DENÚNCIA PUBLICADA NO FLIT SOBRE A CORRUPÇÃO TUCANA – Juiz acata pedido do MP e suspende obras no trajeto do VLT que foram alteradas pela prefeitura, EMTU e CETESB para atender aos interesses de megaempresários financiadores de campanhas eleitorais do PSDB 18

Justiça suspende parte das obras do VLT em Santos

Decisão determina a paralisação de 2,3 quilômetros na Avenida Francisco Glicério a pedido do Ministério Público, que aponta alteração no traçado original

09 de janeiro de 2014 | 17h 47

Fabio Leite – O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – O juiz Daniel Ribeiro de Paula, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Santos, concedeu uma liminar nesta quinta-feira, 9, determinando a suspensão das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista, num trecho de 2,3 quilômetros na Avenida Francisco Glicério, entre o Canal 1 e a Avenida Conselheiro Nébias. A obra é uma das promessas de campanha do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e está prevista para este ano.

Veja também:
link MP move ação para suspender obra do VLT em Santos

O pedido foi feito em ação cautelar movida pelo Ministério Público Estadual (MPE), que contesta uma alteração no traçado original do corredor de 11 quilômetros que ligará São Vicente ao Porto de Santos. Segundo os promotores, no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) não existiu a menção de que a avenida seria alargada para que o VLT passasse no canteiro central e que todos os documentos da investigação evidenciam que o traçado original era o da linha férrea existente.

Tanto a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), responsável pela obra, quanto a Companhia Ambiental do Estado (Cetesb), responsável pelas licenças ambientais, negam a acusação. Segundo o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o governo entregou todos os estudos prévios ao MPE e não recebeu nenhuma manifestação contrária à obra durante 90 dias. “Estamos perfeitamente corretos em tudo aquilo que nós apresentamos”, afirmou.

“A paralisação de obras no trecho de 2,3 quilômetros apenas até que sobrevenha resposta nos autos pelos requeridos é menos drástica do que correr-se o risco de que até a superveniência de sentença haja irreversibilidade fática da obra já em caráter adiantado, tornando-se custoso e trabalhoso posterior desfazimento, se determinado futuramente”, escreveu o juiz, que além da suspensão da obra até a sentença final, deu prazo de 10 dias para a EMTU detalhar os custos e o projeto do VLT no trecho.

A DUPLA FACE DA CORRUPÇÃO TUCANA – Extra!…Extra!…Extra!…Houve suborno e tráfico de influência na EMTU para alteração do trajeto do VLT em Santos com a finalidade de beneficiar hipermercado multinacional e centro de convenções de megaempresa da Baixada Santista 19

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O VLT foi projetado para ocupar o trajeto da antiga linha férrea; e assim seria executado desde o trecho que liga São Vicente até o bairro do José Menino na cidade de Santos. A partir deste ponto foi desviado para o canteiro central da avenida Francisco Glicério com o OBJETIVO EXCLUSIVO DE NÃO BLOQUEAR O ACESSO DE VEÍCULOS AO MENDES CONVENTION CENTER e ao HIPERMERCADO EXTRA.   

Mais uma patifaria dos Tucanos para favorecimento da iniciativa privada em detrimento da população da Baixada Santista.

Um Comentário

  1. SEM COMENTÁRIOS SOBRE O PSDB……ÊTA POLÍTICOS QUE NÃO TOMAM MESMO VERGONHA NA CARA…..LAMENTÁVEL A LEI QUE IMPERA NESTE PAÍS É A DOS CORRUPTOS. CHEGA!!!!!!!! ACORDA SOCIEDADE!!!!!!

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  2. Parabéns por ter ajudado a baixada, agora pelo amor de Deus Doutor Conde Guerra, salve-nos das mãos do Haddad!

    Haddad quer entregar a cuidança do Parques Paulistanos aos Cracudos!

    Nossos Parques se tornarão a versão ao vivo do filme “A volta dos mortos vivos!”

    O secretário municipal de Segurança Pública de São Paulo, Roberto Porto, disse ontem em entrevista à rádio CBN que a prefeitura vai pagar R$ 15 por dia a cerca de 400 usuários da região da cracolândia em troca de trabalho para o município.

    O plano da gestão de Fernando Haddad (PT) de empregar os usuários da região em serviços de zeladoria, como varrição de parques da cidade, já havia sido antecipado pela Folha.

    De acordo com Porto, os usuários que participarem do programa terão que trabalhar quatro horas por dia na zeladoria. Além disso, eles terão que cumprir mais duas horas diárias em programas de requalificação profissional.

    O pagamento será feito com base no dia trabalhado, não por valor fechado no final do mês. Assim, caso a carga horária do dia não for cumprida, ele não recebe.

    Em situações nas quais o usuário não esteja bem de saúde, por causa da dependência, e comprove sua passagem por uma das unidades de saúde da cidade, ele ainda receberá os R$ 15 de um dia trabalhado.

    180 visitas – Fonte: Folha

    http://plantaobrasil.com.br/news.asp?nID=74994

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  3. DOUTOR SALVE-NOS DO HADDAD ELE QUER COLOCAR NÓIAS NA GUARDA DOS PARQUES!

    O secretário municipal de Segurança Pública de São Paulo, Roberto Porto, disse ontem em entrevista à rádio CBN que a prefeitura vai pagar R$ 15 por dia a cerca de 400 usuários da região da cracolândia em troca de trabalho para o município.

