30/07/2012-04h00
Motorista embriagado atropela, mata mulher na calçada e é liberado
Um motorista embriagado atropelou e matou uma mulher de 59 anos que estava na calçada, ontem, por volta das 8h50, na Vila Ema, zona leste da capital paulista.
O crime foi registrado como homicídio culposo (sem intenção), e o motorista foi solto pelo delegado de plantão do 56º DP (Vila Alpina), onde o caso foi registrado.
A medida contraria orientação da Delegacia Geral da Polícia Civil de São Paulo de que o motorista que pega a direção embriagado assume o risco de matar –nesse caso, o crime seria homicídio doloso (intencional ou quando o autor assume o risco de causar a morte).
No ano passado, porém, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, ao julgar um caso, que motorista que bebe não tem intenção de matar.
O atropelamento aconteceu na rua Tristão Fasioni. O vendedor Rodrigo Lúcio Vello, 33, atingiu a aposentada Josefa Buenos de Amorim na calçada. Em depoimento, ele afirmou ter perdido a direção de seu Vectra. Josefa foi prensada contra a parede.
Segundo o boletim de ocorrência, ele tentou prestar socorro, mas a vítima já tinha morrido. O boletim ressalta que os PMs, chamados pelos vizinhos, autuaram Vello por embriaguez ainda no local.
A multa é de R$ 957,70, com possibilidade de suspensão da carteira por um ano.
O bafômetro acusou 0,66 mg de álcool por litro de ar expelido no bafômetro –0,33 mg/l já configura a infração.
Vello também passou por exame no IML (Instituto Médico Legal).
Josefa tinha ido comprar pães e cigarro. A mãe, Maria Buenos de Amorim, 82, disse não entender por que o motorista foi liberado. “Ele tinha de pagar pelo que fez.”
À reportagem o vendedor admitiu ter bebido e afirmou que deveria estar preso. Ele disse que tomou duas latas de cerveja na casa da mulher, às 2h, e que, àquela hora da manhã, perdeu a direção.
“Estava mais rápido do que deveria. O pneu dianteiro está careca, perdi a direção”, afirmou. Ele disse que estava entre 60 km/h e 70 km/h.
Vello disse não saber se pagou fiança. A reportagem tentou falar ontem com o advogado do vendedor, mas não conseguiu contato.
O delegado Rodney Charles Muller Martins, do 56º DP, não quis conversar com a imprensa sobre o caso.