DISCURSO DE ÓDIO – Manifestação de coronel PM é a expressão mais caricata e repugnante de corporativismo , soberba e primitivismo político …Para ele a morte dessa “pessoa” , vereadora , homossexual é apenas uma mesquinharia…( Esse coronel deveria ser exonerado e processado por revelar todo seu racismo , homofobia e desrespeito à democracia ) 75

( Pois é, coronel, para muitos parcela do oficialato, inclusive – a morte de um PM também é nada!)

Coronel da PM questiona comoção por Marielle: ‘Por que transformar em mártir?’

Washington Lee Abe publicou uma carta em resposta as acusações e ofensivas feitas a Polícia Militar

Tarobá News – 16/03/2018 – 10:59 Atualizado em 16/03/2018 – 12:02

“E quando morrermos tentando salvar uma vida inocente”, escreveu o coronel Lee Abe (Foto: Tarobá News)

A vereadora Marielle Franco (PSOL), do Rio de Janeiro, asassinada em uma emboscada no bairro do Estácio na última quarta-feira, era conhecida pela sua militância contra a violência policial nas comunidades carentes. Marielle era inclusive integrante comissão que acompanha a intervenção militar no Rio. O crime acabou motivando discussões e publicações nas redes sociais sobre a atuação dos agentes de segurança.

Na noite de quinta-feira, o coronel Washington Lee Abe, comandante do 5º Comando Regional da Polícia Militar do Paraná (PR), publicou uma carta polêmica, em que ataca Marielle, questiona a comoção em torno do crime e rebate acusações contra a PM.

“Por que tanta tentativa de transformar essa vereadora em mártir? Ela representa o povo? Que povo? Qual segmento do povo? Do cidadão de bem?”, diz Abe.

“E quando morrermos em combate, tentando salvar uma vida inocente que clama pela nossa presença, vamos aguardar pacientemente os políticos, a imprensa, autoridades que estão fazendo todo esse alarde pela morte dessa ‘pessoa’ intitulada vereadora, promotora dos direitos humanos, mãe, homossexual (como ela mesma se apresenta) fazerem também o mesmo alarde exigindo respostas rápidas e firmes das autoridades? O mais incrível é declararem em coro que os matadores ‘sabiam atirar’, insinuando serem policiais”, afirma.

Leia o desabafo publicado pela Tarobá News na íntegra:

Por que o mundo inteiro respeita a Polícia? Por que o mundo inteiro precisa da Polícia? Não existe governo, não existe judiciário em nenhum lugar do mundo sem uma polícia. Por que tanta tentativa de transformar essa vereadora em mártir? Ela representa o povo? Que povo? Qual segmento do povo? Do cidadão de bem?

A Polícia Militar, responsável pela morte de negros e pobres na ordem de 30% no País (segundo a vereadora) é morta por quem? Pelo cidadão de bem? Nós, PM, saímos pelas ruas escolhendo 30% de negros e pobres para matar (hahaha). Quando atingimos a nossa quota diária, vamos completar nossa meta matando brancos, asiáticos e tudo o mais que aparecer na nossa frente.

É assim que funciona? E quando morrermos em combate, tentando salvar uma vida inocente que clama pela nossa presença, vamos aguardar pacientemente os políticos, a imprensa, autoridades que estão fazendo todo esse alarde pela morte dessa “pessoa” intitulada vereadora, promotora dos direitos humanos, mãe, homossexual (como ela mesma se apresenta) fazerem também o mesmo alarde exigindo respostas rápidas e firmes das autoridades? O mais incrível é declararem em coro que os matadores “sabiam atirar”, insinuando serem Policiais.

Nós, Policiais, temos uma missão muito maior do que essa mesquinharia. Somos muito mais do que “isso”. Somos a Polícia!

Coronel Washington LEE Abe – Comandante do 5º Cmdo Regional da Polícia Militar do Paraná

Ninguém é obrigado a fornecer senha do celular à polícia em eventual abordagem ou blitz 31

Ninguém é obrigado a fornecer senha do celular à polícia em eventual abordagem ou blitz

Por Luiz Augusto Filizzola D’Urso

Recentemente, os ministros da 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiram, por unanimidade, em julgamento do Habeas Corpus 89.981, que o acesso à conversa no WhatsApp não autorizado pela justiça, para obtenção de prova, é ilegal.

Importante ressaltar que essa decisão deveria servir de parâmetro para todos os casos em que ocorreu o acesso não autorizado a celulares.

Neste caso, uma moradora desconfiou de atitude suspeita de indivíduos em frente à sua residência e chamou a polícia. No distrito policial, os agentes tiveram acesso às mensagens no celular de um dos suspeitos, nas quais eram passadas informações sobre imóveis que seriam furtados.

O ministro relator Reynaldo Soares da Fonseca, ao analisar o acesso a essas mensagens, sem prévia autorização judicial, decidiu que houve efetivamente a violação dos dados armazenados no celular, o que é vedado pelo inciso X do artigo  da Constituição Federal. Assim, determinou o desentranhamento das conversas pelo WhatsApp dos autos.

Sabe-se que, de acordo com a lei, o policial não pode obrigar ninguém a informar a senha de seu celular para a colheita de provas em eventual abordagem ou blitz, salvo em casos com prévia autorização judicial. Caso ocorra o acesso indevido, essa prova deverá ser tratada como ilegal.

A proteção dos dados no celular deve ir além da aplicação exclusiva do inciso X do Artigo  da Constituição (como ocorreu no julgamento deste Habeas Corpus), pois, antigamente, todos nossos documentos e informações estavam arquivados em nossas residências, sendo essas protegidas pela inviolabilidade do lar (inciso XI do artigo  da Constituição Federal).

Hoje, quase todas as informações e documentos migraram para os celulares. Assim, devemos ter a mesma proteção constitucional em relação às informações armazenadas em nossos smartphones, considerando-os invioláveis.

Há quem diga que o acesso ao celular poderia ocorrer no caso de fundada suspeita, pois o artigo 244 do Código de Processo Penal prevê a realização, por parte da policia, de busca pessoal, sem a necessidade de mandado, quando houver fundada suspeita de algum ilícito.

Todavia, em análise à hierarquia das normas, entende-se que a Constituiçãodeve prevalecer, não devendo ser admitida, portanto, a justificativa da fundada suspeita no caso de acesso, sem ordem judicial, a celulares.

Deste modo, mais uma vez verificamos que a Constituição Federal é a guardiã das nossas garantias individuais e, por conseguinte, protege o conteúdo de nossos celulares, salvo em casos de autorização judicial.

