CARTA DE REPÚDIO
2º ATO:
INSURGENTES
Em um passado não tão distante, um lenhador proferiu sábias palavras: “calar, quando devemos protestar, torna os homens covardes”.
Abraham Lincoln jamais teve a intenção de ofender ou afrontar aqueles que, simplesmente, calam-se, mas que, por outros meios, demostraram seu inconformismo, mas, sim, aqueles que continuaram deitados em berço esplêndido, aguardando, de forma mansa e impor, a aniquilação de seus propósitos mais valiosos.
Serem intitulados como o braço armado do Estado, não é esmagador – menos ainda enobrecedor – para as forças de segurança pública, em especial, à Polícia Civil.
É o escudo da sociedade e a garantia da democracia – não violência – , não apenas a ordem pública.
Não há espaço a ser ocupado por titulares de cargos eletivos, neste contexto.
O que existe, ou melhor, deveria existir, é o compromisso em valorizar os agentes incumbidos da função.
Louvado seria o reconhecimento, em todos os seus aspectos, algo irrisório ou inexistente, por sinal, no decorrer de longos anos.
Ainda há tempo!
Não sejeis pobres de espírito e deixes a alma padecer de angústia e frustração!
De pé, prontos para manifestação aos dirigentes eleitos, que não se perpetuarão no cargo, o valor inestimável da Instituição Policial.
A sociedade precisa de vocês, caso contrário, padecerá e ficará enferma, desprotegida e exposta a todos os homens, que poderiam ser expurgados.
“Tudo que fazemos na vida, ecoa na eternidade”, certa feita, disse Máximus Décimus Meridius.
Não, nem tudo.
O enfrentamento ao crime, que assola e assombra os dignos e, por conseguinte, o encaminhamento dos transgressores à Justiça e ao cárcere, reflete bem a atuação da Polícia Judiciária.
No entanto, por outro lado, há empecilhos a serem removidos ou destituídos, além de muitas dificuldades a serem superadas, por fatores alheios ou estranhos à atividade policial.
Decisões e atos nefastos de políticos devem ser repudiados e enterrados, sem espaço para serem valorados e, muito menos, eternizados.
Assim também é com aqueles que, investidos da função policial, são meros funcionários públicos, cumpridores de horários, desprezíveis aos olhos de muitos, talvez, com razão.
Com compromisso, responsabilidade e competência, os bons policiais ainda resistem, respirando um ar tóxico e profano, emanado daqueles que mantêm que oxigená-lo.
“Solis, Solis, Solis – Ao Único Sol da Terra”.
Embora Napoleão Bonaparte tenha tido essa pretensão, não parece conveniente e, tampouco, justa.
Na verdade, mostra e exige um caminho diferente a seguir, sem mapas, a ser construído, com a união de todas as forças policiais, caminhante junto com a sociedade, em busca de um único objetivo, nobre e não tão difícil de ser realizado.
Entretanto, obscuro, à luz das políticas públicas equivocadas.
Deixaste de ser invisível, ainda nesta vida!!
São Paulo, dezembro de 2025.
LEANDRO ARABE, Escudeiro.
É essencial registrar que a carta não foi escrita por Roberto Conde Guerra, criador deste espaço, mas por Leandro Arabe, Escudeiro, cuja lucidez, indignação e verbo retilíneo traduzem com rara potência o clamor silencioso de toda uma instituição ferida.
Essa distinção é necessária, mas, confesso, seria uma honra se o texto fosse meu — porque nele encontro o mesmo pulso ético, a mesma coragem e o mesmo amor pela Polícia Civil que sempre moveram o Flit Paralisante desde o primeiro dia em que ousou existir.
E até todas as minhas lágrimas, há mais de vinte anos, quando assisti Gladiador e, naquelas cenas finais, também quis voar para as plantações de trigo da terra da minha família : a Galícia , na ESPANHA!
TOP !
Parabéns ao autor.
Reflete bem o sentimento de abandono pelo qual passamos.
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Dr o sistema é ferrenho!! Precisei ir pra reserva (aposentado) pra ver claramente o quanto necessário e coerente a PM e Civil unidas ! Vamos alimentar essa união mais e mais ! É o caminho; sem egos nem vaidades!
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https://www.atribuna.com.br/noticias/policia/falso-investigador-da-policia-civil-preso-em-santos-com-carro-de-luxo-de-r-500-mil-e-condenado-a-15-anos-de-pris-o-1.494005
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