Mães das vítimas do “maio sangrento” de 2006 dão depoimento
Arquivo diário: 01/05/2010
Aqui a lei é o extermínio do pobre…O Estado se esconde atrás das toucas ninjas” ( Débora Silva, cujo filho foi morto em 2006 ) 9
“Problemas pontuais” + “casos isolados”= “corpos perfurados”.
Fonte: Blog Luis Nassif
01/05/2010 – 12:26
Prevenindo o maio sangrento no litoral paulista
De Hamilton
Balnerário de sangue
Da UOl Notícias
Tropa de Choque vai ao litoral para conter “replay” de maio sangrento de 2006 – 01/05/2010 – UOL
Notícias –Cotidiano
Tropa de Choque vai ao litoral para conter “replay” de maio sangrento de 2006
Rodrigo Bertolotto
Enviado especial do UOL Notícias
Em Santos (SP)
Ano de eleição, de Copa do Mundo e de onda de violência em São Paulo. Foi assim em 2006, com um saldo de 493 assassinatos durante nove dias do período conhecido como maio sangrento. Agora, a fórmula se repete em escala menor e mais localizada, com 26 mortes nas duas últimas semanas na Baixada Santista.
Quem descer a Serra do Mar no fim-de-semana verá um policiamento ostensivo nas ruas das cidades litorâneas. Só na última quarta-feira, 200 homens da Tropa de Choque se deslocaram para a região – um reforço anterior já tinha chegado à região na semana anterior.
A própria ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo vê semelhanças nos dois episódios separados por quatro anos. “Coincidência ou não, o perfil dos crimes é similar: jovens pardos de periferia mortos com tiros na cabeça por encapuzados que chegaram de moto ou veículos escuros”, afirma o ouvidor Luiz Gonzaga Dantas em entrevista ao UOL Notícias, reforçando que as características são de execução sumária.
Dantas lembra que o detonador das crises foi o mesmo: a morte policial. Em 2006, 46 agentes da lei foram mortos por ordem da facção criminosa PCC, o que gerou nos dias posteriores uma reação com centenas de tiros dados por pessoas com toucas ninjas. “Desta vez, um PM foi morto no Guarujá e reapareceu a ação de grupos de extermínio”, relata o ouvidor, que já recebeu denúncias sobre os casos e está pedindo inquéritos e exames.
Depois da vitória por 3 a 0 do Santos de Neymar e Robinho sobre o São Paulo na Vila Belmiro, o que garantiu vaga na final do Paulistão, os torcedores festejavam pelas ruas do Guarujá. Foi no meio desse clima que o policial militar Paulo Raphael Ferreira Pires, 27, foi alvejado com dez tiros disparados por dois motoqueiros no distrito de Vicente de Carvalho. A alegria deu lugar ao pânico no bairro popular do balneário preferido dos paulistanos. Na sequência, cinco pessoas foram mortas a tiros. Nos dias seguintes, execuções similares aconteceram em Santos, São Vicente, Praia Grande e Cubatão.
A primeira versão oficial apontava uma guerra entre marginais. O delegado titular do 2º DP do Guarujá, Josias Teixeira de Souza, apontou o crime organizado pela onda de violência e descartou o envolvimento de policiais. A tese principal é que eram “acerto de contas” entre traficantes ou “queima de arquivo”. Já Waldomiro Bueno Filho, diretor regional da Polícia Civil, afirmou que há diversas hipóteses, desde ação de facções criminosas até participação de policiais.
Como em 2006, quando o governo divulgava um número bem inferior de cadáveres daquele que aparecia nos IMLs (Institutos Médicos Legais), as autoridades tentaram novamente diminuir a dimensão da onda de crimes. O comandante do Batalhão da Polícia Militar de Santos, Sérgio Del Bel, falou em “problemas pontuais” e “casos isolados” que aconteceram “fora do eixo dos turistas”. Mas esse argumento cai por terra com os primeiros testes de balísticas. “Os exames dos projéteis mostram que a mesma arma foi usada em ações em lugares diferentes”, revela Dantas, mostrando ligação entre os crimes na Baixada Santista.
