BAURU – Delegado de polícia de São Paulo, candidato a vereador…Carlos Alberto dos RIOS, 11.234

Carlos Alberto dos RIOS, delegado de polícia aposentado, número 11.234, blog: http://carlosalbertodosrios.blogspot.com.br (se puder, colocar nos “Favoritos”).

Tendo como prisma a União na Polícia Civil de São Paulo, RIOS salienta a importância de elegermos policiais civis candidatos a algum cargo  eletivo, qual seja no âmbito municipal, estadual ou federal. O canditado Carlos Alberto dos RIOS, delegado de polícia, buscará, juntamente com  o apoio das demais carreiras (escrivães, investigadores, agentes policiais,  agentes de telecomunicações, carcereiros, papi, auxiliares de papi,  etc), alcançar os objetivos para a nossa INSTITUIÇÃO e para o município de  Bauru-SP. Por isso, pede aos bauruenses, policiais e seus familiares, o  apoio incondicional a sua candidatura. A vitória será de todos ! É RIOS para vereador!

Procurador-Geral busca apoio de Comandantes Gerais da PM contra a PEC 37…( O inimigo do meu inimigo é meu amigo ) 26

Enviado em 26/07/2012 as 12:08 – CRIMES SEM CASTIGO

Para os que perguntavam: Cadê o MP Paulista ? Resposta: Estava trabalhando, conforme segue,

Procurador-Geral busca apoio de Comandantes Gerais da PM contra a PEC 37.

O Procurador-Geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, pleiteou o apoio do Comando Geral da Polícia Militar à campanha institucional contra a  Proposta de Emenda Constitucional (PEC 37), em tramitação no Congresso  Nacional, que retira do Ministério Público o poder de realizar  investigações na esfera criminal.

A solicitação foi feita nessa segunda-feira (23) durante reunião do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares (GNCG), realizado durante a Interseg 2012 (Feira  Internacional de Serviços e Produtos para a Segurança Pública), no Expocenter Transamérica.

Entre os presentes à reunião estava o Comandante-Geral da PM do Estado de São Paulo, Roberval França, e o Procurador-Geral de Justiça de Santa Catarina, Lio Marcos Marins, representando o Presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça do Ministério Público dos Estados e da União.

Fonte: http://www.mp.sp.gov.br

Gera no mínimo uma suspeita sobre imparcialidade nas eventuais apurações.

Espero que os interesses corporativos não estejam acima dos individuais e sociais indisponíveis, que por disposição constitucional são obrigados a defender.

Não nos obrigue a acreditar que exista neste Brasil, um MP que tenha em Demóstenes Torres a sua mais completa tradução.

Sempre nos orgulhamos do Ministério Público como a mais integra de todas as instituições, por isso não perdemos as esperanças de apurações transparentes por parte do Ministério Público Federal, pela nova e proativa Defensoria Pública deste Estado, pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

SÓ ACONTECE NO BRASIL: “a alta dos crimes patrimoniais se deve ao aumento da renda da população”…( Do ponto de vista do criminoso: a alta dos crimes patrimoniais se deve à diminuição da renda do LADRÃO ) 28

26/07/2012-03h00

Aumento de homicídios em SP é ‘efeito manada’, afirma delegado

DE SÃO PAULO

O delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, atribuiu o aumento nos homicídios no primeiro semestre do ano a um “efeito manada”.

“Muito criminoso aproveitou essa onda de morte de PMs para acabar com alguma desavença. É uma hipótese que estamos investigando”, afirmou.

Segundo o policial, esses aumentos foram atípicos porque São Paulo, nos últimos anos, tem apresentado uma redução nos índices criminais.

O número de roubos também subiu no primeiro semestre em São Paulo. De janeiro a junho, foram 122.811 casos, 6% a mais do que no mesmo período do ano passado.

As estatísticas divulgadas ontem mostram que foram quase 675 casos de roubos por dia no Estado. A capital, que teve um aumento de 8% no semestre, registrou uma média de 319 roubos diários.

Entre as principais ocorrências, apenas latrocínio (roubo seguido de morte) e furto registraram queda nos seis primeiros meses.

Para o delegado-geral, a alta dos crimes patrimoniais se deve ao aumento da renda da população. Sobre o crescimento dos roubos e furtos de veículos, ele disse que isso se trata da ação de crime organizado.

“Não é algo novo, mas que vem se intensificando porque é muito rentável. Isso influencia até na indústria das seguradoras.”

Conforme Carneiro Lima, desde o início do ano ao menos duas grandes quadrilhas de ladrões de veículos foram desarticuladas.

Ferreira Pinto promete processo contra TELHADA por “excesso de linguagem” 56

26/07/2012- 03h00

Entrevista: Os indicadores criminais serão revertidos, diz Ferreira Pinto

FREDERICO VASCONCELOS DE SÃO PAULO

O secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, 69, diz que a Polícia Militar paulista está menos violenta e nega que a corporação esteja matando mais nos confrontos com criminosos.

Segundo a SSP, no primeiro semestre de 2011, houve 241 mortos nesses enfrentamentos, número que caiu para 229, de janeiro a junho de 2012.

No entanto, a comparação entre os sete primeiros meses deste ano (até julho) com o mesmo período de 2011, mostra que a letalidade da PM cresceu 4%. Segundo Ferreira Pinto, o aumento dos casos de enfrentamento com a PM é a causa.

O secretário diz que a polícia paulista está preparada para retomar os patamares anteriores e diminuir os indicadores criminais.

Eduardo Knapp/Folhapress
Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto
Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto

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Folha – Qual foi a origem da escalada da violência envolvendo Policiais Militares?

Antônio Ferreira Pinto – Tivemos uma ação enérgica da PM no combate ao crime organizado e fomos surpreendidos com esses ataques covardes a policiais militares que trabalhavam na periferia. No início, pensávamos que teria conotação com uma facção criminosa [o Primeiro Comando da Capital]. Mas pelo sistema de inteligência constatamos que não havia nenhuma conotação com a facção. Não obstante, a imprensa cobriu como uma ação ousada, ou repetição de fatos ocorridos em 2006. Os ataques foram liderados por uma quadrilha de fora. As pessoas pensam que todas as ações ousadas são de autoria dessa facção que está presa em Presidente Venceslau.

Folha – Houve acirramento depois que a Rota matou, em maio, seis suspeitos de integrar o PCC e um dos chefes foi mandado para um presídio de segurança máxima?

Não há uma relação de causa e efeito. Sob pena de perder a credibilidade, eu não diria algo que não tenha convicção. O preso que foi transferido pretendia que houvesse uma revanche contra policiais da Rota e pediu a advogados que conseguissem o endereço de alguns policiais. Por determinação judicial, com ampla defesa, o juiz determinou a internação dele, o que aconteceu próximo aos ataques que fizeram covardemente a esses policiais na periferia. O caso em que a Rota matou aqueles seis, foi isolado. Não há um enfrentamento. Desde 2006 não temos problemas maiores de desafios no sistema penitenciário. Essa facção está sufocada aqui fora porque as pessoas arregimentadas acabam sendo presas pela Rota.

Folha – Em 2009, o sr. disse que o PCC não tem condições de colocar em xeque a Segurança Pública.

A avaliação está mantida. Não tem como colocar em xeque. A Rota tem feito um trabalho de esfacelamento dessa facção. O número de marginais presos aumentou consideravelmente. Há sempre uma tendência deles de fazer alguma retaliação à Rota. A facção não tem como desafiar novamente o poder constituído.

Folha – O fato de o governador Alckmin dizer que os criminosos que enfrentarem a polícia vão levar a pior não estimula uma ação mais violenta da PM?

