TUDO CALMO? 85

Prezado Delegado Roberto,
Estamos em silêncio por não termos nenhum dado relevante a ser comentado.
Existem apenas especulações sobre quem será indicado para o cargo de delegado seccional e do delegado Diretor, se este último for mexido. (tudo especulações).
Apenas confirmamos a vossa senhoria de que ficou “acertado” entre a cupula e os maquineiros de que na cidade de Santos, não haja mais máquinas em nenhum estabelecimento (pois o alvo das investigações estão muito evidentes nesta cidade).
Entretanto, como o pagamento de PROPINA continua sendo efetuado aos delegados titulares, investigadores e escrivães chefes, a LIBERAÇÃO é total nas demais cidades circunvizinhas.
Esperamos que tenha novidades para nos contar.
No aguardo,
Saudações.

O ASSASSINOS DE HERZOG: Eles continuam trabalhando para o mal, ninguém se regenera desse tipo de coisa

‘Não quero virar esta página. Quero imprimi-la na História’
Clarice Herzog comemora o lançamento do livro oficial sobre a ditadura.

Quer mais: a abertura dos arquivos
Flávia Tavares – Estadão
TRANSFORMAÇÃO – “Fiquei mais triste, menos tolerante”SÃO PAULO – Desde que Vladimir Herzog foi morto nos porões do DOI-CODI, em 1975, Clarice, sua viúva, obteve algumas vitórias. A mais recente foi nesta semana, quando o governo brasileiro lançou o livro Direito à Memória e à Verdade . “Esse é só o primeiro passo. O próximo é a abertura dos arquivos”, afirma Clarice.

