Delegado de Mogi das Cruzes é afastado
Saída ocorreu seis dias após repórter da TV Diário, uma afiliada da Rede Globo, sofrer um atentado
Bruno Tavares e Marcelo Godoy(O Estado)
O delegado Carlos José Ramos da Silva, o Cazé, deixou ontem o cargo de titular da Seccional de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
Saída ocorreu seis dias após repórter da TV Diário, uma afiliada da Rede Globo, sofrer um atentado
Bruno Tavares e Marcelo Godoy(O Estado)
O delegado Carlos José Ramos da Silva, o Cazé, deixou ontem o cargo de titular da Seccional de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
O afastamento ocorreu seis dias após o repórter Edson Ferraz, da TV Diário, afiliada da Rede Globo, sofrer um atentado.
Dois bandidos fecharam a Montana que Ferraz dirigia com o logotipo da emissora e dispararam duas vezes.
O repórter saiu ileso.
Cazé estava havia 12 anos à frente da Seccional de Mogi das Cruzes.
“Ele ficou muito tempo no mesmo cargo. É um bom profissional, mas as pessoas precisam de novos desafios. Será bom para ele e para a instituição”, afirmou o diretor do Departamento de Polícia da Macro São Paulo (Demacro), o delegado Alexandre Sayão.
Na tarde de ontem, a Corregedoria da Polícia Civil ouviu o depoimento de dez policiais civis de Mogi das Cruzes denunciados pelo Ministério Público Estadual por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção.
Todos negaram envolvimento em crimes e também disseram não ter informações sobre o ataque armado ao jornalista.
Ferraz fez três reportagens denunciando o esquema de corrupção.
Por enquanto, a corregedoria não tem suspeitos do atentado contra Ferraz.
Dois ex-policiais civis e um investigador, que está preso por outro crime, também serão ouvidos no inquérito.
Segundo o jornalista, os bandidos usavam capuzes. Ferraz contou que havia recebido um telefonema, alertando sobre possíveis represálias por causa de suas reportagens.
SUBSTITUTO
Para o lugar de Cazé, a direção do Demacro nomeou o delegado Sérgio Abdalla, que dirigia a Seccional de Diadema.
Abdalla será substituído no cargo pelo delegado Ivaney Cayres de Souza, que havia sido posto em uma Delegacia do Idoso – cargo que era considerado um castigo para quem já havia dirigido, como Ivaney, três departamentos da Polícia Civil, incluindo o poderoso Departamento Estadual de Trânsito (Detran).