Pajubá: das religões afro-brasileiras às travestis, e da gíria LGBT à Globo

Ontem à noite, no horário nobre, a Rede Globo ensinou a seus espectadores as origens de algumas palavras de pajubá, “linguagem popular usada pela comunidade LGBT”. De fato, há palavras do pajubá que se ouvem com frequência de norte a sul do Brasil – nas ruas, em memes na Internet, nas novelas e seriados, em bares e cafés… Mas os dicionários não registram quase nenhuma delas. Mais grave que isso: sequer registram pajubá.
O pajubá (também chamado bajubá) é o socioleto que, resultante da incorporação de vocabulário de línguas africanas usadas em religiões afro-brasileiras, como o candomblé, que, usado inicialmente como antilinguagem por travestis, foi posteriormente disseminado entre toda a comunidade LGBT e simpatizantes.



O pajubá surgiu nos terreiros de candomblé – adições de palavras africanas ao português ocorriam naturalmente, em regiões de mais forte presença africana no Brasil. Além do iorubá, palavras do quimbundo, quicongo e de outras línguas também marcavam presença, e o dialeto resultante da assimilação desses africanismos, por resultar incompreensível para aqueles que não o conheciam, passou a ser usado também como forma de comunicação entre travestis – grupo tradicionalmente marginalizado, que se beneficiava da possibilidade de falarem entre si em uma espécie de código não compreendido pela maioria da população.
Pouco a pouco, ao longo das últimas décadas, o pajubá acabou chegando às grandes cidades de todo o Brasil e algumas de suas palavras e expressões popularizaram-se, ao ponto de que algumas poucas das milhares de palavras do pajubá já são palavras do português corrente no Brasil.
É o caso de uó, por exemplo, com o significado de “ruim” – que se ouve por todos lados, e se lê, por exemplo, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui) – mas que ainda não aparece em nenhum dicionário.
Entre as palavras do pajubá que deveriam ser dicionarizadas, por – como mostram rápidas pesquisas no Google – já terem extrapolado o grupo linguístico a que se restringiam, sendo já de compreensão e uso, em geral com fins humorísticos ou informais, por parte significativa da população brasileira, estão:
amapô – (do pajubá) s.f. 1 vagina; órgão sexual feminino; 2 mulher [variante: amapoa]
aqué (aqüé) – (do pajubá) s.m. dinheiro
babado – (do pajubá) s.m. acontecimento significante, podendo tanto ser bom quanto ruim; o mesmo que basfond/bafão
bafão – (de basfond, corruptela do francês) s.m. notícia, novidade de especial importância; acontecimento significante, podendo tanto ser bom quanto ruim; o mesmo que babado
bafo – (derivação de bafão) s.m. notícia, novidade; acontecimento significante (sentido criado por analogia com bafão, como se esta fosse uma palavra no aumentativo)
bajubá – s.m. socioleto que incorporou vocabulário de línguas africanas ao português brasileiro; popularizado como antilinguagem empregada entre travestis [variante: pajubá] (Exemplos: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).
climão – s.m. saia justa, clima pesado ou tenso entre duas ou mais pessoas. (Ex: aqui, aqui e aqui)
ebó – (do pajubá) s.m. macumba
edi – (do pajubá) s.m. ânus (aqui e aqui)
elza – (do pajubá) s.f. roubo (Dar a elza – roubar)
fazer carão – fazer pose, ser esnobe, arrogante
gongar – v. tentar prejudicar; derrubar; torcer contra; ridicularizar.
horrores – adv. muito, demais; advérbio de intensidade. Ex.: “Bebi horrores” = “bebi demais”
jeba – (do pajubá) s.f. órgão genital masculino de proporções avantajadas; o mesmo que benga
mala – s.f. genitália masculina, especialmente quando visível sob a roupa (Ex: aqui e aqui)
montado(a) – adj. muito arrumado(a) (por exemplo, para sair), produzido(a) ao extremo
neca – (do pajubá) s.f. órgão genital masculino
picumã – (do pajubá) s.m. cabelo; peruca; cabeleira
racha – s.f. mulher
uó – adj. desagradável, ruim (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui)
Pajubá: das religões afro-brasileiras às travestis, e da gíria LGBT à Globo
Todos tem direito a ser feliz
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Essa globo adora adular um gayzinho mimizento…arghhhh!!!
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é muito mimizinho..
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dialeto de lgbt tem que ser somente aos mesmos.
quem não for , não tem obrigação nenhuma de saber algo sobre este assunto.
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daqui a pouco irão exigir cotas ,para os lgbts , ta demorando para virem com estas boiólices.
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Qual a importância desse assunto, que é restrito aos travestis, ser tratado por estudantes na prova mais importante do Brasil.
Como diz o MITO estudante tem que aprender ciência, matemática, gramática, física, química, história, …
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Concordo.
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Apoiado.
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Para você, que não é do campo da Linguística, nenhuma. Compreensível.
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Huuuummm…aiiiiii…gayzinho, viadinho..uuuiiii…aaaaii…opaaa!!! Desculpaaa! Nao pode falar deles. Afronta os “direitos” glbt’s. Tomar no c… VAAAAAIII BOLSOOOOONAAAAAROOOOOOI!!!!!
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Pega essa porrha de dialeto e enfia no c… hahahahaha!!! Meu dialeto é conservador, rico, formal. Aqui é HOMEM DE VERDADE!!!