Assim sendo, temos a blindagem constitucional das mensagens, fotos, e-mails, dados pessoais e bancários, também da agenda e de todas as outras informações presentes em nossos smartphones. Portanto, pela lei, ninguém é obrigado a fornecer senha de seu celular à polícia em eventual abordagem ou blitz.

Fonte: Canal Ciências Criminais

Sim senhor, não senhor: DITADURA VOLVER – Os abusos e as mentiras oficiais dos inatacáveis militares do Exército…Enfim realizam seus sonhos funestos: aplicar o CPM contra favelados 55

Morador do Rio passa 36 horas detido após falha em operação do Exército

Jovem de favela foi algemado e levado para vila militar, delegacia e presídio

Lucas Vettorazzo Luiza Franco
Rio de Janeiro

Um morador da Vila Kennedy, zona oeste do Rio, passou 36 horas detido pelo Exército após uma falha de militares em abordagem durante uma operação na favela.

Carlos Alberto Dória Jr, 26, um relojoeiro, voltava com um amigo de uma festa na madrugada do dia 3 de fevereiro quando seu carro foi parado em um bloqueio das Forças Armadas nos acessos à favela, considerada pelos militares um laboratório da intervenção federal no estado.

Militares removem barricadas da rua durante operação na Vila Kennedy, zona oeste do Rio
Militares removem barricadas da rua durante operação na Vila Kennedy, zona oeste do Rio – Brenno Carvalho – 3.mar.2018/Agência O Globo

A favela é reduto do Comando Vermelho e fica perto da avenida Brasil, em uma região que registrou aumento recente no roubo de cargas.

Carlos e o amigo foram revistados e tiveram seus documentos checados. O veículo foi vasculhado e nada foi encontrado com os dois, que foram liberados em seguida, ao amanhecer, por volta das 6h.

Mas, quando se preparavam para deixar o local, um outro homem, supostamente embriagado, se aproximou do bloqueio e teria desacatado os militares, que usaram spray de pimenta para contê-lo.

Segundo o relato oficial do cabo Pedro Henrique Rodrigues, em depoimento na delegacia de Polícia Judiciária Militar, nesse momento, por acidente, uma nuvem de spray de pimenta invadiu o carro de Carlos e do amigo, que saltaram do veículo e protestaram contra a ação.

O amigo de Carlos teria se desentendido com um sargento, que também usou spray de pimenta contra ele, que, por sua vez, se desvencilhou da ação e correu para o interior da favela, deixando Carlos sozinho no bloqueio.

Em seu relato, o cabo diz que Carlos e o amigo foram agressivos com os militares. Eles teriam dito, segundo seu depoimento: “ maluco, quer esculachar morador?”. Carlos nega a versão, mas ali começava o seu périplo de 36 horas seguintes sob custódia.

Segundo ele, no momento que perceberam a fuga do amigo, os militares ordenaram que ele se deitasse com o peito e a cabeça no chão e as mãos para trás.

“Eu disse que não tinha necessidade, porque eu já tinha passado pela revista e já tinha sido liberado. O erro foi deles de jogar spray dentro do meu carro sem motivo. Nós apenas desembarcamos e questionamos aquilo.”

Carlos foi algemado com um lacre plástico e colocado na caçamba de uma viatura do Exército. Foi preso em flagrante por desobediência e levado para a Vila Militar, em Deodoro, a 10 km de lá.

Ali, esperou no pátio até as 7h, quando começaram os depoimentos —dele e de dois militares testemunhas do ocorrido. Segundo Carlos, o militar diretamente envolvido no caso estava com o rosto coberto por uma balaclava e não prestou depoimento, que terminou quase quatro horas depois. No pátio da Vila Militar, pôde fazer contato com sua mãe, com quem mora há 15 anos na Vila Kennedy.

Naquela altura, chegou a pensar que poderia ser liberado. Às 12h, recebeu um prato de arroz, feijão e picadinho de carne, na primeira indicação de que seu caso se arrastaria. Carlos trabalha em uma banca de conserto de relógios com o irmão mais velho e nunca havia sido preso antes.

Correria

Enquanto Carlos seguia detido em uma instalação militar, advogados militantes dos direitos humanos e a Defensoria Pública da União já tinham sido acionados. Sabia-se que um civil não poderia ficar preso na Vila Militar, já que não possui instalações para casos do tipo. Ele precisaria ser enviado a uma delegacia da Polícia Civil, o que só ocorreu seis horas mais tarde, às 18h, na unidade de Bangu, a 7 km da Vila Militar.

Quando chegou, porém, Carlos ainda permaneceu uma hora e 40 minutos algemado no porta-malas de uma viatura da Polícia do Exército, na porta da delegacia, aguardando a liberação.

Carlos passou a noite em uma pequena cela, na companhia daquele homem que desacatou os militares e deu início a todo o caso. Não chegaram a conversar e, às 22h, sua mãe levou um lanche.

O crime de desobediência consta do Código Penal e prevê pena de 15 dias a dois anos de reclusão. No entanto, a lei 9.099 diz que, em crimes com pena abaixo de dois anos, o acusado é logo liberado assim que assinar um termo na delegacia no qual se compromete a comparecer em juízo.

Já o Código Penal Militar prevê pena de até seis meses, mas não versa sobre casos de civis —está circunscrito à insubordinação entre militares. “Ele não deveria ter ficado nem uma hora detido. Houve excessos claros nessa questão”, disse o defensor público da União Thales Arcoverde.

O périplo ainda estava longe do fim. Às 11h40 do dia seguinte, os policiais o colocaram em um furgão, rumo ao presídio de Benfica, a 32 km de lá e onde é realizada a triagem do sistema carcerário.

No caminho, a viatura pingou em outras delegacias para recolher presos com o mesmo destino. Carlos ficou três horas no veículo na companhia de um preso por assalto a mão armada e outro por agressão doméstica.

Só chegou ao presídio às 14h30 e, apesar de já haver um alvará de soltura em seu nome, precisou passar pelos procedimentos de identificação. Lá, recusou uma quentinha (achou péssima a aparência da comida), e só foi liberado pouco antes das 18h, 36 horas depois da prisão.


Logo obrigarão o nosso ilibado presidente – que nunca pegou uma moeda na vida – a ressuscitar uma nova lei de segurança nacional para que – entre outras imposições aos civis –  toda crítica ou manifestação desfavorável às Forças Armadas , aos seus atos e a seus membros , seja criminalizada e julgada pela Justiça Militar Federal, ou seja, por eles mesmos. 

