Movido pela esperança de “ajudar o país”, o mecânico Antônio Raimundo do Nascimento, 40 anos, recebeu em sua oficina, no centro de São Paulo, uma viatura da Polícia Militar que patrulha o bairro. O veículo precisava de bateria nova e o serviço é a especialidade do estabelecimento, que tem largura pouco maior que a de um carro popular.
“A polícia tinha de ter como consertar porque a gente paga imposto para isso. Mas se todo mundo cruzar os braços nada vai para frente”, lamenta o mecânico, que doou uma bateria de R$ 300 sem esperar retorno da promessa que ouviu dos policiais em seguida: “Se chegar uma nova no batalhão, a gente vem aqui e devolve essa”.
A troca ocorreu em janeiro. Depois, Toninho, como o mecânico é conhecido, nunca mais viu os agentes. Ele conta que recebe frequentemente policiais civis que trabalham perto e pedem ajuda para carregar as baterias dos veículos. Perto dali, no restaurante onde Francisco Aires, 29, é gerente, também é comum a cessão de marmitas para os agentes mais antigos na região.
“É uma parceria em que é bom tê-los por perto”, avalia Aires. “Outros, que não conhecemos, pegam, mas pagam.”
Para garantir o patrulhamento nas ruas, moradores de São Paulo têm se mobilizado para pagar alimentação de agentes, consertar viaturas quebradas e até fazer reparos em prédios da polícia, em um contexto de alta de crimes patrimoniais, como roubos e furtos.
O cenário se torna mais comum em meio a uma queda de 9,5% nos valores executados do orçamento previsto para custeio da Polícia Civil — de R$ 182 milhões no primeiro semestre de 2016 para R$ 165 milhões neste ano — e mesmo com o crescimento das verbas para a PM, que teve R$ 371 milhões para custeio neste ano, ante R$ 334 milhões no mesmo período do ano passado.
Segundo o presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do Portal do Morumbi, na zona sul, é comum que moradores banquem consertos de veículos, como troca de embreagem e bateria. “A gente não deixa viatura quebrada. Mando consertar até as mais velhinhas”, afirma.
Na Rua David Pimentel, por exemplo, onde os muros altos encobrem as fachadas de casas de luxo, há seguranças particulares, cercas elétricas e câmeras apontando para todos os lados – mesmo assim, a Polícia Militar patrulha a área três vezes por dia. A proximidade com as favelas de Paraisópolis e do Real Parque, dizem os moradores, faz com que a via sirva de rota de fuga para assaltantes que passam, em duplas, de moto.
“Já presenciei uns três assaltos, fora o que a gente fica sabendo quando quebram o vidro de um carro ou levam a bolsa de alguém”, conta a empregada doméstica Maria Roseli Vieri, 50.
Em uma planilha com os crimes da região, no entanto, Cavallini aponta a situação melhor do bairro. “Eu somo os índices da capital e dividido por 93 delegacias. Em média, no primeiro semestre, foram 2,6 mil ocorrências na cidade”, detalha, ao aprovar o trabalho realizado pelos comandos policiais da sua área. “No 89º DP (Portal do Morumbi), tivemos 1,8 mil, ou seja 31% menos”, comemora.
Insegurança
No centro, o 4º DP (Consolação) tem comportamento bem diferente. Os roubos pularam de 1,1 mil para 1,6 mil neste ano, uma alta de 42,7%. Na mesma região, o 77º DP (Santa Cecília) registrou aumento de 25% dos assaltos, com 901 casos em 2017, ante 721 no ano passado.
“Está difícil. A sociedade tem de se mobilizar para ajudar os policiais ou a gente fica à mercê dos bandidos”, afirma Francisco Machado, diretor do Conseg Santa Cecília. “Há um problema em comum para todas as regiões: a falta de verba de manutenção para material da PM e de pessoal para a Polícia Civil”, diz Marta Porta, que preside o Conseg Consolação.
“A gente compra pneu para viatura e até troca luz apagada dos prédios da polícia. Tira do bolso e leva.”
Presidente da Associação dos Moradores e Comerciantes dos Campos Elísios, Antonio Iézio diz que chegou a pagar a um encanador para arrumar o sistema hidráulico da sede da 2ª Companhia do 13º Batalhão. Já a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse, em nota, que o dispositivo foi “devidamente consertado com apoio da Sabesp”.
A reportagem questionou a SSP sobre eventuais restrições a colaborações da comunidade a equipamentos e estruturas das polícias, e sobre a eventual existência de um procedimento padrão para recebimento desses auxílios, mas não obteve resposta.
