CONSIDERAÇÕES SOBRE A GREVE 11

Usarei aquí os ensinamentos do sábio Mestre Rubem Alves:Comparado com as outras espécies animais, o Homem, mesmo nascido de gestação a termo, é prematuro.
Não possui habilidade nenhuma, a não ser chorar quando sente alguma necessidade.
Um filhote de cavalo já nasce sabendo andar…um filhote de Homem só começa a engatinhar após alguns meses.
A natureza assim o fez, sem quaisquer instrumentos de sobrevivência além do choro.
Por outro lado, o ser humano carrega consigo, em uma das mãos, uma caixa de ferramentas, que o torna o animal mais poderoso do mundo. Na outra mão, carrega uma caixa de brinquedos.
Na caixa de ferramentas, trazemos coisas que são úteis para nossa sobrevivência…que nos dão poder…são objetos, como uma faca, um automóvel, um par de óculos…
Cabe a cada geração passar aos seus filhos essas ferramentas, e lhes ensinar como utilizá-las.
Ainda na caixa de ferramentas, está a capacidadade de pensar. Com essa capacidade, ele consegue aprender a usar as ferramentas…
A Ciência é a utilização da capacidade de pensar para criar novas ferramentas.Na caixa de brinquedos estão coisas inúteis.
Um sorriso de criança…o barulho das ondas nas pedras…a beleza de um Monet, a Valsinha, do grande Chico… a discussão sobre a traição de Capitu… São coisas que não servem para absolutamente nada… São sensações boas, é a beleza das coisas, é a sensibilidade à Arte… Não nos ajudam a sobreviver, não são instrumentos que utilizamos para conseguir Poder….Não têem qualquer serventia, a não ser nos dar prazer. A vida de um ser humano é boa quando ele consegue usar as ferramentas para abrir a caixa de brinquedos….
A Greve é um instrumento a ser utilizado quando as possibilidades de se obter o resultado esperado através da negociação cessam totalmente.
O objetivo da Greve deve ser forçar uma das partes envolvidas a iniciar ou retomar uma negociação…e o resultado de qualquer negociação é bom quando todas as partes envolvidas sentem que de alguma forma tiveram parte dos seus anseios satisfeitos.
Como instrumento de poder, a Greve se situa na caixa de ferramentas dos trabalhadores.
Não é um fim em si mesmo…Se o fosse, estaria na caixa de brinquedos, não da de ferramentas…..
Quem faz a greve não é este ou aquele líder ( ? ) sindical, mas o conjunto dos trabalhadores que resolvem, por maioria, que a categoria representada por aquele lider ( ? ) deve paralisar suas atividades.
O papel das lideranças não é decidir, mas implementar a decisão dos seus representados.
Ocorre que alguns líderes ( ? ) se julgam no direito de decidir por toda a categoria. Quando isso acontece, a greve – como ferramenta – sai da caixa de ferramentas do conjunto dos trabalhadores e vai para a caixa de ferramentas daquele líder ( ? ) … deixa de ser um instrumento usado para se obter um resultado positivo para os trabalhadores e passa a ser usado para que o líder ( ? ) obtenha poder.
Poder político, poder financeiro, poder com fins inconfessáveis.
Pior que isso é quando, ao invés de ir para a caixa de ferramentas do líder ( ? ), a greve vai direto para sua caixa de brinquedos.
Aí é a Greve pela Greve.
É a Greve inútil, sem objetivo outro que não dar prazer ao líder ( ? ). Nosso movimento chegou em um ponto que teremos que decidir: Vamos deixar os líderes ( ? ) tirar a greve da nossa caixa de ferramentas e passar para a deles ? Deixaremos que eles usem nossa ferramenta para abrir as suas próprias caixas de brinquedos ?
Parece-me que os dirigentes das Associações: dos Delegados (ADPESP), dos Investigadores (AIPESP), dos Escrivães (AEPESP) e dos Funcionários da Polícia Civil (AFPCESP) compreenderam melhor o que é uma greve e quais são os seus objetivos.
A proposta de suspensão da greve por 48 horas para que possa haver negociação com o Governo satisfaz totalmente a definição de Greve.
Esta é a liderança que não está subtraindo a ferramenta da nossa caixa para colocá-la na sua própria. Prova disso é que os Policiais Civis da região de Prudente, em ASSEMBLÉIA GERAL, decidiram apoiar tal proposta.
Os Policiais Civis da região de Campinas, idem.
Os Delegados de Polícia, em reunião convocada pela ADPESP, também assim o deliberaram.
As diretorias da AIPESP e da AEPESP, consultadas, aderiram totalmente à proposta.
Sugiro às lideranças ( ? ) de TODAS as entidades de classe que consultem aqueles que dizem representar, para saber COMO seus representados querem que a ferramenta GREVE seja utilizada.
Tenho certeza que as respostas nos supreenderão a todos.
Abraços….e até a vitória final.
Flávio Lapa Claro

