Vídeo de Bruno em avião revolta juristas
Ernesto Braga – Estado de Minas
Publicação: 20/07/2010 06:35 Atualização: 20/07/2010 07:03
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| Advogados dizem que imagens clandestinas do atleta algemado, feitas no avião da polícia, representam crime |
Os responsáveis pela gravação e vazamento das imagens do goleiro Bruno Fernandes Souza, feitas de forma clandestina enquanto o atleta era transportado no avião da Polícia Civil mineira, algemado, do Rio para Belo Horizonte, no dia 8, poderão responder pelos crimes de prevaricação e fraude processual. A avaliação é do criminalista Antônio Francisco Patente, ex-procurador de Justiça. Sindicância foi aberta pela Corregedoria-geral da polícia para apontar quem fez a filmagem do acusado de envolvimento no suposto assassinato da modelo Eliza Samudio. Mas, para o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais (OAB-MG), Adilson Rocha, todos os servidores que estavam na aeronave devem ser indiciados.
“É um avião pequeno (nove lugares) e todos que estavam ali naquele momento sabiam que o vídeo estava sendo gravado. O que fizeram foi um atentado ao estado de direito, filmar uma pessoa algemada, sem que ela tivesse conhecimento, e dar publicidade a essa filmagem. Foi uma atitude arbitrária e criminosa”, criticou Adilson Rocha. De acordo com ele, a Polícia Civil jamais poderia fazer a gravação sem o consentimento de Bruno. “Se a Justiça tivesse autorizado a gravação, para fazer o que chamamos de interceptação ambiental, ela poderia ser usada como meio prova. Mas teria de ser sigilosa, e jamais ser repassada a uma emissora de TV”, disse o advogado.
O criminalista Antônio Patente ressalta que a gravação foi “ilícita e clandestina” e que não tem valor como prova. “A partir do momento em que a pessoa é presa, ela passa a ficar sob a custódia do Estado. Todas as declarações prestadas pelo preso a partir de então não podem ser colhidas de forma dissimulada ou sem o seu conhecimento. É um direito assegurado a todos nós”, afirmou. A irregularidade cometida dentro do avião da Polícia Civil, segundo o especialista, pode configurar prevaricação (ato praticado por funcionário público contra a administração), com pena prevista de três meses a um ano, além de multa; e fraude processual (por atrapalhar o inquérito policial), que prevê detenção de três meses a dois anos, além de multa.
O criminalista criticou o que ele chamou de “espetacularização do crime” por parte da imprensa. “Ela não faz bem à sociedade. A imprensa tem o direito de informar, mas quando coloca em evidência apenas os detalhes sórdidos, acaba formando juízo na sociedade”, disse.
Além do afastamento das delegadas Alessandra Wilke, que presidia o inquérito que investiga a morte de Eliza, e da chefe da Delegacia de Homicídios de Contagem, Ana Maria Santos – ambas estavam no avião que transportou Bruno –, o chefe da Polícia Civil, delegado Marco Antônio Monteiro, determinou que a Corregedoria-geral da corporação apure, com prazo de 48 horas, quem são os responsáveis pela filmagem e vazamento do vídeo.

COM CERTEZA UM VERDADEIRO ABSURDO DO PONTO DE VISTA JURÍDICO, A ESPETACULARIZAÇÃO NÃO É SÓ POR PARTE DA IMPRENSA MAS TAMBEM DAS AUTORIDADES POLICIAIS QUE QUEREM APARECER A TODO CUSTO.
É POR ESSAS E OUTRAS QUE A POLICIA NÃO TEM MORAL PERANTE A SOCIEDADE, FATOS COMO ESSES DENIGREM A INSTITUIÇÃO E DEMONSTRA A FRAGILIDADE ÉTICA QUE VIVEMOS, TORÇO PARA QUE TODAS AS PESSOAS ENVOLVIDAS RESPONDAM POR ISSO.
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Sugiro quebra de sigilo fiscal e bancário das delegadas envolvidas, suspeitas de receberem propinas pela venda de imagens exclusivas à rede globo. Parece que esta prática esta bem usada nas polícias, visto que as delegadas foram bastante rápidas, obviamente de caso pensado, para obtençao de vantagens pessoais em detrimento da administração pública. O exemplo que vem de dentro da polícia deve lhes ter dado total motivação pra o ocorrido, que sugere ser prática costumeira, hahahihi caixa dois, propipinaço.
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O que não revolta os “Srs Juristas” são as atrocidades praticadas pelos carrascos nomeados por Bruno. Por mim, poderiam derrubar o avião… Gostaria que fizessem tais atrocidades com as filhas dos “Srs. Juristas” para ver quem ficaria revoltado. Pimenta no cú dos outros é refresco.
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