Não. Ele quis dizer que há um preparo muito maior dos policiais, com mais equipamentos. Toda ação é planejada. É evidente que, nos confrontos, o número de mortes é muito maior do lado de lá. Essa é mais ou menos a linha de raciocínio do governador, sem nenhuma preocupação de estimular confronto ou de desafio.

Folha – Qual a orientação que o sr. tem recebido do governador?

A orientação é continuar trabalhando sem esmorecer, sem cometer excessos. Ele faz questão de ressaltar que não admite deslize algum por parte da polícia de São Paulo, civil e militar. Hoje, com investimento em comunicação, viaturas, a polícia tem condições de chegar ao local logo após o crime ou quando ele está ocorrendo. O confronto é inevitável. Antigamente, os criminosos usavam armas de que não tinham o poder de fogo de hoje, usam armas de grosso calibre, importadas. A gente percebe que as ações são em grupo, dificilmente há alguém atuando isoladamente.

Folha – Como o sr. explica que a polícia paulista mata quase nove vezes mais do que a polícia nos Estados Unidos?

Depende dos parâmetros que são utilizados. Precisaria saber se esses números absolutos chegam a essa conclusão. Quantos confrontos existem lá, qual é o índice de criminalidade num país e no outro. Essas comparações são superficiais. Aqui tem muito mais confronto do que lá. É temerário uma comparação isolada. Há um equívoco quando se fala em letalidade e resistência seguida de morte. O número de confrontos da PM no dia a dia é muito maior do que o número de resistência seguida de morte. A grande maioria acaba se evadindo, após o confronto. Dá a impressão de que todo o confronto resulta em morte, o que não é verdade. A maior parte dos confrontos é na rua, não é em lugar fechado.

Folha – Em 2010, ao empossar o novo comandante da Rota, o sr. disse que o “politicamente correto beira a hipocrisia”. Esse discurso não estimula os excessos da polícia?

Eu disse que ia colocar a Rota realmente na periferia. Haveria possibilidade de aumentar a letalidade, mas não se pode fazer segurança sem realmente utilizar essa ferramenta que sempre demonstrou ser muito útil na defesa da sociedade. Há 20 anos a Rota não ia para a rua. Foi essa a coragem que eu tive, dizendo que nós iríamos colocar a Rota na rua não apenas nos bairros mais nobres, no centro, onde existem os formadores de opinião. Nós íamos levar a Rota para a periferia, onde não tem segurança, onde impera a lei do mais forte, onde nem polícia tem. O efetivo da Rota foi aumentado, renovamos a frota para que ela tivesse mais visibilidade no combate ao crime.

Folha – O que distingue a Rota do Maluf e a Rota do Alckmin? Ela é mais violenta, mata mais, mata menos?

Ela mata menos. A Rota naquela época agia com muito arbítrio, até porque tinha sempre um respaldo da Justiça Militar que era muito condescendente. Havia uma facilidade maior de praticar arbitrariedades, não havia monitoramento de câmeras. Hoje, não há espaço para uma Rota sangrenta, uma Rota arbitrária. A Rota é muito profissionalizada, sempre teve bons comandantes.

Folha – Como a população recebe a Rota, hoje?

Ela sempre gozou de grande prestígio, em razão da insegurança que alcança todos nós e que faz com que o homem comum aplauda essas ações mais rigorosas da Rota. Mas a Rota tem plena consciência do limite do certo, do errado. Não há mais essa impunidade, essa autonomia que tinha anteriormente. A Rota é um instrumento absolutamente eficaz, incorruptível.

Folha – O sr. não considera temerário um ex-comandante da Rota, candidato a vereador, coronel Paulo Telhada, incitar no Facebook policiais militares e se manifestarem contra um repórter da Folha [André Caramante]?

É uma conduta reprovável, um incitamento à violência. É um comportamento bastante censurável. Esses exageros devem ser coibidos. Nós vamos instaurar nos próximos dias um procedimento pelo comando da Polícia Militar, porque ele não perdeu a condição [como oficial aposentado]. É para que se apurem esses exageros, esses excessos de linguagem, porque não acrescentam nada e tolhem a liberdade do profissional.

Folha – Depois dos ataques aos PMs qual a orientação que a tropa recebe antes de ir às ruas?

A orientação para a tropa foi para continuar trabalhando sem revanchismo, sem exageros. Esses indivíduos que atacaram as bases da PM uma parte está presa, outra está fora do Estado. E todos eles foram presos vivos.

Folha – Mudou alguma coisa no treinamento da PM?

Não mudou. O treinamento é o mesmo. A PM tem um currículo muito bem atual, com áreas de direitos humanos. A PM forma bem, mas nem sempre aquele que recebe o ensinamento acaba agindo corretamente. No último concurso para ingressar na academia de Barro Branco, mais de 50% dos alunos aprovados vieram da tropa. O que mostra que a seleção é muito bem feita. O processo seletivo é muito bom. Nunca houve um índice tão grande. A seleção, o ensino na PM é de boa qualidade.

Folha – A PM usou viaturas, duas motos e disparou sete tiros contra um empresário desarmado. Não seria mais sensato o comandante da PM dizer que houve excessos, em vez de afirmar que a operação foi “tecnicamente correta”?

Eu falei que foi uma ação desastrada. Até porque as técnicas de abordagem exigem determinada distância, a desproporção numérica evidenciava que era uma abordagem tranquila uma pessoa dentro do carro que poderia facilmente ser identificada. Eles saíram atirando, eu vi as imagens e atirando na cabeça, o que mostra ânimo de matar. É um dolo intenso, razão pela qual serão demitidos da Polícia Militar.

Folha – Como o sr. avalia a afirmação do Secretário Nacional de Segurança Pública, de que a polícia está matando mais por falta de controle dentro da PM?

É um sociólogo. É um estudioso da matéria, mas é uma análise muito superficial e à distância. A PM em nenhum momento deixou de ter comando. Ela mata na proporção em que há mais policiais na rua e a possibilidade do confronto é maior.

Folha – O que acha da iniciativa do Ministério Público Federal de pedir o afastamento do comandante da PM?

A pretensão é temerária e disparatada. Afirmar que houve perda de controle é, no mínimo, leviano.

Folha – Está havendo uma militarização da área de Segurança Pública?

Às vezes, fazem questão de dizer que o secretário é ex-PM. Tenho 33 anos de Ministério Público. Há muito tempo a minha geração da PM passou para a inatividade. Evidentemente, eu penso, ajo e reajo nessa cadeira como promotor de Justiça.

Folha – Como o sr. avalia a ideia de unificação das duas polícias?

É bastante difícil. O que tem que fazer é otimizar os serviços, aproveitar melhor os recursos de uma e de outra. Sempre vamos ter o segmento fardado, aquele que inibe a prática do crime, e o segmento investigatório, que é a essência da segurança.

Folha – Como o sr. analisa a recomendação da ONU de extinguir a Polícia Militar no Brasil?

Acho que é uma análise feita à distância, um estudo superficial. A polícia se reestruturou depois do episódio da Favela Naval, um episódio lamentável que chocou toda a sociedade, mas foi um divisor de águas. A polícia fardada sempre vai existir em qualquer lugar do mundo.

Folha – O que tem sido feito para reduzir os crimes contra o patrimônio, os “arrastões”?