As autoridades também negaram inicialmente que houve toque de recolher, mas vídeos, fotos e depoimentos da população deram conta que as lojas e escolas fecharam na noite de segunda e terça (19 e 20 de abril) no Guarujá, em bairros como Paecará ou Morrinhos, distantes das turísticas praias de Enseada e Pitangueiras.
Com quatro anos de diferença, novamente o consulado dos EUA em São Paulo expediu um documento avisando para os norte-americanos não viajarem para a região. Dessa vez, o alerta causou indignação dos prefeitos da região. Maria Antonieta, prefeita de Guarujá, falou em “onda de denegrição (sic) que impacta a economia”. Tércio Garcia, prefeito de São Vicente, achou “péssimo” e “precipitado” o comunicado norte-americano, afinal, “a violência não atinge o turista”. O comandante Del Bel classificou de “descabida” e “exagerada” a nota. O diretor Bueno afirmou que os EUA deviam se preocupar com Miami, onde os homicídios são mais numerosos.
Mas nem na região todos seguiram essa lógica. Em enquete realizada pelo site do jornal local “A Tribuna”, 64% dos votantes consideravam os diplomatas dos EUA agiram bem com a recomendação.
Posição similar teve a ONG Mães de Maio, que reúne as mães das vítimas da guerra urbana de 2006 que levou pânico a todo o Estado. “O cônsul está certo, porque ele vem de um país que tem lei. Aqui a lei é o extermínio do pobre”, disse Débora Silva, cujo filho foi assassinado quatro anos atrás.
* Você se sente seguro quando está nas praias do litoral de São Paulo?
“A preocupação dos prefeitos é com a economia, o turismo e a imagem do município, não com a vida de seus munícipes. Durante todos os dias de ataques e execuções, nenhum prefeito se manifestou. Foi só quando o consulado norte-americano se pronunciou que os prefeitos de repente ficaram indignados”, argumentou Vera Freire, outra mãe de vítima de 2006. “O consulado dos EUA quer apenas proteger seus cidadãos, coisa que nossos governantes supostamente deveriam fazer com os seus”, completa a militante dos direitos humanos.
Débora conta que em seu bairro (Vila São Jorge, em São Vicente) um lava-rápido foi palco de um assassinato. Perto da casa de sua irmã um ex-soldado foi ferido e está hospitalizado. Ela tentou o contato com a família para prestar ajuda, mas os parentes estão aterrorizados, temendo nova ação dos agressores.
Del Bel prometeu policiamento ostensivo até o Dia das Mães (2º domingo de maio), principalmente nas áreas e horários em que aconteceram os crimes recentes. Mas a perspectiva é a repetição do arquivamento e impunidade que foram o destino dos 493 homicídios de quatro anos atrás. “Nós trabalhamos como investigadores, buscando provas, coisa que a polícia é paga para fazer. Tudo para depois os casos serem arquivados. O Estado se esconde atrás das toucas ninjas”, declara Débora.
VÍDEOS QUE EXPLICAM 5
Bom dia delegado Roberto,
aqui vai alguns vídeos postados na Internet, que após levantamento entendemos ser enriquecedor os seus conteúdos.
Para seu conhecimento e deliberação:
I. Mostra o que ocorria e pode ocorrer nas sindicâncias e processos administrativos:
http://www.youtube.com/watch?v=jsHo5uEcsNk
II. Mostra o motivo que resultou na demissão do investigador Pena e a corrupção na polícia civil:
http://www.youtube.com/watch?v=jI4ge_nggJk
III. Investigador Pena, Secretario Adjunto da Segurança Pública e Caça-Niquéis:
http://www.youtube.com/watch?v=aHwqWcCtyA8
São vários os temas, mas acreditamos que estem sejam bem pertinentes no momento,
Saudações
Chalita a respeito do governo de José Serra…
Boa tarde delegado Roberto,
Para que todos possam rememorar. Aqui vai o link de matéria divulgado pelo “O Globo”, a respeito da posição do Chalita a respeito do governo de José Serra.
Bem que ele (Chalita), poderia deixar mais claro o que vem a ser “politica de sub-solo”.
