Assembléia da Polícia Civil decide pela greve
Sindicato da categoria não vê saída para impasse e promete ‘greve histórica’ a partir da próxima quarta-feira 07/08/2008.
Daniela do Canto
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) promete uma “greve histórica” a partir da próxima quarta-feira (13), de acordo com o presidente da entidade, José Leal. Ele acredita que não haverá outra saída para os policiais civis depois da reunião realizada ontem (6) entre representantes da categoria e o secretário estadual de Gestão Pública, Sidney Beraldo. “Não nos foi apresentada nenhuma proposta. O secretário tentou dar satisfações sobre o esforço que vem fazendo para concluir o projeto de reestruturação das carreiras”, afirmou Leal. “Não queremos uma reestruturação somente sob a ótica da administração.”
A primeira greve da categoria será deflagrada por tempo indeterminado caso o governo não apresente uma proposta que satisfaça os policiais civis antes da próxima quarta-feira. “Fizemos uma paralisação de 24 horas em 2006 e outra em 2007. A primeira contou com a adesão de 40% e a segunda, de 50%”, disse o presidente do Sindpesp. Leal espera uma adesão de pelo menos 70% dos cerca de 3,2 mil delegados do Estado à greve já no primeiro dia. Ele acredita que essa adesão aumentará gradativamente com o decorrer da paralisação. Os policiais civis querem reestruturação da corporação, valorização das carreiras e reajuste salarial. “Com o apoio dos delegados, que são a liderança da Polícia Civil, fica mais fácil conscientizar a população, que vai reclamar. Com isso, o governo fica mais sensível”, avaliou Leal. O presidente do Sindicato da Polícia Civil de Campinas e Região, Aparecido Lima de Carvalho, concorda com Leal. “Pela primeira vez, temos um movimento com todas as carreiras juntas e a participação dos delegados é muito importante porque, hierarquicamente, eles são o comando”, disse. Em reunião no plenário da Câmara de Campinas, anteontem (5), o diretor da Associação dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo, José da Silva Júnior, revelou que a greve já era uma idéia considerada há bastante tempo e que a adesão dos delegados fortaleceu o movimento. Para expor a situação da Polícia Civil à população, a categoria preparou um filme publicitário, que teve a sua veiculação barrada pelo Executivo. Segundo o diretor da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo (Adpesp), André Dahmer, o vídeo chegou a ser veiculado durante o intervalo do programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, no último dia 1º e no Jornal daRecord no dia seguinte.Nesta semana, segundo ele, o comercial deveria passar no intervalo do Jornal Nacional, da Rede Globo, mas o governo conseguiu uma liminar para barrar a exibição. O vídeo está disponível no site do portal Cosmo On Line(www.cosmo.com.br).Por meio de uma nota divulgada no seu site, a Adpesp afirma ter nomeado um advogado “para reverter esse quadro”. Outro ladoA reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Gestão Pública, mas não houve retorno. Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que não comentaria a greve porque ela ainda não foi deflagrada. Segundo a SSP, foi sancionado, em 23 de outubro do ano passado, um reajuste de até 23,43% para os 125 mil policiais civis, militares e técnico-científicos do Estado.A SSP afirma que o pacote contou com uma série de benefícios para policiais ativos e inativos.