Por falta de atenção Polícia Civil caminha para extinção 5

Buraco negro
Por falta de atenção Polícia Civil caminha para extinção
por Eduardo Mahon
Retrocedamos a 1987. Assembléia Constituinte instalada. Conflito de viés socialista como projeto de organização financeira e social e o parlamentarista, como alvo almejado pela esquerda intelectualizada. Projeto abortado pelo centrão. Fraturas no partido majoritário. Noite das punhaladas. Guerra das garrafadas. Era a História do Brasil se reescrevendo como farsa. O Congresso foi tomado pelo Brasil e seus lobistas sem carteira assinada. Eram vários congressos, tantos quantos os interesses. Emplacar um artigo na nova ordem constitucional: missão dos segmentos. Quando organizados, conseguiam. Muito organizados, iam além.
Comissões, subcomissões, grupos de trabalho. Recortes de dispositivos constitucionais estrangeiros no carpete dos apartamentos funcionais dos congressistas. Trabalho e negociação varando a madrugada. Artigos inseridos na undécima hora. Disposições transitórias-permanentes e permanentes-transitórias. Acomodação geral: tudo estava previsto e todos foram contemplados. E que Deus nos ajude. Só não se sabia ao certo de que forma tudo se ajeitava. Carência de regulamentação. Aparente ineficácia. Troca de acusações: o texto tornava o país ingovernável ou o governo era ingovernável? Coragem e covardia. Trevas e ilustração. Cinismo e verdade. É o Brasil.
Estava dissolvida a ditadura militar. A proximidade dos 20 anos de chumbo era, naquele momento, insuportável. Um dos temas-tabu naquele congresso era a segurança pública. Qualquer menção ao fortalecimento da categoria profissional policial iria frontalmente de encontro à abertura democrática, ressentidos os constituintes da repressão e do exílio. Atividades de inteligência policial, estratégias de investigação de núcleos marginalizados, (re)aparelhamento, modernização e treinamento policial, todos esses assuntos causavam arrepios e eram rechaçados. Afinal, um policial treinado poderia ser mais perigoso do que um néscio. Eram, então, sinônimos polícia e a censura repressiva. Políticos e imprensa com medo. Lembranças do Dops e Doi-Codi.
Gangorra de poderes. Enfraquecida a categoria policial, fortalecido o Ministério Público, após um discreto e poderoso lobby. Périplo gabinete por gabinete. A tese inicial era desvencilhar o MP da advocacia estatal. Rapidamente, evoluiu para garantias funcionais equiparadas às da judicatura e, finalmente, chegaram não só à completa independência institucional, como também inúmeras outras funções. Era o quarto poder. Mas o “poder do bem”. Surgiram os defensores da sociedade, fiscais da lei. De posse deste slogan, o Ministério Público, ao contrário da polícia e das forças armadas, foi adotado como filho querido da democracia, da liberdade, do novo pacto nacional com os critérios do Estado Social dos quais se constituía a nova catequese constitucional.
A polícia ficou sem independência. Sem imagem própria. Tímida, não tinha condições de organizar-se para pleitear nada. Controlar a polícia era essencial para manter os “cães da ditadura” sob controle. Justo por isso, a cargo do Ministério Público ficou confrontar, ainda que externamente, o poder policial. Sobrou uma nesga de garantias, centradas na prerrogativa policial, que é o inquérito policial, tutelado, supervisionado, limitado. Essa dicotomia, espécie de tatuagem ideológica, nunca mais foi removida na mentalidade brasileira — o bem contra o mal. Minguada, humilhada, submetida, à polícia restaram todas as críticas, as denúncias, as desconfianças, despojos das duas décadas de golpe militar. Um “mal necessário”, cujo cidadão teme, desconhece e quer distância.
Atualmente, está em curso um sutil movimento orquestrado de esvaziamento da polícia. O objetivo final é submetê-la, por completo, ao Ministério Público. Como fazer isso se estão elencadas as prerrogativas das autoridades policiais? É simples. Além de minar a credibilidade da classe, divulgando amplamente imagens negativas, intervindo brutalmente nas questões internas, sucateando a máquina policial investigativa, retroalimentando a frustração social com relação às atividades inerentes dos delegados e seus agentes, as atribuições constitucionais são maliciosamente (re)interpretadas como “concorrentes” e não “exclusivas”.
Lentamente, outras instituições estão abocanhando nacos de atribuições constitucionais. O Ministério Público quer, também, investigar. A Polícia Militar quer, também, lavrar termos circunstanciados. Políticos com propostas ingênuas de integrar as polícias; enfim, um conjunto de medidas de sufocamento policial civil. O ardil está ganhando força. Só que ninguém nota. Se não houver a mínima atenção para o quadro policial civil, brevemente veremos a sua extinção. A fragilidade da polícia gera outros monstros, tão ou mais perigosos que os porões militares. São piores porque aparentemente são legítimos. O centro gravitacional quer se tornar um buraco negro e a polícia civil, depois de enfraquecida, será apenas um satélite a ser engolido.
Revista Consultor Jurídico, 8 de outubro de 2008
Sobre o autor
Eduardo Mahon: é advogado em Mato Grosso e Brasília.