GAECO prende 19 policiais militares do Vale do Paraíba, investigação foi iniciada pela DIG de Taubaté…( Se investigarem melhor prenderão 190 Pms ) 40

Operação do Gaeco prende policiais militares em Taubaté, Pinda e Guará

Ação apurou envolvimento de PMs em organização criminosa. Investigação começou depois de triplo homicídio na cidade, que fez três jovens da mesma família vítimas.


Por G1 Vale do Paraíba e Região

 

Policiais militares são presos em operação do MP em Taubaté (Foto: Wanderson Borges/ TV Vanguarda )Policiais militares são presos em operação do MP em Taubaté (Foto: Wanderson Borges/ TV Vanguarda )

Policiais militares são presos em operação do MP em Taubaté (Foto: Wanderson Borges/ TV Vanguarda )

Segundo o Gaeco, foram cumpridos, ao todo, 40 mandados de busca e apreensão, que resultaram no recolhimento de armas, munição, drogas, dinheiro e também de um veículo. Não foram informados detalhes do funcionamento desta organização.

As investigações que levaram à operação conjunta do Ministério Público, da PM e da Polícia Civil foram iniciadas pela Delegacia de Investigações Gerais de Taubaté e pela Promotoria de Justiça, a partir da investigação de um triplo homicídio.

O Ministério Público e as Polícia Civil e Militar não informaram, até a publicação desta reportagem, os nomes dos policiais presos e um balanço da operação.

Investigação

A investigação começou depois de um triplo homicídio em Taubaté. Três jovens da mesma família foram assassinados na madrugada do dia 8 de fevereiro de 2017 no bairro Rancho Grande. Os corpos das vítimas, 21, 24 e 25 anos, foram encontrados dentro de um carro alvejado com vários tiros. Ninguém havia sido preso por este crime até esta quarta-feira.

Na época do crime a família dizia que, menos de 24 horas antes dos assassinatos, os jovens tinham sido abordados por policiais militares para uma diligência na casa onde moravam no bairro Vila das Graças. Eles foram liberados horas depois.

No dia, em nota enviada ao G1, A PM informou preliminarmente não haver indícios de que os policiais militares fizeram a abordagem aos jovens antes das mortes.

Segundo a apuração, o caso trouxe elementos suficientes que provassem a existência de uma organização criminosa compostas por policiais militares que atuavam na cidade. O homicídio teria sido cometido em uma das ações da organização.

Em nota enviada às 11h30 a PM informou que não tinha detalhes da operação, que estava em andamento e afirmou que a instituição valoriza os bons policiais e a rígida depuração interna, não compactuando com ações contrárias aos valores e deveres dos policiais militares, sendo implacável quando constatados quaisquer desvios de conduta de seus integrantes

PM de Campinas humilha investigador e delegada acata integralmente a versão militar…Ora, para que fazer justiça por conta de reles tira e ser acusada de prevaricadora, né? …( E vai ter trouxa vestindo luto para garantir o suado salário dos delegados ) 71

Repassando …

Que situaçao colega Josemil de campinas !

Foi abordado dentro de um posto de gasolina na Norte Sul campinas onde estava encostado no seu carro de boa !
Os malditos PMs receberam noticia que havia um individuo armado e foram la e o abordaram !
Ele se identificou como INVESTIGADOR os malditos meganhas forcaram a barra e o algemaram!
Colega chamou piloto garra o qual compareceu no local e ao inves de solucionar o problema manteve o Investigador ALGEMADO Deixando os PMs o levarem para o 1DP campinas onde a AUTORIDADE POLICIAL achou por bem Colocar no papel oque os PMs alegaram, fez o BO 1985/2018 de desobediencia ???
resistencia ???
Lesao corporal ???
abuso de autoridade ???

Só esclarece com filme do vizinho e recadinho no facebook – Polícia Civil demonstra ineficiência na apuração de homicídios de policiais ( civis , militares e agentes penitenciários ) 3

Investigação sobre morte de 11 PMs, no ano passado, ainda não evolui

Apenas 8 acusados de estarem envolvidos em assassinatos a policiais foram pegos em 2017

GABRIEL OLIVEIRA
12/03/2018 – 19:05 – Atualizado em 12/03/2018 – 19:07

Leia mais em: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/policia/investigacao-sobre-morte-de-11-pms-no-ano-passado-ainda-nao-evolui/?

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), sete inquéritos policiais foram concluídos e outros quatro ainda estão em andamento no setor de homicídios da Seccional de Santos e nas delegacias de investigações gerais (DIGs) dos municípios.

Quando há policiais militares assassinados, equipes da Corregedoria da PM também acompanham os casos. A Reportagem pediu à SSP dados das investigações de cada uma das ocorrências em 28 de fevereiro. Apesar de todo o tempo para resposta, recebeu dados conjuntos apenas na sexta-feira passada.

Isso não permite esmiuçar os casos. Por exemplo, só no assassinato do soldado Willian Barboza Ribas, no Jardim Anhanguera, em Praia Grande, em novembro de 2017, quatro homens foram presos e um menor de idade apreendido.

Além disso, a conclusão de um inquérito não quer dizer, necessariamente, que houve esclarecimento do crime.

Conclusão?

O caso do cabo Luís Fernando da Silva Barros, que trabalhava no setor de Inteligência da Polícia Militar, é exemplo disso.

O corpo dele foi encontrado às margens da Via Anchieta, em Cubatão, em 6 de abril de 2017, depois de 12 dias desaparecido. Passado quase um ano, a motivação e a identidade do autor do homicídio continuam sendo um mistério.

De acordo com a viúva, a técnica de enfermagem Kelly Cristina Ferreira Barros, de 34 anos, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) não apontou a causa da morte e a Polícia Civil não descobriu quem cometeu o crime. “É revoltante que não se sabe o que aconteceu e o porquê. Eu não tenho essa resposta”.

Governador Doria bota a PM para fiscalizar sujadores, pichadores e mijadores…( O decreto para que a PM cuidasse dos cagões deu errado ) 10

Doria amplia “bico oficial” de policiais e põe PM para fiscalizar pichadores e “mijões”

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

 

  • Júlio Zerbatto/Futura Press/Estadão Conteúdo

A menos de um mês de uma possível renúncia ao mandato por conta da disputa eleitoral ao governo paulista, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (12) a ampliação do número de agentes e do leque de atuação da Operação Delegada – o bico oficial da Polícia Militar.

Agora, além da fiscalização de comércio irregular, os policiais militares envolvidos na operação — rebatizada para “Programa de Fiscalização de Posturas Municipais” —terão de atuar no combate à pichação, ao descarte irregular de lixo e na fiscalização a pessoas que urinem no espaço público.