    O plano da gestão de Fernando Haddad (PT) de empregar os usuários da região em serviços de zeladoria, como varrição de parques da cidade, já havia sido antecipado pela Folha.

    De acordo com Porto, os usuários que participarem do programa terão que trabalhar quatro horas por dia na zeladoria. Além disso, eles terão que cumprir mais duas horas diárias em programas de requalificação profissional.

    O pagamento será feito com base no dia trabalhado, não por valor fechado no final do mês. Assim, caso a carga horária do dia não for cumprida, ele não recebe.

    Em situações nas quais o usuário não esteja bem de saúde, por causa da dependência, e comprove sua passagem por uma das unidades de saúde da cidade, ele ainda receberá os R$ 15 de um dia trabalhado.

    180 visitas – Fonte: Folha

    http://plantaobrasil.com.br/news.asp?nID=74994

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  4. Pior é que o PSDB tem a grande imprensa paulista no bolso, literalmente.

    É inacreditável assistir à omissão e cumplicidade dos grandes formadores de opinião, em relação às notícias de corrupção por parte dos tucanalhas.

    Quando são obrigados a ler alguma decisão judicial, depoimento de testemunhas, ou notícias vindas de fora, dando conta da participação efetiva de algum membro do PSDB em atos lesivos aos cofres públicos, o constrangimento dos jornalistas é visível, patético até.

    Ninguém consegue ter a honradez para afirmar que os Petistas do Mensalão, corruptos safados, são da mesma laia dos Psdebistas paulistas. A única diferença é que os primeiros roubaram um pouco para eles próprios e uma parte para o partido, visando a perpetuação no poder; enquanto que os Tucanalhas roubaram e continuam roubando muito mais, tudo para eles mesmos, com depósitos em paraísos fiscais.

    Até o povinho elitista do estado de SP já percebeu isso, mas faz de conta que não sabe, só para manter o status quo e continuar pagando os maiores impostos do país, sem nenhuma contraprestação dos serviços públicos.

    E viva o IPVA mais caro do mundo, os pedágios excorchantes, taxas e tarifas caríssimas, com hospitais públicos indigentes, escolas públicas com sistema de aprovação automática sem ensinar nada e segurança pública sucateada, entregue aos bandidos.

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  5. 09/01/2014 – 12h33
    Em meio a crise, Maranhão agora licita uísque escocês, champanhe e caviar
    BRUNO BOGHOSSIAN
    ANDRÉIA SADI
    BERNARDO MELLO FRANCO
    DO “PAINEL”

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    Em meio à crise nos presídios e na segurança pública do Maranhão, o governo Roseana Sarney (PMDB) abriu novo pregão de R$ 1,3 milhão para comprar itens como uísque escocês, champanhe e canapés de caviar para coquetéis e eventos oficiais.

    O edital foi divulgado nesta quinta-feira (9) no site da Comissão Permanente de Licitação do Estado. A licitação está marcada para o dia 17. Procurada pela Folha, a assessoria de Roseana ainda não informou se vai se pronunciar sobre o caso.

    Em cadeia superlotada no MA, presos comem arroz e galinha crua
    Maranhão adia licitações para compra de lagosta e camarão
    Vídeo mostra ataque a ônibus que matou menina de 6 anos no MA

    Ontem o governo adiou o pregão que previa a compra de 80 kg de lagosta para as residências oficiais de Roseana, após a concorrência ter sido revelada pelo “Painel”.

    A nova licitação prevê a compra de bebida “em quantidades suficientes para atender a contendo todos os convidados”, incluindo vinho importado “de primeira qualidade” (francês, italiano, chileno, espanhol e português) e champanhe “de primeira qualidade” (extra brut, brut, sec e demisec).

    As refeições, com valor estimado em R$ 988 mil, incluem pratos como risoto de lagosta, camarão e caranguejo, cabrito ao vinho, caldeirada de camarão, bacalhau com natas e filé mignon à provençal.

    Roseana Sarney

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    Acervo UH/Folhapress
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    O então deputado federal José Sarney (UDN) ao lado da mulher Marly e dos filhos, Roseana e Fernando
    De entrada, os eventos terão no cardápio casquinha de caranguejo, carpaccio de salmão e coquetel de mariscos. Já os convidados dos coquetéis oficiais do governo poderão comer canapés de salmão e caviar, “cartuchos de lagosta” e empanadas de camarão.

    Ainda está prevista a compra de comida e bebida para “coffee breaks” e “brunches” promovidos pelo Estado.

    TAPETE PERSA E LUSTRE DE CRISTAL

    O governo Roseana prevê gastar R$ 403 mil para bancar a estrutura, a decoração e a equipe dos eventos. As recepções deverão ter lustre com estrutura de cristal e tapete persa dos tipos Golpayagan Sherkat e Kashmar.

    O edital ainda inclui a contratação de decorador, cantor e recepcionistas bilíngues, todos sujeitos a “aprovação prévia” pelo Estado.

    O cantor, por exemplo, deve ser apto a “interpretar canções de repertório popular, inclusive regionais, música ambiente, instrumentais e religiosas”. Tudo conforme orientação do cerimonial da governadora.

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  6. quinta-feira, 9 de janeiro de 2014 – 20h17 Atualizado em quinta-feira, 9 de janeiro de 2014 – 22h00
    SP: fiscal limpa cofre antes de ser descoberto
    Funcionário da prefeitura da capital paulista conseguiu retirar “tesouro” antes da descoberta da máfia dos fiscais
    Do Jornal da Band pauta@band.com.br
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    SP: vereador pede CPI para investigar fraudes
    Haddad vai revisar processos de fiscais
    Donato ataca imprensa ao voltar para Câmara
    Um dos integrantes da máfia dos fiscais que agia na Prefeitura de São Paulo limpou o cofre particular em um banco pouco antes de ser descoberto. A polícia e o Ministério Público tentam descobrir que tesouro ele guardava a sete chaves.