A miséria e mendicância das polícias, além de material é também moral, aviltante, humilhante e um chamamento a guerra! 38

Colegas, diante dos acontecimentos, parei hoje para pensar quais motivos desencadearam a maior e única greve ocorrida na Polícia Civil.
Cheguei ás conclusões abaixo e tenho certeza que, caso haja uma nova greve futuramente, não será mais por todos esses mesmos motivos e sim, apenas por melhores salários.
Saibam, porque EU entrei em greve.
1-Regime ditatorial imposto por Diretores. 2-Diferente tratamento aos subordinados não apadrinhados . 3-desvio de função de Delegados, culminando em 04 equipes 4-O afronto e acinte do enriquecimento ilícito oriundo da corrupção e sua Publicidade escandalosa na mídia brasileira 5-Perda total de respeito á hierarquia diante da corrupção e desmoralização 6-Envolvimento da instituição com os Bingos e maquineiros 7-critério discricionário nas promoções e ausência de respeito com os Delegados 8-Salário aviltante
Colegas, talvez sequer os Delegados de Polícia que ocuparam a cadeira da DGP, se atentaram para os fatos que desencadearam a greve em todo território paulista, muito menos o Governo que comodamente presumiu que a Polícia andava mal apenas com relação aos salários.
Ledo engano e que sirva de exemplo a todos brasileiros e muito mais aos partidos políticos, que sempre fizeram das milícias sua grande alcova, ora apadrinhando alguns com lugares privilegiados, ora perseguindo outros, vistos como simples moedas de troca de cadeiras.
O governo jamais imaginou que a polícia faria greve e movimento na proporção atingida, porque sempre pensou que essa mesma polícia complementa diuturnamente seu salário, na base da propina, do acobertamento de atividades Ilícitas e na sociedade com os bingos e jogo de bicho. Certa vez, a imprensa filmou delegados andando de Porshe e Ferrari, mas não mostrou aqueles que sequer carro possuem.
A mídia ainda mostrou, apartamentos de cobertura em Moema, Guarujá, São Lourenço, empresas de propriedades de Delegados, mas nunca mostrou que muitos simplesmente não têm onde morar e outros moram nas favelas, conforme diversos Policiais militares e Civis que conheço.
Eclodiu-se a greve.Era inevitável, iminente e incontrolável.
Mais que uma greve, foi a quebra das mordaças, do grito calado na garganta, comparado talvez Á revolução Francesa diante da soberba de Maria Antonieta contrastando com a miséria de muitos.
A miséria e mendicância das polícias, além de material é também moral, aviltante, humilhante e um chamamento a guerra!
Os grevistas mostraram a guilhotina afiada para as cabeças das inúmeras Marias Antonietas da Polícia!
Desafiou-se o poder instalado, a hierarquia desmoralizada pelos escândalos e submissa ao jogo governamental. Milhares de bandejas á espera de cabeças, principalmente aquelas ligadas diretamente ao Governo.
Todos pegos de surpresa.
Até mesmo um ataque de facções criminosas era previsível.
Rebelião por parte da polícia, jamais.