Houve uma diminuição considerável dos roubos em restaurantes com a prisão de uma quadrilha, 14 pessoas, liderada por um menor de idade. O crime migra onde encontra facilidade. Nós tivemos grande número de roubo a bancos. A polícia se esmerou no combate ao roubo a bancos. Viram que era mais fácil roubar caixas eletrônicos, depois entenderam que era mais fácil atacar joalherias em shopping-centers. A partir daí foram para os arrastões nas marginais. Também nos estruturamos. Partiram para arrastões em condomínios. Remanejamos vários policiais do grupo anti-sequestro, mais tarimbados, mais experientes, colocamos grande parte desse efetivo numa delegacia que tem a atribuição principal o roubo a condomínios. Várias quadrilhas foram presas, muitas delas tinham policiais militares envolvidos, que davam informações. O desbaratamento dessa quadrilha fez também com que esse número de crimes diminuísse bastante. A polícia está preparada para retomarmos os patamares anteriores e diminuir os indicadores criminais.

Folha – Como a PM age em relação aos militares envolvidos no crime?

Uma questão que me preocupa nesses últimos acontecimentos foi o envolvimento de muitos policiais militares envolvidos com quadrilhas em roubos de condomínios e com roubo de caixa eletrônica. Um fator de estímulo para isso é a existência do presídio militar nos moldes atuais. Aqueles que deixaram a condição de policiais militares deveriam cumprir pena no sistema penitenciário comum. Temos no presídio militar inúmeros ladrões, inúmeros homicidas, inúmeros traficantes, estupradores, muitos deles ex-policiais. Há uma resistência muito grande da Justiça Militar em apresentá-los ao sistema penitenciário. Muitos processos disciplinares para demitir são morosos na Polícia Militar. É um incentivo à criminalidade dentro da corporação. O policial militar sabendo que vai para a vala comum, ele vai pensar duas vezes antes de cometer o crime.

São Paulo sob risco de intervenção federal por conta da política de segurança operacionalizada pelo Capitão PM Antônio F.P. 100

Ministério Público Federal quer afastamento do comando da PM de SP

A alegação é de que a situação está fora de controle e medida será apresentada em audiência na 5ª; família de publicitário morto foi convidada

24 de julho de 2012 | 22h 31

O Ministério Público Federal (MPF) quer entrar com uma ação civil pública pedindo o afastamento do comando da Polícia Militar alegando a perda do controle da situação. A medida vai ser apresentada na quinta-feira, 26, em audiência pública organizada pelo órgão, em parceria com a Defensoria Pública do Estado, o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos.

Segundo o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, a Justiça Federal pode atuar quando tratados e convenções internacionais são desrespeitados, como aqueles assinados pelo Brasil se comprometendo em garantir direitos individuais.

“A ideia é também apresentar uma representação ao Procurador-geral pedindo a intervenção federal no Estado. São medidas que ajudam a retirar a sensação de poder e de corpo que vem garantido a impunidade e permitindo ações violentas por parte da Polícia Militar”, afirmou o procurador Magnani.

Outra medida que a ação pretende cobrar na Justiça para garantir a preservação de direitos humanos está a proibição da prisão em flagrante para casos de “desacato à autoridade”. “Muita arbitrariedade tem sido cometida pelas autoridades por causa de supostos desacatos”, afirma.

Audiência. A proposta da ação vai ser feita na quinta-feira, durante a audiência pública. Segundo a defensora pública Daniela Skromov de Albuquerque, o objetivo do encontro é chegar a ações concretas que sirvam para coibir a violência policial. “O caso do publicitário (Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, morto na semana passada por Policiais Militares durante abordagem desastrosa em Pinheiros) não foi acidente. Foi resultado de um problema estrutural na Polícia Militar, que levou a essa tragédia”, afirmou a defensora.

A família do publicitário Ricardo Prudente de Aquino e comandantes da Polícia Militar de São Paulo foram convidados para acompanhar a audiência.

Procurado para comentar o caso, o comando da Polícia Militar não havia se manifestado até as 20 horas desta terça-feira, 24.

Mais uma pérola de porco: “É mais um”, diz secretário sobre italiano morto em SP 44

Depois de chamar de “bisonho” o pedido de desculpas da PM à família do publicitário Ricardo Prudente, morto por um soldado na semana passada, agora Antônio Ferreira Pinto tenta reduzir importância do assassinato a tiros, por bandidos, de cidadão italiano Tomasso Lotto; “é a escalada da violência”

24 de Julho de 2012 às 07:45

247 – Assim, como quer o secretário estadual de Segurança Pública Antônio Ferreira Pinto, é muito fácil a maior cidade do País chegar a uma situação de salve-se quem puder. Após classificar de “bisonho” o pedido de desculpas da PM à família do publicitário Ricardo Prudente, morto a tiros por integrantes da corporação, na zona oeste da cidade, semana passada, após a ultrapassar uma barreira de guardas, agora ele foi absolutamente rude em relação à morte do cidadão italiano Tomasso Lotto, de 26 anos. Abatido com um tiro, na noite do sábado 21, por bandidos que o cercaram em motocicletas, Lotto chegara a São Paulo dois dias antes, com planos de se estabelecer por aqui. Com um amigo espanhol, ele estava na esquina da avenida Nove de Julho com rua São Gabriel, um local nobre da cidade, quando foi abordado  e morto.

“É mais um crime que ocorre na capital”, concluiu o secretário Ferreira Pinto, sem conceder maior importância ao fato. “A gente lamente e o Deic e o DHPP estão fazendo todas as investigações no sentido de elucidar esse crime”, prosseguiu, para adiante tentar outra vez rebaixar a inegável repercussão que o caso alcançou. “Ocorre lá (na área nobre), ocorre na Cidade Tiradentes, ocorre em Itaquera. Lamentavelmente é a escalada da violência”.

Em lugar do anúncio de algum plano, da tomada de medidas emergenciais ou do empenho pessoal na elucidação do caso, tudo o que se teve de um dos mais importantes secretários do governo de Geraldo Alckmin foi isso: um lacônico lamento. Esse é mesmo o papel de um executivo público com este tipo de responsabilidade?

O corpo de Tomasso Lotto deverá ser transladado para a Itália, com a ajuda do Consulado em São Paulo. Ele será embalsamado. Seus pais, que vivem na cidade de Vicenza, estiveram na manhã desta segunda 23 no Consulado, sem falar com a imprensa. O pai, ao lado de um dos filhos, reconheceu no IML o corpo de Tomasso. Parentes da vítima vieram da Itália após saberem de sua morte. Ele acabara de mudar para o Brasil. Segundo informações da Polícia Militar, Tomasso estava no carro de um amigo, um espanhol que vive em São Paulo, quando foi abordado por dois homens em uma moto que tentaram assaltá-lo. Ao sair do carro, o europeu foi atingido por um disparo pelas costas. O amigo espanhol não ficou ferido.

Investigações O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu as investigações da morte do italiano nesta segunda-feira. O caso, que foi registrado no dia do crime na 14º DP, em Pinheiros, foi encaminhado hoje para a 3º Delegacia de Crimes Múltiplos e Latrocínios.

Segundo informações do delegado assistente Júlio César de Almeida Teixeira ao portal Terra, equipes do DHPP já estão nas ruas tentando identificar os autores do crime. “Nós recebemos o inquérito hoje e nossas equipes já estão nas ruas para tentar solucionar este caso. Por enquanto, não temos nenhuma novidade sobre o crime”, disse.

