto em frente à Secretaria da Segurança Pública, na rua Líbero Badaró, para pedir a renúncia do titular da pasta, Ronaldo Marzagão.Entoando o bordão “pede pra sair”, do filme “Tropa de Elite”, e “Para não dizer que não falei de flores”, hino esquerdista de Geraldo Vandré, os policiais -alguns deles armados- ficaram em frente ao prédio da secretaria por 40 minutos. Temendo que o prédio fosse invadido pelos manifestantes, as portas do edifício foram fechadas pela Polícia Militar.O governo, que já havia suspendido as negociações e ameaçado cortar o ponto dos grevistas, afastou ontem dois delegados de seus cargos.O primeiro a perder o cargo, no setor de inteligência da Polícia Civil, foi o presidente da Adpesp (associação dos delegados), Sérgio Marcos Roque, o que foi interpretado como retaliação pela categoria.Roque, em entrevista à Folha na semana passada, disse que os grevistas iriam seguir o governador para pressioná-lo.Além de Roque Neto, também foi afastado do cargo o delegado seccional de Barretos, João Ozinski Júnior.A Folha apurou que outros delegados, principalmente do interior do Estado, onde a adesão é maior, também poderão perder o cargo por não estarem conseguindo impedir o apoio de seus comandados à greve.Com megafones e carros de som cedidos pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pela Força Sindical, os manifestantes partiram da sede da Adpesp e seguiram em passeata.O apoio da CUT aos grevistas foi criticado ontem à tarde pelo governador José Serra (PSDB), que vinha evitando dar declarações públicas sobre a greve.Indagado se as relações entre governo e grevistas não vêm se esgarçando, Serra disse que não e atribuiu à continuidade da greve a sindicatos e à CUT, além do momento político, em plena campanha eleitoral.”Em todo caso, a responsabilidade não é do lado da Secretaria da Segurança. Aí há muito movimento sindical, a CUT no meio, muito ativa, questões políticas. E também desinformação do que o governo se propôs a fazer desde o primeiro semestre”, disse o governador.Serra disse que o Estado não pretende fazer nova proposta aos policiais, que querem 15% de reajuste imediato, mais duas parcelas de 12% no ano que vem e em 2010.Já o governo oferece um pacote de medidas que, segundo a Secretaria de Estado de Gestão, proporcionará aumento de até 38% a delegados, além de outros benefícios aos policiais.O secretário-geral da CUT, Adi Lima, disse que a entidade continuará prestando apoio aos policiais e que, caso os grevistas peçam, pode até tentar uma audiência com o governo.”Lamentamos a atitude do governador, que tem o papel de resolver o conflito, e não de criticar uma entidade de classe. Essa crítica não leva a resolver o conflito, mas a estimulá-lo.”Ontem, segundo a Delegacia Geral da Polícia Civil, a adesão à greve estava abaixo de 40% em todo o Estado e em cerca de 30%, na cidade de São Paulo.Por conta da manifestação, a CET teve que interditar temporariamente diversas ruas do centro, por volta das 11h.A Folha falou com 20 dos manifestantes e constatou que 16 eram da ativa e de delegacias do interior. Para a organização, o ato chegou a contar com 2.000 policiais. Para a Secretaria da Segurança, eram 250.Segundo o comando de greve, a passeata foi uma resposta ao governo, que determinou à PM que registrasse boletins de ocorrência e os enviasse diretamente ao Ministério Público, sem o intermédio da Polícia Civil. Até ontem, haviam sido elaborados pela PM 548 BOs.Em junho de 2007, os policiais civis tentaram uma operação-padrão. Em 2003, policiais civis e militares fizeram uma grande manifestação no vão livre do Masp. (LUIS KAWAGUTI, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e CATIA SEABRA)
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O ESTADÃO AOS POUCOS MUDA DE OPINIÃO 2
A crise da Polícia Civil
A greve dos escrivães, investigadores e delegados da Polícia Civil de São Paulo, que já entrou no décimo dia, agravou-se ainda mais com o apoio dado aos grevistas pelas entidades que representam os oficiais da ativa e da reserva da Polícia Militar. Em nota oficial, as entidades classificam como “justas” as reivindicações dos policiais civis, pedem o reexame da política salarial no setor de segurança pública e afirmam que, depois de ter comprado 10 mil armas e 2 mil viaturas, o governo estadual agora tem de investir em capital humano.
