Opinião: Wander Taffo, gênio da guitarra, mestre da cidadania
RICARDO FELTRIN
RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online
Entre músicos, chamar Wander Taffo de guitarrista brilhante sempre foi pleonasmo. Pouquíssimos brasileiros foram tão longe como ele em técnica e sensibilidade.
Entre músicos, chamar Wander Taffo de guitarrista brilhante sempre foi pleonasmo. Pouquíssimos brasileiros foram tão longe como ele em técnica e sensibilidade.
Somou arte, destreza e bom gosto em seu instrumento.
Qualquer que fosse a banda, era fácil saber que era ele na guitarra.
Criou um timbre, um peso e uma escala inconfundíveis.
Mas ele fez muito mais pela música do que tocar.
Mas ele fez muito mais pela música do que tocar.
Montou uma das mais importantes escolas da América do Sul, propagou um novo método de ensino, abasteceu bandas brasileiras com talentos por todos os anos 90 em diante.
Muitos de seus solos são objeto de análise teórica e prática.
Paulistano da Pompéia, guitarrista Wander Taffo morre em São Paulo aos 53 anos (sábado completaria 54)
Os únicos estigmas dos heróis da guitarra que carregava eram um cabelão e os inseparáveis óculos escuros.
Paulistano da Pompéia, guitarrista Wander Taffo morre em São Paulo aos 53 anos (sábado completaria 54)
Os únicos estigmas dos heróis da guitarra que carregava eram um cabelão e os inseparáveis óculos escuros.
Sempre foi um artista modesto.
Mesmo nos anos 80, quando explodiu com o Radio Taxi, continuava dando aulas, se apresentava em eventos beneficentes e fazia palestras para atrair jovens para a música.
Desde os anos 90 divulgava e fazia parte de um grupo caritário, mas não queria que seu nome fosse relacionado a isso.
Desde os anos 90 divulgava e fazia parte de um grupo caritário, mas não queria que seu nome fosse relacionado a isso.
“Fala que a escola é quem está cuidando”, pedia.
Atraiu para essa obra social professores, alunos e fãs.
Taffo era fã de Steve Morse, de quem sempre estudou a técnica, as escalas e de quem virou até amigo.
Taffo era fã de Steve Morse, de quem sempre estudou a técnica, as escalas e de quem virou até amigo.
Passou horas e mais horas estudando partituras de Morse, a quem humildemente chamava de “mestre”.
Em shows do Radio Taxi, na segunda metade dos anos 80, era comum que a banda abrisse a apresentação com a instrumental e dificílima “Cruise Missile” (“The Introduction”).
Também dedicou uma música ao ídolo, “Código Morse”.
Para fazer uma comparação entre gerações e instrumentos, Taffo está para a história da guitarra brasileira como um Altamiro Carrilho o está para a flauta transversal.
Para fazer uma comparação entre gerações e instrumentos, Taffo está para a história da guitarra brasileira como um Altamiro Carrilho o está para a flauta transversal.
Deixa dois filhos, viúva, amigos e uma escola, o IGT-IMT, que virou grife para qualquer currículo.
E uma história que vale a pena lembrar.
E QUEM NÃO LEMBRA?
GAROTA DOURADA – RÁDIO TAXI
Navegando no teu mar
Flutuando no teu ar
Mergulhando em tua luz vida
Deslizando no teu céu
Me aquecendo em teu calor
Penetrando no teu corpo
Ela veio assim
Meio afim de mim
Eu não disse nem que sim nem não
Refrão:
Garota Dourada quero ser teu irmão
Eu sou teu irmão namorado
Um beijo na boca
Um abraço apertado
Forte e suado
Quente como as noites quentes do verão que brindamos
Quando nos demos as mãos
Navegando no teu mar
Flutuando no teu ar
Mergulhando em tua luz vida
Deslizando no teu céu
Me aquecendo em teu calor
Penetrando no teu corpo
Ela veio assim
Meio afim de mim
Eu não disse nem que sim nem que não
Refrão:
Garota Dourada quero ser teu irmão
Eu sou teu irmão namorado
Um beijo na boca
Um abraço apertado
Forte e suado
Quente como as noites quentes do verão que brindamos
Quando nos demos as mãos
A PROPÓSITO:
Há grandes músicos na Polícia Civil – vários DELEGADOS GUITARRISTAS DE VERDADE – na Gorregedoria Geral, inclusive.
E nenhum dá “um tirinho” ou “queima baseado”; aliás “combustíveis” dos matadores, torturadores e ladrões em geral.
