Publicada em 30/06/2008 às 10h59m
TV Tem, O Globo Online, SPTV
SÃO PAULO – O promotor Julio César Botelho, de 45 anos, que trabalha na capital no Grupo de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência, foi flagrado na noite deste domingo por policiais rodoviários estaduais dirigindo embriagado na rodovia Assis Chateaubriand, na região de São José do Rio Preto, a 451 km de São Paulo. Botelho saía de uma chácara na Estância Monte Carlo, em Olímpia, a 437 km de São Paulo, e seguia sentido Rio Preto/Guapiaçu da rodovia.
Segundo a Polícia Rodoviária, Botelho dirigia sua caminhonete em zigue-zague. O exame de bafômetro feito na rodovia apontou 0,35 miligramas de álcool no sangue.
Para encaminhar o promotor ao plantão policial, que resistiu à abordagem, os policiais precisaram usar gás de pimenta. Julio César Botelho foi autuado por direção perigosa, com pena de seis meses a três anos de detenção. O promotor teve a carteira de habilitação apreendida e terá de pagar multa de R$955.
O Ministério Público de São Paulo ainda não se pronunciou sobre o caso.
Promotor bêbado atropelou e matou família inteira em Araraquara
Este é o segundo promotor do Ministério Público de São Paulo flagrado ao dirigir embriagado. Em outubro do ano passado, o promotor Wagner Juarez Grossi atropelou e matou três pessoas na Rodovia Elyeser Montenegro Magalhães, em Araraquara. Com direito a foro privilegiado, por ser promotor, ele responderá por triplo homicídio sem intenção de matar. Se fosse homicídio doloso, com intenção, a pena poderia ser maior. O processo foi determinado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
O promotor, que teria descido do carro com uma lata de cerveja na mão após o acidente, entrou na pista contrária e atingiu uma família inteira: matou Alessandro Silva dos Santos, Alessandra Alves e o filho deles Adriel Rian Alves, de 7 anos.
Depois do acidente, ele chegou a ser afastado da função, mas não deixou de receber salário neste período. Durante o processo, ele poderá exercer sua atividade normalmente.
De acordo com a Polícia Rodoviária de Araçatuba, o veículo que o promotor dirigia estava na contramão e atingiu de frente a moto em que as vítimas estavam. A rodovia é uma estrada de pistas simples. O casal e o filho foram arremessados com a batida e tiveram morte instantânea.
Grossi havia passado o dia com amigos num rancho às margens do Rio Tietê. Ele se recusou a colher sangue para exames. Várias testemunhas prestaram depoimento e confirmaram que ele estava bêbado. A constatação de que o promotor estava alcoolizado foi feita por um médico que fez exame clínico. Grossi não foi preso porque os homicídios culposos são crimes afiançáveis. Membros do Ministério Público só são presos em casos de homicídios dolosos (em que há intenção de matar). O promotor, no entanto, foi liberado sem pagar fiança.