É neste ponto que seu filho mais velho, Ivo Herzog, entra na conversa. Para discordar. “Não sei se eles devem ser abertos. Se forem tratados com sensacionalismo, é melhor que não sejam”, diz Ivo, que esteve no evento de lançamento do livro, em Brasília. Ivo, engenheiro, tinha 9 anos quando o pai morreu. O irmão mais novo, André, 7. Confira os principais trechos da entrevista que Clarice e Ivo Herzog concederam ao Aliás.Qual era o clima em SP durante a ditadura?Clarice Herzog – Não vivíamos com medo, assustados. Nosso sentimento era muito mais de indignação. A indignação era comum a todos? Clarice – Eu convivia com isso, porque freqüentava os círculos de jornalistas. Reuníamos amigos de esquerda e discutíamos sobre os rumos do Brasil e, principalmente, nossos limites. Por que o caso Vlado se tornou tão simbólico?Clarice – Porque ele era diretor de uma TV pública, dava aula na USP, tinha passaporte, podia sair do País se quisesse. Os perseguidos não eram mais só clandestinos ou membros da luta armada. Houve uma ruptura. Os pedidos constantes para que você fale de Vlado a incomodam?Clarice – É muito difícil. Esta é uma ferida que está aberta. Só não está mais inflamada. Sempre que acontece algum episódio relacionado à ditadura, tudo volta à tona. A figura dele é muito usada, as pessoas reproduzem as fotos dele pendurado, como se esquecessem que ele tem filhos e mãe vendo isso. Quando as memórias vêm à tona?Clarice – Todo aniversário do Vlado é doloroso para mim. Mas, publicamente, o último baque foi a divulgação daquelas fotos, em 2004, que eu achei ser do Vlado. Fiquei muito aliviada quando soube que não era ele, e horrorizada por saber que tinham feito tudo aquilo com o padre que estava na foto. Por que você aceita os convites para entrevistas?Clarice – Sou muito procurada. Gostaria de ser esquecida. Vivo esse dilema entre a cidadã, que deve falar sobre o passado, principalmente aos jovens, e a mulher que quer fechar a portinha, deixar o assunto quieto. Meus depoimentos já foram dados. O lançamento desse livro lhe dá algo novo a dizer?Clarice – Ele foi importantíssimo, porque foi um reconhecimento oficial, que até agora não havia ocorrido. Algumas comissões já haviam lançado livros, mas não havia um documento endossado pelo presidente da República. O próximo passo seria a abertura dos arquivos. Eles têm que ser abertos.Ivo, você concorda?Ivo Herzog – Isso é muito delicado. A questão tem lado emocional e racional. As famílias são pura emoção. A instituição do Estado que provocou tudo aquilo tem que ser tratada com racionalidade. Além disso, a imprensa é muito sensacionalista. Tenho certeza de que, se os arquivos forem abertos, eles vão gerar mais interesse pelo lado apelativo do que pela revelação da verdade. Qual o limite para a divulgação do que estiver dentro dos arquivos? Ivo – Não sei. Os fatos têm que ser apurados, os participantes têm que ser identificados claramente. Aí, tem a questão da lei da anistia, então, não vai haver um processo contra eles. Mas pelo menos saberemos quem foram os responsáveis e onde eles estão. Me incomoda essas pessoas não terem essa mancha de seus passados expostas a todos. Esse livro chegou tarde, Clarice?Clarice – Antes tarde do que nunca, mas veio tarde sim. Outros países discutiram isso há tanto tempo. Acho que o Lula não tinha condições políticas de fazer isso antes. Foi uma questão de conjuntura. Em algum nível, esse documento é eficiente para resolver a sua questão pessoal?Clarice – Não, isso não existe. O livro é uma conquista dos familiares, da sociedade, dos órgãos envolvidos. É um fortalecimento. Mas não resolve nada no nível individual. Quando tivemos a sentença favorável ao Vlado, por exemplo, não me senti confortada. Nem com a indenização que recebi anos depois. O Lula falou que esse seria o primeiro passo para virarmos essa página da História.Clarice – A expressão foi infeliz. Não se vira uma página como esta. Aliás, esse livro vem para, finalmente, imprimir esta página na História.O livro fala de decapitações e estupros. Isso a surpreendeu?Clarice – De algumas coisas a gente já sabia. Pessoas que sobreviveram nos contaram o que acontecia nos porões. Só que uma coisa é o burburinho; outra é ver isso escrito, ter a confirmação de que essas barbaridades aconteceram. É um paradoxo. Ao mesmo tempo que é duro ver, é um passo em direção à verdade. No fundo, a gente quer saber como foi. O que você achou da ausência de chefes militares na cerimônia?Clarice – Bem sintomático. Há um corporativismo danado, os militares vão fazer de tudo para segurar essas informações. Há justiça na lei da anistia?Clarice – Me perguntaram isso quando a lei da anistia foi promulgada. Respondi: eu não anistio criminosos. Um dos lados morreu e matou porque lutava pela redemocratização do Brasil. O outro assassinou porque estava sendo pago para isso. São criminosos. Sei que é uma visão radical.Você chegou a encontrar algum torturador do Vlado?Clarice – Não. Só sei quem são os dois que bateram na minha porta atrás dele. Depois, fiquei sabendo de nomes de pessoas, mas nunca as vi na minha frente. Se eu visse, acho que teria vontade de avançar nelas. Mas o tempo faz com que a gente tente uma sociedade diferente. Não quero revanche.É humanamente possível evitar o sentimento de querer que alguém pague pelo que fez?Clarice – Não foi uma pessoa, foi um sistema. Não quero ver a cara de quem matou o Vlado. Toda vez que há denúncias de quem são os torturadores, meu estômago embrulha. Não quero ver, tenho nojo.O que você deseja para essas pessoas?Clarice – (Risos) Que eles vão para o inferno e morram bem sequinhos. (Mais séria) O que me deixa desesperada é que vários deles estão trabalhando, no governo, e eu estou pagando o salário dessa gente. A exposição dessas pessoas ajudaria um pouco. Eles não vão ser presos, mas que caiam fora. Quero que eles percam seu espaço político de atuação. Eles continuam trabalhando para o mal, ninguém se regenera desse tipo de coisa. Você se tornou amargurada depois da morte do Vlado?Clarice – Sim, fiquei uma pessoa triste. Mais dura, menos tolerante com o outro. Mais crítica. Não suporto leviandade. Passei a brincar menos com meus filhos.O que você ainda gostaria de obter com esse caso?Clarice – Acho que já cumpri meu principal objetivo, que era provar que o Vlado foi assassinado. Não quero saber quem o matou, não terei ganho com isso. Nossa conquista é outra. É ver hoje as pessoas que foram perseguidas no poder, liderando processos. Sabe o que eu queria mesmo? Que a gente tivesse uma sociedade melhor. Estou muito chateada com o Brasil. Descobrir quem matou o Vlado é uma coisa muito pequena perto de tudo isso que está acontecendo.

VLADO, A MEMÓRIA NECESSÁRIA – ALGUÉM PODE REVELAR NOMES ?