Em nota, a pasta se limitou a dizer que custeio, manutenção, reformas e zeladoria das instalações e veículos da PM são realizados por meio de verba pública específica. Para exemplificar, a secretaria disse que foram emitidas 128 ordens de serviço para manutenção de viaturas da 2.ª Companhia do 16º Batalhão da PM (Morumbi). De acordo com a pasta, o custo foi de R$ 97.123,71.
Sobre o orçamento, a secretaria destacou que os dados da reportagem consideram contratos já celebrados (liquidados), “no entanto, não leva em conta que no mesmo período houve elevação de 8% nos recursos empenhados pela Polícia Civil”. “Vale ressaltar que já há complementação aprovada de verba de R$ 4,1 milhões para gastos de consumo.”
A situação divide especialistas. “A companhia fica devendo o favor, mesmo que isso ocorra implicitamente muitas vezes. Nunca dá para atender a todas as ocorrências, então talvez haja preferências, levando a problemas no serviço”, diz o cientista político Guaracy Mingardi.Ex-comandante da PM, o coronel Carlos Alberto Camargo sustenta que, para além da ajuda com materiais e serviços, é importante que a comunidade se envolva no policiamento para cada área. “Devemos buscar o empoderamento da comunidade para que haja uma colaboração efetiva, com informações sobre a área, avaliação sobre a forma de abordagem e definição de prioridades.”

Aceitar favor de contribuinte pode acabar mal, mais ou menos como querer cuidar bem de uma jararaca debaixo da sua coberta.
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O que motiva o polícia é o salário cade o reajuste ?????
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Governador mostre sua cara e chega de enganar os Policiais Civis, Militares e Científicos. Vergonha esse governo.
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sempre foi assim sem os amigospol a policia fecha o resto é trololo como dizia o careca safado
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Salário é o que interessa, ninguém faz matéria. O policial com dívidas, c empréstimos no banco do Brasil.
A polícia sempre sobreviveu c ajuda dos comerciantes de bairros.
Comida, conserto de vtrs e manutenções em delegacias….
Precisamos de salários…. Greve
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Isso existe há séculos em ambas as corporações! O negócio e parar as viaturas de ambas, quebrou, pneu careca, bateria ruim……..PARAAAAAAAAAAAAAAA!!!! Hoje são poucos da população que se importam conosco e quem o faz por vontade, é uma minoria. O resto ajuda porque precisa, senão não queria nos ver pela frente. Há verba para ambas, falta vontade da administração gestora para que as respectivas manutenções funcionem como deveriam.
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Esmola e Escambo… Qual é a novidade? Virei a página.. Próxima noticia por favor…
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Qual o interesse em não baixar a viatura até que o governo banque seu conserto?
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TODOS PM’S DA ZONA LESTE
TEM MANIA AGORA DE FAZER REUNIÃO PERTO DA MINHA CASA NA ZONA LESTE
ENTREI DISFARÇADO NA REUNIÃO DE AMIGOPOL
ELES SÓ FALAM MERDA !
CONVERSAS BIZARRAS DA FARDA
OS OFICIAIS ESTÃO COM MEDO QUE O GOVERNO ACABE COM TAL ABERRAÇÃO
ONDE GASTA MILHÕES PARA MANTÊ – LOS !
O CERTO É O ALCKIMIM ACABAR MESMO COM OS OFICIAIS
E TODOS OS DELEGADITOS DESPACITOS – DELTITICOS
ECONOMIZARÁ MILHÕES PARA INVESTIR NOS OPERACIONAIS
QUE TRABALHAM DE VERDADE MANTÉM E SEGURAM A POLÍCIA ATÉ HOJE
DESDE QUE ELA EXISTE !
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O QUE MOTIVA A POLÍCIA É:
Q S J
CACAU
CARAMINGUÁS
GRANA
AUMENTO
SOLDO
PROVENTO
SALÁRIO BOM
VERDINHAS
AZUIZINHAS
BARÃO
BUFUNFA
CONTO
DIN DIN
MERRÉIS
TUTU
MANGO
PÉ DE MEIA
CABRAL
ABOBRINHA
ARAMA
DILMAS
BABA
CABELO DE CARTEIRA
CASCALHO
CHAPEU
COBRE
GRAMA
MALOTE
MERRECA
MILHARIA
MIXARIA
MONEY
NÍQUEL
NOTA
ONÇA
PACOTE
PAGA TUDO
PAPEL VALIOSO
PATACA
PAU
PAIDAY
PEGA MULHER
FAZ ME RIR
PERNA
PILA
PRATA
PUTO
QUINA
REALISTA
REIS
TIRADENTES
TOSTÃO
TROCADO
TUBO
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ERVA
ESTRIBO
FILIPETA
GAITA
ARAME
GAROUPA
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esse é o estado mais rico da republiqueta das bananas …………….salva de palmas
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