Movimentos sociais pedem canal seguro para denunciar crimes cometidos por policiais ( MILITARES ) em São Paulo 10

Movimentos sociais pedem canal seguro para denunciar crimes cometidos por policiais em São Paulo

20/05/2013 – 18h02

Camila Maciel Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Representantes de movimentos sociais da capital paulista criticaram novamente hoje (20), em reunião com o secretário de Segurança Pública (SSP), Fernando Grella, a forma como são recebidas as denúncias de crimes cometidos por policiais militares no estado. De acordo com Caroline Borges, integrante do movimento Periferia Ativa, as famílias das vítimas temem represálias porque os relatos são feitos aos próprios policiais, por meio das corregedorias das polícias Civil e Militar. “Não temos mecanismos seguros para denunciar o próprio Estado”, criticou.

Caroline informou que, para amenizar esse ambiente de insegurança das famílias, o corregedor da Polícia Militar (PM), coronel Rui Conegundes de Souza, disponibilizou um contato direto com o gabinete dele. “O objetivo é que possamos repassar as denúncias que estamos compilando diretamente para ele, para que não tenha interferência dos batalhões nas comunidades. Isso é um avanço, mas queremos que isso esteja disponível para toda a sociedade”, argumentou. Nesse sentido, o movimento defende o fortalecimento das ouvidorias, organismo autônomo, como principal canal de denúncia.

Além de seis representantes de movimentos sociais, do secretário de Segurança Pública e do corregedor da PM, estiveram representes no encontro o comandante-geral da Polícia Militar, Benedito Roberto Meira; o delegado-geral da Polícia Civil, Mauricio Souza Blazeck; e o corregedor da Polícia Civil, Nestor Sampaio Penteado Filho. O encontro foi marcado após protesto no último dia 14, no saguão do prédio da secretaria. De acordo com a assessoria de imprensa da SSP, Grella agendou a reunião para que as denúncias apontadas pelos manifestantes fossem apresentadas diretamente aos representantes das polícias.

A comerciante Rita de Cássia de Souza, 50 anos, teve o filho Bruno, 17 anos, morto em 4 de janeiro deste ano em uma chacina com sete mortos no Jardim Rosana, zona sul de São Paulo. “Meu filho estava em um bar e 15 homens chegaram atirando. Tem policiais que foram presos, mas tem gente solta ainda. Eu temo pela minha família”, declarou. De acordo com a SSP, oito policiais militares são acusados de participar do crime. Este ano, 40 policiais paulistas já foram presos por suspeita de envolvimento em homicídios.

Uma das denúncias apresentadas pelo movimento informa que Bruno, logo após a chacina, foi acolhido ainda com vida por uma vizinha, que chamou a polícia para levá-lo até um posto de saúde. Segundo o testemunho da vizinha, o adolescente estava ferido apenas com um tiro no pé. O jovem, no entanto, foi levado ao Hospital Campo Limpo com oito tiros, inclusive um na nuca.

Em outro caso denunciado, a mãe de um jovem assassinado em outubro do ano passado no Capão Redondo, também na zona sul, disse estar inconformada com a demora para que sejam apontados os culpados para a morte do filho, de 19 anos. “O exame de balística mostrou que era munição utilizada pela polícia, mas até agora nada foi feito”, relatou. Ela não quis se identificar com receio de represália. “Estou aqui, mas com medo de que alguém me reconheça”, explicou.

O movimento reivindicou ainda à secretaria a retomada da Comissão Especial de Redução da Letalidade em Ações Policiais, criada em 2001, mas atualmente desativada. “É um grupo de interlocução, de análise dos homicídios cometidos por policiais. Isso ajuda a ter o olhar da sociedade civil em torno dessa questão”, argumentou Guilherme Boulos, também integrante do Periferia Ativa.