As duas mortes de Herzog
Por Luiz Weis em 25/10/2005
Publicado originalmente no Jornal da Tarde, edição de 24 de outubro de 1995, por ocasião dos 20 anos da morte de Vladimir Herzog.
Vlado Herzog começou a morrer na terça-feira, 31 de março de 1964, quando estalou o golpe que instituiu o mais longo período de privação de liberdades da História republicana. Terminou de morrer no sábado, 25 de outubro de 1975, quando seu coração não agüentou os choques elétricos no DOI-Codi de São Paulo (as três primeiras letras da sigla dizem tudo das operações internas que se podiam praticar nesses destacamentos). O DOI-Codi ficava na rua Tutóia. “Tutóia Hilton”, costumava rir um jornalista chegado aos gerentes do estabelecimento.
Nos onze anos e seis meses que transcorreram entre a morte na alma, por asfixia da esperança, e a morte física, na cadeira do dragão, Vlado fez o que pôde para se manter vivo, isto é, inteiro, lúcido, às vezes até feliz: amou, criou filhos, trabalhou, estudou, pensou, indignou-se, mostrou-se. Foi morar na Inglaterra, já em 1965, para respirar; voltou ao Brasil, em 1968, duas semanas depois do AI-5: não sendo nem desejando ser inglês, queria dar um rumo à vida no País onde se fez homem e do qual escolhera ser cidadão. Tanto pior que esse País estivesse embrutecido pelo autoritarismo e acoelhado pelo medo: a indiferença lhe seria tão impossível como a cumplicidade.
Anticomunista e desdenhoso da política na juventude, tendo dobrado à esquerda numa idade em que muita gente já começa a tomar caminhos de maior conforto, aproximou-se do PCB, não porque tivesse qualquer ilusão sobre o que se passava do lado de lá do Muro. Mas porque se convenceu, como tantos de nós, de que, excluída a luta armada – sectária, raivosa e, afinal, divorciada do povo em cujo nome pretendia vietnamizar o Brasil – a única possibilidade de ação eficaz em favor do restabelecimento da democracia era aquela adotada pelos comunistas.
O PCB fomentava a articulação de alianças entre todos quantos se dispusessem a defender o Estado de Direito, as liberdades públicas e as garantias individuais, sem pedir atestado de antecedentes aos interessados. Ao mesmo tempo, tratava de estimular a resistência ao regime, mediante a ocupação de espaços nas organizações da sociedade civil, imprensa, universidade, meios artísticos, sem esquecer a oposição consentida, o MDB, a fim de despertar a opinião pública para a ignomínia da censura e do arbítrio, da tortura e extermínio de “subversivos” e “terroristas”.
Vlado e demais companheiros de viagem tínhamos em comum a expectativa de que, quanto mais passageiros carregasse, tanto mais depressa o heterogêneo comboio político montado pelo Partidão teria condições de ultrapassar a abertura lenta, gradual e insegura dos generais Geisel e Golbery, de forma que a sociedade passasse a ditar o ritmo da restauração democrática.
Como a erosão da memória é uma das marcas registradas deste País, é necessário lembrar que a tragédia de Vladimir Herzog foi o imprevisto que precipitou a crise do regime. Meses depois, a morte do operário Manoel Fiel Filho, igualmente apresentada como suicídio, no mesmo DOI-Codi da Rua Tutóia, arrebentaria de vez a coexistência cada vez mais difícil entre as facções que disputavam o poder no âmbito do sistema militar. Os algozes de Vlado, agentes dessa ditadura que vicejava dentro da ditadura – o aparelho de repressão – certamente preferiam-no vivo, e dobrado, para usá-lo na armação destinada a vedar a mais estreita fresta que fosse de ressurgimento da liberdade no País.
A operação vinha germinando desde que, nas eleições legislativas de 1974, a população votou maçicamente, pela primeira vez, na oposição. O resultado açulou os neolíticos do sistema, certos de que a “permissividade” patrocinada pelo governo permitiria em pouco tempo que os comunistas, padres e bacharéis destruissem as “conquistas da Revolução”. As prisões e as torturas se intensificaram. Suprimida a guerrilha, havia que fabricar, a qualquer custo, um nexo entre a subversão e os setores liberais do regime, como o governo Paulo Egydio Martins, em São Paulo. Chegaram em Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura. Se ele não morresse, teriam ido mais longe.
Vinte anos e uma Lei de Anistia depois, talvez nada se possa fazer contra os operadores das máquinas de choque do Tutóia Hilton.
Mais dia, menos dia, porém, seus nomes serão conhecidos: no fim alguém sempre fala.
Por ora, se não se sabe quem torturou Vlado, que se saiba ao menos o que o fez viver entre uma morte e outra.
fontes: Luis Weis e Jornal da Tarde