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Ô bando de gente burra! “Pajubá” não é nada mais que gíria, dialeto cifrado de uma determinada camada social ou profissional. No caso, tomou-se o linguajar dos gays, mas poderíamos usar também o “pajubá” dos policiais. Ou vcs acham que tira, ferro, trezoitão,barca, calça-branca,cana, tranca, majura, coxinha, malaco, aço, canela-seca, bizu, ganso, agá, stive, capivara e tantas outras são conhecidas pela maioria da população? É gíria de tira e malandro, que, aos poucos, vai se incorporando no português do Brasil, que é o que a questão quis mostrar. A crítica só poderia partir de toscos como o “Mito” e dos mais toscos ainda que, por ora, o idolatram. Ainda bem que o ENEM, um exame extremamente bem feito (e que, aliás, também engloba matemática, física, química e biologia) não era obrigatório no tempo de alguns por aí, que nem passariam pelo mata-burros…
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Falou, falou e não explicou nada.
“Pajuba” dos policiais…
Melhor seria dizer só “giria”.
Pajuba não é espécie do gênero antiliguagem? A dos LGBT é o Pajuba. E a dos policiais? Como se chama a gíria dos policiais?
Imagine você ministrando um curso! “Colegas, no Pajubá dinheiro é ‘aque’; no ‘Pajubá policial’ é ‘qsj’ ou ‘j’..”. Que “bafã…”, digo, que “BEÓ”!!
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Finalmente alguém inteligente.
Quem critica ou zomba deve chegar em casa falando “e aí, filha, logrou êxito na prova? Por que não respondeu o qtc, liguei pra saber seu qth, tem que ficar em qap, qrv” ou, se tem um português “rico e formal”, falando “olá, minha amada. Fizeste o repasto para cearmos? Sinto-me faminto após uma longa jornada laboral em precinto, onde conduzi diligências e atendi a diversas partes”.
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KKK. Gíria, dialeto, metalinguagem, criptolinguagem, é por aí. Na Argentina, há o ‘lunfardo” da marginália portenha, que nos legou o gatuno, mina, afanar, milico, mango, patota,calote, cana, engrupir, fajuto, calote, cagaço, bronca, cana, tira e muitas outras que se tornaram de uso corrente para a maioria dos falantes dos idiomas e não somente de uma classe ou categoria. Já houve no ENEM questão sobre o “caipirês”, que não gerou tanta “indignação”. Mas, nestes tristes tempos…
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Ou, se for escrivão, “comparece a esta casa a minha genitora, a qual relata ter ido ao supermercado, comprado diversos itens descritos em anexo a seguir e, ato contínuo, após chegar ao local dos fatos, ter feito uma refeição com este subscrito em companhia de outros indivíduos, i.e. filhos e netos, entre os quais as testemunhas qualificadas supra”.
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Pajubá O CARALHOO!!!! VAAAAAIIIII BOLSOOOOOONAAAAAAAROOOOOOO!!!!!! PELO MITO EU DERRAMO LÁGRIMAS, SANGUE E SUOR, SE PRECISO FOR!!! CHUPAAAAA PETRALHADA LGBT, FEMINAZIS E CIA. LTDA. VAAAAAIII BOLSOOOONAAAAAROOOOOOI!! MITOOOO!!!!
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Tem que se disseminar o dialeto jurídico, médico também, estudante do ensino médio tem que saber linguagem LGBT? Bolsonaro 2019.
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Tem que mudar essa M.E.R.D.A que estão querendo ensinar para os nossos filhos… Foraçando aprender dialeto LGBT….
Quero ver o cara escrever uma redação com esse “dialeto” e conseguir entrar como Funcionário em uma multinacional?
Vai no Santander, Bradesco, Microsoft, IBM e etc. Escrevi uma redação com esse dialeto, vai ser caso de piada no RH.
Escreve uma redação para Juiz, Promotor, com dialeto de “trabalhadores de esquina”…. vai lá escreve !!!!
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Esquerda Nunca mais!
Ninguém quer forçar ninguém a aprender dialeto Gay ou dialeto do Candomblé.
O que uma pessoa que pretende ter um bom emprego deve conhecer é o que é linguagem e as suas múltiplas e complexas expressões.
Com efeito, na sua linha de raciocínio , pra que também questões de inglês; com interpretação de textos, inclusive!
Quanto a ser piada no RH, cuidado!
O diretor , diretora e responsáveis pelas entrevistas com o candidato podem ser gays, viu!
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Com licença! Bolsonaro Presidente. Tchau…
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Tudo bem, nao faz diferença alguma para mim, pois nao falo com VIADO!…HAHAHAHAHA. VAAAAIIII BOLSOOOOONAAAAAROOOOOO!!! BRAAAASIL!!!!
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“Irmãozinho”,
Tem certeza que você não fala com viado ?
Pois vou te dizer uma coisa, no ano de 2001 , defendendo um policial homossexual que apresentava problemas funcionais reflexo dos problemas conjugais, assim disse para o meu superior:
Dr., para nós ( heteros ) já é difícil a felicidade; o que dirá para quem casa escondendo a verdadeira orientação sexual…
Tomei no meu cu!
O Sexuanal era enrustido ( casado com uma gostosa, alias ) e entendeu como se eu lhe tivesse mandado uma indireta!
Só fui entender uns três anos depois – quando o cara se matou – o motivo da perseguição e antipatia do dia pra noite!
Ora, se fosse hoje e ele falasse algumas palavras do pajubá eu poderia sacar que ele era gay e ficaria com o meu bico bem fechado…kkk
Toda cultura tem a sua utilidade prática!
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