MPF/SP participa de audiência pública que discutirá o extermínio de pessoas no Estado 15

24/7/2012

Na pauta de discussões, o elevado número de homicídios praticados por agentes públicos, notadamente a Polícia Militar do Estado de SP

O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) realizará na próxima quinta-feira, 26 de julho, a partir das 14h, uma audiência pública para tratar do extermínio de pessoas no Estado de São Paulo. Durante o evento, autoridades públicas estaduais e instituições policiais serão questionadas sobre o elevado número de homicídios praticados por agentes públicos nos últimos meses.
Entre os organizadores da audiência pública estão o MPF, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e o Movimento Nacional dos Direitos Humanos.
Segundo a defensora pública Daniela Skromov de Albuquerque, a audiência pública é um momento de reflexão das autoridades e um momento ímpar para estabelecer um diálogo entre a sociedade civil e o Estado.
“Precisamos discutir as medidas de reação da sociedade diante da violência que está sendo praticada por quem deveria proteger o cidadão”, afirmou o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, que representará o MPF no evento. “É a hora de ouvir as denúncias e os anseios da sociedade diante dos recentes e recorrentes casos de violência policial, com indícios de violações de direitos, chacinas e diversas execuções sumárias”, apontou.
Os organizadores esperam que, a partir dos debates, sejam definidos procedimentos concretos que levem à cessação das violações, além da definição de ações que permitam a preservação da vida, a justa e eficaz apuração dos casos de mortes e a construção de políticas para a prevenção da violência e pacificação da sociedade.
Audiência Pública –  Extermínio de pessoas no Estado de São Paulo Horário: 14h Local: Auditório do Ministério Público Federal Endereço: Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, 2020 Informações: 3104 4429
Assessoria de Comunicação Procuradoria da República no Estado de S. Paulo (11) 3269-5168 ascom@prsp.mpf.gov.br http://www.twitter.com/mpf_sp

Escrivães e agentes da PF protestam amanhã por aumento de salário…( E puxar o tapete do diretor-geral ) 38

Mariana Branco Repórter da Agência Brasil  Brasília –

Escrivães, agentes e papiloscopistas da Polícia Federal (PF) farão protesto amanhã (25) em frente a sede do órgão e irão ainda caminhar até o Ministério da Justiça. Os policiais federais reivindicam reestruturação salarial. De acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapefe), não está descartada a deflagração de greve nos próximos dias. Segundo a Fenapefe, uma assembleia geral marcada para a próxima segunda-feira (30) decidirá os rumos do movimento. Caso os policiais decretem greve, a suspensão das atividades virá para engrossar a fileira da paralisação de várias categorias de servidores públicos, que já dura 35 dias. A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) informa que 28 setores estão parados. Uma das reivindicações dos policiais é que os salários dos agentes seja equiparado aos dos delegados, já que é exigido nível superior para os dois cargos. Segundo a Fenapefe, a remuneração dos agentes, escrivães e papiloscopistas vai de R$ 7.514 a R$ 11.879. Já a dos delegados e peritos varia de R$ 13.368 a R$ 19.700. Outra demanda da categoria é a substituição do diretor-geral da corporação, Leandro Daiello Coimbra, que, de acordo com a Fenapefe, ”não atende às expectativas dos policiais e não os representa”. Cabe ao Ministério da Justiça indicar o responsável pela direção-geral da PF. Daiello foi indicado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Edição: Carolina Pimentel

No limite da linha que separa o “Herói”, o “Covarde” e o Bandido”. 28

Enviado em 24/07/2012 as 18:53 – WALDIR BITTENCOURT DE OLIVEIRA

Querido Amigo,boa noite. Sou Ten PM da PMESP, Reformado por invalidez em serviço e ultimamente estou muito preocupado com a situação da segurança pública em SP. Os últimos acidentes envolvendo PM, que fizeram vítimas civis, agora sim, sabidamente inocentes ( durante a abordagem o mosaico era outro. Adrenalina a milhão, giroflex, a penumbra da noite, a atuação de grupos criminosos vitimando colegas indefesos, tudo isso somente quem já esteve em ação nessas condições pode saber o que é. Nem Governador, nem Secretário da Segurança pode e deve avaliar tal momento. Claro que houve um erro e os “culpados” serão punidos, alias já foram punidos, pois tenho certeza que esses chefes de família estão passando por momentos que não desejo para nenhum ser humano. Estão eles no limite da linha que separa o “Herói”, o “Covarde” e o Bandido”. Herói se tivessem preso ou matado um perigoso bandido. Covarde se comportassem como centenas de PM que existem e quando surge a ocorrência procuram não chegar a tempo no local dos fatos, disso está cheio, e hoje eu já não os condeno tanto como já os condenei quando na ativa. O bandido é aquele PM vítima de um erro, sim vítima, pois se percebe que estavam tentando acertar e erraram. Mas para a sociedade isso não importa, são Bandidos. Poderia ficar a noite toda escrevendo sobre esse tema, uma vez que me tornei um herói quando fui vítima de acidente em serviço e fui reformado por invalidez, porém se tivesse cometido qualquer erro talvez hoje eu fosse conhecido como um bandido. Seria interessante que a imprensa desse divulgação a uma matéria antiga, publicada em “Seleções” em março de 1975 na página 84 de seleções, com o tema “De Professor a Policial. Minha solidariedade aos PM envolvidos e suas famílias, contem com minhas orações.

De Professor A Policial

Um professor de criminologia sai da sua “torre de marfim” para fazer uma ronda e apreender coisas que só a rua pode ensinar.