Abaixo segue matéria também para relembrar os fatos ocorridos em relação ao CASO DAS ANTENAS PARABÓLICAS.
http://e-educador.com/index.php/notas-mainmenu-98/2729
Para seu conhecimento e deliberação
Saudaçoes
> Date: Sat, 1 May 2010 12:14:26 -0400
> From:
> Subject: Chalita se filia ao PSB com críticas a Serra, que não comenta ataques – O Globo
>
>
>
> http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/09/29/chalita-se-filia-ao-psb-com-criticas-serra-que-nao-comenta-ataques-767829465.asp
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Ora, POLÍTICA DE SUB-SOLO É AQUELA QUE NÃO FAZ USO DE ANTENA PARABÓLICA!
Reestruturação da Polícia Civil de SP está parada 6
Operação padrão
Reestruturação da Polícia Civil de SP está parada
Por Marilda Personato Pinheiro
O termo “Operação Padrão” surgiu no Brasil como forma de protesto; uma tentativa de corrigir algo que estaria fora da normalidade: seja no atendimento, na prestação de serviço ou nas condições necessárias para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade. Na prática, operação padrão consiste em seguir rigorosamente todas as normas de determinada atividade estabelecidas pelo empregador. É aí que está a contradição: se um conjunto de profissionais trabalha corretamente, executando de forma minuciosa suas atividades e, mesmo assim, há lentidão nos serviços e prejuízos à sociedade, significa então que o “padrão” estabelecido pelo empregador precisa ser revisto.
A Operação Padrão dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, deflagrada no último dia 23 de março, exemplifica a necessidade urgente do empregador — no caso o Governo do Estado, reestruturar as condições de trabalho dos Delegados para oferecer à população um serviço qualificado. Ela reflete as dificuldades que Policiais Civis têm enfrentado em suas rotinas de trabalho, no atendimento ao público, com a falta de funcionários e de recursos materiais, obrigando o Delegado de Polícia a assumir funções que não lhe compete para dar rapidez ao atendimento da população.
O projeto de Reestruturação da Polícia Civil do Estado de São Paulo, que reivindica entre outras coisas melhorias para a classe, tanto salarial como estrutural, está nas mãos do Governo desde o dia 26 de setembro de 2009 sem nenhum avanço. Enquanto isso, a mobilização, que já tem a adesão de 80% dos Delegados do Estado, cresce a cada dia, caminhando para uma paralisação geral.
Do outro lado está a população, que sofre com os atrasos no atendimento. Uma situação que também está nas mãos do Governo, como já esteve em 2008, quando ocorreu a greve mais longa da história da Polícia Civil do Estado de São Paulo (foram 59 dias). Na época, o projeto não foi aprovado e as promessas do Governo para os anos de 2009 e 2010 não foram cumpridas.
Desde então, o descaso continua, assim como o desconhecimento do Governo sobre o que de fato representa uma Operação Padrão. Em recente entrevista a um programa de rádio, o governador Alberto Goldman asseverou que a Operação Padrão “é tudo o que ele quer”, já que significa “servir bem a população”. Resta saber da população se do jeito que está, com ou sem operação padrão, o atendimento oferecido pelo Governo está dentro do padrão merecido pela sociedade.
http://www.conjur.com.br/2010-mai-01/projeto-reestruturacao-policia-civil-sao-paulo-parado
DUPLIPENSADOR, TENHO OUTRA PROPOSTA: “TODA A POLÍCIA DEVERIA PARAR DE TRABALHAR POR 24 HORAS”(FICAREMOS EM CASA COM A FAMÍLIA)…A SOCIEDADE ENTÃO SABERÁ COMO SOMOS DESPREPARADOS E DESNECESSÁRIOS 1
Impressionante como falar em policial ladrão dá ibope, que processou, que demitiu, que prendeu,….só tem fodão e fodonas….Cadê a mesma atitude pra pressionar o governo em dar um aumento, seguir a database, reestruturar a carreira,valorizar a grande maioria de bons policiais..ué?? cadê os “the best”.
Faço uma proposta de enquete Dr. Guerra, vamos considerar (como faz a imprensa e concorda a sociedade) que todos os policais (civis e militares) são despreparados, e a partir de junho vamos reciclar todos e ao mesmo tempo (com prejuízo do serviço, no mínimo um ano), bom… nesse meio tempo a sociedade se vira, bota os jornalistas na rua, contrata milícia, segurança particular, PCC o que quiserem.
Vamos reciclar os policiais a sociedade não merece tantos despreparados!!!!
