Polícia Civil de SP entra em greve por tempo indeterminado
Funcionários cruzaram os braços a partir das 8h desta quarta (13).Categoria reivindica reposição de 58% em cima do salário-base inicial.
Do G1, em São Paulo
Delegados, investigadores, escrivães e peritos da Polícia Civil do Estado de São Paulo estão em greve por tempo indeterminado desde as 8h desta quarta-feira (13). De acordo com João Rebouças, presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia, a categoria reúne cerca de 35 mil profissionais em todo o estado. Parte dos distritos policiais da cidade já atende apenas casos de flagrante e homicídio- ou outras ocorrências que envolvam morte.A principal reivindicação da categoria é a reposição salarial referente aos últimos cinco anos, o que equivale a um reajuste no salário-base inicial do policial civil de 58%, com base nos índices do INPC. Segundo João Rebouças, o salário-base inicial é de R$ 518,00, um dos mais baixos do país. Além disso, os policiais pleiteiam que as gratificações sejam incorporadas aos salários, benefício que deve ser estendido aos aposentados. A categoria ainda reivindica a reestruturação da Polícia Civil e a implementação da aposentadoria especial, o que significa que o profissional pode se aposentar com 20 anos de trabalho na corporação, mesmo que os outros 10 anos tenham sido dispendidos em outra profissão.
Irrealistas e impertinentes
Em nota enviada à imprensa na noite desta terça-feira (12), a Secretaria de Gestão Pública considerou as “reivindicações irrealistas e impertinentes”. Pelos cálculos da secretaria, os gastos com as reivindicações mais do que dobrariam a atual folha de pagamento da Secretaria de Segurança Pública, atualmente na ordem de R$ 7 bilhões. Segundo a secretaria, a atual gestão teria concedido em 2007 um aumento de até 23,43% para 125 mil policiais civis, militares e técnicos científicos de todo o estado, por meio de lei sancionada pelo governador José Serra. Além disso, o governo anunciou de proposta à categoria nesta terça em Avaré, a 267 km de São Paulo, um adicional de até 100% do salário para os delegados que acumulam a chefia de unidades policiais no interior, uma elevação dos salários dos policiais em início de carreira e a incorporação gradativa aos salários dos adicionais por local de exercício. O secretrário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão disse que aposta no bom senso para que não ocorra a greve da Polícia Civil nesta quarta e que o governo ainda negocia com a classe. Sobre as negociações salariais, ele foi pontual: “Estamos otimistas”.