Desembargador passou o Rodo na enlameada Polícia Carioca 1

É, vá balançando o ganzá ( cautela )
Vá segurando o repente ( atenção )
Muito cuidado cantor ( quem ousa falar a verdade desafiando o sistema )
Não é banca nem vaidade ( não é bravata ou exagero )
É pura realidade ( fato concreto )
O rei do coco chegou!
( o policial corrupto chefe do pedaço )

Compositor – José Bezerra da Silva

Do Samba ao Funk  a carne mais barata do mercado é a carne negra – Três Apitos de Alerta

Rio de Janeiro: já foi capital da República, hoje é capital da hipocrisia institucionalizada.

A cada episódio da sua novela policialesca, a cidade se supera no surrealismo — e não é por falta de roteiristas.

O caso MC Poze do Rodo, libertado por um Desembargador que ousou desafiar o circo policial , é só mais um capítulo dessa tragicomédia tropical.

MC Poze não inventou o crime, não criou a violência, não é o pai do funk.

Ele só faz o que a elite finge não ouvir: narra a realidade crua dos becos, das favelas, das vidas descartáveis.

Canta o que vive, o que vê, o que sente.

Mas, para muitos, o problema não é o que se vive — é quem ousa contar.

E, como sempre, preferem quebrar o espelho a limpar a sujeira.

Não é segredo para ninguém que as polícias do Rio de Janeiro são as mais violentas e corruptas do Brasil , talvez do mundo superando com louvores a do Mexico.

Lá polícia toma dinheiro de polícia até por infração de trânsito!  

Nada disso é novidade.

O Rio tem tradição em fabricar monstros e triturar inocentes.

Se hoje o alvo é o funkeiro, ontem foram os sambistas perseguidos, os mendigos exterminados pelo Esquadrão da Morte, pela “Operação Mata-Mendigos” e pelos grupos de extermínio como a Scuderie Le Cocq dos inspetores da Polícia Civil .  

Nos anos dourados da Bossa Nova, enquanto a cidade exportava glamour, a polícia caçava pobres, artistas e desvalidos como ratos — e, para muitos, fazia “limpeza” social a bala, a paulada, a afogamento.

Mendigos eram amarrados, torturados, jogados nos rios Guandu e da Guarda, enquanto sambistas eram abatidos como bandidos assaltantes do “Trem Pagador” ( o filme de 1962, estrelado pelos jovens Reginaldo Faria – o Grilo Peru e Grande Otelo – o Cachaça )  ;  ou ladrões da “Fábrica de Tecidos Confiança” ( aquela cantada por Noel Rosa em Três Apitos ) .  

A elite aplaudia de camarote –  “zelite” desde sempre chegada a uma boa farinha e o velho , bom e barato Pervitin   – satisfeita com a cidade “limpa” para o seu deleite.

E quem monopoliza esse tráfico…Quem…Quem …Quem?

Os polícias, caralho!

Sei não , mas talvez o Belo tenha sofrido uma grande armação por ser idiota para querer um Nike ( AR 15 ).

Não quis pagar a propina acabou na cadeia como associado ao tráfico ; para dar exemplo e produção !

Até mereceria ir em cana como estelionatário ; ele além de ser paulista não é sambista, apenas um negão pegajoso. Sambista é o meu coleguinha de infância , aqui de São Vicente, o Montgomery , mais conhecido como Sombrinha do Fundo do Quintal.

Vicentino bom e honrado, ao contrário de alguns famosos políticos e de um certo ex-delegado…( risos )

Atualmente, enquanto a polícia do Rio faz pose para as câmeras, as verdadeiras máfias desfilam de farda , distintivo e gravata.

Milicianos, policiais, ex-policiais — todos sócios do mesmo negócio: a exploração da miséria, o controle do medo, a administração da morte.

São eles que decidem quem respira e quem apodrece, blindados por um Estado que, há décadas, finge combater o próprio monstro que alimenta.

O Rio de Janeiro é o único lugar do mundo onde o crime organizado tem CNPJ, estatuto e até candidato nas eleições.

E o povo?

Refém.

Refém de uma máquina pública que só funciona para esmagar o pequeno, para punir o incômodo, para garantir o espetáculo.

O artista que canta a dor da favela vira inimigo público, enquanto os verdadeiros criminosos são promovidos, condecorados, eleitos.

O Desembargador Peterson Barroso Simão, ao soltar MC Poze, não fez só justiça — cometeu um ato de rebeldia.

Lembrou que justiça não é palanque, nem picadeiro.

Suspeito não é troféu para ser exibido, com toda a sua negritude , em rede nacional de televisão.

Justiça, quando não é surda, incomoda.

MC Poze volta aos palcos e às ruas, enquanto a cidade segue sua coreografia de horror: um balé macabro entre a esperança e o desespero, entre a luz dos holofotes e a sombra dos porões.

O poeta não é o problema.

O problema é o que ele revela — e quem não quer ser revelado.

No fim, o Rio segue sendo a fábrica de feras, o laboratório de canalhas, o paraíso dos hipócritas.

E, vez ou outra, alguém lembra que espelho não tem culpa da feiura do reflexo.

Um Comentário

  1. Vossa Excelência não entendeu, liberdade de opinião só é válida para buscar isenção quando se exalta torturador, se comemora golpe, gargalha sobre pilhas de mortos por doença de alcance mundial, enaltece Hitler, quando se evidência aquilo que todos sabem, é cana. Aliás, todos já fizeram Pix para a Zambelli hoje?

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