AOPM e AORRPM, vêm a público para manifestar solidariedade aos policiais civis em suas justas reivindicações 11
Lembramos à sociedade paulista e ao governo que a situação da família policial militar é absolutamente idêntica a dos companheiros policiais civis, motivo pelo qual esperamos do governador do Estado suficiente lucidez no reexame de sua política salarial, de forma a recuperar a dignidade dos policiais e bombeiros paulistas.
É evidente que a esses homens e mulheres, que mal conseguem prover o sustento de suas famílias, que se esgotam servindo à sociedade, em contato diurno com vítimas de crimes e de sinistros em condição de angústia, dor e sofrimento, e com criminosos cada vez mais ousados e perversos, estão trabalhando no seu limite.
E vemos com tristeza e preocupação governantes, afirmando que investem na segurança pública porque compram armas e viaturas, como se somente esse tipo de investimento pudesse significar uma política de segurança eficaz, dispensando o investimento no fator humano das organizações policiais e de bombeiros. Nenhuma política de segurança será eficaz se não valorizar o policial e o bombeiro, dignificando suas profissões a começar pelo seu salário.
Aproveitamos a oportunidade para tranqüilizar a sociedade paulista, pois seus bombeiros e policiais militares, com certeza, continuarão a protegê-la com o mesmo denodo como vêm fazendo, geração após geração há mais de um século e meio, apesar do não reconhecimento atual das autoridades governamentais do Estado.
Cel. Res. PM Luiz Carlos dos Santos
Associação dos Oficiais da PMESP
Cel. Res. PM Hermes Bittencourt Cruz
Associação dos Oficiais da Reserva e
Reformados da PMESP
GENTE DE CORAGEM DE BARRETOS 5
AQUI….TEM GENTE…QUE CANTA….
ISSO VALE PRÁ TODOS OS POLICIAIS….
TENHO VERGONHA….
O TJD DEVE PAGAR BEM 7
3º DP DO DECAP E ESTATÍSTICAS 2
Promotor ao receber das mãos de um miliciano um B.O.P.M. despachou finalizando: "… apresente este a autoridade policial civil ao final da greve." 5
Mais uma vez os representantes da ADPESP se reuniram em São Paulo. O objetivo da reunião foi fazer uma avaliação do movimento e preparar novas estratégias para semana que vem. O comparecimento foi grande e as notícias animadoras. Nossa manifestação cresce a cada dia. A cada investida do Governo aumenta a adesão. Os policiais civis de São Paulo estão fazendo história mostrando ao governo que são uma Polícia de fibra e coragem. O Interior tem adesão totalo DECAP beira os 90%. O Governo não quer acreditar divulgou hoje19/9que nossa greve diminuiu. Parece que ele não sai à rua nem lê jornal. Tenta conter o movimento com “factoides”. Chegou notícia ao Comando de Greve que determinado Promotor ao receber das mãos de um miliciano um B.O.P.M. despachou finalizando: “… apresente este a autoridade policial civil ao final da greve.” Hoje se manteve o índice de adesão que continua acima dos 80%. A partir da próxima semana os manifestantes preparam ações pontuais para dar sustentação ao movimento. Mantenha-se firme. Eles assimilaram o golpe. É hora de mostrar força e manter o movimento. A pressão pode aumentaros manifestantes têm força e coragem para agüentar. Afinal é uma manifestação da Polícia Civil de São Paulo. É bom respeitar. Neste final de semana o Comando de Greve atenderá por meio dos representantes da ADPESP e do SINDPESP. FERNANDO BEATO.