Diante da quebra de braço, o Governo tinha de encontrar uma saída honrosa diante da derrota e aguardava desesperadamente um sinal verde de alguma das entidades ligadas á greve, para um início de conversa e suspensão da forca para pescoços incautos.
Enquanto as passeatas abriam os olhos atônitos de toda a sociedade, nos bastidores foi montado o quebra cabeça, tanto é certo, que três dias antes do anúncio da trégua, diversos delegados titulares já estavam cientes da proposta.
Menos os grevistas!!
A proposta de trégua, veio por meios duvidosos, porém em bom momento e acertadamente. Inverte-se a posse do “sapo-inchado”, transferindo-se a responsabilidade tida como intransigente por parte dos grevistas, para a saída “honrosa” do governo e seu medo de confessar perdido o controle estatal da Segurança Pública.
Colegas, o Governo no desespero de ser linchado pela opinião pública, certamente oferecerá alguma coisa de Imediato aos grevistas.
Não esperem muito, porque os motivos que ensejaram a greve, não foram sedimentados em salários somente, conforme mostrei.
Busca-se a dignidade de funcionários públicos e não de escravos de uma elite privilegiada nos meios policiais.
Seja escrito torto por linhas mais ou menos retas, o Dr.Roque fez o jogo dos bastidores e projetou uma ponte entre grevistas,governo, em busca de uma solução, ou ao menos, que o Governo nos diga o que tem a oferecer.
No meu entender desde o princípio, não houve qualquer traição, houve sim, acertos de bastidores, porque a greve e paralisação é apenas um dos itens dos movimentos reivindicatórios, não é um estado de permanência eterna onde apenas um dos lados grita desesperadamente para que o outro o escute. Essa negociação era realmente necessária e não representa que os grevistas recuaram. Apenas deram uma oportunidade ao opressor.
Colegas, como bons estrategistas e verdadeiros “revolucionários” que fomos até agora, não devemos demonstrar fraqueza intelectual ou carência de diplomacia,através de sugestão de expulsão do Dr.Roque da Adpesp.
Essa conduta não é digna daqueles que se dizem pertencentes da Nova Polícia!
(Jo )

Fracassa acordo para fim da greve de policiais em SP 21

Fracassou a tentativa de acordo entre a Secretaria de Gestão Pública paulista e representantes da Polícia Civil sobre o reajuste salarial para ativos, inativos e pensionistas da categoria.

As partes voltaram a se reunir hoje para tentar por fim à greve de policiais civis.

As negociações serão retomadas amanhã, em nova reunião.

Neste segundo dia de negociações, além da Associação dos Delegados (Adpesp), participaram do encontro representantes de agentes, funcionários, investigadores, carcereiros, escrivães e papiloscopistas e equipes técnicas da pasta e da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Eles conversaram com o secretário Sidney Beraldo.

Os policiais já conseguiram a extinção da quarta e da quinta classes, beneficiando mais de 1,2 mil delegados, e a autorização do envio de um projeto de lei para a Assembléia Legislativa que regulamenta a aposentadoria especial.

