– Não podemos esquecer que os policiais são homens e estão sujeitos à desonestidade. Isso acontece – afirma o corregedor da Polícia Civil, Pedro Herbella.

Acusados de desviar carros roubados, policiais são afastados

22/7/2004 1:10, Redação com agências de notícias

A delegacia de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, ficou com as portas fechadas na última quarta-feira, só o plantão funcionou. O delegado Mauro Reinaldo e outros três policiais foram afastados pela Secretaria de Segurança Pública. O Ministério Público estadual investiga se há ligação dos policiais com quadrilhas de desmanche de carros.

O escrivão Sirilo Bueno também não apareceu para trabalhar na delegacia de Ferraz de Vasconcelos. O carro que o policial aparece dirigindo nas imagens divulgadas pelo ‘Jornal Nacional’ foi comprado há um ano, por um homem que não quer ser identificado. Os documentos já estavam prontos para a transferência, mas os ladrões foram mais rápidos. No dia 12 de outubro de 2003, foi registrado o boletim de ocorrência.

– Quatro meses depois vieram avisar que tinham encontrado o carro no dia seguinte ao roubo – conta a vítima, que não quis se identificar.

O carro estava no pátio de Itaquaquecetuba. Sem dinheiro para pagar multas e despesas do depósito, o homem ficou a pé.

– Quando eu voltei lá de novo, eles falaram que o carro já tinha sido leiloado e o carro já tinha, como se diz, já tinham desmanchado o carro, tinham vendido como sucata – lembra.

Mesmo estando com um escrivão, a corregedoria ainda não localizou o carro da vítima. O responsável pela investigação disse que, se as denúncias forem comprovadas, os policiais podem ser presos.

– Não podemos esquecer que os policiais são homens e estão sujeitos à desonestidade. Isso acontece – afirma o corregedor da Polícia Civil, Pedro Herbella.

Segundo o Ministério Público, o que aconteceu em Itaquaquecetuba não é um caso isolado. Em uma delegacia da zona sul da capital, os promotores descobriram que o carro da mulher de um dos delegados estava com as placas trocadas.

Sete policiais de outras delegacias estão sendo investigados. Os promotores acreditam que estão apenas começando a desvendar um grande esquema de falsificação de boletins de ocorrência para desvio de carros.

Em uma agenda que o Ministério Público Estadual apreendeu com o dono de um desmanche de carros aparecem as seguintes anotações: “delegacia de Itaquá, R$ 2 mil” e “polícia de Ferraz de Vasconcelos, R$ 6 mil”.

Para os promotores e a Corregedoria da Polícia Civil, pode ser uma prova do envolvimento de policiais com uma quadrilha que desmancha carros roubados na Grande São Paulo.

http://correiodobrasil.com.br/acusados-de-desviar-carros-roubados-policiais-sao-afastados/61003/

 

LULA AGORA EXIGE A LEGITIMAÇÃO DA FALCATRUA CHAMADA SUPERTELE…FALCATRUA DO GOVERNO QUE DEU UM BILHÃO DO POVO PARA DANIEL DANTAS 1