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Um dia apenas sem único policial seria suficiente. Não sejamos cruéis com a nossa cruel sociedade, que muitas vezes penso não valer nada, especialmente atos heróicos de policiais.
De volta à capital, um entrevero político fez com que sua carreira voltasse quase meia década…Só meia década? Entrevero político: militância classista contra os cardeais, DINOSSAUROS DA POLÍCIA QUE ESTARIAM VENDENDO A CARREIRA E PROMOVENDO VAGABUNDOS…Panfletagem postal, não tinha Blog!
Perfil
Delegado-geral da Polícia Civil: “reduzi os homicídios em 70%”
Domingos Paulo Neto foi empossado delegado-geral em 2009, o posto mais alto da carreira
Por Henrique Skujis | 05/05/2010
O delegado-geral da Polícia Civil, Domingos Paulo Neto: adeus ao vermelho nas viaturas por Fernando Moraes
Apenas Domingos Paulo Neto foi de terno e gravata. Era o primeiro dia de trabalho após dois anos de curso na Academia da Polícia Civil. Na hora da divisão das funções, o figurino lhe rendeu a melhor delas: fazer parte da escolta do delegado-geral da época. Corria o ano de 1976 e Domingos acabava de completar 19 anos. O episódio talvez explique algumas das medidas tomadas mais de três décadas depois, em março de 2009, quando ele foi empossado delegado-geral, o posto mais alto da carreira.
Domingos pediu aos delegados que passassem a vestir terno e gravata e tirou a cor vermelha das viaturas para baratear o conserto dos veículos acidentados e fazer um resgate histórico: os carros da Polícia Civil sempre foram pintados com as cores preta e branca. Além disso, acabou com os símbolos que representavam os diversos departamentos da Polícia Civil. “Tinha cachorro, coruja, tigre, águia…”, diz. “Agora, o único emblema é o da Polícia Civil.”
Desde o primeiro dia como policial (aquele do terno e da gravata), o paulistano Domingos, 53 anos, nascido e criado no Glicério, mantém um diário no qual relata, sem uma falta sequer, os detalhes das operações das quais participou. A primeira delas, por exemplo, como investigador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi a busca ao maníaco do Brás, que matava mulheres e escrevia na parede com batom, esmalte ou sangue o nome da próxima vítima. “Após muita investigação, com direito a esconderijo dentro do armário de um hotel, a captura não foi possível porque nosso Fusca movido a álcool demorou para pegar.”
Como delegado titular, passou por cidades como Catanduva, onde se casou, e Catiguá. De volta à capital, um entrevero político fez com que sua carreira voltasse quase meia década. Foi remanejado como delegado assistente para distritos barras-pesadas na periferia de São Paulo, como Parada de Taipas, Parque Santo Antônio e Campo Limpo. “Não reclamei. Minha passagem por esses lugares foi uma lição de vida.” A sorte sorriu para Domingos em 1995, quando sua delegacia recebeu a visita do governador Mário Covas. “Ele viu os resultados e fui promovido à seccional de Santo Amaro.”
O passo mais largo, no entanto, veio quando Domingos assumiu a direção do DHPP. Durante sua gestão, entre 2001 e 2007, o número de homicídios despencou 70% no estado. Houve três estratégias para a relevante queda. “Fixamos equipes nos bairros para que os policiais pudessem conhecer melhor os locais e os moradores, usamos tecnologia para mapear cada tipo de crime por região e, por último, permitimos que os investigadores realizassem prisões.” No ano seguinte, ele foi para o Departamento de Inteligência (Dipol). Durante a greve da Polícia Civil, recusou-se a demitir um delegado a pedido de superiores. “Não queria cometer com ele a injustiça que fizeram comigo.” A atitude foi muito bem recebida pela corporação e, claro, está em destaque no seu diário.________________________________________
ENTREVERO POLÍTICO
Militância classista contra cardeais de então, DINOSSAUROS DA POLÍCIA QUE ESTARIAM VENDENDO A CARREIRA E PROMOVENDO VAGABUNDOS… Por meio de panfletagem postal, não tinha Blog!