    Os passos da corrupção na prefeitura de São Paulo andavam constantemente pelo centro financeiro do país. Era em um prédio que o auditor fiscal Luís Alexandre Magalhães mantinha um de seus mais valiosos segredos.

    Orientado pela ex-mulher, Ana Luiza, ele comprou dólares, joias e pedras preciosas. O objetivo era garantir patrimônio caso a máfia que agia na prefeitura de São Paulo, desviando dinheiro do ISS, fosse descoberta. Vanessa, a ex-namorada, diz que Luís Alexandre sempre se imaginou um mafioso bem sucedido.

    Desconfiado de que estava sendo investigado cerca de um mês antes da operação do ministério público, Luís Alexandre foi até o banco, na avenida Paulista, e esvaziou o cofre que tinha alugado desde 2011.

    Luis Alexandre foi mais esperto e rápido que os outros integrantes da máfia, acusada de desviar mais de R$ 500 milhões. Eles também tinham cofres, mas em casa e em um escritório, onde os promotores encontraram quase R$ 200 mil em espécie.

    Agora ele e a ex-mulher terão de dar explicações. O Ministério Público quer saber que segredos continha o cofre do fiscal da prefeitura.

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  7. 09/01/2014 – 03h30
    Delator de cartel diz que tratou de propina com secretário de Alckmin
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    FLÁVIO FERREIRA
    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

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    A principal testemunha das investigações sobre o cartel dos trens disse à Polícia Federal que tratou pessoalmente de propina com o atual secretário de Desenvolvimento Econômico do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Rodrigo Garcia (DEM), e um interlocutor do secretário de Energia, José Aníbal (PSDB).

    As afirmações constam de um depoimento prestado pelo ex-diretor da multinacional alemã Siemens Everton Rheinheimer em novembro. Ele assinou um acordo de delação premiada e colabora com as investigações sobre formação de cartel e suspeitas de pagamento de suborno a políticos do PSDB e funcionários do Metrô e da CPTM.

    O teor completo de suas declarações é mantido em sigilo pelas autoridades, mas parte do depoimento foi transcrita na decisão da Justiça Federal que encaminhou o caso para o Supremo Tribunal Federal, em dezembro.

    Garcia, Aníbal e outros políticos mencionados por Rheinheimer são deputados federais licenciados e, por isso, só podem ser investigados com autorização do Supremo. O ex-executivo da Siemens afirmou à polícia que Garcia era um “ponto de contato” político para as empresas do cartel e que conversou “algumas vezes” com ele sobre o pagamento de “comissões”.

    Ele disse que recebeu indicação para negociar também com José Aníbal. Rheinheimer declarou que “nunca” foi recebido pessoalmente por Aníbal, mas tratava com uma pessoa que o “assessorava informalmente em relação ao pagamento de propinas”.

    Garcia e Aníbal negam ter cometido ilegalidades. O advogado de Garcia, Alexandre de Moraes, negou as acusações e desqualificou o testemunho de Rheinheimer. “Nos 52 volumes do processo, o secretário Garcia é citado três vezes, duas em denúncias anônimas, em nenhuma delas com provas”, afirmou.

    A assessoria de José Aníbal disse que ele “nunca viu ou havia ouvido falar de Rheinheimer” antes do início do escândalo. Afirmou ainda que ele jamais autorizou qualquer interlocutor a tratar com o ex-executivo da Siemens.

    À PF, o delator disse que tratou de propina com Garcia na época em que ele presidia a Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa, quando ainda era deputado estadual. Posteriormente, enquanto Garcia esteve na presidência da Assembleia, entre 2005 e 2007, seu contato teria passado a ser Aníbal.

    Segundo Rheinheimer, um dirigente da CPTM lhe disse que o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), o deputado estadual Campos Machado (PTB) e o atual secretário da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido (PSDB), também receberam propina. O executivo diz não ter provas disso. Os três negam a acusação.

    No texto da decisão em que determinou o envio dos autos para o Supremo, o juiz federal Marcelo Costenaro Cavali afirma que, na sua opinião, “os elementos obtidos pela autoridade policial até o momento são fragilíssimos em relação às autoridades” apontadas por Rheinheimer.

    Ele ressalva, no entanto, que cabe ao Supremo analisar e autorizar qualquer medida no inquérito que diga respeito a políticos detentores de mandato e que por isso decidiu enviar os autos. A medida, na prática, evita o risco de que, no futuro, provas contra autoridades sejam anuladas pelo fato de terem sido obtidas sem a supervisão do Supremo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    OUTRO LADO

    Todos os citados pelo delator do caso Siemens, Everton Rheinheimer, negam relação com o esquema investigado pela Polícia Federal. O advogado do secretário de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia (DEM-SP), Alexandre de Moraes, afirma que as acusações são infundadas. “Tanto não existem provas que o próprio juiz considerou o depoimento ‘fragilíssimo’ e a Procuradoria opinou contra o envio dos autos para o STF.”

    Por meio de sua assessoria, o secretário José Aníbal (Energia), afirmou que o ex-executivo da Siemens é “reconhecidamente um delinquente”. “O secretário jamais teve contato com o ex-executivo ou autorizou qualquer pessoa a falar em seu nome.” Aníbal cobra judicialmente explicações de Rheinheimer.

