Polícia Civil mantém greve em SP; categoria pressiona por acordo com governo
da Folha Online
A greve da Polícia Civil de São Paulo entra nesta segunda-feira no seu sétimo dia. A categoria cruzou os braços na terça-feira (16) e pressiona por um acordo. Os agentes marcaram um ato para terça-feira (23), quando a paralisação completa oito dias.
O comando da greve ainda não fez um levantamento da paralisação nesta segunda. Dados fornecidos na sexta (19) apontavam a adesão em ao menos
Ainda na sexta-feira, o governo do Estado, afirmou que a adesão na cidade de São Paulo foi de menos de 30% das delegacias. No interior do Estado, a paralisação era inferior a 40%, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
O secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, determinou que o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Roberto Antonio Diniz, oriente seus subordinados a fazer o BOPM (Boletins de Ocorrência da Polícia Militar) e encaminhem o caso a um promotor público, caso tenham dificuldades para registrar ocorrências nos distritos policiais do Estado.
No mesmo dia, o secretário prometeu punir os policiais civis que aderirem à greve com desconto no salário dos dias não trabalhados. “Todos os policiais civis escalados estão em suas unidades. Não há nenhuma falta”, rebate o presidente da Adpesp, Sérgio Marcos Roque.
Procurada nesta segunda-feira, a secretaria não forneceu um novo balanço a respeito da greve.
Contra-ofensiva
Na última sexta-feira a categoria entrou na Justiça para evitar o que consideram retaliações do Governo Estadual, segundo José Martins Leal, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo.
Ele admite que a medida anunciada pelo governo provocou um revés no número de distritos policiais que estão em greve. “Em alguns casos, agentes de delegacias que sofrem maior pressão acabam por furar o movimento. Isso é normal numa greve. Ocorre mais em distritos onde os delegados são mais novos e temem mais pelos cargos”, afirmou.
O comando da greve iniciou nesta segunda-feira um mapeamento para saber quais delegacias de polícia estão registrando os boletins de ocorrência. Nessas será feito um trabalho no próprio local para tentar convencer os agentes e voltar a cruzar os braços.