Durante o ano de 2017, a operação contava com 750 PMs por dia, com o pagamento de R$ 25,50 por hora trabalhada para oficiais da PM e R$ 21,25 para praças. Com o anúncio hoje, os valores foram ampliados para, respectivamente, R$ 28 e R$ 24, e o efetivo para 1.200 homens.

Os PMs envolvidos na Operação Delegada serão identificados e poderão usar armas — com escalas de trabalho que não superem 84 horas mensais e com seguro de vida bancado pelo Estado.

Indagado sobre a fiscalização de comércio ambulante, Doria sugeriu que quem vende produtos falsificados ou contrabandeados na cidade seria parte de uma “uma rede de facção criminosa” e que, dessa forma, seria combatido pelos PMs da operação “sem violência”.

De acordo com o secretário de Segurança Urbana do município, José Roberto Rodrigues de Oliveira, a operação será levada a pontos críticos de segurança, com reforço nas regiões do Bráse da rua 25 de Março, áreas da região central que concentram o comércio popular na capital paulista.

“Isso [o comércio ambulante] não acaba da noite para o dia”, disse o secretário.

As ações — as antigas e as novas — da Operação Delegada hoje são executadas majoritariamente pela GCM (Guarda Civil Metropolitana), que, durante a gestão Doria, atua com mais ênfase na cracolândia e em pontos que eram ocupados por pessoas em situação de rua, como praças, túneis e viadutos.

Indagado sobre a necessidade também de descanso dos PMs, o secretário de Segurança Urbana defendeu que o bico pago pelo município ainda é melhor que o bico, por exemplo, no comércio. “Se o policial não fizer o bico pelo Estado, ele será cooptado por outros comércios. Não tenho dúvida de que o valor pago é competitivo”, afirmou Oliveira.

Além do aumento da gratificação por parte da Prefeitura, policiais também receberam, após quatro anos reajuste de salário anunciado em janeiro pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Pré-candidato à Presidência, Alckmin concedeu reajuste de 4% às polícias.

As mentirinhas da ADPESP e do Sindicato dos Delegados…( O salário médio dos delegados em SP é de cerca de R$ 20.000,00; quem conserta viatura , compra papel e tinta continua sendo o investigador-chefe com a verba não contabilizada doada por bicheiros , maquineiros, etc. ) 54

http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/policiais-civis-usarao-faixa-preta-em-farda-como-sinal-de-protesto/?cHash=3b2b382b2b6151653e2042d91da438f1

 

 

 

 

 

 

Até a presidenta do SINDPESP, calça branca, afastada das funções  é bem remunerada: R$ 11.134,82.

raquel

Policiais civis usarão faixa preta em farda como sinal de protesto…( Saiu no Flit virou notícia ) 24

Policiais civis usarão faixa preta em farda como sinal de protesto

Ato tem como objetivo chamar a atenção para as péssimas condições de trabalho da categoria

DA REDAÇÃO

11/03/2018 – 21:49 – Atualizado em 11/03/2018 – 22:00

Foram confeccionadas ao todo 10 mil faixas pretas
para distribuição à categoria (Foto: Divulgação)
A partir desta segunda-feira (12), agentes policiais, delegados, escrivãos e investigadores do Estado de São Paulo usarão uma faixa preta no braço. O gesto faz parte da campanha Luto pela Polícia Civil, que acontece por tempo indeterminado. Não haverá paralisação. A ideia é chamar a atenção da sociedade para as péssimas condições de trabalho e a defasagem de pessoal e salário dos policiais civis paulistas.

Organizada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindipesp), a campanha é uma ação conjunta com a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp).

Leia mais em: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/policiais-civis-usarao-faixa-preta-em-farda-como-sinal-de-protesto/?cHash=3b2b382b2b6151653e2042d91da438f1

Caro Professor Dr. Elival da Silva Ramos, verdadeiramente o ativismo da magistratura é repugnante, mas o que dizer do mercenarismo ( busca de honorários ) e da mais absoluta deslealdade jurídica e processual da PGE enquanto órgão cooperador do governo; torcendo o Direito de má-fé…Com efeito, procuradores do estado querem ser a verdadeira governadoria, né? 6

LEGISLADORES DE TOGA

“Ativismo do Judiciário inviabiliza, em boa parte, o modelo brasileiro de Estado”

Por Thiago Crepaldi e Claudia Moraes

O Judiciário é hoje o controlador das políticas públicas sociais no Brasil. Mas não deveria ser, pois não é o formulador de projetos e nem foi eleito para isso. Excessivamente politizada, a Justiça se colocou no lugar da administração pública e do Legislativo, analisa Elival da Silva Ramos, que acaba de deixar o cargo de procurador-geral do estado de São Paulo.

Agora aposentado, Ramos esteve por 37 anos na Procuradoria do estado de São Paulo, 12 deles no cargo de procurador-geral. É homem de confiança de Geraldo Alckmin, que o nomeou para o cargo em 2011, depois de ter exercido o comando da Procuradoria de 2001 a 2006, na outra gestão de Alckmin.

Mestre e doutor em Direito do Estado e livre-docente em Direito Constitucional pela USP, sua linha de pesquisa está centrada no estudo dos sistemas de controle de constitucionalidade das leis e omissões legislativas.

Ramos afirma que o Supremo Tribunal Federal tem avançado o sinal e que, agora, aposentado da Procuradoria, poderá emitir opiniões de forma mais livre.

Além de dar um panorama da atuação da procuradoria no ano que passou, ele diz que boa parte da inviabilização do modelo brasileiro do Estado passa pelo ativismo de juízes. “O Judiciário está imputando um custo ao Estado fenomenal em várias coisas. A gente briga o tempo todo. Mas aí não é a questão dos argumentos do Estado serem piores ou melhores, é questão ideológica, eu diria. O Judiciário brasileiro assumiu indevidamente outro papel.”

Recebendo em seu gabinete a equipe do Anuário da Justiça, que o entrevistou para a edição do Anuário São Paulo 2018, com lançamento em breve, Elival Ramos fez um balanço das finanças de São Paulo, conta que “pagou” mais de R$ 3 bilhões de precatórios em 2017 e acredita que, até 2024, prazo dado pela Emenda Constitucional 99/2017, o estado terá sua dívida de precatórios quitada. Ele também explica por que as finanças de São Paulo estão em uma situação bem diferente de outros estados em crise.