A Adpesp decidiu, nesta semana, suspender a paralisação da categoria para voltar a negociar com o governo. Segundo a associação, o registro de boletim de ocorrência, que durante a greve se restringiu a casos graves, voltou ao normal.
(O ESTADO)

só não estando aqui a minoria de Policias corruptos que não precisam de salário e que envergonham a nossa Polícia 25

Já fazem mais de trinta anos que não vejo uma manifestação por parte de Policiais Civis, com tanta coragem, que em estado de greve reivindicam salários dignos.
O que vemos são todas as categorias unidas em um único objetivo sem medo de suas chefias, Delegados autoritários, Cardeais que só pensam na suas cadeiras, esquecendo-se que elas são passageiras.
Talvez ganhando muito bem com o dinheiro da corrupção.
Nesta passeata estão Policiais Civis unidos a fim de levar a Polícia Civil ao lugar que ela merece, só não estando aqui a minoria de Policias corruptos que não precisam de salário e que envergonham a nossa Polícia.
Esta reivindicação por dignidade salarial é a liberdade dos cala boca e dependência de propinas de jogo de bicho, maquininhas, bingo etc. e bicos que são obrigados a fazer para conseguirem um dinheirinho a mais.
Família Policial Civil vamos continuar unidos independente das decisões políticas, das traições de algumas entidades classistas (leia-se Associação dos Escrivães, Associação dos Investigadores, Associação dos Funcionários da Policia Civil do Estado de São Paulo e Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, alguns dos Delegados Seccionais e todos os Diretores de Departamentos) seguindo com nosso único objetivo que é DIGNIDADE SALARIAL.
(colaboração TIN)

O PSDB E A SOLUÇÃO PARA A CRISE FINANCEIRA: GOVERNO DEVE CORTAR GASTOS 8

Os líderes do PSDB defendem – há anos – que todo o dinheiro público deve ser destinado a investimentos produtivos.
Salvo o dinheiro para o bolso dos parlamentares e comissionados.
E produtivos significa: INICIATIVA PRIVADA.
A FIESP, o COMÉRCIO e os BANCOS.
Logo – aguardem – a próxima desculpa do governo paulista será:
A CRISE INTERNACIONAL INVIABILIZOU QUAISQUER AUMENTOS PARA OS POLICIAIS.
Diga-se de passagem, argumento empregado em 1999…2001…02…03…04…05…1990…1988…. 1985 .

Suspensão em SP não deve mudar greve dos policiais em Santos 13

quarta-feira, 8 de outubro de 2008, 19:03
Suspensão em SP não deve mudar greve dos policiais em Santos
Presidente do sindicato na Baixada Santista disse que ruptura trouxe evasão de apenas 10% no movimento
Rejane Lima – O Estado de S.Paulo
SANTOS – A decisão da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) de suspender a paralisação não causou mudança no rumo do movimento na Baixada Santista, segundo o Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo na Região de Santos (Sinpolsan).
No entanto, o presidente do sindicato, Décio Couto Clemente, admite que a ruptura do grupo trouxe até 10% de evasão ao movimento que agora conta coma a adesão de 90% dos policiais civis da região. “É uma ou outra delegacia com não delegados sócios da associação que quererem acompanhar a decisão, mas isso vai tirar o rumo do movimento, pois eles precisam dos escrivães para bater os Boletins de Ocorrência”, explicou.

Clemente afirma que embora o Governo estivesse torcendo para que a decisão do Adpesp causasse a divisão da categoria, isso não aconteceu na Baixada Santista. “São apenas 48 horas que decidiram parar com a greve, sexta-feira nós estaremos de braços abertos esperando por eles”, disse.

De acordo com o presidente do Sinpolsan, os policiais da região já se preparam para a grande passeada marcada para a sexta-feira, às 15 horas, na Avenida Paulista, na capital. “Já estamos com três ônibus lotados que devem sair de Santos às 11 horas”, explicou.