    O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) disse que o delator faz afirmações “descabidas”, desqualificadas pelo próprio juiz que analisou o depoimento. A assessoria de Campos Machado (PTB-SP) diz que o deputado nunca teve contato com o ex-executivo. O secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, diz que a posição do juiz é “firme e esclarecedora” no sentido de que não existe prova alguma.

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  8. 09/01/2014 – 15h32
    Após denúncia de propina, Alckmin confirma secretários no governo
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    ANDRÉIA FUZINELLI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
    DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)

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    O governador Geraldo Alckmin (PSDB) confirmou nesta quinta-feira (9) que os secretários Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), Edson Aparecido (Casa Civil) e José Aníbal (Energia) estão mantidos no governo e afirmou que aguarda a conclusão das investigações sobre denúncias de formação de cartel e pagamento de propinas a agentes do governo paulista.

    A Folha revelou nesta quinta que o ex-diretor da multinacional alemã Siemens Everton Rheinheimer, principal testemunha das investigações sobre o cartel dos trens, disse à Polícia Federal que tratou pessoalmente de propina com Garcia e um interlocutor de Aníbal.

    A afirmação foi dada em resposta ao questionamento da reportagem feito após cerimônia de início das obras da SP-379, em Ibirá (417 km de São Paulo). O governador cumpriu agenda pública durante a manhã na região de São José do Rio Preto (438 km de São Paulo), com entregas de moradias e unidade de saúde.

    Alckmin afirmou ainda que apoia a investigação dos órgãos de Justiça, mas não quis dar mais declarações. A entrevista que estava sendo concedida no local foi encerrada de forma abrupta pelos assessores que acompanhavam o tucano.

    Conforme depoimento prestado pelo ex-diretor, divulgado parcialmente na decisão da Justiça Federal que encaminhou o caso para o Supremo Tribunal Federal, em dezembro, o secretário de Desenvolvimento Econômico recebeu propina na época em que presidia a Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa de São Paulo.

    Segundo Rheinheimer, em depoimento, ele “nunca” foi recebido pessoalmente por Aníbal, mas tratava com uma pessoa que o “assessorava informalmente em relação ao pagamento de propinas”. Garcia e Aníbal negam ter cometido ilegalidades.

    O ex-diretor da multinacional também afirmou que um dirigente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) lhe disse que o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), o deputado federal Campos Machado (PTB) e o secretário Edson Aparecido também receberam propina. Rheinheimer disse no depoimento não ter provas disso. Os três negam a acusação.

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  9. 10/01/2014 – 10h50
    Professora dobra salário após marido chefiar a Academia de Polícia de SP
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    ROGÉRIO PAGNAN
    DE SÃO PAULO

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    Uma professora da Academia de Polícia de São Paulo viu sua renda mensal dobrar desde o início do 2013, justamente após o marido dela se tornar seu chefe.

    A escrivã Patrícia Leite de Barros, casada com o delegado Mário Leite de Barros, tinha uma renda média de R$ 5.300 até dezembro de 2012. Depois de janeiro, quando o marido tornou-se diretor da academia, essa média mais que dobrou: atingiu R$ 11,7 mil (dados do portal da transparência do governo paulista).

    Polícia diz que não vê irregularidades em evolução salarial de professora

    Parte desse salário de Patrícia vem das atividades exercidas por ela na academia, quer como professora, quer como integrante de comissões de concursos ou processos seletivos realizados pela própria academia.

    Cada hora de aula na academia equivale a R$ 70,24 ou R$ 158,04, dependendo do grau do professor. Esse valor também é pago para quem participa das comissões.

    Escrivã de primeira classe, com salário base de R$ 3.390,60, a escrivã recebeu em novembro R$ 12.548,48 brutos, mais que cerca de 60% dos delegados.

    Foi quase o dobro do salário do presidente da Associação dos Escrivães de Polícia, Horácio Garcia de Oliveira, escrivão de classe especial e com 38 anos de polícia. Ele recebeu R$ 6.817,00. “Lutamos há 30 anos pelo nosso reconhecimento salarial”, disse.

    Ela foi aprovada em processo seletivo na academia em outubro de 2012, meses após o marido assumir a Secretaria de Concursos Públicos, setor responsável pela organização de todos os concursos (internos e externos) da própria academia.

    Formada em direito, foi aprovada para ministrar aulas de gestão de pessoal. A polícia diz que ela tem especialização nessa área. A reportagem solicitou à polícia autorização para acompanhar uma aula, mas a informação foi de que ela não tinha turmas no momento.

    Por ser professora, foi convidada para participar de processos seletivos de gestão de recursos humanos, documentoscopia e nos concursos públicos de papiloscopista e de escrivão de polícia.

    “A professora Patrícia foi indicada em razão da sua vasta experiência na área de polícia judiciária, secretariando os atos das comissões, na condição de escrivã”, diz nota da Secretaria de Segurança Pública paulista.

    Professores da academia ouvidos pela Folha, na condição de anonimato, dizem ser muito incomum um professor recém contrato ser requisitado para tantas bancas. Dizem que também não é comum a indicação de escrivães para secretariar comissões.

    A pasta alega ainda que a contração da escrivã não teve influência do marido quando era secretário.

    A policial é lotada no Deinter (Departamento de Polícia Judiciária) de Bauru e para participar de parte de suas atividades precisa se deslocar até 343 quilômetros. A Secretaria da Segurança Pública disse que não vê irregularidades.

