
Agora ou vai ou racha ( rachou )
Novo diretor do Denarc recebe carta branca do secretário de Segurança Pública para fazer uma limpeza geral e mudar aimagem do Departamento de Narcóticos de São Paulo
Madi Rodrigues( 17/05/2002)
O Departamento de Narcóticos de São Paulo foi vítima de uma overdose. De casos de corrupção, tortura, abuso de autoridade, extorsão e tráfico internacional de drogas. Até o diretor do departamento entregou os pontos. Sentindo-se “magoado”, Marco Antônio Ribeiro de Campos ,entregou o cargo, na segunda-feira 13, pois já não agüentava mais a sucessão de envolvimento de seus subordinados em crimes que deveriam combater.
Sucessivos escândalos abalaram a credibilidade do Denarc, que vem sendo alvo de atenções e preocupações dentro da cúpula da segurança pública do Estado, desde o ano passado. Em dezembro de 2001, cinco investigadores foram denunciados pelo Ministério Público por crimes de abuso de autoridade, tortura e extorsão contra viciados e prostitutas da região central da cidade. O caso ficou conhecido como o escândalo da Crocolândia e repercutiu em todo o País e causou o afastamento do delegado-corregedor, Ruy Estanislau, e de mais dois delegados que trabalhavam diretamente com os acusados. Em abril, o delegado Fábio Dalmás e mais três investigadores, entre eles João Saladini, foram afastados sob suspeita de extorsão contra um doleiro, no centro. Dalmás teria, conforme a denúncia, ameaçado colocar cocaína na mochila do filho do doleiro, caso não recebesse determinada quantia em dinheiro. O escândalo mais recente foi a gota d’água que faltava para transbordar o oceano das coisas e aconteceu no último dia 8, quando o agente policial Marcondes Romeiro e a namorada Cristine Mausquer Ardnt foram presos pela Polícia Federal no Rio de Janeiro, por tráfico internacional de drogas. Ex-garota de programa, Cristine foi surpreendida pela PF no aeroporto Tom Jobim com 1 quilo e 100 gramas de cocaína e contou à polícia que ela e Romeiro pretendiam embarcar com a cocaína rumo à Europa, onde a droga seria trocada por ecstasy e mais tarde vendida em São Paulo, Rio e Santa Catarina. Romeiro foi preso em seguida em um hotel e Cristine encaminhada ao serviço de proteção à testemunha, por ter colaborado com a polícia revelando todo o esquema. O investigador Flávio Simões Júnior, que comprou as passagens do casal com o seu cartão de crédito, se entregou à Corregadoria da Polícia Civil de São Paulo, no dia 12. A Corregedoria agora investiga a possível participação de outros policiais do Denarc no esquema. “Fui eu que pedi para deixar o departamento, me senti apunhalado por esses policais”, disse Campos. Durante os três anos em que esteve à frente do departamento, ele afastou cerca de 300 policiais. “O delegado Campos é um homem de bem, de honestidade a toda prova e agora vai chefiar a assessoria da Polícia Civil aqui no meu gabinete”, disse o secretário de Segurança Pública, Saulo Castro Abreu Filho, durante coletiva, na quarta-feira, 16.
Mudanças – No lugar de Campos entrou Ivaney Caires de Souza, 47 anos, diretor do Departamento de Polícia do Interior, em Sorocaba, onde conseguiu unir as polícias civil, militar, federal e guarda civil, fazendo até com que dividissem o mesmo prédio. Ele trouxe uma equipe de 22 policiais, onde estão incluídos seis delegados. “Essa equipe me acompanha há anos e são pessoas de minha extrema confiança”, revelou. O Denarc – que conta hoje com 407 policiais, entre eles 37 delegados e 276 investigadores – será regionalizado, ou seja, haverá delegacias do departamento nas cinco regiões da cidade. Além disso, haverá um relacionamento mais estreito com a Polícia Militar. Para completar, novas ações serão implantadas para controlar as atividade dos investigadores nas ruas. “Quero uma polícia de resultados. Vou trabalhar vinte e quatro por dia para devolver a imagem do Denarc. Ninguém sairá às ruas sem dizer exatamente aonde vai e o que vai fazer. Todos terão de prestar contas de suas investigações”, prometeu Ivaney. “Vou analisar cada funcionário. E os que se adaptarem ao novo perfil serão aproveitado. Também não terei o menor constrangimento em dispensar os que não se enquadrarem no novo esquema de trabalho”, garantiu. “Ele veio para mudar as coisas lá dentro. E tem carta branca minha e do delegado geral, Marco Antônio Desgualdo, para fazer o que for preciso ser feito. Ninguém aqui quer conviver com mau policial e com corrupto muito menos”, disse o secretário Saulo Abreu Filho. O secretário também avisou: “A caneta do delegado-geral está mais pesada e com mais tinta para expulsar policiais corruptos.” Ivaney Caires está na polícia há 21 anos e já esteve no Denarc, em 1997, como diretor da Divisão de Investigação sobre Entorpecentes. O Departamento de Narcotícos de São Paulo, agora vai funcionar em sede própria. Sai da Brigadeiro Tobias, no centro, e vai para a rua Moncorvo Filho, na Cidade Universitária, ao lado do prédio da Polícia Científica (Instituto de Criminalística-IC) e da Academia de Polícia.
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O discurso é de tal sorte semelhante que – em vez de cardeal – parece “fala” de papagaio.
Novo perfil da nova administração…quem não se enquadrar…ninguém quer trabalhar com corrupto…caneta pesada e com mais tinta para expulsar policiais corruptos…etc.
E TUDO FICOU PIOR!