CARTA ABERTA AOS DELEGADOS DE POLICIA 21

Vivenciei, até aposentar-me em 1991, três grandes movimentos de nossa classe. Nenhum, entretanto, tomou as proporções que o presente movimento já tomou, fruto de um conjunto de sentimentos que invadiu a classe, no qual se entrelaçam: inconformismo, desesperança, determinação, fibra e coragem.
Já na década de 1970 cogitou-se de greve, mas não se conseguiu mobilização suficiente, não por falta de coragem ou liderança, mas pelo apego à liturgia do cargo e à missão do Delegado de Polícia. De qualquer maneira, o Governo dialogou com a classe e, pelo menos em parte, cedeu aos nossos reclamos.
Agora a greve eclode: inédita, forte, legítima e legal, potencializada pelas lideranças emergentes, pela intercomunicação instantânea, pelas passeatas, pela mídia e até pela pressão do Governo.
Inscrevi-me no grupo e tenho, com viva emoção, acompanhado seu desenrolar, especialmente pelas mais de 8000 mensagens guardadas em meu computador. Achei que não me cabia incentivar a greve, não por discordar dela, mas porque, como aposentado, não estaria dando “a cara a tapa” como o(a)s colegas da ativa.
Fui, no dia 24 de setembro, convidado a participar de uma reunião com os Secretários de Gestão e da Segurança, presentes o Delegado Geral e mais quatro Conselheiros. Aceitei após esclarecer que não estaria representando ninguém e limitar-me-ia a ouvir. Nessa reunião, os Secretários expuseram aos presentes a proposta que o Governo entendia, financeira e politicamente, possível: 4,5% de aumento, extinção da 5ª classe, supressão ao ALE de menor valor e elaboração de projeto de lei sobre aposentadoria especial.
Vou limitar-me a sintetizar o que, ao final, eu disse aos Secretários (por não confiar na memória, anotei os pontos principais):
1. reafirmo que aqui não represento nenhuma entidade ou movimento;
2. a situação da classe é insustentável;
3. a proposta é inaceitável;
4. é falácia argumentar com a limitação da Lei de Responsabilidade Fiscal, dado que o próprio Tribunal de Contas do Estado entende que, para atender ao mandamento constitucional de revisão geral e anual dos vencimentos dos servidores públicos, não incide tal limitação;
5. já em 1983, presidi Comissão que elaborou projeto de reestruturação da Polícia Civil, que nenhum governo prestou-se a prestigiar e adotar. Como acreditar que o atual projeto vingue e nos aparte da PM? Só a extinção da 5ª classe não será suficiente;
6. a política de concessão de gratificações pontuais e não incorporáveis é errada e diversionista;
7. marginalizar os aposentados e as pensionistas dos reajustes é covardia (textual), dado não terem estes e estas capacidade de reação e de mobilização;
8. não é verdade que o Governo não dispõe de recursos para atender a classe, dado que, no final do ano passado, o superávit primário do Estado estava em R$ 17,2 bilhões ([1]);
9. assim, o limite de R$ 500 milhões anunciado como limite fixado pelos órgãos de planejamento e fazendários para custear o reajuste poderia e deveria, por decisão política do Governador, ser revisto e aumentado;
10. o problema da Polícia Civil deveria ser tratado separadamente da PM, dado não ser justo que ela se aproveite do movimento da Polícia Civil para beneficiar-se, ainda mais quando disso se utiliza para usurpar funções;
11. o Governo cometeu alguns erros crassos, jogando gasolina na fogueira: puniu o Presidente da ADPESP e o Seccional de Barretos; determinou que Diretores exerçam pressão sobre os colegas; mandou a PM fazer B.O. “Secretário: isso é a mesma coisa que xingar a mãe da gente” (textual);
12. a promessa de mandar projeto de lei restabelecendo a aposentadoria especial pouco representará para os colegas da ativa, em face da perda de 25% relativos às vantagens não incorporáveis, enquanto estas tiverem essa natureza;
13. o fato do Governo afirmar que não negocia durante a greve é relativo, pois nada impede que terceiros façam essa intermediação, dando como exemplo a OAB;
No dia 26 recebi convite para nova reunião, ocasião em que o Secretário Beraldo apresentou aos presentes praticamente a mesma proposta. Admitiu como opção a permanência do ALE 1, aproveitando essa verba para aumentar de 4,5% para 6,2% o índice do reajuste geral. Confirmou que o Governo concordara em mandar o projeto de lei sobre a aposentadoria especial e o projeto de reestruturação, no qual a 4ª Classe passaria a “virtual”, ou seja, nela seriam nomeados os Delegados que ingressassem na carreira, permanecendo durante o estágio probatório, com promoção automática à 3ª Classe, ao fim daquele período, fixando-se em 10% a diferença entre as classes.