DOUTOR EDSON CARDIA SUBSCREVE PEDIDO DE SOCORRO AO EXMº PRESIDENTE DA CÂMARA – DEPUTADO ARLINDO CHINAGLIA 9
Excelentíssimo Senhor Doutor Arlindo ChinagliaMD. Deputado Federal e Presidente da Câmara dos Deputados. Cumprimentando-o cordialmente, vimos por meio desta levar ao conhecimento de Vossa Excelência a grave crise institucional instaurada no Estado de São Paulo, cuja população está sendo representada por intermédio de sua augusta pessoa.
O Governo do Estado de São Paulo, há 14 anos vem massacrando os trabalhadores policiais civis, negando-lhes a devida atenção e, sobretudo o respeito merecido.Temos o Pior Salário do Brasil.
O Estado que alcança o maior Produto Interno Bruto do país paga o mais sofrível salário aos seus policiais.
Durante 14 anos imploramos diálogo para debater sobre melhorias salariais e tivemos sempre as portas fechadas.
Após esgotados todos os recursos, outro caminho não restou senão adotar a greve como instrumento de defesa e reivindicação.
O Governo não dialoga e, pior, no claro intuito de confundir a população, propalando inverdades e anunciando reajustes que nunca foram concedidos e, mais, trapaceando com números.
Chega a adotar atitudes temerárias que arriscam a segurança da população, demonstrando que não está, de forma alguma, comprometida com este importantíssimo aspecto inerente aos anseios do povo de São Paulo.
Seu Secretário da Segurança Pública, num empreendimento indescritivelmente inábil, desastrado e certamente irreversível quando, atrelado aos seus propósitos inconfessáveis, acirrou duas corporações policiais, uma contra a outra, revigorando hostilidades quase sepultadas e colocando todo o Estado à mercê de uma tragédia.
Nos acusa de intransigência quando sua postura é que se reveste desta característica ao se furtar ao diálogo, pleiteado pelas categorias trabalhadoras policiais, como dito há 14 anos.
Já cedemos muito em nossas pretensões.
Temos planilhada defasagem salarial de aproximadamente 200%.
Imploramos a recomposição salarial (não se trata de aumento) de 60%.
Ofertamos no dissídio do TRT da 2a. Região reajustes de 15%, 12% e 12%, no presente, em 2009 e 2010 respectivamente.
Nem assim logramos êxito.
O Governo do Estado de São Paulo que implementa salários na forma de gratificações não incorporáveis, está matando o futuro de quem protege sua população.
Nossos pleitos são simples e viáveis.
Jogando com números, ele propõe a extinção do primeiro patamar de acesso nas carreiras policiais, a chamada 5a. Classe que não traria benefícios porquanto o número de policiais nesse estágio é ínfimo.
Sobretudo há um desígnio podre nesse empreendimento porque com este artifício inominável deslocaria para efeitos meramente políticos da última posição salarial do país para a 17a., se tanto.
Outras gratificações que diz conceder não contemplam nem todas as carreiras policiais e nem todos os delegados de Polícia, senão pequena parcela deles.
Outras medidas que afirma ter concedido ou que pretende conceder são falácias, que examinadas à luz da ciência econômica, ou mesmo da aritmética, jogam no pântano de suas artimanhas a questionável intenção.
Por isso tudo, Exmo. Sr. Presidente, clamamos pelo seu socorro, não em nosso nome nem em nosso favor, mas em nome e em prol do povo paulista a quem nos cumpre proteger e, por isso, também melhores condições de trabalho integram o rol de nossos reclamos.
Confiantes, subscrevemos:
Edson Cardia – pelo Sindicato dos Delegados de Polícia de SP
24 de Setembro de 2008