Leia a entrevista:

ConJur — Como foi o trabalho da Procuradoria-Geral do Estado em 2017?
Elival da Silva Ramos —
 Nós atuamos em três áreas fundamentais. Na área de consultoria, que é a área extrajudicial, tivemos um avanço muito grande nas concessões. Foi um período de praticamente três anos de arrecadação de valor real em queda. Em São Paulo, só não houve maior problema porque praticamos um ajuste fiscal rigoroso, envolvendo corte de despesas, que também contou com a participação da Procuradoria, na revisão de contratos, na apreciação de casos concretos que surgiram… Isso fez com que nós conseguíssemos, digamos assim, uma curva próxima entre a queda de receita e as despesas praticadas. Isso que viabilizou ao estado continuar, por exemplo, honrando a folha de pagamento, pagando antecipadamente o décimo terceiro salário.

Ao mesmo tempo, já partindo para o setor tributário-fiscal, claro que nós procuramos alavancar a receita e, para isso, foi importante um esforço muito grande em conjunto com a Secretaria da Fazenda. E, de fato, melhoramos. Terminamos o ano com uma arrecadação próxima de R$ 4 bilhões, arrecadação de dívida ativa. A Procuradoria vem melhorando seus índices nesse campo. Quando assumi o cargo de procurador-geral na primeira gestão, lá nos idos 2001, a arrecadação da nossa dívida ativa era da ordem de R$ 600 milhões. De novidade nesse período, nós tivemos a implantação do protesto, que corresponde a cerca de 60% da nossa arrecadação.

ConJur — É um protesto que vai direto para o cartório, que não passa pela Justiça?
Elival da Silva Ramos —
 Sim. Quase todo IPVA é cobrado mediante protesto. IPVA é tipicamente uma dívida boa para usar o protesto. Nós não temos uma enxurrada de pedidos de sustação de protesto, por exemplo. E são dívidas de um valor menor, aos milhares, muito pulverizada. Se não fosse assim, nós estaríamos ajuizando aí um volume imenso de execuções fiscais. É difícil estimar. Mas nós temos uma carteira de execuções da ordem de um 1,3 milhão de execuções. Hoje, com a decisão do STF, acabou-se a discussão. Eu fui ao Supremo fazer a sustentação oral e um dos pontos foi esse: a orientação do Judiciário é a desjudicialização em tudo, usando a arbitragem, usando mecanismos consensuais, acordos e tal. O protesto é fundamental nesse trabalho, na dívida ativa.

São Paulo deve ter hoje o melhor índice nacional de cobrança. Se desconsiderar as dívidas que nós mesmos consideramos de difícil possibilidade de recebimento, que é contribuinte que já tem o CNPJ inativo por alguma razão, a empresa não funciona mais, se descontar tudo isso, o estado deve estar recebendo algo em torno de 2,5%, 3% anual. O que é um índice altíssimo. A média nacional é 0,5%. Então é seis vezes a média nacional. Ou seja, são bons resultados.

ConJur — E no setor fiscal?
Elival da Silva Ramos —
  As batalhas são muitas. Nós temos a frente em que o Estado é devedor e a frente em que ele é credor. Mas, em relação ao Estado devedor, o contexto geral é mais dessa natureza, nós temos um contencioso importante que nos envolve com as concessionárias das rodovias. São ações em que pedem reequilíbrios contratuais — em que nós temos vencido invariavelmente —, algumas questões envolvendo compensação geraram demandas. Temos ações contra as 12 concessionários do estado de São Paulo. Das nove julgadas, ganhamos seis e perdemos três.

É claro que também há algumas questões de desapropriação, a importância de programas do Estado, de PPPs em que o Estado está envolvido. O quadro de ações indenizatórias de servidores melhorou bastante, porque nós procuramos ao longo dos anos, usando a área de consultoria, diminuir essas demandas. E, internamente, nós melhoramos nossa informatização, porque ela já era muito boa no setor fiscal, mas ainda não existia na área de consultoria, isso se implantou. Não foi só esse ano, já vem vindo de outros anos, mas avançou bastante, também com o programa de contenção geral. Temos melhores condições de saber em quê o Estado está sendo mais derrotado, os temas mais importantes.

ConJur — Quais temas o Estado vence e em quais é derrotado?
Elival da Silva Ramos —
 Depende. As ações em que o Estado se envolve são ações de pessoal, ações de medicamento, normalmente o estado é derrotado. Não o estado, o município, a União. Essa é uma questão que é um problema importante para o Brasil. Hoje temos práticas de saúde pública de primeiríssimo mundo por força de decisões judiciais, só que isso tem um custo. E, em razão disso, talvez não se consigam fazer outros investimentos. Nós estamos aqui em São Paulo vivendo a epidemia de febre amarela. Já tivemos dengue, são doenças de países pobres, não compatíveis com o nível de riqueza do Brasil. Mas, ao mesmo tempo, tem tratamentos sofisticadíssimos, todos com ordem judicial, que o SUS, as entidades ligadas ao SUS, cumprem.

Isso está mal colocado. Nós temos que ter um país mais justo, em que aquelas questões que atingem a totalidade da população tenham mais investimento. E os tratamentos sofisticados não podem ser gratuitos, a pessoa tem que ter um custo para fazer isso. Tem tratamento dado pelo SUS que é o padrão, claro que aquilo não é o melhor dos tratamentos, mas é aquilo que é possível pagar dentro da realidade do SUS. Se a pessoa quiser algo a mais do que isso, tem todo o direito, mas pagando.

O Poder Público não é obrigado a fazer. Infelizmente, o Judiciário não pensa assim. O Judiciário brasileiro passou a entender que a saúde é um direito fundamental — como é, de fato — mas que isso não tem custo, então determina os tratamentos mais exóticos do mundo. Manda dar fralda geriátrica com marca, medicamentos experimentais… O que avançou nesse campo foi que a Secretaria da Saúde e o Tribunal da Justiça, enfim, as entidades envolvidas, estabeleceram uma fase aí pré-processual, vamos dizer, para ver se a gente não consegue atender algumas demandas. Em alguns casos é problema de acesso à informação.

ConJur — O Acessa SUS?
Elival da Silva Ramos —
 Exatamente. Então a Secretaria da Saúde, o Ministério Público, o Judiciário celebraram um termo de cooperação. Esse é um tema em que o Estado é normalmente derrotado. É um julgamento liminar que prevalece.