Lula agora exige ‘restauração’ da hierarquia na PF
Planalto quer que inquérito da Satiagraha seja ‘saneado’
Deseja-se excluir dos autos supostos excessos retóricos
Busca-se, por exemplo, legitimar o negócio da supertele
Sérgio Lima/Folha
Afastado do comando da Operação Satiagraha, o delegado Protógenes Queiroz deixou no inquérito que traz a sua assinatura um legado de problemas para o governo.
O principal deles é a aura de suspeição que Protógenes acomodou sobre um negócio caro ao governo: a fusão da Brasil Telecom e da Oi.
A transação, ainda pendente de acertos legais, dará origem a uma supercompanhia telefônica de capital nacional, que tem as bênçãos de Lula.
Entre quatro paredes, o presidente revela-se inconformado com os procedimentos adotados por Protógenes na condução das investigações.
Diz que o delegado subverteu a hierarquia da Polícia Federal, sonegando de seus superiores detalhes cruciais da investigação.
Revela certa inconformidade com a parceria que o delegado estabeleceu com a Abin de Paulo Lacerda, à revelia da cúpula da PF.
Nas palavras de um assessor do presidente, “é preciso restaurar a ordem, em nome da preservação da imagem da Polícia Federal.”
Na visão do presidente, revelada ao blog pelo auxiliar que priva de sua intimidade, as prioridades de Roberto Saadi, o delegado que substituiu Protógenes, são as seguintes:
1. “Restaurar o respeito à hierarquia na Polícia Federal”;
2. “Sanear o inquérito, retirando dele as ilações infundadas do delegado Protógenes”;
3. “Acrescentar aos indícios revelados pelos grampos telefônicos provas capazes de levar Daniel Dantas a uma condenação judicial.”
De saída, as preocupações de Lula resultaram num reforço da equipe que cuidará da análise do material recolhido em 58 batidas de busca e apreensão.
Destacaram-se para a missão cerca de 50 agentes federais. É um dos maiores contingentes já reunidos pela PF em torno de uma investigação.
Uma forma de neutralizar a acusação de Protógenes, formalizada em representação ao Ministério Público, de que o trabalho de investigação estaria sofrendo um boicote.

O desafio que se auto-impôs o governo é o de convencer o Ministério Público de que nem todas as “ilações” de Protógenes encontram correspondência nas provas.
Parte-se do pressuposto de que o delegado “exagerou”, por exemplo, ao empurrar o “problema” Daniel Dantas para as cercanias do gabinete de Lula.
Nesse ponto, entram as preocupações do Planalto com o negócio que envolve a viabilização da supertele.
Em relatório datado de 26 de junho, o delegado Protógenes, agora dedicado exclusivamente a um curso de aperfeiçoamento, arrastara para o centro da encrenca do Opportunity a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Anotou que o ex-deputado petista Eduardo Greenhalgh valera-se de sua influência no Planalto para exercer “tráfico de influência” e “lobby” em favor da venda da Brasil Telecom para a Oi.
Eis o que diz um trecho do texto escrito por Protógenes: “Devido à sua condição anterior de ex-deputado federal e membro do PT [Greenhalgh], freqüenta a ante-sala do gabinete da Presidência da República…”
Busca “…apoio para negócios ilícitos do grupo [Opportunity], notadamente no gabinete da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho…”
Mais: “Convém mencionarmos que a fusão entre a Brasil Telecom e a Oi, efetuada recentemente, foi objeto de diversas tratativas entre os integrantes da organização criminosa.”
O delegado chegou a pedir a prisão de Greenhalgh, negada pelo juiz Fausto de Sanctis.
Protógenes chegou a contabilizar as tentativas de assédio do ex-deputado petista em favor do negócio no Planalto: quatro vezes.
Protógenes avança no juízo de valor. Classifica a intervenção de Greenhalgh como “fundamental na criação da supertele, gentilmente elogiada por todos do grupo, em especial pelo cabeça da organização, Daniel Dantas”.