Edição: Davi Oliveira

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Um Comentário

  1. Acho que já esta na hora de decidir esta cambada de incompetentes, se a policia deve enfrentar a bandidadegm ou se deve deixar como esta a cidade de sao Paulo. Hoje em dia a policia não sabe o que fazer diante o crime, pois se agir responde por todo ato, e se não agir responde também, ta na hora de alguém tomar uma iniciativa, ou trabalha ou enrola, assim não da !

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  2. Pingback: Nem tudo está como antes – Joaquim Barbosa está sem rumo. | SCOMBROS

  3. A sociedade tem que se preocupar com condições dignas aos marginais sim, porém no momento estão ocorrendo fatos muito mais importantes e esses defensores do MANOS, não se preocupam com os direitos humanos de verdade, vejam a reportagem abaixo, além de que a sociedade deve escolher o lado em que esta, da sociedade mesmo, tendo a polícia como seu braço armado de controle social, ou a marginalidade, querendo o crime organizado ganhar mais espaço. POLICIA ENFRAQUECIDA, SOCIEDADE ENFRAQUECIDA, PREVALECENDO O CRIME, SEGUIMOS PARA UMA MEXICANIZAÇÃO, OU PARA UMA COLOMBIA NA ÉPOCA DE PABLO ESCOBAR, ONDE EM UM ANO MORRERAM 150 AGENTES DE SEGURANÇA E QUANTOS POLICIAIS JÁ MORRERAM EM SÃO PAULO EM CERCA DE 8 MESES E ESSA IMPRENSA SE CALA.

    O descumprimento de uma decisão judicial levou à morte um bebê de um mês e meio de idade que deveria ter sido submetido a uma cirurgia cardíaca de emergência. O menino, que sofria de cardiopatia congênita, estava internado na Santa Casa de Santos (72 km de São Paulo) e, por ordem da Justiça, teria de ser deslocado com urgência a um hospital especializado da capital paulista.

    Lucas Pereira Abrão morreu na madrugada dessa segunda-feira (20), e seu corpo foi enterrado no mesmo dia, no Cemitério da Grande Planície, em Praia Grande (71 km de São Paulo), onde moram os pais da criança. Médicos da Santa Casa poderiam ter operado o menino, mas o hospital não dispõe de UTI (unidade de terapia intensiva) infantil para pós-operatório em casos do gênero.

    Os pais de Lucas apelaram à Defensoria Pública do Estado, e, há uma semana (no dia 14), o juiz da Infância e da Juventude e do Idoso em Santos, Evandro Renato Pereira, determinou à Secretaria Estadual da Saúde a transferência da criança “com urgência, até mesmo via helicóptero, […] para hospital de referência na capital”.

    Como não houve providências, o juiz enviou ofício ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) na sexta-feira (17), para que mandasse providenciar o transporte imediato de Lucas a São Paulo. No sábado, o Palácio dos Bandeirantes informou à família que um helicóptero da Polícia Militar levaria o menino ao Incor (Instituto do Coração), em São Paulo –o que não ocorreu.

    “Temos necessidade de uma UTI pediátrica para esses casos. Faz mais ou menos dez anos que estou pedindo a instalação, mas há uma série de dificuldades políticas. Se ele [Lucas] tivesse morrido comigo operando, é porque eu teria tentado. Mas morrer assim? Estou desesperado”, afirmou o chefe do Departamento de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa, César Augusto Conforti.

    Em entrevista à TV “Tribuna”, a assistente do Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista, Ana Renata de Godoy, alegou que o Estado conseguiu uma vaga no Incor para domingo (19), a partir das 16h.

    “Mas, por conta do quadro clínico da criança, em ventilação mecânica, antibioticoterapia, eles julgaram melhor esperar a estabilização para, depois, [providenciar] a transferência”. A decisão, disse Ana, foi do “médico da nossa [central de] regulação [de vagas] do Estado”.

