03/05/2010- 08h12
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
MÁRCIO PINHO
da Reportagem Local
Cubatão é a mais violenta entre as 71 cidades com mais de 100 mil habitantes de São Paulo e atingiu no primeiro trimestre taxas de homicídio que representam mais do dobro dos índices da capital e duas vezes e meia a média de todo o Estado.
O dado resulta da compilação das estatísticas de homicídios divulgadas na sexta-feira pela Secretaria da Segurança com as projeções de população do Seade. No período, os homicídios cresceram 7% no Estado.
No primeiro trimestre, Cubatão (Baixada Santista) teve nove assassinatos, chegou a 7,14 mortes por 100 mil habitantes, ultrapassou Guaratinguetá (Vale do Paraíba) e lidera com folga o ranking da violência nas principais cidades.
Em seguida vêm Ribeirão Pires, Taubaté, Diadema e Jacareí, o que coloca duas cidades do Vale do Paraíba entre as cinco mais perigosas. São Jacareí –em que a taxa triplicou– e Taubaté, onde dobrou.
Na média, o Estado apresentou de janeiro a março uma média de 2,9 mortes por 100 mil pessoas, pouco acima do índice de 2,6 verificado durante o mesmo período de 2009.
A posição de Cubatão no levantamento põe um ingrediente negativo a mais na discussão sobre as causas do ciclo de violência que vem atingindo a Baixada Santista neste ano. Na região, houve 27% mais mortes em relação ao início de 2009, mas em Cubatão a taxa de todo o ano passado já era duas vezes e meia a do Estado.
Por conta de uma sucessão de crimes, há duas semanas, um órgão do Departamento de Defesa dos EUA recomendou que cidadãos norte-americanos deixassem de visitar quatro cidades da Baixada. O comunicado oficial apontava uma suposta atuação de gangues, numa referência ao PCC.
Porém, a Polícia Civil suspeita que grupos de extermínio, com a participação de policiais militares, estejam por trás de 23 assassinatos ocorridos nas últimas semanas na Baixada.
A Folha procurou ontem à tarde a Secretaria da Segurança do Estado, mas segundo a assessoria não havia ninguém para comentar o ranking.
Na semana passada, ao divulgar os dados, a secretaria destacou que os homicídios dolosos na Baixada Santista “oscilaram para cima no primeiro trimestre” e que a média desse tipo de crime no Estado é metade da taxa nacional, mas que “os esforços do governo, das polícias e da sociedade devem ser renovados continuamente com a adoção de novas, mais modernas e eficientes estratégias”.
A assessoria da prefeita de Cubatão, Márcia Rosa (PT), disse que uma das causas é a falta de policiais, problema que chegou a ser discutido entre prefeitura, PM, Ministério Público e OAB, em reunião, há dois meses, que criou um grupo de trabalho contra o crime. Ela não foi encontrada ontem.
Pelo interior
Cidades a mais de 300 km de São Paulo e com normalmente pouco destaque quando se trata de criminalidade, Araçatuba, Ourinhos e Jaú despontam entre as 20 primeiras do ranking.
A cidade de São Paulo, que registrou crescimento de 23% nos homicídios no primeiro trimestre, ocupa o 17º lugar

CUBATÃO – considerando o diminuto quadro policial civil e militar, considerando os bolsões de miséria , considerando a política desonesta predominante há cinquenta anos – É UMA CIDADE MUITO TRANQUILA.
Cubatão pela importância geopolítica é mantida dependente de cidades de menor importância, NÃO POSSUI BATALHÃO DA PM, NÃO POSSUI BATALHÃO DE CORPO DE BOMBEIROS; A POLÍCIA CIVIL POSSUI ÚNICA SEDE DO ESTADO, DEPAUPERADA PELOS ANOS E FALTA DE CONSERVAÇÃO.
Os distritos ocupam imóveis precários alugados pela Prefeitura; a municipalidade também empresta grande parcela de funcionários.
Um único Distrito Policial de Santos conta com maior número de policiais, viaturas e recursos em geral, do que toda a cidade de Cubatão.
Ora, a Capital ser apresentada como menos violenta do que Cubatão é manipulação pura, pois concentra 60% do quadro ativo e dos recursos policiais, uma Guarda Municipal armada e centenas de empresas de segurança privada. Se a contabilidade fosse número de homicídios por número de policiais, a classificação seria completamente diversa.
O governo Alckmin, com políticas como o ALE diferenciado, esvaziou o policiamento no interior com o fim de diminuir os índices na Capital, como resultado a violencia cresceu em todos os locais sem recursos policiais e graves problemas sociais.