ConJur — Como estão as demandas de servidores?
Elival da Silva Ramos —
 No funcionalismo há um quadro melhor. Nós temos evitado criações de novas gratificações. Resolvemos algumas demandas importantes já anteriormente. Até hoje existem ações, por exemplo, envolvendo incidência de quinquênio, sexta parte, os adicionais quinquenais, temporais, sobre gratificações que o estado não acha que é gratificação. Muitas vezes é discutido se é a autêntica gratificação ou apenas o nome que é de gratificação e é vencimento. Há ainda algumas condenações nesse campo. Muitas questões envolvendo trânsito. Isso tem aumentado bastante. Para se ter uma ideia, nós tivemos que criar um núcleo especializado dentro do Detran porque aumentou tanto, e a demora, a tramitação de informações, tudo, já era um negócio que dificultava a defesa. Nós estamos tentando centralizar ali ações do estado inteiro, porque, tudo é eletrônico. Um advogado que é daqui pode trabalhar em uma ação que corre em Presidente Prudente. E o Detran daqui centraliza as informações. Esse é um campo muito grande.

ConJur — Como estão os pagamentos de precatórios?
Elival da Silva Ramos —
 Precatório é outro trabalho, porque é na fase de execução. Não importa nem a natureza da dívida, mas em geral são alimentares, que também é boa parte dos nossos trabalhos. O poder público em geral tem que ter um compromisso com a eliminação do passivo. Há muitos anos isso gerou soluções não adequadas. O STF deu uma data concreta, era 2020. Agora é 2024 [pela Emenda Constitucional 99/2017]. Não daria para cumprir até 2020, ainda mais com os recursos existentes, que é 1,5% da receita corrente líquida.

O que a Emenda mais recentemente fez foi agregar recursos privados.O Estado vinha já fazendo isso com as ações das quais participa. Se ele tem, por exemplo, uma ação fiscal, poderá ganhar ou perder. Muitas vezes o contribuinte faz o depósito para garantir, não tem problema de execução, e vamos aguardar julgamento de mérito. O que o Estado fazia era utilizar esse recurso e, depois, se perder, devolver com os acréscimos, como se fosse um empréstimo. Mas paga juros de poupança, os juros das contas judiciais, o que é muito mais em conta do que tomar isso do mercado. De outra maneira, se não fizesse isso, quem ficaria com o lucro seriam as instituições financeiras, porque elas emprestam a juros de mercado, que são juros altíssimos, e pagam juros de poupança. Às vezes, divide isso com o Judiciário também, dependendo dos acordos que tenha. Esses seriam os setores que perderiam com essa proposta.

A ideia é ter mais recursos para poder, efetivamente, cumprir o que o Supremo decidiu. A pior coisa é ter decisão judicial não cumprida, ainda mais do STF. Nós temos aí propostas que somam R$ 1 bilhão. Isso significa, só nesse começo de ano, teríamos uma economia para o estado de São Paulo, caso venha a ser formalizado e o Judiciário homologue, R$ 400 milhões. Para que servem esses R$ 400 milhões? Para pagar mais precatório. Com isso, a dívida vai sendo quitada e chegaremos em 2024 com condições de pagar. Mas a novidade foram recursos privados. Já em 2016 havia uma emenda aprovada prevendo isso, mas o Senado fez o favor de colocar uma cláusula que inviabilizou completamente o uso dos recursos. Colocou que não permitia a utilização de recursos de processos de natureza alimentar. Acontece que os bancos não sabem qual é a natureza do processo. O mais importante é dizer que poderão usar esses valores, que não entram para o 1,5%. São recursos adicionais.

Em 2017, batemos o recorde nominal de pagamento do precatório, mais de R$ 3 bilhões. Quase o dobro. Se somar as OPVs, aquilo que também nós vínhamos sempre levando um saldo de OPVs do ano anterior, esse ano não deixamos saldo. Quitamos. Então tem mais de R$ 700 milhões aí, um valor alto. Somando tudo, deu quase R$ 4 bilhões, OPV e precatório. É muito dinheiro. O estado hoje tem uma dívida da ordem de R$ 23 bilhões, é entre 15% a 20% da dívida que está quitando em um ano. É um esforço grande. Lógico que, agora, com recursos privados, estima-se que o estado de São Paulo vá receber por volta de R$ 6 bilhões desses recursos. Se isso ocorrer, ajudará na implementação de mais acordos.

ConJur — O senhor é a favor de pagar dívida com precatórios?
Elival da Silva Ramos —
 A objeção da PGE, em geral, em relação a esse tema, sempre foi por uma razão: parte do ICMS vai para o município. Se a empresa faz uma compensação, libera aquele precatório, como se tivesse recebido aquela dívida. O efeito no precatório vai ocorrer. Acontece que o estado tem que repassar, pois, em tese, o município não tem nada a ver com isso. E a Emenda exclui esse repasse. Por isso, passamos a ser favoráveis. Agora, pelos nossos cálculos, feitos a pedido do TJ-SP, o estado de São Paulo — acho que, nominalmente, tem a maior dívida do Brasil — conseguirá quitar a sua dívida precatória até 2024, já considerados os precatórios novos. Como sempre diz o governador, vai ser muito bom ser governador do estado a partir de 2025. Não vai ter precatório mais. E a receita de royalties vem aumentando muito, São Paulo é o segundo estado da Federação em valor nominal de royalties, só perde para o Rio de Janeiro.

ConJur — Do petróleo?
Elival da Silva Ramos —
 De gás, basicamente, no estado de São Paulo. Então, a tendência com a exploração do gás da bacia de Santos, cuja reserva é monumental, é a mudança da matriz energética do estado de São Paulo e o recebimento de royalties. Vai subir a receita de royalties, mas, pelos nossos cálculos, também vai ter mais aposentadorias, aumentando a dívida previdenciária, mas uma coisa vai caminhando junto a outra. Assim, o estado de São Paulo não é um mar de rosas, mas tem uma situação hoje financeiramente equilibrada.

ConJur — Como vê a reforma da Previdência?
Elival da Silva Ramos —
 Eu acho que a reforma da Previdência é algo absolutamente estratégico e necessário para o país. Não acho isso de agora não. Não é por causa do atual governo. Eu lembro que desde 1995 esse tema entrou no Brasil. Eu me lembro do ministro Reinhold Stephanes, que era do governo Fernando Henrique Cardoso, fez umas publicações mostrando que estava havendo uma alteração da pirâmide populacional, que a população estava envelhecendo. Entre outras coisas, isso significa que entra menos gente no mercado de trabalho, portanto tem menos contribuições e mais benefícios. Isso não fecha a conta. Ou seja, nós vivemos, em matéria previdenciária, durante muito tempo, uma espécie de corrente da felicidade. Como o Brasil é uma população jovem, está entrando um monte de gente, trabalhando, tem muita informalidade, então vamos trabalhar para a formalização. Isso faz com que as pessoas entrem e comecem a pagar. A expectativa de vida também era muito menor, então a fechava durante algum tempo.

