POLICIAIS CIVIS DE 187 CIDADES ESTÃO EM GREVE

Segunda, 15 de setembro de 2008, 12h19 Atualizada às 12h28
SP: policiais civis de 187 cidades estariam em greve
Cláudio Dias – Direto de Araraquara
Entidades que representam os policiais civis de São Paulo informaram que pelo menos 187 cidades anteciparam a paralisação marcada para amanhã e estão em greve desde as 9h. A antecipação, segundo a categoria, é um protesto contra o governo do Estado, após não chegarem a um acordo nas reuniões de conciliação.
A maior adesão ocorre no interior e Baixada Santista, segundo o Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo (Sipesp). A Secretaria de Segurança Pública (SSP) ainda não se manifestou sobre o caso.
A nova ação por tempo indeterminado foi definida em uma reunião envolvendo as 16 entidades representativas da categoria na semana passada. “A greve começa para quem não estava participando da Operação Padrão e acreditamos que a adesão será geral em todo o Estado”, disse João Batista Rebouças, presidente do Sipesp.
“Muitos policiais, como é o caso de Araraquara, sabendo sobre o movimento, estão parando hoje e mostrando para o governo que ele precisa reconhecer o salário. Não foi nada combinado e a antecipação foi voluntária”, afirmou.
O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), Sergio Marcos Roque, explicou que policiais das regiões de Santos, Bauru, Piracicaba e Campinas estariam com as ações paralisadas.
“Teve gente que começou na sexta-feira, mas hoje que o pessoal realmente parou. Amanhã, teremos uma idéia boa porque é convocação e a adesão será maior desta vez”, disse Roque. No site do Sipesp, por exemplo, a categoria promete atualizar o índice de adesão.
Reflexo da greveEm São Paulo, o reflexo da greve ainda é baixo. Em Araraquara, policiais de 20 cidades da região se reuniram nesta manhã e resolveram entrar em greve. Pela determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a greve pode interromper 20% do atendimento convencional e manter trabalhando 80% da categoria.
Algumas delegacias estão com faixas posicionadas na entrada. De acordo com a comissão de greve, as delegacias de polícia só atenderão os casos de flagrante, homicídios, acidentes de trânsito com vítima fatal, mandado de prisão, seqüestros, latrocínios, roubos e furto de veículos.
O presidente da Associação dos Delegados garante que os casos mais simples como extravios de documentos, furtos, dano, acidentes sem vítimas, lesão corporal, estelionato, entre outros não serão registrados.
“Tentamos um acordo com o governo e infelizmente não conseguimos. Agora, vamos manter os 80% de policiais nas delegacias só que atendendo somente os casos graves.”
O Sipesp avisa que as escoltas de presos ao Fórum também estão suspensas e a emissão de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), documentos de veículos, vistorias e exame prático será mais lenta. Isso deve gerar um atraso na liberação de veículos zero quilômetro.
Os policiais reivindicam aumento de 15% neste ano, 12% em 2009 e 12% em 2010, mais a incorporação dos adicionais no salário. Além disso, eles querem em uma segunda etapa a reestruturação da categoria que estaria “sucateada”. O governo oferece o investimento de R$ 500 milhões em reestruturação. Não houve acordo nas reuniões e a greve segue por tempo indeterminado.
No dia 13 de agosto, os policiais civis também pararam e o movimento durou apenas 7 horas. Na ocasião, o TRT determinou a suspensão da greve e marcou as primeiras reuniões de conciliação que não surtiram qualquer efeito.
Especial para Terra