    Diz que a escrivã vem trabalhar em SP com recursos próprios de carro particular ou de ônibus, ou pega alguma carona com carros oficiais. “Portanto, não há qualquer ônus ao erário, mesmo porque parte dessas atividades é exercida no Núcleo de Ensino do Interior de Bauru.”

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  10. Pingback: DENÚNCIA PUBLICADA NO FLIT SOBRE A CORRUPÇÃO TUCANA – Juiz acata pedido do MP e suspende obras no trajeto do VLT que foram alteradas pela prefeitura, EMTU e CETESB para atender aos interesses de m… | EVS NOTÍCIAS.

  11. ANOS, NOSSOS SALÁRIOS FORAM REDUZIDOS A PONTO DE GANHARMOS O 22º PIOR SALÁRIO DO BRASIL, MAS SE QUISEREM CONTINUAR REIVINDINCANDO MIGALHAS ENTÃO O JEITO É CONTINUARMOS PATINANDO EM RELAÇÃO AOS DEMAIS ESTADOS.

    OLHA AQUI SENHORES(AS), ESSE É UM PERÍODO DE FÉRIAS, CLARO QUE NÃO PARA NÓS POLICIAIS, MAS SIM PARA A SOCIEDADE MAIS ABASTADA, ENTÃO OBSERVEI ATENTAMENTE UM DETALHE, A MAIORIA DE TODOS NÓS RECEBEMOS AQUELES BOLETOS DE IPVA, IPTU, LISTINHAS DE MATERIAIS ESCOLARES ETC, MAS NÓS NÃO GOZAMOS FÉRIAS NESSE PERÍODO E ESTAMOS SEM DINHEIRO PARA PAGAR ESSAS CONTAS DE INÍCIO DE ANO, JÁ AQUELAS PESSOAS QUE CURTIRAM PRAIAS, PASSEIOS NO EXTERIOR ETC, VOLTARAM E JÁ PAGARAM TODAS ESSES CONTAS DE INÍCIO DE ANO E ESTÃO NUMA BOA, ENQUANTO ISSO NÓS POLICIAS NÃO VIAJAMOS E NÃO TEMOS O DINHEIRO PARA PAGAR AS CONTAS, AI EU PERGUNTO: É JUSTO VIVER ASSIM? É JUSTO TRABALHARMOS NO COMBATE A CRIMINALIDADE O ANO TODO E NÃO TERMOS OS RECONHECIMENTOS MONETÁRIOS COMO A MAIORIA TIVERAM? NÃO TEMOS DIREITOS TRABALHISTAS, NÃO TEMOS UM PLANO DE SAÚDE, NÃO TEMOS SALÁRIO DECENTE, NÃO TEMOS PAZ QUANDO SAÍMOS COM NOSSAS FAMÍLIAS, NÃO TEMOS SOSSEGO NEM QUANDO ESTAMOS EM CASA, FAZEMOS PLANTÕES MALUCOS, RONDAS MALUCAS, CAMPANAS MALUCAS, AS DELEGACIAS ESTÃO ENTULHADAS DE INQUÉRITOS, TEMOS UMA SEGURANÇA PÚBLICA FALÍDA E MAL PAGA, E AGORA ESTAMOS CHEGANDO PRÓXIMO A DATA BASE E SI QUER TEMOS CORAGEM DE PLEITEAR 50 % DE REAJUSTE SALARIAL? ORAS SENHORES(AS), NÓS NÃO PODEMOS BAIXAR A CABEÇA E SE CONTENTAR COM MIGALHAS NÃO, NÓS SOMOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA E MERECEMOS RECONHECIMENTOS MONETÁRIOS SIM, POIS TEMOS FAMILIAS E CONTAS PARA PAGAR COMO QUALQUER OUTRO TEM, TEMOS NECESSIDADES DE SAIR EM FÉRIAS E PASSEAR COM NOSSAS FAMÍLIAS E PAGAR AS CONTAS COMO TODOS FAZEM, ENTÃO DA MINHA PARTE EU GOSTARIA DE CHAMAR A ATENÇÃO DOS SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES PARA QUE NÃO FAÇAM REIVINDICAÇÕES QUE TUMULTUAM AS POSSIBILIDADES DE UM BOM REAJUSTE SALARIAL COMO FIZERAM EM 2013, TEMOS QUE FICAR FOCADOS APENAS NA PORCENTAGEM SALARIAL E AS DEMAIS REIVINDICAÇÕES FAÇAMOS EM OUTRO MOMENTO QUE NÃO ATROPELE AS NEGOCIAÇÕES SALARIAIS. NÓS NÃO PODEMOS AGUARDAR BOM SENSO DOS POLÍTICOS, ELES NÃO ESTÃO NEM AI CONOSCO.

    PESSOAL, NÃO SEJAMOS INGENUSO DE ACREDITAR EM PROMESSAS DE POLÍTICOS E PRINCIPALMENTE DE CANDIDATOS, ELES ESTÃO CUIDANDO DO LADO FINANCEIRO DELES E NÃO SE PREOCUPAM COM O NOSSO, ENTÃO A BATALHA TERÁ QUE SER ÁRDUA E COMPENSADORA NESSE ANO DE 2014, PORQUE OUTRA OPORTUNIDADE DESSA SÓ DEUS SABE QUANDO TEREMOS NOVAMENTE, ENTÃO EU ACREDITO QUE TEMOS TUDO PARA CONSEGUIR MELHORAR NOSSOS SALÁRIOS DE VEZ, PORQUE A COPA DO MUNDO É NO MEIO DO ANO E DEPOIS VEM AS ELEIÇÕES, ENTÃO O GOVERNADOR E DEPUTADOS NÃO QUEREM MOVIMENTOS GREVISTAS DE JEITO NENHUM E QUEREM FAZER BONITO PERANTE O MUNDO QUE ESTARÁ DE OLHO NO BRASIL, ENTÃO TEMOS ESSA OPORTUNIDADE DE APERTAR O GOVERNO DE VERDADE E NÃO COMO OS INFILTRADOS SUGEREM NESSA ÉPOCA.