Ficou assentado que os Conselheiros passariam essa propostas aos respectivos Delegados, ocasião em que, com palavras textuais, reafirmei: “Acho a proposta inaceitável e não serei interlocutor ou defensor dela perante os colegas”.
Há diversos motivos para ter achado e ainda achar, tal como está, inaceitável a proposta: a) percentual irrisório; b) falta de previsão para os anos seguintes; c) manutenção: c.1) da política de gratificações que não se incorporam e que inviabilizam a aposentadoria; c.2) da discriminação dos aposentados e pensionistas; c.3) da 4ª Classe; c.4) da vinculação com a PM; d) do pequeno percentual (10%) entre as classes.
O maior motivo, talvez, seja o seguinte: A aceitação pura e simples da proposta de eliminar somente a 5ª Classe, dará ao Governo, a um custo ínfimo, a alforria de não ser mais o Pior Salário Do Brasil, gravame político que muito o incomoda e que representa o grande trunfo que a classe perderá.
Enquanto essas consultas eram feitas, eis que, nesta segunda-feira, em reunião realizada na ADPESP, deliberou-se suspender a greve por 48 horas.
Li, desde então, todas as mensagens que circularam na nossa página da Internet. Essa leitura é que me fez escrever esta carta, profundamente preocupado com a situação.
Não vou entrar no mérito de ter sido oportuna ou inoportuna tal suspensão, correta ou incorreta a forma pela qual foi decidida. São ponderáveis as razões de um e outro lado. “Não custa suspender o movimento, até para passar a bola para o Governo e demonstrar que é dele o radicalismo”, dizem uns. “Parar a greve é mostrar fraqueza, ainda mais quando não foi decidida em assembléia”, afirmam outros.
A vida e a advocacia ensinaram-me a encarar o fato. O fato é que esse episódio está dividindo a classe, para gáudio do Governo. Isso, não podemos aceitar!
Embora não integre o Comando de Greve e seja um mero integrante do grupo, é em nome da união da classe que me dirijo aos colegas, não sem antes de redigi-la ter pedido inspiração aos queridos ex-presidentes e grandes líderes da nossa classe, a quem, em vida, aprendi a estimar, ouvir e respeitar: Amir Neves Ferreira da Silva, Mauricio Henrique Guimarães Pereira, Ivahir Freitas Garcia, Coriolano, Nogueira Cobra, Francisco Guimarães do Nascimento, Newton Fernandes, Jair Cesário da Silva, Antonio Ribeiro de Andrade e Guilherme Pires de Albuquerque.
Não há tempo hábil e nem condições práticas e emocionais para um imediato consenso. Suspendam, por favor, as críticas e as retaliações pessoais! Quem acha que deve prosseguir com a greve, faça-o, sem críticas dos que discordam. Quem quiser suspendê-la, que o faça e seja respeitado por isso.
Nesse ínterim, ante o fato posto, vamos ver o que o Governo faz com a bola que recebeu (a contra-proposta). É a vez dele falar!
Sobre o que vier a falar (ou não falar), a classe reunida e “re-unida” adotará, em assembléia promovida pela ADPESP, o que achar justo e, aí, todos se obrigarão quanto ao democraticamente decidido.
Se tiver restado, enquanto isso, dúvida sobre o comportamento de algum colega, ao final – e só então – o Conselho de Ética da Associação poderá ser acionado para apreciá-lo.
Por fim, uma palavra aos colegas e amigos Diretores, Seccionais e Divisionários, companheiros de antigas lutas, a quem guardo grande estima e profundo respeito e aos quais rogo indulgência por incluí-los nesta carta.
Compreendo a difícil e delicada posição de vocês. Nem sempre é possível atender aos interesses do Governo e da Classe, interesses que em regra se contrapõem. Mas é imperioso tentar. Respeitem a postura dos colegas que aderiram à greve, cujo respaldo de legalidade foi dado pelo Poder Judiciário e que, no fundo, atuam em benefício de seus próprios interesses (leia-se: vencimentos).
Sabemos nós que, no fundo, vocês concordam com os reclamos da classe, justos e antigos. Se for o caso, avoquem a ocorrência que o colega não atendeu e dêem-lhe a solução adequada. Pressionem “de leve”. Não “entreguem”. “Jogo de cintura!”.
Não permitam retaliações. Sejam paternalmente tolerantes com os mais jovens.
O Governo é frio, impessoal e ingrato. O cargo é passageiro. O poder é efêmero e enganoso. Nossa consciência é severa. A memória da classe é duradoura.
Que Deus a todos nos inspire e guarde.
São Paulo, 7 de outubro de 2008.
KFOURI.

