ELIANE CANTANHÊDE IMPLICITAMENTE AFIRMA: PRESIDENTE DA REPÚBLICA E GOVERNADOR DE SÃO PAULO PODEM COMETER TODOS OS CRIMES…NO CASO DELES O BANDITISMO COMPENSA 2

ELIANE CANTANHÊDE

O crime compensa? 

BRASÍLIA – Quando o secretário da Receita Federal declara em depoimento no Senado que servidores do órgão acessaram “cinco ou seis vezes” as declarações do Imposto de Renda do vice-presidente de um partido de oposição, isso é verdadeiramente um escândalo. Além de jogo sujo, um crime.

Dados bancários e fiscais são protegidos por leis e quebrar esse sigilo sem autorização judicial é crime. Logo, os servidores que fizeram isso são criminosos. E não adianta só os chamar de “aloprados”. Isso é pouco, quase condescendência.

A suspeita é que estavam mancomunados com o tal “grupo de inteligência” da campanha de Dilma Rousseff, o que caracteriza uma espécie de complô entre público e privado e de promiscuidade entre Estado e candidaturas governistas.

Remetendo, obviamente, para o ministro da Fazenda que quebrou o sigilo bancário de um caseiro, para o dossiê que a Casa Civil teria feito contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, para aquele pedido ainda hoje nebuloso para a própria Receita aliviar com o filho de Sarney. Sem falar nos “aloprados” que aprontavam dossiês na eleição passada de São Paulo.

Do outro lado, o da oposição, há também um precedente nunca devidamente esclarecido sobre a Polícia Federal investigando, fotografando e expondo o “caso Lunus”, que detonou a candidatura presidencial de Roseana Sarney em 2002. A família cristalizou a certeza de que José Serra estava por trás.

Mas, com o presidente da República e o governador do principal Estado jogando a lei eleitoral no lixo, folha por folha, para fazer campanha proibida, tudo é possível. E nada vai acontecer.

Os “meninos” que quebram o sigilo na Receita vão levar um puxão de orelha, o “grupo de inteligência” vai continuar ativo, presidente da República e governador de São Paulo podem tudo. Afinal, o tempo passa, a memória é curta e o crime geralmente compensa.  

Um Comentário

  1. Quem acessou as contas do tucano foi alguém em SP. A mídia, suja e golpista desde o início da República, jamais vai dizer, sugerindo aos incautos que a bisbilhotagem ocorreu em Brasília. Essa Eliane não tem jeito mesmo. É um caso perdido.

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  2. Marcos:
    A perseguição do PT a Eduardo Jorge é velha e vem dos tempos do governo FHC. Por mera lógica, o vazamento do sigilo fiscal causaria espanto se tivesse ocorrido por ordem de um “governo tucano” contra um “tucano”.
    Causaria maior espanto ainda saber que o governo estadual detêm acesso aos dados da Receita Federal, cujo guarda legal e funcional são objeto exclusivo de funcionários federais daquele orgão. Se o vazamento ocorreu em em um terminal de SP ou de Brasília, é o menos importante, já que a Receita Federal tem postos e pode acessar os dados em todas as cidades importantes do país.
    Assim como no episódio do caseiro, que teve seu sigilo bancário vazado nas poucas horas que ficou sob guarda do Estado (no caso, da Polícia Federal), da perseguição do estado contra um cidadão.
    E nas duas ocasiões, a motivação da mão pesada do parece ser exclusivamente política e veio de autoridades federais.

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