Dantas figura na transação como beneficiário de um pagamento de cerca de R$ 1 bilhão. Cifra recebida para que concordasse em deixar a composição societária da Brasil Telecom.
A exclusão e Dantas é algo que o governo vinha tentando desde 2005. Nos subterrâneos, ao se justificar perante amigos do PT, Greenhalgh diz que não fez nada condenável.
Ao contrário. O ex-deputado petista julga ter contribuído para viabilizar algo beneféfico ao país, ao contribuir para o desembarque de Daniel Dantas da BrT, viabilizando a efetivação do negócio da supertele.
Uma transação que ainda depende de ajustes legais. O Plano de Outorgas da telefonia, editado sob FHC, proíbe que uma mesma operadora exerça o controle de mais de uma área de concessão no país.
A Anatel topou mudar as regras. Abriu uma consulta pública que expira em 1º de agosto. Depois disso, o ministério das Comunicações terá de redigir um novo texto.
Será enviado a Lula, a quem cabe dar a palavra final sobre a alteração. Daí o receio do presidente. Ele não quer apor sua assinatura a um documento que venha a ser tisnado como produto de lobby espúrio.
Como se vê, não é simples a tarefa do delegado Saadi, substituto de Protógenes. Antes de provar as culpas de Daniel Dantas, terá de demonstrar que o colega que o antecedeu cometeu excessos. Precisará ser convincente, uma vez que seu trabalho é supervisionado pelo Ministério Público.
Disso depende a efetivação da supertele. Uma companhia que, se viabilizada, terá 49,8% de seu capital controlado pelo governo, por meio do BNDES e dos fundos de pensão de empresas estatais.

___________________________________________________________________
DA MORALIDADE ÀS AVESSAS
Conforme a matéria acima, vemos o nosso Excelentíssimo Presidente da República, uma vez mais, se desdizendo.
Primeiro criticou o Delegado, depois elogiou o Delegado; agora, às escondidas, demonstra toda a sua insatisfação praticando inverdades imperdoáveis.
Pois bem, a hierarquia e eventual desmoralização da Polícia Federal decorreram da constatação pública de que há duas policiais federais.
Uma que trabalha dentro da legalidade, tentando ser independente e buscando apurar graves crimes com total isenção.
Outra policia federal que serve ao poder, ou seja, defende os interesses espúrios do grupo petista que governa.
É a banda podre; a banda subserviente.
É fato; todo o Brasil pode constatar.
Com efeito, o presidente revela-se inconformado com os procedimentos adotados por Protógenes na condução das investigações.
Diz Lula, “que o delegado subverteu a hierarquia da Polícia Federal, sonegando de seus superiores detalhes cruciais da investigação.” Ora, qualquer autoridade compromissada com o interesse coletivo – principalmente acreditando na honestidade do chefe do executivo (Lula) – procederia da mesma forma.
O Delegado por lei é obrigado a guardar o sigilo necessário ao bom andamento do inquérito; assim – muitas vezes – é obrigado a manter informes e providências sob segredo; nem sequer revelando dados à própria hierarquia, visto o vazamento de informes ser mais do que certo.
A Polícia não é empresa privada; as autoridades servem ao interesse coletivo.
Toda lealdade é para a Sociedade; não aos chefes.
Observando-se que ele(Delegado) nada fazia às escondidas, pois o Ministério Público e o Poder Judiciário a quem cabe a apreciação da lesão a direitos, sabiam de cada passo do inquérito.
Quando o superior é venal todo silêncio é pouco.
Assim, não foi Protógenes que desmoralizou a hierarquia.
Esta não possui moral para exercer o comando da Polícia Federal.
Desta forma, “restaurar o respeito à hierarquia na Polícia Federal”, será dar-lhe total independência para investigar sem influências corruptas.
E importará na substituição da cadeia de comando.
O Ministro da Justiça, inclusive.
Quanto a “sanear o inquérito, retirando dele as ilações infundadas do delegado Protógenes”. O governo ao afirmar que o inquérito necessita saneamento, quer afirmar: é falho; é inépto. Mas tal opinião, desqualificadora, é muito diversa da opinião do Ministério Público e da Justiça Federal.
“Acrescentar aos indícios revelados pelos grampos telefônicos provas capazes de levar Daniel Dantas a uma condenação judicial.” Aqui, mais uma vez, o próprio governo desqualifica todo trabalho policial com a nítida intenção de afirmar: “o inquérito em questão não serve para nada”.
Não possui elementos de produção de prova, não há quaisquer indícios, apenas ilações; mera retórica de um Delegado. Vale dizer: se não existirem provas em desfavor de Daniel Dantas, também nunca existirão em relação aos membros governistas envolvidos em atos de improbidade.
Enfim, o nosso Governo Federal dá uma lição de honestidade jamais vista neste país.
A lei é para os inimigos.