MP: falha em investigação mantém crime organizado Resposta

MP: falha em investigação mantém crime organizado
Fabiana Leal
O procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Mauro Henrique Renner, que já presidiu o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas, disse que o crime tem sido “um bom investimento” devido à ausência do Estado. Segundo ele, houve uma migração para o crime organizado pela falta de qualificação na área de investigação.
“Os Estados têm dificuldade na qualificação dos policiais. Tanto no efetivo quanto no investimento. O Direito é mais eficaz nos crimes eventuais”, afirmou.
Segundo Renner, 99% dos presos no País cumprem pena por crimes cotidianos (furto, latrocínio, homicídio). “Crimes onde não sentimos dor, onde as pessoas não são identificadas, onde vítimas não têm rostos, em crimes contra a administração pública, contra o erário, onde há um custo elevado para o Estado, o direito penal quase não atua”.
“A vocação do MP é para o processo, e nós estamos mudando nossa atuação por causa dessa ausência do Estado para o combate à criminalidade, à impunidade. Há um grande número de boletins de ocorrência, mas que não são apurados pela polícia”, afirmou Renner.
Segundo o procurador, há um déficit muito grande de pessoal no Rio Grande do Sul. “A Polícia Civil tem o mesmo efetivo há 30 anos. A Polícia Militar, há 15 anos. E isso é uma realidade de muitos Estados”.
“O ideal seria, evidentemente, uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para tentar, durante cinco anos, que um percentual de verbas ficasse vinculado à área da segurança pública”, afirmou o procurador-geral.
A PEC 60/05 de autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) propõe que a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios apliquem parte de suas receitas em ações de segurança pública pelos próximos cinco anos. A PEC já recebeu sinal verde da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, mas ainda tem que passar pelo Plenário da Casa e pela Câmara dos Deputados.
O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, José Francisco Mallmann, disse que está prevista a modernização da gestão; a recomposição de efetivos e o apoio e valorização ao policial. “Por isso, precisamos de policiais treinados, motivados e bem remunerados. Há 25 anos a BM (Polícia Militar do Estado) tinha cerca de 30 mil policiais, hoje são em torno de 23 mil, 10 mil a menos para um efetivo previsto de 33.650 servidores, fixado ainda em 1991, com base na população da época”.
Segundo o secretário, na Polícia Civil, o quadro é ainda mais agravante, há um déficit atual de mais de 50% nos quadros, reduzindo a polícia, hoje, a pouco mais de 4,5 mil servidores.
No dia 31 de agosto deste ano, a governadora Yeda Crusius e o secretário anunciaram o aporte de R$ 50 milhões para a segurança pública gaúcha, recursos oriundos da União e com contrapartida variando de 2% ao 20% para o Estado.
“O ideal é que tivesse um gestão de segurança pública de Estado e não de governo. Temos de trabalhar segurança pública a longo prazo e não a curto prazo. Segurança Pública não é só a atividade criminal. As causas do crime estão voltadas às questões sociais”, disse Renner.
Mallmann, que assumiu a pasta no dia 23 de abril deste ano, informou que, uma semana depois da posse, entregou em mãos, ao ministro da Justiça, Tarso Genro, 66 projetos orçados em R$ 262 milhões e alinhados aos cinco eixos do Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP) – prevenção da violência, valorização profissional, gestão de conhecimento, reaparelhamento policial e unidades funcionais