George L. Kirkham é professor assistente da Escola de criminologia da Universidade da Flórida e autor do livro Signal Zero a ser publicado brevemente.   Este artigo originalmente publicado no boletim do FBI e condensado agora por seleções é de muita importância para que aqueles que procuram explicações para a ação policial no cotidiano das grandes cidades possam compreender por que o policial anda armado e possam ver “os milhares de policiais, homens e mulheres, lutando e resolvendo problemas difíceis para preservar nossa sociedade e aquilo que nos é mais caro”. Ao determinar a reprodução deste artigo, recomenda a todos os comandos que o explore na instrução da tropa, bem como estimule debates com autoridades locais, especialmente aqueles que, como o professor, disponham do tempo que queiram para tomar decisões difíceis. Talvez, então, possam compreender o policial que é “forçado a fazer escolhas críticas em questão de segundos (prender ou não prender, perseguir ou não perseguir), sempre com a incômoda certeza de que outros, aqueles que tinham tempo para analisar e pensar, estariam prontos para julgar e condenar aquilo que fizera ou aquilo que não tinha feito”. São Paulo, 15 de março de 1975. Como professor de criminologia, tive problemas durante algum tempo, devido ao fato de que, como a maioria daqueles que escrevem livros sobre assuntos policiais, eu nunca fui policial. Contudo, alguns elementos da Comunidade Acadêmica Norte-Americana, tal como eu, foram muitas vezes demasiado precipitados ao apontar erros da nossa política. Dos incidentes que lemos nos jornais, formamos imagens estereotipadas, como as do policial violento, racista, venal ou incorreto. O que não vemos são os milhares de dedicados agentes da polícia, homens e mulheres, lutando e resolvemos problemas difíceis para preservar a nossa sociedade e aquilo que nos é mais caro. Muitos dos meus alunos tinham sido policiais, e eles várias vezes apunham às minhas críticas o argumento de que uma pessoa só poderia compreender o que um agente da polícia tem de suportar quando também experimentasse ser policial. Por fim, me decidi a aceitar o repto. Entraria para a polícia e assim iria testar a exatidão daquilo que vinha ensinando. Um dos meus alunos (um jovem agente que gozava licença para frequentar o curso, pertencente à Delegacia de polícia de Jacksonville, Flórida) me incitou a entrar em contato com o xerife Dalle Carson e o vice-xerife D K. Brown e explicar-lhes minha pretensão. Lutando por um distintivo. Jacksonville me parecia ser o lugar ideal. Era um porto de mar e um centro industrial em crescimento acelerado. Ali ocorriam também manifestações dos maiores problemas sociais que afligem nossos tempos: crime, delinquência, conflitos raciais, miséria e doenças mentais. Tinha igualdade a habitual favela e o bairro reservado aos negros. Sua força policial, composta por 800 elementos, era tida como uma das mais evoluídas dos Estados Unidas. esclareci ao xerife Carson e ao vice-xerife Brown de que pretendia um lugar não como observador, mas como patrulheiro uniformizado, trabalhando em expediente integral durante um período de quatro a seis meses. Eles concordam, mas puseram também a condição de que eu deveria primeiro preencher os mesmos requisitos exigidos a qual outro candidato a policial: uma investigação completa ao caráter, exame físico e os mesmos programas de treinamento. Havia outra condição com a qual concordei prontamente: em nome da moral, todos os outros agentes deviam saber quem eu era e o que estava fazendo ali. Fora disso, em nada eu me distinguiria de qualquer agente, desde o meu revólver Smith e Wesson calibre 38 até o distintivo e o uniforme. O maior obstáculo foram as 280 horas de treinamento estabelecidas por lei. Durante quatro meses (quatro horas por noite e cinco noites por semana), depois das tarefas de ensino teórico, eu aprendi a como utilizar uma arma, como aproximar-me de um edifício na escuridão, como interrogar suspeitos, investigar acidentes de trânsito e recolher impressões digitais. Por vezes, à noite, quando regressava a casa depois de horas de treinamento de luta de defesa pessoal, com os músculos cansados, pensava que estava precisando era de um exame de sanidade mental por ter me metido naquilo. Finalmente, veio a graduação e, com ela, o que viria a ser a mais compensadora experiência da minha vida. Patrulhando a rua. Ao escrever este artigo, já completei mais de 100 rondas como agente iniciando, e tantas coisas aconteceram no espaço de seis meses que jamais voltarei a ser a mesma pessoa. Nunca mais esquecerei também o primeiro dia que montei guarda defronte à porta da delegacia de Jacksonville. Sentia-me ao mesmo tempo estúpido e orgulho no meu novo uniforme azul e com cartucheira de couro. A primeira experiência daquilo que eu chamo de minhas “lições de rua” aconteceu logo de imediato. Com meu colega de patrulha, fui deslocado para um bar, onde havia distúrbio, no centro da zona comercial da cidade. Lá chegando, encontramos um bêbado robusto e turbulento que, aos gritos, se recusava a sair. Tendo adquirido certa experiência em admoestação correcional, apressei-me a tomar conta do caso. “Desculpe amigo”, disse eu sorridente, “não quer dar uma chegadinha aqui fora para bater um papo comigo?” O homem me encarou esgazeado e incrédulo, com os olhos raiados de sangue. Cambaleou para mim e me deu um empurrão no ombro. Antes que eu tivesse tempo de me recuperar, chocou-se de novo comigo – e dessa vez fazendo saltar da dragona a corrente que prendia meu apito. Após breve escaramuça, conseguimos levá-lo para a radiopatrulha. Como professor universitário, eu estava habituado a ser tratado com respeito e deferência e, de certo modo, presumia que isso iria continuar assim em minhas novas funções. Agora, porém, estava aprendendo que meu distintivo e uniforme, longe de me protegerem do desrespeito, muitas vezes atuavam como um “imã” atraindo indivíduos que odiavam o que eu representava. Confuso, olhei para meu colega que apenas sorriu. Teoria e prática nos dias e semanas seguintes, eu iria aprender mais coisas. Como professor, sempre procurava transmitir aos meus alunos a ideia de que era errado exagerar o exército da autoridade, tomar decisões por outras pessoas ou nos basearmos em ordens e mandatos para executar qualquer tarefa. Como agente da polícia, porém, fui muitas vezes forçado a fazer exatamente isso. Encontrei indivíduos que confundiam gentileza com fraqueza – o que se tornava um convite à violência. Também encontrei homens, mulheres e crianças que, com medo ou em situações de desespero, procuravam auxílio e conselhos no homem uniformizado. Cheguei à conclusão de que um abismo entre a forma como eu, sentado calmamente no meu gabinete com ar condicionado, conversava com o ladrão ou assaltante a mão armada, e a maneira como os patrulheiros encontraram esses homens – quando eles estão violentos, histéricos ou desesperados. Esses agressores, que anteriormente me pareciam tão inocentes, inofensivos e arrependidos depois do crime cometido, agora, como agente da polícia, eu os encarava pela primeira vez como uma ameaça a minha segurança pessoal e à da nossa própria sociedade. Aprendendo com o medo. Tal como o crime, o medo deixou de ser um conceito abstrato para mim, e se tornou algo bem real, que por várias vezes senti: era a estranha impressão em meu estômago, experimentava ao me aproximar de uma sensação de boca seca quando, com as lâmpadas azuis acesas e a sirene do carro ligada, corríamos para atender a uma perigosa chamada onde poderia haver tiros. Recordo especialmente uma dramática lição no capítulo do medo. Num sábado à noite, patrulhava com meu colega em uma zona de bares mal frequentados e casas de bilhares, quando vimos um jovem estacionar o carro em fila dupla. Dirigimo-nos para o local, e eu lhe pedi que arrumasse devidamente o automóvel, ou então que fosse embora – ao que ele respondeu inopinadamente com insultos. Ao sairmos do carro de radiopatrulha e nos aproximarmos do homem, a multidão exaltada começou a nos rodear. Ele continuava a nos insultar e se recusando a retirar o carro. Então, tivemos que prendê-lo. Quando o trouxemos para a viatura da polícia, a turma no cercou completamente. Na confusão que se seguiu, uma mulher histérica me abriu o coldre e tentou sacar meu revólver. De súbito, eu estava lutando para salvar a minha vida. Recordo a sensação de verdadeiro terror que senti ao premir o botão do armeiro onde se encontravam nossas armas. Até então, eu sempre tinha defendido a opinião de que não devia ser permitido, aos policiais o uso de armas, pelo aspecto “agressivo” que denotavam, mas as circunstâncias daquele momento fizeram mudar meu ponto de vista, porque agora era minha vida que estava em perigo. Senti certo amargor quando, logo na noite seguinte, voltei a ver já em liberdade o indivíduo que tinha provocado aquele quase motim – e mais amargurado fiquei quando ele foi julgado e, confessando-se culpado, condenaram-no a uma pena leve por “violação da ordem”. Vítimas silenciosas. Dentre todas as trágicas vítimas do crime que vi durante seis meses, uma se destaca. No centro da cidade, num edifício de apartamentos, vivia um homem idoso que tinha um cão. Era motorista de ônibus, aposentado. Encontrava-os quase sempre na mesma esquina, quando me dirigia para o serviço, e por vezes me acompanhavam durante alguns quarteirões. Certa noite fomos chamados por causa de um tiroteio numa rua perto do edifício. Quando chegamos, o velho estava estendido de costas no meio de uma grande poça de sangue. Fora atingindo no peito por uma bala e, em agonia, me sussurrou que três adolescentes o tinham interceptado e lhe pediram dinheiro. Quando viram que tinham tão pouco, dispararam e o abandonaram na rua. Em breve, comecei a sentir os efeitos daquela tensão diária a que estava sujeito. Fiquei doente e cansado de ser ofendido e atacado por criminosos que depois seriam quase sempre julgados por juízes benevolentes e por jurados dispostos a concederem aos delinquentes uma “nova oportunidade”. Como professor de criminologia, eu dispunha do tempo que queria para tomar decisões difíceis. Como policial, no entanto, era forçado a fazer escolhas críticas em questão de segundos (prender ou não prender, perseguir ou não perseguir), sempre com a incômoda certeza de que outros, aqueles que tinham tempo para analisar e pensar, estariam prontos para julgar e condenar aquilo que eu fizera ou aquilo que não tinha feito. Como policial, muitas vezes fui forçado a resolver problemas humanos incomparavelmente mais difíceis do que aqueles que enfrentara para solucionar assuntos correcionais ou de sanidade mental: rixas familiares, neuroses, reações coletivas perigosas de grandes multidões, criminosos. Até então, estivera afastado de toda espécie de miséria humana que faz parte do dia-a-dia da vida de um policial. Bondade em uniforme. Frequentemente, fiquei espantado com os sentimentos de humanidade e compaixão que pareciam caracterizar muitos dos meus colegas agentes da polícia. Conceitos que eu considerava estereotipados eram, muitas vezes, desmentidos por atos de bondade: um jovem policial fazendo respiração boca a boca num imundo mendigo, um veterano grisalho levando sacos de doces para as crianças dos guetos, um agente oferecendo a uma família abandonada dinheiro que provavelmente não voltaria a reaver. Em consequência de tudo isso, cheguei à humilhante conclusão de que tinha uma capacidade bastante limitada para suportar toda a tensão a que estava sujeito. Recordo em particular, certa noite em que o longo e difícil turno terminaria com uma perseguição a um carro roubado. Quando largamos o serviço, eu me sentia cansado e nervoso. Com meu colega, estava me dirigindo para um restaurante a fim de comer qualquer coisa, quando ouvimos o som de vidros se quebrando, proveniente de uma igreja próxima, vimos dois adolescentes cabeludos fugindo do local. Conseguimos interceptá-los e pedi a um deles que se identificasse. Ele me olhou com desprezo, xingou e me virou as costas com intenção de se afastar. Não me lembro do que senti. Só sei que eu agarrei pela camisa, colei seu nariz bem no meu e rosnei: “Estou falando com você, seu cretino!” Então, meu colega me tocou no ombro, e ouvi sua reconfortante voz me chamando à razão: “Calma companheiro!” larguei o adolescente e fiquei em silêncio durante alguns segundos. Depois, me recordei de uma das minhas lições, na qual dissera aos alunos: “O sujeito que não é capaz de manter completo domínio sobre suas emoções em todas as circunstancias não serve para policial”. Desafio Complicado. Muitas vezes perguntara a mim próprio: “Por que um homem quer ser policial?” Ninguém está interessado em dar conselhos a uma família com problemas às três da madrugada de um Domingo, ou entrar às escuras num edifício que foi assaltado, ou em presenciar dia após dia a pobreza, os desequilíbrios mentais, as tragédias humanas. O que faz um policial suportar o desrespeito, as restrições legais, as longas horas de serviço com baixo salário, o risco de ser assassinado ou ferido? A única resposta que posso dar é baseada apenas na minha curta experiência como policial. Todas as coisas eu voltava para casa com um sentimento de satisfação e ter contribuído com algo para a sociedade – coisa que nenhuma outra tarefa me tinha dado até então.   Todo agente da polícia deve compreender que sua aptidão para fazer cumprir a lei, com a autoridade que ele representa, é a única “ponte” entre a civilização e o submundo dos fora da lei. De certo modo, essa convicção faz com que todo o resto (o desrespeito, o perigo, os aborrecimentos) mereça que se façam quaisquer sacrifícios.   Este artigo foi publicado em março de 1975 na página 84 de seleções e reproduzido pela PM/5 da Polícia Militar de São Paulo para instrução da tropa.