DELEGADOS NOMEADOS PARA CARGOS EM COMISSÃO DEVERÃO SER AVALIADOS OBJETIVAMENTE ATRAVÉS DE PROVA DE CONHECIMENTOS 1

SP vai avaliar capacidade dos servidores comissionados
Segunda-feira, 21 de Julho de 2008 às 16h42
Um decreto assinado pelo governador José Serra nesta segunda-feira, 21, obriga os servidores com cargo comissionado das secretarias e autarquias paulistas a passar por testes criados para avaliar a capacidade profissional. Com isso, o governo paulista busca elevar a qualidade dos serviços, estabelecer os padrões de competência para essas funções, ao mesmo tempo que atesta as habilidades profissionais para o desempenho das atividades relacionadas ao cargo. “Uma medida como essa na administração pública é revolucionária, porque vai acabar com o troca-troca de nomeações políticas que conspiram contra a eficiência da administração pública”, defendeu Serra, depois de sair de uma reunião com os secretários Maria Helena Guimarães (Educação), Sidney Beraldo (Gestão Pública), Luiz Roberto Barradas (Saúde) e Aloysio Nunes (Casa Civil) no Palácio dos Bandeirantes. Os primeiros cargos já definidos para passarem obrigatoriamente pela certificação estão nas áreas de Educação e Saúde: 91 dirigentes regionais de ensino, 38 diretores de hospitais e 17 diretores regionais de saúde. Posteriormente, a medida será entendida a outras secretarias. A Secretaria da Segurança Pública deve ser a próxima a incorporar o mesmo sistema. “Não valerá apenas a confiança do governador ou mesmo do secretário. A pessoa terá que se submeter a exames e apresentar certificados de cursos. O servidor terá que mostrar que está se atualizando para as necessidades da administração”, completou Serra. Caberá as próprias secretarias indicar futuramente os outros cargos comissionados de comando que serão incluídos nesse processo a ser coordenado pela Secretaria de Gestão Pública. A avaliação desses profissionais será feita por uma instituição independente por meio de uma prova. A validade do certificado será definida em edital para cada cargo, mas não poderá ultrapassar quatro anos.
Banco de talentos
O candidato já ocupante do cargo em comissão, caso não consiga obter a certificação, passará por um curso a ser ministrado pela Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo) para capacitá-lo nas competências nas quais não foi bem avaliado. Após passar por esse processo, o postulante será submetido a nova avaliação e, se não obtiver o certificado, será demitido. “Esse é mais um passo que o governador José Serra dá no sentido de profissionalizar a força de trabalho no Estado de São Paulo”, afirma o secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo. Com o objetivo de se criar um Banco de Talentos para futuro aproveitamento pela administração estadual, servidores da administração direta e das autarquias poderão aderir a esse processo de certificação. “O diretor de um hospital para ser nomeado terá que ter cursos de administração hospitalar e passar por exames e provas que demonstrem que ele entende de orçamento público”, informou o secretário Barradas. “É importante que o dirigente saiba, por exemplo, quais são as regras para compras de pregões pequenos que são feitos no âmbito regional. Isso vai dar mais agilidade para a máquina”, reforçou a secretaria da Educação, Maria Helena. A assinatura do decreto é mais uma medida da gestão Serra que tem como propósito aumentar a eficiência da máquina administrativa do Estado. Desde que assumiu o Governo de São Paulo, Serra reduziu em 4,2 mil os cargos de comissão com economia de R$ 64,8 milhões anuais. Além disso, criou cinco princípios que norteiam a administração em São Paulo: qualidade do gasto público, gestão com resultados, redução da carga tributária, parceria com o setor privado e o planejamento das ações.
Cleber Mata com secretaria de Gestão Pública