    Conforti discorda. “Clinicamente, se ele [Lucas] tivesse de ser operado, poderia ser transferido para São Paulo ou para a China. A UTI infantil é a solução, mas o problema é que não se fez nada. E a família ainda recorreu à Justiça. Imagine pessoas em piores condições, que não têm conhecimento. Infelizmente, não foi o primeiro caso e não será o último. Falta vontade política”.

    Até o momento, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde não se manifestou ao UOL.

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  4. Ao TAMOFU DAS 07:55 hS:- Acredito que sua dúvida entre decidir ” TRABALHA OU ENROLA” nas atuais conjunturas e o politicamente correto de acordo com a música que a banda esta tocando é E N R O L A R………

    A ESCRAVONA DAS 09:57 hS:- esqueceu do principal,neste caso específico com a palavra ” O D I S C I P L I N A”

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  5. A MEU VER, A SOCIEDADE ESTÁ APENAS QUERENDO O FIM DAS EXECUÇÕES VINDA DA PM!

    IMAGINEM VOCÊS, UMA PESSOA ASSISTIR E FILMAR UMA EXECUÇÃO PRATICADA POR UM AGENTE DO ESTADO, DIVULGAR ESSAS IMAGENS, E APÓS OUTROS AGENTES DO ESTADO RETORNAM NO LOCAL ONDE SE DEU O FATO E EXECUTAM OUTRAS SETE PESSOAS E TUDO ISSO POR ESTAREM PROCURANDO O CINEGRAFISTA?

    ENTRE AS VÍTIMAS (FILHO DA PESSOA QUE VOCÊS ESTÃO CRITICANDO) ESTÁ UM GAROTO QUE LEVA UM TIRO, EU DISSE UM, SE ESCONDE NA CASA DE UMA VIZINHA A QUAL SOLICITA O APOIO DE OUTROS AGENTES DO ESTADO (PMS); O GAROTO É SOCORRIDO E MORRE NO HOSPITAL, POSTERIORMENTE SE CONSTATA QUE AQUELE GAROTO ESTA COM OUTRAS SETE PERFURAÇÕES DE TIROS EM SEU CORPO. TUDO ISSO DEPOIS QUE A SENHORA QUE SOLICITOU O APOIO CONSTATOU QUE O GAROTO TINHA APENAS UMA PERFURAÇÃO!

    GENTE! VOCÊS QUEREM QUE A JUSTIÇA ABSOLVA OS PMS?
    VOCÊS QUEREM DIZER QUE AQUELE JOVEM QUE LEVOU O TIRO É BANDIDO POR SER POBRE?
    VOCÊS QUEREM DIZER QUE A MÃE DA VÍTIMA TENHA QUE FICAR CALADA PELA BURRICE DOS ASSASSINOS MILITARES?
    ENFIM VOCÊS QUEREM O QUE?

    SE OBSERVAREM ERRO NA ESCRITA, NÃO LEVEM EM CONSIDERAÇÃO, APENAS REFLITAM!

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  6. Movimento social pra defender bandido, o PCC não é trouxa, financia essas ONG’S de fachada e coloca os mesmos advogados que defendem os bandidos para defenderem essas ONG’S. O Governador é um fraco e seu governo uma bosta, As polícias são comandadas por incompetentes que se vendem por um cargo, uma cadeira, uma boa propina. O crime deita e rola.

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  7. O CERTO MESMO, É PROCURAR A COMISSÃO DA VERDADE, QUE LÁ APÓS 1 ANO DE EXPERIÊNCIA NO ¨CABIDE¨ ESTÃO ÁPITO A TOMAR TODAS PROVIDÊNCIAS SOLICITADAS PRINCIPALMENTE DOS COITADOS QUE SEM SABER DE NADA PASSARAM A SEREM PERSEGUIDOS, JA DESCOBRIRAM TUDO. PEDRO BAIANO, DE CÍCERO DATAS – BA. – MONGAGUÁ – SP

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