Na realidade estamos mais unidos do que nunca. Mas o nó está preso na garganta…é desabafo…14 anos sem poder falar nada… 9

elvira disse…
Na realidade estamos mais unidos do que nunca. Mas o nó está preso na garganta…é desabafo…14 anos sem poder falar nada…
8 de Outubro de 2008 17:26
Anônimo disse…
COMO LEITOR ASSIDUO DO BLOG OPINO-
DEPOIS DAS DECLARAÇÕES DOS DELEGADOS DO CPC ,DEPOIS DA POSIÇÃO DA ADPESP, DEPOIS DA DESUNIÃO DO MOVIMENTO, AGUARDEM E COBREM DEPOIS :
A GREVE DOS SENHORES JÁ ERA, NA PAULISTA HAVERÁ NO MAXIMO 100 A 150 ISSO SE OS APOSENTADOS COM SAUDE COMPARECEREM , O GOVERNO VAI DAR O INDICE JÁ CONHECIDO , VAI ACABAR COM A 5 CLASSE PARA TODAS AS CARREIRAS COMO FEZ COM A PM 2 TENENTE.
A TAL GRATIFICAÇÃO NAO INCORPORADA CONTINUARA, OS APOSENTADOS FICARAM VENDO NAVIOS, O PROJETO VAI PARA A ASSEMBLEIA, DEPUTADOS DA OPOSIÇÃO FARÃO INUMERAS EMENDAS “MARAVILHOSAS” OS DEPUTADOS DA BASE DO GOVERNO DIRÃO QUE ESSAS EMENDAS DEVERIAM SER APROVADAS MAS SÃO INCONSTITUCIONAIS AI O PROJETO DO SR GOVERNADOR SERA APROVADO E MAIS UMA VEZ A POLICIA VAI FICAR DESMORALIZADA.
COMO PESSOA , SERIA O HOMEM MAIS FELIZ SE ESSA MINHA OPINIÃO ESTIVER TOTALMENTE ERRADA

DITADURA AGAIN!!!!!!!!!!! 7

Anônimo disse…
O pior é que nos tentam silenciar a pulso, violentando nossos ideais, e desprezando as demais carreiras!!!!!!!!!!!!!!!
ESTÃO BLOQUEANDO O ACESSO DO SITE NAS DELEGACIAS!!!!!!!!!!!!
É SÓ METER A BOCA QUE NO DIA SEGUINTE ELES BLOQUEIAM!!!!!!!!!!!
DITADURA AGAIN!!!!!!!!!!!
PAU NO JOSÉ XIRICO SERRA!!!!!!!!!!!!!
8 de Outubro de 2008 11:29

OS POLICIAIS CIVIS SÃO INTELIGENTES… 4

E não se deixam levar por Blog, por políticos, por comentários ou pelos sindicatos e associações.
Sabem ouvir, sabem ler e, ao final, discernir entre a verdade e a mentira.
Engana-se quem acha que a liberdade de manifestção causa prejuízos …
Liberdade de manifestação não DENIGRE…
Edifica, sempre!
O funcionário público tem o dever de conviver com as críticas; por mais severas e injustas que sejam.
E devem dar respostas com condutas honestas, jamais com desconsideração, silêncio e retaliações…
Mentiras não causam medo.