ALCAGÜETE, "13" ou TRESLOUCADO, INCONSEQÜENTE, ARREPENDIDO E ENVERGONHADO

A minha maior frustração: ver um inquérito praticamente rasgado pela fraqueza, incompetência e falta de compromisso com a verdade; de um Seccional e um Titular de Distrito.
Duas das características mais comuns entre os nossos superiores.
A plácida prudência não derruba a cadeira.
Apenas joga na vala a honorabilidade de uma Instituição; da nossa Carreira.
O Investigador foi baleado de surpresa, quase a queima roupa; a esposa do homicida do mesmo modo.
O homicida acabou absolvido, mesmo com todo o empenho do fenomenal Promotor de Justiça; o Investigador do Denarc execrado além do devido; e a pobre mulher morta pelo companheiro toxicômano, ainda ,desonrada no Júri.
O assassino: um receptador notório de mercadorias furtadas e roubadas por policiais(civis, militares e federais).

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Um antigo exemplo daquilo que na Polícia chamam por cagüetagem, deslealdade aos superiores, aos pares e a Instituição.
Além de uso indevido de telex e quebra da hierárquia.
Em face de, primeiramente, não apresentar a denúncia ao superior envolvido com o ganso.

Diadema msg n776 12/04/90 01h15

AO DR LEVINO MANOEL RIBEIRO
DELEGADO SECCIONAL DO ABCD
Referente as irregularidades no uso de veiculos policiais
Informo a Vosssa Senhoria, para as providências que julgar necessárias, que deixei de comparecer a local de ocorrência de homicídio( B.O. nr 1700/90), mais uma vez, em virtude de não haver meio de transporte a disposição das Autpridades Plantonistas desta circunscrição policial; enquanto, que com o beneplácito de autoridade mais graduada, funcionário da Prefeitura local, simples colaborador, estranho à nossa Instituição, fazia , pelo que soube sempre faz, uso de uma viatura policial, com toda certeza, para fins particulares. Fato esse, que além de se mostrar, no mínimo, irregular, é de causar vergonha.
Na oportunidade renovo-lhe protestos de estima e consideração.
DR. ROBERTO CONDE GUERRA
DEL. POL. INV. TEMP.
EQUIPE “V”
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Em razão do telex acima, quando plantonista em Diadema, durante um período de múltlipas chacinas por dia; acreditando cumprir o meu dever ,conforme os termos da Lei Orgânica da Polícia Civil, prestei os suscintos informes acima ao Sr. Levino Manoel Ribeiro, Seccional de São Bernardo do Campo.
O simples colaborador era um “ganso” muito influente na prefeitura, pois através dele a municipalidade fornecia todo o combustível para a Polícia Civil; conseqüentemente quem de direito – após obter as notas de empenho – metia no bolso a verba do Estado.
Buscando cumprir o meu dever, defender a amada carreira e a Instituição , logo depois fui honrado com um longo e falacioso relatório intelectuamente elaborado pelo Sr. José Alves dos Reis e subscrito pelo Sr. Levino Manoel Ribeiro.
Decrescendo dos elogios rasgados a minha pessoa até o ponto em que eu seria um inimigo da classe, descumpridor contumaz de ordens superiores, das quais debochava com fundamentos doutrinários e jurisprudenciais, ao final encerraram com a afirmação: o delegado de investidura temporária ROBERTO CONDE GUERRA possui qualidades para o exercício de quaisquer carreiras jurídicas, e conforme a certidão anexa está prestando concurso para a magistratura, todavia “pela sua insubordinação e deslealdade para com os superiores representamos pela sua exoneração”.
Não fui exonerado em razão de o processo ser decidido pelo DOUTOR GUILHERME SANTANA DA SILVA, um homem detestado na polícia.
Eu descobri por quem: “pelos seus pares bandalhos”.
Durante anos nutri muita mágua pelos doutores Levino e Reis, mas devo-lhes desculpas.
Foram visionários.
Eu não tenho e nunca tive vocação para ser Delegado de Polícia.
Deixei-me iludir.
Para ser Delegado de Polícia deve-se possuir as qualidades de alguns membros da CHAPA FÊNIX: a desfaçatez , esperteza e bazófia da Vereadora Teresinha, do Dr. Paulo Sérgio Lew e Dra. Andreza.
Os colegas estão corretos em um ponto, a Polícia Civil de vocês não precisa de mim, nunca precisou e vocês me querem fora da Carreira.
Por outro lado, o lado bom de tudo, fora da Carreira e da Polícia nunca mais sentirei vergonha por verificar a existência de pessoas como vocês.
E viva aos GUERREIROS DA FÊNIX – sinônimo para os covardes que até podem chamar um governador de crápula, de veado, disso e daquilo.
É claro, Governador não liga e não cobra por tais disparates de levianos.
Mas meter no papel o colega bandalho: nunca.
Salvo cair no colo pela ação de terceiro, diga-se, PM ou MP.
É deslealdade apontar o colega ladrão como ladrão.
Como são absolutamente éticos nunca adotam providências que possam atingir um colega de classe, especialmente quando o colega é bandido, com cara de bandido e violência de bandido.
Medo da valoração ética.
Ética da bala com a qual o colega bandido lhe valorará a ação.
São Delegados de Polícia…
Eu um Delegado de merda mesmo!