ConJur —  É um remédio amargo…
Elival da Silva Ramos —
 Não é muito gostoso tomar, em um Congresso que tem como função representar a sociedade como um todo, não é? Só funciona se for feita, previamente, uma reforma política para reduzir o número de partidos. Com muitos partidos, temos a irresponsabilidade política. Ninguém se sente responsável por nada. Não há um vilão para ser apontado como responsável pela derrota do governo no Congresso. A melhor coisa que poderia acontecer para o interesse público é o governo desistir de votar essa reforma agora, até ter um ministro novo no governo que possa, eventualmente, fazer um rearranjo, compor sua base em outros termos. Aí será possível uma reforma real, consistente.

ConJur — Há quem conteste que a Previdência é deficitária. Dizem que é uma manipulação de cifras pelo governo. Qual a sua opinião?
Elival da Silva Ramos —
 É deficitária. O problema é que tem um enorme número de servidores que entraram antes da mudança na lei e não contribuíram jamais. Aqui em São Paulo, até 2003, não é tão antigo, a contribuição que o funcionário fazia era 6% do vencimento. Só 6% para a pensão dos dependentes. Não pagava nada para a aposentadoria. Zero. E se aposenta com integralidade de vencimentos. Um juiz se aposenta aqui em São Paulo, provavelmente pelo teto, será R$ 33 mil por mês, tendo contribuído só a partir de 2003. Aí sim passou a contribuir com 5% disso. Essa conta não vai fechar nunca. Não tem como. Precisa aumentar a idade para aposentar, como todos os países aumentaram. Na Europa já está chegando aos 70 anos, no Brasil, em um primeiro momento não vai chegar a tanto, mas vai acabar chegando mais para frente. Tem que caminhar na equalização da previdência pública com a privada.

ConJur — No ano passado, a PGE precisou desembolsar cerca de R$ 1 bilhão com condenações em saúde. Os gastos continuam nesta faixa?
Elival da Silva Ramos —
 Tem crescido no estado, mas na União tem crescido mais ainda. O estado tem um valor alto, expressivo no seu orçamento, a título de despesas com saúde.

ConJur — A defesa da Fazenda não é muito genérica?
Elival da Silva Ramos —
 É, de fato. A pessoa mostra que está doente e que existe um medicamento para aquilo, mas não está na lista do SUS. A grande controvérsia na judicialização da saúde, em geral, é essa. Tem duas maneiras de ver isso. Antes a gente argumentava pela “reserva do possível”, afirmando que não tinha orçamento. Era uma defesa padrão. Hoje, a grande tese do Estado, do poder público, é a seguinte: não existe um único medicamento ou um único tratamento para cada moléstia, há várias possibilidades. Tem que combinar uma estratégia no setor público, de saúde pública, que envolva custo do medicamento e envolva eficácia. Mas é importante que o Judiciário concorde com isso.

No fundo, a única possibilidade de ganhar uma causa dessa na Justiça é assentar-se que não cabe ao Poder Judiciário interferir na discricionariedade técnica-administrativa de montagem de um sistema de saúde pública que vai, evidentemente, para cada agravo, prescrever um tratamento, levando em conta custo e eficácia do medicamento. O que a maioria dos juízes aceita é a prescrição de um médico contratado falando que um medicamento importado é melhor que o tratamento que o SUS disponibiliza. Às vezes [o remédio] nem é registrado na Anvisa. Muitas vezes, foi registrado há tão pouco tempo que não teve sequer análise do SUS. O juiz então defere uma liminar, depois concede a sentença. Mas a questão principal é que o juiz não pode fazer isso. Só se faz isso em países como África do Sul e Colômbia, que são ativistas judiciais.

ConJur —  Caímos no ativismo judicial, sobre o qual o senhor já escreveu…
Elival da Silva Ramos —
 É uma questão séria, e não é só para o direito à saúde. A mesma questão envolve o direito à moradia e outros direitos sociais. A princípio, deveria ser assim: o poder público tem uma estratégia de implantação que leva em conta o planejamento para o futuro. Nisso, não pode dar tudo para todos. Então vai escolher o que é mais grave, descobrir o que é mais urgente. No fundo, tinha que melhorar a nossa discussão democrática do orçamento. O que é prioritário? Vamos dar moradia? Ou vamos resolver vacina? Agora, o Judiciário, que não tem compromisso com o fechamento dessas contas, vem, analisa individualmente e diz que “é justo que as pessoas tenham moradia”. Também acho. É justo que todos tenham acessibilidade, todos tenham isso e tenham aquilo. Mas o custo disso não fecha. Vamos ter um Estado inchado, endividado.

Boa parte da inviabilização do modelo brasileiro de Estado passa pelo ativismo judicial. O Judiciário está imputando um custo ao Estado fenomenal em várias coisas. A gente briga o tempo todo. E aí não é a questão de os argumentos do Estado serem piores ou melhores, é questão ideológica, eu diria. No fundo, o Judiciário é o controlador da política pública de prestações sociais. Ele não é o formulador de políticas públicas e nem é o responsável por isso. Não é o Judiciário brasileiro o responsável por resolver a questão de saúde. Não é o Judiciário brasileiro o responsável por resolver a questão de habitação. É o legislador, é o administrador. O Judiciário deve controlar para que isso seja feito com isonomia, com segurança jurídica.

ConJur — O Judiciário brasileiro assumiu indevidamente esse papel?
Elival da Silva Ramos —
  Ele se auto-impôs esse papel, porque isso dá matéria na imprensa, isso dá poder social. O magistrado aparece como Robin Hood. Essa é a realidade. Um amigo meu juiz diz que a Fazenda está em dificuldade porque os juízes gostaram de ter poder. Porque antigamente, alguns casos só se resolviam cobrando que um deputado apresentasse um projeto de mudança na lei ou fazendo uma manifestação na frente do Palácio, para ver se o governador ou prefeito se sensibilizava, Pressionavam partidos, faziam movimento. Agora, a solução é achar um advogado e judicializar.

Isso é uma coisa que não tem cabimento, por um simples motivo: políticas sociais envolvem sempre exclusões, envolvem sempre planejamento. É preciso optar por coisas, examinar globalmente, senão provoca uma enorme injustiça. As pessoas que entram com ações na área da saúde são pessoas que já são privilegiadas, em geral. Porque quem tem acesso à Justiça é quem tem mais educação, mais acesso à informação, advogado melhor. Entram e conseguem um tratamento caríssimo. Quem perde nessa equação? Perde o pobre, que não tem advogado, que não tem informação. Então não tem judicialização no Brasil, por exemplo, para combater a esquistossomose ou para doença tropical em geral, dengue etc. O juiz é moldado, o processo judiciário é moldado para controlar a prática de ilegalidades, quebra de isonomia. Não é para entrar na conveniência e oportunidade.