BESTIALIDADES COMO TORTURA E ASSASSINATO

 a vítima Vladimir Herzog

Nas dependências do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), um homem é torturado com pancadas e choques elétricos. Seus companheiros, na sala ao lado ouvem seus gritos. O homem recusa-se a assinar um suposto depoimento por não admitir que as informações constantes naquele pedaço de papel sejam verdadeiras. Ele não escrevera nenhuma palavra daquilo. Em um ato de indignação, rasga o papel. E num ato de maior indignação ainda, mesclado a ira, seu torturador o esbofeteia. Os amigos, na outra sala, não ouvem mais seus gritos. Algumas horas mais tarde, dentro de uma cela no mesmo departamento, uma foto do homem morto, amarrado por uma tira de pano em um pequeno pedaço de ferro no alto da cela. O Inquérito Policial Militar, IPM dá como causa da morte suicídio por enforcamento. Esta era a versão oficial sustentada pelos militares e ignorada pela família. Vladimir Herzog havia sido assassinado e seus torturadores haviam montado uma farsa grotesca para encobrir a barbaridade que haviam feito. O relato acima caberia muito bem em um romance policial. Mas não é ficção. O fato tenebroso e covarde existiu. Quando os gritos silenciaram, Vladimir Herzog estava morto. Inicia-se então, o começo da luta pela abertura política na história ditatorial que acabaria de fato, 10 anos depois, em 1985. Vlado, como era conhecido por familiares e amigos, é hoje um símbolo, e não só para os jornalistas. E está tão vivo na memória de quem presenciou e viveu a história, como na de pessoas que se apaixonam pela emocionante história de vida de Vlado e se revoltam com a monstruosidade e tristeza de sua morte.
Dia 25 de outubro completará 32 anos dessa bárbara execução; cujos homicidas se acham impunes.

DELEGADO REVELA EM BLOG PODRES DE COLEGAS

By João S. Magalhães on Jul 5, 2007

Quer saber como vai a corrupção nos meios policiais?

Então vá correndo ao blog tocado pelo corajoso delegado de polícia Roberto Conde Guerra.
Lá, ele revela como foi montado o esquema de propinas que seus colegas recebem de donos de caça-níqueis e de alguns bingos.
Em recente entrevista À TV Tribuna, de Santos, Conde diz que, na alta cúpula, os valores variam de R$ 5 mil a R$ 20 mil por quinzena.
Segundo ele, “certas pessoas” pegam o malote com o dinheiro e o levam para o Palácio da Polícia de Santos.
“Lá é feita a distribuição, a divisão entre as unidades que recebem. Nem todos recebem. Membros da cúpula, com certeza, recebem esse dinheiro”, conta Conde.
Pelas denúncias, o delegado responsável pelo Departamento de Polícia Judiciária do Interior-6 (Deinter-6), Waldomiro Bueno Filho, pediu que a Justiça tire do ar o blog de Conde.
Quer dizer, em vez de ser condecorado por sua lisura, ele é castigado.
O mais grave é que, na minha opinião, o que ocorre na área dos caça-níqueis, acontece também com o tráfico de drogas.
Eu já falei aqui que os verdadeiros traficantes não estão nas favelas, mas na classe média alta, nos meios políticos e artísticos e em instituições policiais.
Basta ir a fundo numa investigação que se descobrirá quem são eles. Algo me diz que o repórter da TV Globo, Tim Lopes, tinha todos esses dados nas mãos. E, por isso, foi “apagado”.

Pido permiso, señores, que este tango… este tango habla por mí

POR QUÉ CANTO ASÍ
Versión cantada por Julio Sosa
Letra de Celedonio Esteban Flores
Música de “La Cumparsita”

Pido permiso, señores,
que este tango… este tango habla por mí
y mi voz entre sus sones dirá…dirá por qué canto así.
Porque cuando pibe,
porque cuando pibe me acunaba en tango la canción materna
pa’ llamar el sueño,
y escuché el rezongo de los bandoneones
bajo el emparrado de mi patio viejo;
porque vi el desfile de las inclemencias
con mis pobres ojos llorosos y abiertos
y en la triste pieza de mis buenos viejos
cantó la pobreza su canción de invierno.
Y yo me hice en tangos,me fui modelando en barro, en miseria,
en las amarguras que da la pobreza,
en llantos de madre,
en la rebeldía del que es fuerte y tiene que cruzar los brazos
cuando el hambre viene.
Y yo me hice en tangos porque… ¡ porque el tango es macho!,
¡porque el tango es fuerte!,
tiene olor a vida,
tiene gusto… a muerte;
porque quise mucho, y porque me engañaron
y pase la vida masticando sueños;
porque soy un árbol que nunca dio frutos,
porque soy un perro que no tiene dueño,
porque tengo odios que nunca los digo,
porque cuando quiero,
porque cuando quiero me desangro en besos,
porque quise mucho, y no me han querido;
por eso, canto tan triste…
¡Por eso!