A PM CAUSA MEDO 76

VLADIMIR  SAFATLE, da Folha de S. Paulo

Pela extinção da PM

No final do mês de maio, o Conselho de Direitos Humanos da ONU sugeriu a pura e simples extinção da Polícia Militar no Brasil. Para vários membros do conselho (como Dinamarca, Espanha e Coreia do Sul), estava claro que a própria existência de uma polícia militar era uma aberração só explicável pela dificuldade crônica do Brasil de livrar-se das amarras institucionais produzidas pela ditadura.

No resto do mundo, uma polícia militar é, normalmente, a corporação que exerce a função de polícia no interior das Forças Armadas. Nesse sentido, seu espaço de ação costuma restringir-se às instalações militares, aos prédios públicos e aos seus membros.

Apenas em situações de guerra e exceção, a Polícia Militar pode ampliar o escopo de sua atuação para fora dos quartéis e da segurança de prédios públicos.

No Brasil, principalmente depois da ditadura militar, a Polícia Militar paulatinamente consolidou sua posição de responsável pela completa extensão do policiamento urbano. Com isso, as portas estavam abertas para impor, à política de segurança interna, uma lógica militar.

Assim, quando a sociedade acorda periodicamente e se descobre vítima de violência da polícia em ações de mediação de conflitos sociais (como em Pinheirinho, na cracolândia ou na USP) e em ações triviais de policiamento, de nada adianta pedir melhor “formação” da Polícia Militar.

Dentro da lógica militar, as ações são plenamente justificadas. O único detalhe é que a população não equivale a um inimigo externo.

Isto talvez explique por que, segundo pesquisa divulgada pelo Ipea, 62% dos entrevistados afirmaram não confiar ou confiar pouco na Polícia Militar. Da mesma forma, 51,5% dos entrevistados afirmaram que as abordagens de PMs são desrespeitosas e inadequadas.

Como se não bastasse, essa Folha mostrou no domingo que, em cinco anos, a Polícia Militar de São Paulo matou nove vezes mais do que toda a polícia norte-americana (“PM de SP mata mais que a polícia dos EUA”, “Cotidiano”).

Ou seja, temos uma polícia que mata de maneira assustadora, que age de maneira truculenta e, mesmo assim (ou melhor, por isso mesmo), não é capaz de dar sensação de segurança à maioria da população.

É fato que há aqueles que não querem ouvir falar de extinção da PM por acreditar que a insegurança social pode ser diminuída com manifestações teatrais de força.

São pessoas que não se sentem tocadas com o fato de nossa polícia torturar mais do que se torturava na ditadura militar. Tais pessoas continuarão a aplaudir todas as vezes em que a polícia brandir histericamente seu porrete. Até o dia em que o porrete acertar seus filhos.

editoriais@uol.com.br

Policiais descontrolados

A coincidência das mortes de duas pessoas baleadas em ações desastradas da Polícia Militar, uma em São Paulo e outra em Santos, não autoriza extrair grande conclusão sobre as tendências do crime e da ação policial no Estado. Deve servir, porém, de alerta.

Duas perguntas assombram a opinião pública, agora mais do que nunca: os policiais militares estão despreparados para atuar nas ruas? E o governo do Estado -tem de fato controle sobre sua polícia?

O emprego precipitado e desproporcional do poder de fogo por PMs contra suspeitos não é novidade. Em que pese a política de contenção da violência policial em sucessivas administrações peessedebistas, a corporação paulista mantém altos índices de letalidade: 5,5 mortos em confronto com policiais por grupo de 100 mil habitantes, contra 0,63 nos Estados Unidos.

Os dois novos assassinatos vêm somar-se a cerca de 450 mortes anuais por PMs. Além do que há de revoltante na sua gratuidade, o que preocupa, nos eventos recentes, é o contexto geral de aumento da violência. Homicídios dolosos sobem desde março; em junho, houve ao menos 115 -38,5% a mais que no mesmo mês de 2011.

Claro está que a maior parte dessas mortes foi perpetrada por facínoras. A própria Polícia Militar foi alvo de ataques crescentes; em junho, oito PMs foram mortos durante suas folgas e cinco bases policiais sofreram ataques, no que se acredita ser uma ação concertada da organização criminosa PCC.