Quem é que diz que eu tenho que investir em remédios caríssimos e deixar de, por exemplo, dar creche para as crianças, que inviabiliza as mulheres de exercer trabalho etc.? O que é mais importante? Tudo tem a sua importância. É o representante político que tem que dizer, não é o Judiciário. Essas são questões assim básicas de organização do Estado brasileiro que nós vamos ter que enfrentar nos próximos anos.

ConJur — Mas a Constituição Federal não coloca que saúde é direito de todos e dever do Estado?
Elival da Silva Ramos —
 A Constituição tem um dispositivo perfeito. É um dos mais bem redigidos nessa matéria. O problema é que o juiz só lê a primeira parte. É só questão de eles lerem melhor. Leiam o artigo inteiro. Está escrito assim: “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. Mas não é só ponto final, tem uma vírgula: “esse direito é assegurado mediante políticas públicas”, é o que vem dito em seguida.  Então na verdade o que está escrito é que você tem direito à saúde, mas é condicionado a uma política pública que o torne concreto. E quem monta essa política, quem implementa, é o poder público, administração seguindo a legislação.

ConJur — O debate jurídico está politizado?
Elival da Silva Ramos —
 Está totalmente politizado. Veja os debates no Supremo Tribunal Federal, a forma como se realizam agora. Lembro do ministro Moreira Alves, anos atrás, quando eu estava fazendo faculdade e ele foi dar uma palestra no Largo do São Francisco. Fizeram uma pergunta sobre um tema específico e ele respondeu: “Esse tema está chegando ao Supremo, eu quero me preservar. Então vou falar só sobre alguns estudos correlatos”. Muito cuidadoso. Hoje o ministro fala em off, reservadamente, em tese. E depois até vai dar uma palestra ou escrever um artigo em jornal defendendo o ponto de vista. Isso não é papel de ministro. O ministro deveria reservar a posição dele para falar nos autos.. O juiz deveria falar pouco, ouvir muito e decidir. Mas está fazendo parte de um debate político.

ConJur — Isso se deu quando o STF determinou o cumprimento da pena a partir da condenação em segundo grau?
Elival da Silva Ramos —
 A discussão posta é: deveríamos prender alguém que é condenado em primeiro grau e tem a condenação confirmada em segundo grau? Isso melhoraria o combate à corrupção? Mas isso é uma discussão de mérito, que tem que ser travada no parlamento. A Constituição diz que a prisão só pode ser feita depois do trânsito em julgado. Com letras claríssimas. A Constituição não permite outra solução. Eu mesmo critico o texto constitucional, mas eu cumpro. Ele tem que ser cumprido. A solução para isso seria uma emenda à Constituição. E aí não cabe ao Judiciário. O parlamento não discute o assunto, fica aguardando o Supremo decidir. O STF decide uma coisa hoje, outra amanhã, depende do clamor popular. Claro que isso repercute na insegurança jurídica, porque, no mundo da política, aquilo que é lei hoje pode não ser cumprido amanhã.

 é repórter da revista Consultor Jurídico.

 é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 11 de março de 2018, 9h10

 


 

Procuradores vivem muito bem , mas quando o câncer bate na vida deles são os primeiros a buscar remédios e tratamento grátis. 

Marco Aurélio suspende prisão antecipada de delegada condenada pelo TJ-SP 17

PRECIPITAÇÃO INCONSTITUCIONAL

Marco Aurélio suspende prisão antecipada de delegada condenada em segundo grau

Precipitar a execução da pena é antecipar a culpa — e, segundo a Constituição Federal, ninguém pode ser considerado culpado até que haja trânsito em julgado da ação penal. Por isso, o ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, deferiu liminar para suspender a execução provisória da condenação de uma delegada condenada à prisão pelos crimes de concussão e falsidade ideológica.

Precipitar a execução da pena é antecipar a culpa, afirmou ministro Marco Aurélio.
STF

Simona Ricci Anzuíno, ex-titular da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Sorocaba (SP), foi condenada pela 2ª Vara Criminal da cidade e teve sua pena reduzida pela 4ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça, para sete anos e onze meses. Os desembargadores determinaram que a pena fosse executada imediatamente.

A defesa da ex-delegada, feita pelos advogados Fabio Tofic Simantob e Maria Jamile José, conseguiu a liminar no STF para garantir o direito de a ré permanecer em liberdade até o julgamento definitivo de Habeas Corpus, que apontou violação ao principio de não culpabilidade e afirmou ser indevida a antecipação da pena.

Tofic ressaltou também, em seu recurso, que seria pertinente ao caso que a ré fosse presa em regime semiaberto, diante da pena estabelecida.

O direito de aguardar em liberdade foi deferido pelo ministro Marco Aurélio: “A culpa surge após alcançada a preclusão maior. Descabe inverter a ordem do processo-crime – apurar para, selada a culpa, prender, em verdadeira execução da sanção”.

“Comuniquem ao juízo que se abstenha de expedir o mandado de prisão, ou, se já o tiver feito, que o recolha, ou, ainda, se cumprido, que expeça o alvaráde soltura, a ser implementado com as cautelas próprias: caso a paciente não esteja recolhida por motivo diverso do retratado no processo”, concluiu.

Clique aqui para ler a decisão do ministro Marco Aurélio.

DOIS TIROS DE PISTOLA NO QUEIXO – Tristemente noticiamos suposto suicídio de aluno oficial da Polícia Militar de São Paulo nas dependências do Barro Branco 56

O aluno oficial N.S.C –  ex-soldado – empregando pistola pertencente a colega de turma  cometeu suposto suicídio disparando duas vezes contra o próprio queixo.

Histórico  lavrado por um cabo :

   O Al Of PM N. Cruz estava sozinho no alojamento de alunos da APMBB e cometeu suicídio com dois disparos de arma de fogo no queixo. Uma equipe da USA constatou o óbito no local. O policial militar pertencia ao 3º CFO, encontrava-se em convalescença médica e recentemente,passou por atendimento no NAPS (Núcleo de Atendimento Psicológico). A arma utilizada pertence ao Al Of PM Hickmann, também do 3º CFO.
É o segundo aluno do Barro Branco que se mata em menos de um ano.
Observação: a PM não comunicou o evento ao Delegado de Polícia responsável pela circunscrição da Água Fria.