    COLEGAS, SOMOS UMA BOA POLÍCIA, TEMOS O ESTADO MAIS RICO DO BRASIL, ENTÃO NÃO EXISTE MOTIVOS PARA QUE O GOVERNADOR GERALDO ALCKIMIM CONTINUE A PAGAR MAL OS POLICIAS, ELE PAGA MAL POR MALVADEZAS E POR PRICÍPIOS COMO ELE MESMO DISSE NA ELEIÇÃO PASSADA QUE ERA CONTRA A PEC 300 POR PRICÍPIOS, ELE NÃO GOSTA DE POLÍCIA, ELE ENGOLE PORQUE É OBRIGADO MAS NÃO GOSTA DE NÓS, TANTO ISSO É VERDADE QUE TODOS AQUI SABEM QUE ELES SEMPRE OFERECE MIGALHAS DE UM LADO E TIRA DO OUTRO COMO FEZ AGORA COM O AUXILIO ALIMENTAÇÃO QUE ERA DE $ 240,000 E PASSOU PARA $ 120,00, ENTÃO NÃO ESPEREM QUE ELE FARÁ ALGUMA COISA DE BOM PARA NÓS QUE ELE NÃO QUER ISSO E NEM TEM PROJETOS PARA MELHORAR A NOSSAS POLÍCIAS E SIM DE AVACALHAR TODOS NÓS COMO SEMPRE FEZ E FAZ ATÉ HOJE.

    ALGUÉM DE MENTE SÃ AINDA ACREDITA NESSE GOVERNADOR? FAZEM 20 ANOS QUE ELES GOVERNAM E ATÉ HOJE NÃO OLHOU PARA NÓS, ENTÃO VAMOS ESPERAR O QUE PELO AMOR DE DEUS, VAMOS BOTAR ELE NA PAREDE AGORA PARA QUE EM MARÇO POSSAMOS CONTAR COM UM SALÁRIO DIGNO PARA TODOS, PORQUE NA BOA ELE NÃO DÁ ATENÇÃO PARA NÓS ..

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  12. Para que serve, ou para quem serve “aquela velha opinião formada sobre quase tudo”.

    11/01/2014
    às 9:26 \ Opinião
    ‘Eu, coxinha’, por Lobão

    Publicado na edição impressa de VEJA

    LOBÃO

    Durante esses últimos anos, venho recebendo de parte da militância petista uma série de adjetivações pretensamente desqualificadoras, que poderiam ter algum efeito não fosse eu um cara desgrilado, um ser alegre a cantar.

    Mas, depois do lançamento do Manifesto do Nada na Terra do Nunca, a petizada militante se enfureceu. Na verdade, antes mesmo de o livro chegar às livrarias, houve quem clamasse pela sua proibição ou queima imediata. A minha estreia como colunista de VEJA aumentou essa fúria, que culminou em um ataque apoplético coletivo por ocasião da minha participação no Roda Viva. Um ilustre deputado petista chegou a pedir a cabeça do Augusto Nunes por ter convidado para o programa um “doente mental” (eu).

    ……………………………………………………………………………………………………………………

    PUBLICADO EM 30 DE JULHO

    BRANCA NUNES

    Em 21 de outubro de 2007, a menor L.A.B. foi presa em Abaetetuba, no Pará, sob a acusação de tentar furtar um telefone celular. Tinha 15 anos, menos de 40 quilos e um metro e meio de altura. Levada para a delegacia da cidade de 130 mil habitantes, a quase 100 quilômetros de Belém, passou os 26 dias seguintes numa cela ocupada por mais de 20 homens. Durante todo o tempo, o bando de machos serviu-se à vontade da única fêmea disponível. Estuprada incontáveis vezes, teve cigarros apagados em seu corpo e as plantas dos pés queimadas enquanto procurava dormir. Alguns detentos, aflitos com as cenas repulsivas, apelaram aos carcereiros para que interrompessem o calvário. Os policiais preferiram cortar o cabelo da adolescente com uma faca para camuflar a aparência feminina. A rotina de cinco ou seis relações sexuais diárias foi suspensa apenas nos três domingos reservados a visitas conjugais. O tormento só acabou com a intervenção do conselho tutelar, alertado por uma denúncia anônima.

    De tão escabrosos, os fatos resumidos no parágrafo acima parecem extraídos de um filme de ficção. Mas o episódio aconteceu. E a realidade foi ainda mais apavorante.

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  13. Naquele 21 de outubro de 2007, um domingo, L.A.B. foi flagrada por Mayko Deyvison de Lima Santos tentando furtar um aparelho celular, algumas roupas e uma corrente de prata pertencentes ao dono da casa. Eram 9 horas da manhã. Depois de trancá-la num banheiro, Mayko ligou para um tio, Adilson Pires de Lima, e para os amigos Sérgio Teixeira da Silva e Francisco Carlos Fagundes Campos. Os três são investigadores de polícia.