Este seria o fator específico por detrás das duas mortes e de vários outros confrontos sangrentos: com o aumento do risco pessoal, os agentes estariam mais propensos a disparar, ignorando na prática todas as técnicas de abordagem apresentadas em seu treinamento.

Parece uma explicação, mas não é. Apresentada por autoridades, equivale a uma confissão de incompetência. Se policiais não se mostram capazes de observar, no momento de máxima tensão, os procedimentos destinados a preservar a segurança de cidadãos inocentes, de que adianta ensiná-los?

Em nada contribui para a confiança da população na PM que seus comandantes nem mesmo se entendam a respeito de um ponto tão básico. Enquanto o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, qualificou a abordagem do empresário morto em São Paulo como “desastrosa”, o comandante-geral interino da PM, coronel Hudson Camilli, a considerou “tecnicamente correta”.

Não são só os soldados, vê-se, que ainda precisam tirar as lições corretas dos trágicos episódios.

Na dúvida, a polícia ( MILITAR ) condena à morte…( E ainda querem fazer o tal ciclo completo ) 26

Segurança

Na dúvida, a polícia condena à morte

Repetição de tragédias como a do publicitário Ricardo Aquino e do estudante Bruno Viana refletem a cascata de erros na formação do policial no Brasil

João Marcello Erthal

Carro do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, morto a tiros por policiais militares na madrugada desta quinta-feira em São Paulo (Marina Pinhoni/VEJA)

Os caso de Aquino e do estudante Bruno se assemelham ao da família do menino João Roberto, de apenas 3 anos, assassinado por dois policiais militares que confundiram o carro da mãe do menino, Alessandra Soares, com um veículo em que estariam bandidos em fuga

As famílias do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39 anos, e do estudante Bruno Viana, 19, juntaram-se na semana passada a um grupo de brasileiros que carrega a dor de ter entes queridos assassinados por agentes da lei. Nos dois casos, em situações que deveriam ser nada mais que uma abordagem policial corriqueira. Para o espanto dos parentes das vítimas e de toda a sociedade, o comando da PM paulista chegou a afirmar que “do ponto de vista técnico” a ação foi correta. A afirmação em questão foi do subcomandante da Polícia Militar, Hudson Camilli. A frase desastrosa foi criticada pelo secretário de Segurança Antonio Ferreira Pinto, na sexta-feira, em um evento oportuno: a formatura de 920 PMs no Vale do Anhangabaú. O grupo de quase mil policiais recém-formados estará, em breve, diante de situações que dependem de decisões rápidas e complexas, para as quais o bom treinamento é fundamental.

A lógica usada por Camilli para sua absurda avaliação do caso e a repetição de erros semelhantes são sinais inequívocos de que algo grave está errado na preparação das forças de segurança no país. Nos dois episódios da semana passada, quando os policiais puxaram o gatilho – no caso de Bruno foram pelo menos 25 balas –, dispararam contra o cidadão a cascata de erros em que se transformou a formação do policial no Brasil.

As tragédias não aconteceram em rincões. Aquino foi baleado por policiais militares na noite de quarta-feira, no Alto de Pinheiros, área nobre da cidade, depois de, segundo a PM, ter fugido de uma abordagem policial. Bruno dirigia sem carteira, e tentava escapar da blitz. Nos dois casos, hipoteticamente, os policiais poderiam considerar que eram carros com bandidos. Mas espanta o fato de os policiais não terem considerado a possibilidade de os criminosos transportarem reféns. Ou terem em seu repertório qualquer coisa difrerente do fuzilamento do suspeito.

A condenação dos suspeitos à morte está longe de ser uma exceção na história recente das grandes cidades brasileiras – e certamente há pelo país um sem fim de casos que jamais chegarão ao conhecimento público. Os caso de Aquino e do estudante Bruno se assemelham ao da família do menino João Roberto, de apenas 3 anos, assassinado por dois policiais militares na noite de 6 de julho de 2008, na zona norte do Rio. Os policiais confundiram o carro da mãe do menino, Alessandra Soares, com um veículo em que estariam bandidos em fuga. Assim como no caso do Alto de Pinheiros, a ação foi filmada por câmeras de segurança de um prédio.

Na sexta-feira, teve início na PM paulista uma revisão de procedimentos de abordagem. As pequenas melhorias nos manuais e na formação de agentes, no entanto, têm se mostrado muito aquém do necessário no Brasil. Mesmo as mais bem-sucedidas iniciativas de policiamento mostram-se insuficientes para trazer a polícia para patamares aceitáveis de qualidade para a população.

Considerada um exemplo positivo de inovação em estratégia policial, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), cujo mérito principal é retirar de bandidos armados o controle territorial de morros no Rio de Janeiro, está amparada em um currículo com ênfase em direitos humanos – diluído no mesmo velho currículo da formação da PM fluminense. Especialistas em segurança, no entanto, avaliam que, apesar dos resultados positivos, as UPPsestão presas à mesma lógica ultrapassada de policiamento de que o Brasil precisa se livrar.

“Não há novidade. A diferença das UPPs está na quantidade, no aumento do número de policiais. Contribui para isso o fato de serem empregados policiais novos, que ainda não carregam os vícios antigos de corrupção. É um trabalho bastante razoável, mas ainda é algo baseado em jovens bem intencionados. A forma como se constrói este policial, por enquanto, ainda é praticamente a mesma daquele velho PM”, critica o sociólogo Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ.

A “velha” polícia a que se refere Misse consiste, segundo ele, na concepção militarizada de policiamento, oriunda das brigadas que, a partir do regime militar, assumiram a condição de tropas do policiamento ostensivo no Brasil. “Não tenho dúvida de que, hoje, a segurança é a área mais atrasada do estado brasileiro. Temos atrasos na saúde, em educação. Mas é inegável que nessas áreas houve modernização, mudanças importantes. Ainda vivemos presos ao passado em matéria de Justiça criminal e em gestão de segurança”, diz.

Misse aponta problemas tanto na estrutura de policiamento ostensivo como nas funções de investigação – atribuição da polícia civil. “No Brasil, em vez de investigar, a polícia se limita a tomar depoimentos. Um inquérito é dado por concluído quando o delegado considera que tem em mãos a totalidade dos depoimentos sobre um caso, transcritos, somados aos laudos de perícia. É isso que chega às mãos do Ministério Público e que, muitas vezes, é insuficiente para a condenação”, afirma.

A separação das funções de patrulhamento e de investigação – áreas respectivamente a cargo das polícias militar e civil – é, para Cláudio Beato, coordenador do Centro de estudos em criminalidade da UFMG, um dos problemas centrais para a segurança no Brasil. “A transformação efetiva da polícia passa pela desconstitucionalização do capítulo de segurança pública. As organizações, concebidas como hoje, são rígidas demais para se adaptar aos problemas locais de um país imenso”, diz Beato. “Há regiões onde poderíamos ter polícias de ciclo completo, com funções de investigação e patrulhamento dentro da mesma instituição. Mas constitucionalmente há a separação”, explica, citando Rio de Janeiro e São Paulo como exemplos de áreas que ganhariam com um sistema de patrulhamento. “Mexer na Constituição é complicado. Mas não mexer está nos custando muito caro”, diz.

