14 ANOS NA SECCIONAL DE MOGI – EXEMPLO DE INAMOVIBILIDADE 1

Polícia afasta delegado seccional
Carlos José Ramos da Silva deixa comando da corporação em Mogi depois de 14 anos em meio a escândalo de corrupção
Amilson Ribeiro
CARLOS JOSÉ(kazé): Afastado por ordem da cúpula da Polícia Civil
Noemia Alves
De Mogi das Cruzes

O delegado seccional de Mogi Carlos José Ramos da Silva foi afastado ontem do cargo pela cúpula da Polícia Civil.

A ordem partiu do delegado divisionário do Departamento Judiciário da Macro São Paulo (Demacro), Antônio Cabes Bueno Torres.
Ele será substituído pelo delegado Sérgio Abdalla, que atuava na seccional de Diadema.
Lá, irá assumir o delegado Ivaney Caíres, que trabalhava no Departamento de Polícia Judiciária da capital.
Responsável pelas delegacias do Alto Tietê, além do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), Carlos José estava no cargo desde 1994.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública alegou motivos administrativos para a troca.
Anteontem, o delegado titular do Departamento Judiciário da Macro São Paulo (Demacro), ao qual a Seccional de Mogi está subordinada, Elson Alexandre Sayão, esteve na cidade sob o argumento de que iria “realizar a correição na Delegacia Seccional”, um procedimento de praxe que é feito semestralmente, uma espécie de fiscalização.
No entanto, há comentários de que a real intenção de Sayão era apurar o envolvimento do seccional de Mogi com pelo menos 13 policiais civis da região que foram denunciados pelo promotor de Justiça José Mário Barbuto, do Grupo de Atuação Especial Regional de Combate ao Crime Organizado (Gaerco), de Guarulhos, em abril passado, por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.
Entre os policiais investigados estão o delegado Eduardo Peretti Guimarães, que comandava o Garra, e os investigadores Ricardo de Moraes e Antônio Carlos Alves de Mello, o Toninho, além de empresários e comerciantes de Mogi.
Os investigadores foram presos recentemente.
Moraes obteve liberdade uma semana após a detenção.
Toninho continua no presídio da Polícia Civil, em São Paulo.
A investigação do Gaerco teve início em 2002 e se tornou pública no mês passado, após a transcrição de grampos obtidos com autorização judicial.
O Ministério Público levou as acusações adiante.
O Mogi News tentou ouvir o delegado seccional afastado ontem à noite, mas ele não atendeu as ligações no celular.
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Um Delegado de Polícia – ainda que dotado de qualidades exepcionais – não se mantém cerca de 14 anos ocupando a mesma titularidade, neste caso, a Seccional de Polícia de Mogi das Cruzes.
Parece que foi colado na “cadeira”(cargo).
E colado, obviamente, em face de grande influência política, pois o cargo é político, ou seja, de livre escolha pela cúpula da Segurança.
E no mesmo período – 14 anos – o cargo de Delegado Geral foi ocupado por cinco autoridades; também verificando-se rodízio de Diretores do DEMACRO, ao qual a Seccional de Mogi é diretamente subordinada.
O resultado da entronização em elevados cargos é sempre o mesmo: “saída desonrante”.
Desonrante para si; para toda a Polícia.
Lá ficou voluntariamente; se pecou colha todos os frutos, enfim!