    Assim que chegou ao local do crime, Adilson se apresentou com um soco no estômago de L.A.B.. A arma colocada dentro da boca encerrou a primeira etapa do calvário. Encaminhada à delegacia, foi recepcionada por Sérgio teixeira com um chute nas costas.

    (Era a quarta vez em menos de quatro meses que a adolescente entrava naquele lugar. Em 24 de junho, L.A.B. havia sido detida por tentativa de furto e liberada depois de pagar a fiança de R$ 180. Em 14 de setembro, foi presa por furto. O alvará de soltura, expedido em 18 de setembro, tem a assinatura da juíza Clarice Maria de Andrade. Não se sabe onde L.A.B. ficou por 72 horas. Nas duas ocasiões, alterou o sobrenome ─ para “da Silva Prestes” ─ e também a idade: afirmou ter 24 e 19 anos. Existe outro inquérito por furto aberto em 3 de julho.)

    A história que teve início em 21 de outubro começou a percorrer descaminhos muito mais perturbadores quando a delegada Flávia Verônica Monteiro Pereira resolveu trancafiar L.A.B. ─ que nem precisaria de documentos para provar a menoridade denunciada aos gritos pelo físico ─ na jaula atulhada de machos.

    Flávia foi a primeira mulher a cruzar o caminho da menina de 15 anos.

    (A atitude da delegada não chega a ser surpreendente nos grotões do Brasil – muito menos nas lonjuras do Pará. No relatório da CPI do Sistema Carcerário, publicado em 2009, delegados, promotores, agentes penitenciários e juízes confirmaram que “quando não tem onde prender mulher, a gente coloca com os homens mesmo”. Ao vistoriar prisões paraenses, integrantes da CPI localizaram dois casos semelhantes ao de L.A.B.. No primeiro, uma presa engravidou depois de cinco meses numa cela com 38 homens. Noutro, a detenta teve dois filhos ao fim de temporadas distintas na cadeia. A quantidade de parceiros impede a identificação dos pais biológicos.)

    Se não engravidou, L.A.B. teve sorte. Logo na primeira noite, foi atacada por Beto Júnior Castro da Conceição. Diante da resistência da presa, ele a levou para o banheiro e ali a estuprou. “A vítima gritou bastante, porém, como neste ambiente prevalece a lei do silêncio e os próprios presos tinham medo deste acusado, nada fizeram”, resume a denúncia do Ministério Público, à qual teve acesso o site de VEJA.

    O segundo a saciar-se foi Rodinei Leal Ferreira, vulgo Cão. Como a adolescente seguia resistindo, os detentos resolveram confiscar-lhe a comida, que só liberavam mediante o que chamam de “empanada”: a vítima estende um pano no chão e faz sexo em troca de alimento, dinheiro ou material de limpeza.

    Enquanto permaneceu no cárcere, L.A.B. sofreu lesões corporais, teve o corpo queimado com cigarros e isqueiros durante o sono e foi constantemente coagida a ficar longe das grades para não ser vista. Por causa da alta rotatividade, ela só conseguiu identificar Beto Júnior e Rodinei Leal, o Cão. A dupla, hoje no Centro de Recuperação Regional de Abaetetuba, foi condenada a 10 anos e 8 meses por estupro e atentado violento ao pudor contra a ex-companheira de cela.

    (Beto Júnior também cumpre pena por dois crimes de roubo qualificado. O prontuário de Rodinei Leal inclui uma condenação por tentativa de roubo e outra por roubo qualificado.)

    Cela em que L.A.B. passou 26 dias

    Em 23 de outubro, dois dias depois da captura, Clarice Maria de Andrade – a mesma juíza que subscreveu o alvará de soltura de L.A.B. em 18 de setembro – assinou o auto de prisão em flagrante. A magistrada sabia que não existem celas só para mulheres na delegacia. Mas não quis saber onde L.A.B. ficara alojada.

    Clarice foi a segunda mulher a cruzar o caminho da menina de 15 anos.

    (“Se um juiz mandar soltar todas as pessoas que estejam presas em situação degradante no Brasil não sobrará ninguém atrás das grades”, avisa Emiliano Alves Aguiar, advogado de Clarice. “As cadeias estão superlotadas. Não há condições mínimas de salubridade para homens e mulheres”.)

    Em 5 de novembro de 2007, 14 dias depois do início do drama, Clarice recebeu um ofício “em caráter de urgência” assinado por Antonio Fernando Botelho da Cunha, superintendente regional do Tribunal de Justiça do Pará. O documento determinava a transferência de L.A.B. para Belém, “uma vez que não possuímos cela para o abrigo de mulheres, estando a mesma custodiada juntamente com outros detentos, correndo risco de sofrer todo e qualquer tipo de violência”.

    A juíza repassou o pedido para Graciliano Chaves da Mota, diretor da Secretaria da 3ª Vara de Abaetetuba, que assessorava a doutora. Embora tenha garantido à magistrada que a solicitação havia sido encaminhada por fax em 8 de novembro, o diretor só a enviou 12 dias depois, quando L.A.B. já estava em liberdade e o caso começava a chamar a atenção da imprensa. Nesse período, Clarice não procurou saber se o diretor cumprira a ordem que lhe dera.

    O episódio ganhou repercussão nacional depois da interferência do conselho tutelar. Alertada para a presença de uma menina de 15 anos na cela masculina da cidade, a conselheira Diva de Jesus Negrão Andrade correu para a delegacia levando a certidão de nascimento de L.A.B.. Na frente do delegado Antônio Fernando Cunha, a adolescente não só reconheceu a menoridade, como confirmou a denúncia de que estava sendo abusada sexualmente pelos outros presos.