Rio de Janeiro – Adaptações locais podem trazer grandes resultados. Mas a formação, o treinamento e a concepção tradicional de polícia são amarras para a transformação de que o país precisa em matéria de segurança. Um estudo apresentado na semana passada pelo sociólogo e professor Ignácio Cano, da Uerj, constatou que, para cada UPP instalada em favelas do Rio, há uma redução de seis mortes por ano. Cano chegou a essa conta considerando o histórico de homicídios nas favelas antes e depois da criação das unidades de polícia. “Isso é fruto do fim do modelo de guerra, que era o padrão nesses locais. Constatamos também a redução de roubos e de violência armada, enquanto aumentam registros de crimes não-letais, algo que, antes, sequer era denunciado, por medo”, explica o pesquisador.

O avanço da política, analisa ele, está na estratégia não de se acabar com o crime ou com o tráfico, mas de por freio na violência letal e no controle territorial. “A grande esperança, a partir do estudo, é que a UPP sirva para alavancar uma modificação nas políticas de segurança. O que temos hoje no Rio é, até certo ponto, contraditório. Existem áreas que se beneficiam de um sistema novo. E outras áreas onde quem age é a velha polícia, o policial guerreiro”, compara.

O estudo tem também entrevistas com moradores e policiais. E aí surge o dado preocupante da pesquisa. Segundo Cano, 70% dos policiais das UPPs afirmam que prefeririam trabalhar em batalhões convencionais de polícia. “Nosso trabalho alerta para uma necessidade de legitimar o processo por dentro. Entre os praças, a política não está consolidada”, explica.

Em parte, a rejeição ao modelo de UPP está nos transtornos de trabalhar em favelas, em situações menos confortáveis que a dos batalhões, e com um mecanismo de gratificação que ainda não funciona como incentivo. A conclusão do sociólogo é de que a política para o policial precisa de ajustes. Mas há algo mais urgente, como destaca: “Para a tropa, o modelo de policiamento continua sendo o de confronto com o criminoso”.

Delegado Boucinha Neto vence ação contra Band na primeira instância 17

Enviado em 23/07/2012 as 19:40 – JOSÉ ROELA

Noticia de interesse para o casal Mario e Roberta.

23/07/2012 – Delegado Boucinha Neto vence ação contra Band na primeira instância

A Rádio e Televisão Bandeirantes terá de pagar indenização, por danos morais, ao Delegado José Ferreira Boucinha Neto por publicar informação inverídica sobre sua atuação enquanto chefe na Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo. A decisão é da 5º Vara Cível de São Paulo. Ainda cabe recurso.

Na reportagem, Boucinha Neto é apontado por sugerir tratamento diferenciado em apurações contra Delegados que chegaram ao topo da carreira.  Para se defender, a Band alegou que a divulgação da reportagem foi regular, com base em fatos, não ofensiva e que não existiriam elementos para caracterizar o dano moral. As alegações não foram aceitas.

De acordo com juízo da 5ª Vara, no processo, há um conflito entre a liberdade de informar o e o direito de personalidade do autor. E como afirmado nos autos, o enfoque da reportagem era noticiar fatos ocorridos em reunião da Corregedoria da Polícia Civil, relativa a processos administrativos disciplinares contra policiais civis. E, nesse contexto, entendeu ser admissível um órgão de imprensa noticiar e criticar as ações dos envolvidos. “Entretanto, não é admissível que o órgão suprima trecho da gravação que esclarece o que foi divulgado, ou seja, que a investigação deve prosseguir sob presidência de um delegado de classe superior à do investigado”.

O juiz entendeu, assim, que a determinação de Boucinha Neto não era para que não houvesse investigação, mas que houvesse investigação com observância da hierarquia da carreira de Delegado de Polícia, o que é coisa diversa.

“Ao distorcer o fato, o órgão de imprensa divulgou fato falso”, registrou o juízo ao condenar a Band. A rede de televisão também terá de divulgar o teor da sentença no mesmo espaço e tempo que deu para a reportagem que causou o dano.

SP: policiais ( major PM e agente da PC ) acusados de receber propina para liberar shopping 30

TERRA

Policiais, bombeiros e agentes do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) são acusados de participar de um esquema de pagamento de propina para liberação de obras irregulares de shoppings em São Paulo, que conta ainda com funcionários do alto escalão da prefeitura. Segundo depoimentos prestados ao Ministério Público Estadual, eles são suspeitos de receber dinheiro para encobrir falhas na segurança, no manejo de área verde e no planejamento do tráfego durante a execução de projetos de ampliação. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo.

Uma das testemunhas no processo que investiga Hussain Aref Saab – ex-diretor do setor de aprovações da prefeitura que adquiriu pelo menos 125 imóveis em sete anos -, cita o major da Polícia Militar com 23 anos de coorporação, José Francisco Alves dos Santos. Ele teria agilizado aprovação de laudo de vistoria da ampliação do Shopping Pátio Higienópolis, em 2009. Na mesma obra, um agente da Polícia Ambiental conhecido como Hanz teria recebido R$ 70 mil para fazer vista grossa diante de danos ambientais. O então secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV), também é apontado como integrante do esquema. Ele teria recebido R$ 200 mil para acobertar as falhas do shopping. Jorge nega as acusações. A secretaria diz que prestará os devidos esclarecimentos à Promotoria. A PM irá apurar os fatos. O shopping informa que “desconhece a existência de pagamentos indevidos e que tem pautado sua atuação pelo mais absoluto respeito às normas éticas e legais”.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6011896-EI8139,00-SP+policiais+acusados+de+receber+propina+para+liberar+shopping.html

Delegado acusado no caso Abadia é demitido da polícia 53

Marcelo Godoy – O Estado de S.Paulo

Exclusão ocorreu por conta de sequestro e tortura de traficantes em Campinas

O delegado Pedro Luis Pórrio, seis investigadores e dois agentes foram demitidos da Polícia Civil nesta segunda-feira, 23. A expulsão foi publicada no Diáro Oficial do último sábado, 21. Pórrio é um dos policiais acusados de envolvimento em achaques a traficantes colombianos da quadrilha de Juan Carlos Abadía. Ele trabalhava no departamento estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) quando teriam ocorridos os achaques. Mas o caso que provocou sua demissão e a dos demais policiais ocorreu pouco depois de ele deixar o Denarc, em 2007.

Pórrio e os demais policiais são acusados de achacar R$ 35 mil de um traficante de drogas em Campinas. Os policiais teriam detido cinco suspeitos na cidade do interior de São Paulo. Na época, os policiais trabalhavam na Delegacia Seccional de Osasco, na Grande São Paulo. O traficante estava sendo investigado pela PF, que gravou a negociata e repassou as fitas à Corregedoria da Polícia Civil e ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas.

Na época, o Gaeco apurou que após o primeiro achaque, de R$ 35 mil, o delegado e os investigadores exigiram mais dinheiro do traficante. Depois, teriam torturado o criminoso, uma mulher e outro amigo dele. Numa das ligações interceptadas, a mulher do bandido afirma a um policial civil que não tem mais dinheiro. Em outro diálogo, um investigador chama uma pessoa de chefe e também fala sobre dinheiro. O autor do telefonema seria o investigador Antonio Cabalero Cursi. Ele trabalhou com Pórrio no Denarc.

Os policiais do departamento teriam tomado R$ 2,7 milhões dos traficantes colombianos Abadía e de Ramón Manoel Yepes Penagos, conhecido como El Negro, ambos presos em 2007 em São Paulo.

Além de Pórrio e Cursi, também foram demitidos Francisco Pessoa, Luis Claudio de Oliveira, Pablo Pereira Xavier, Regina dos Santos e Sandro dos Santos e os agentes policiais Daniel Dutra e Eduardo Benevides. Todos os policiais negam as acusações e alegam inocência.

O processo administrativo do caso Abadia em que Pórrio é acusado ainda não teve uma decisão final.