O CHIO DOS BONDES NAS PENITAS PAULISTAS

Não adianta o chio em relação aos bondes de reeducandos como forma de extorquir, pois durante os anos de 1995, 96, 97, 98, 99, 2000 e 2001, como titular do 3º D.P. de São Vicente, pessoalmente, ouvi e conversei com centenas de reeducandos.
E guardo, com muito carinho, termo de depoimento prestado por um detendo em face do Juiz da Vara de Execuções de Presidente Prudente.
O referido inquérito – após representar pelo exame de sanidade mental do condenado que fazia graves acusações contra autoridades da referida região – da Comarca de São Vicente foi remetido para a Câmara dos Deputados e, depois, acabou na Polícia Civil de Brasília.
Lembrei do feito quando o Juiz foi morto; providenciando cópias para encaminhamento ao DGP.
Não sei o que se fez daquilo, tampouco se as denúncias do reeducando eram procedentes.
Todavia, pela quantidade de condenados dos confins do Estado cumprindo pena em São Vicente; enquanto condenados da Baixada cumpriam pena no extremo de São Paulo, nunca tive razões para duvidar.
Havia um comércio verdadeiramente.
E muita tortura cometida por agentes e Diretores dos Presídios; além de peculato e de todo o Código Penal conhecido na prática.
Dentro das muralhas os “doutores” – tratamento exigido aos diretores disto e daquilo , até o diretor geral – editavam suas próprias leis.
O BONDE FOI NEFASTO…ERA UM NEGÓCIO.
O ex-Secretário impôs, pelo menos tentou, ordem nas movimentações dos reeducandos; talvez tenha sido o motivo de o colocarem para fora.
O zeloso e humano Juiz teve até gabinete grampeado, inclusive.
E à boca pequena, falam, por quem deveria protegê-lo
As Facções são criadas naturalmente. Os presos sempre buscarão o contato com aqueles que são da mesma região ; questão de sobrevivência para quem é desterrado.
Além de sofrer pelas mãos de agentes ímprobos, sofrerão pelas mãos de outros presos…
Boi em pasto alheio vira vaca!
Voltarei ao assunto oportunamente; sem explicações acadêmicas.
Não falarei de regimes penitenciários; falarei do verdadeiro regime penitenciário.
Da mesma forma que falo da Polícia; não sobre, ou de , Polícia.
E , talvez, até poderei demonstrar que o PCC não foi criado por “criminosos profissionais”, mas por funcionários criminosos.