    As evidências não foram suficientes para sensibilizar o delegado Cunha. Ao dizer que a menor só sairia dali com ordem judicial, devolveu L.A.B. ao inferno. Nesse mesmo dia, achou prudente transferi-la para a sala dos escrivães.

    Na tarde seguinte, quando o pai de L.A.B. chegou à delegacia acompanhado de um conselheiro tutelar, o delegado Rodolfo Fernando Valle Gonçalves alegou que a adolescente havia fugido – e recusou-se a fazer um boletim de ocorrência registrando o sumiço da menina.

    L.A.B. foi encontrada três dias mais tarde vagando no cais do porto. Contou que fora levada até lá por três policiais civis, que a ameaçaram de morte se não caísse fora da cidade.

    Inquieta com os possíveis prejuízos eleitorais decorrentes da repercussão nacional do episódio, a governadora Ana Júlia Carepa prometeu afastar os diretamente envolvidos no absurdo. Reconheceu que outras cadeias do Pará reprisavam com frequência o mesmo espetáculo da promiscuidade e baixou um decreto proibindo homens e mulheres de dividirem a mesma cela – como se isso não fosse proibido pela legislação brasileira há alguns séculos.

    Ana Julia foi a terceira mulher a cruzar o caminho da menina de 15 anos.

    (A governadora não conseguiu se reeleger em 2010)

    Hoje, o processo contra os protagonistas desse episódio ainda corre em sigilo no Tribunal de Justiça do Pará. Em tese, há 12 réus e uma vítima. O destino dos protagonistas informa que, na prática, existem 12 vítimas e uma ré. Os únicos que continuam encarcerados são os estupradores Beto Júnior Castro da Conceição e Rodinei Leal Ferreira, que já estavam atrás das grades quando cometeram o crime.

    Declarados culpados no Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela corregedoria da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), os agentes prisionais Benedito de Lima Amaral e João de Deus Oliveira foram exonerados em 5 de dezembro de 2008. Absolvido, o agente Marcos Eric Serrão Pureza trabalha atualmente na Casa do Albergado, em Belém.

    Marcos Eric, como os demais envolvidos, foi condenado por omissão, em primeira instância, a 2 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. O Tribunal de Justiça do Pará concedeu-lhe o benefício do regime aberto.

    Também foram exonerados os delegados Antônio Fernando Botelho da Cunha, Rodolfo Fernando Valle Gonçalves, Celso Iran Cordovil Viana, Danieli Bentes da Silva e Flávia Verônica Monteiro Pereira. Na denúncia, a promotora Ana Carolina Vilhena Gonçalves afirmou que todos souberam do que se passava e optaram pela omissão.

    Ana Carolina destacou a participação de Antônio Cunha, que só tomou providências para a transferência da menor ao receber um ofício da Secretaria de Direitos Humanos do Pará, em 5 de novembro – 18 dias depois do flagrante –, e da delegada Flávia Pereira. “Em decorrência da conduta desta acusada, a vítima sofreu os mais diversos abusos em seus direitos”, descreve a denúncia. “Depois de lavrado o flagrante, nem ao menos um ofício requerendo sua transferência para uma penitenciária feminina foi confeccionado”.

    (“Infelizmente todos foram afastados”, lamenta João Nascimento de Moraes, presidente do Sindicato dos Delegados do Estado do Pará (Sindelp). “Eles são vítimas de um sistema carcerário em frangalhos. Os culpados são, primeiro, o governo federal, depois, o estadual”. De acordo com Moraes,a demissão dos delegados extinguiu o vínculo com a polícia e, consequentemente, com o sindicato. A exceção é Rodolfo Gonçalves. Contratado como um “faz tudo” do Sindelp, recebe hoje pouco mais de um salário mínimo por mês. “Foi uma maneira que arrumamos para ele não morrer de fome”, justifica Moraes.)

    Apesar de ainda responderem ao processo penal, os investigadores de polícia Adilson Pires de Lima e Sérgio Teixeira da Silva foram absolvidos por falta de provas no Processo Administrativo instaurado pela Polícia Civil. O assessor de imprensa do órgão, que só revelou seu prenome ─ Valrimar ─, limitou-se a informar que nenhum deles trabalha mais na comarca de Abaetetuba. Não disse para onde foram transferidos os dois acusados de lesão corporal grave e ameaça.

    Embora não figure entre os réus, a juíza Clarice Maria de Andrade foi aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 20 de abril de 2010. Em 14 de junho de 2012, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) anularam a decisão por considerá-la “excessiva”. A determinação do STF foi publicada em junho deste ano, quando Clarice já fora nomeada juíza titular da comarca de Ananindeua.

    L.A.B. esteve sob a proteção do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) até completar 18 anos. Em 6 de junho de 2010, segundo a Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, migrou para outro programa destinado a adultos. Convidada a justificar a mudança, a Secretaria de Direitos Humanos, que até então respondera a todas as perguntas formuladas pelo site de VEJA, encerrou o assunto com uma desculpa nada esclarecedora: não podia fornecer “informações sobre pessoas que fazem parte dos seus programas de proteção, como forma de garantir sua segurança e integridade”.

    Passados seis anos, os policiais que abandonaram L.A.B. no cais do porto de Abaetetuba conseguiram o que queriam. Eles continuam em liberdade. Lidiane Alves Brasil desapareceu.

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