Em linhas gerais o nosso DGP, Domingos Paulo Neto, meteu a boca e a Olivetti contra a veadagem – VEADAGEM EM TODOS OS SENTIDOS – que campeava pela cúpula da Polícia Civil, durante as gestões dos Delegados Augusto Malheiros e Álvaro Pinto; denunciando PREMONITORIAMENTE o caos decorrente do balcão de troca e venda de cargos.
BOM CABRITO NÃO BERRA :
“Não reclamei. Minha passagem por esses lugares foi uma lição de vida.”
FAXINA NA POLÍCIA: Conheça Antonio Ferreira Pinto, o secretário de Segurança Pública 16
Perfil
Conheça Antonio Ferreira Pinto, o secretário de Segurança Pública
Em pouco mais de um ano, o ex-oficial da PM demitiu e expulsou 317 policiais civis e militares
Por Henrique Skujis | 05/05/2010
Pilhas e mais pilhas na mesa de Ferreira Pinto: 7 514 processos administrativos contra policiais civis em um ano
por Fernando Moraes
Dois carros pretos, uma Blazer e uma Captiva, encostam diante do 91º Distrito Policial, na Avenida Doutor Gastão Vidigal, na Zona Oeste da cidade. Do primeiro, descem quatro seguranças — armados, mas discretos. Do segundo, salta um senhor de 66 anos, acompanhado de mais um brutamontes com uma pistola na cintura. Ele ajeita os óculos, abotoa o terno e, com as mãos para trás, entra na delegacia. Adianta-se às pessoas que aguardam a vez e, polidamente, pergunta pelo delegado. Os cidadãos, cansados pela espera, olham torto para quem parece, descaradamente, furar a fila. Passos tranquilos, como se andasse em casa, ele sobe as escadas e topa com o chefe do distrito, que não se dá conta da identidade daquele homem de cara fechada e cabelos brancos. “Prazer, Antonio Ferreira Pinto, secretário de Segurança Pública.”
O delegado gagueja um bocado, mas convida a inesperada visita para a sua sala. Logo, inicia-se uma conversa com cara de interrogatório. “Quantos inquéritos estão na sua mesa?”, “O atendimento ao público melhorou?”, “Receberam as novas viaturas?”, “A carceragem está em bom estado?” O secretário escuta queixas e elogios com atenção e vai ouvir o que têm a declarar os demais funcionários do distrito. “Sim, eu sei. A falta de escrivães é o gargalo da delegacia”, concorda com uma escrivã que pede mais contratações. “Mas vocês receberam os novos computadores e as novas impressoras, não?”, pondera. Pouco depois de uma hora de vistoria, Ferreira Pinto agradece a atenção, despede-se e embarca de volta no carro blindado.
O fato de não ser reconhecido pelos funcionários da delegacia não incomoda o secretário — nas outras sete visitas-surpresa feitas desde o começo do ano, ele também passou anônimo até se apresentar. Nascido no Tucuruvi, bairro da Zona Norte, filho único de um português que vendia verduras no Mercado Municipal, Antonio Ferreira Pinto assumiu o posto máximo da segurança do estado há pouco mais de um ano e não é de aparecer em reportagens. Os serviços prestados ao longo de sua carreira, no entanto, já deveriam ter lhe rendido mais fama. Para chegar ao topo, passou por desafios até mais duros que o atual. Em 2006, por exemplo, em meio às rebeliões e aos ataques promovidos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), foi chamado pelo governador Cláudio Lembo para comandar a Secretaria da Administração Penitenciária, que ele mesmo havia criado a pedido do governador Luiz Antônio Fleury Filho dias depois da invasão do Carandiru, em 1992.
Fernando Moraes

Ida ao 91º DP: ele não foi reconhecido pelos delegados nas oito visitas-surpresa que fez desde janeiro
“Assumi funções cruciais em dois dos momentos mais complicados da segurança pública: o Carandiru e o PCC”, diz Ferreira Pinto. “O que aconteceu no Pavilhão 9 foi um massacre”, afirma, sem demonstrar sombra de dúvida e dando a letra de que não tem papas na língua para, se necessário, criticar a instituição que comanda. Na época dos ataques covardes do PCC, chegou a ser acusado de usar dureza excessiva com os rebelados ao deixá-los por três semanas sentados em um pátio da penitenciária de Araraquara. “Não foi uma punição. Simplesmente eles destruíram tudo. Não havia onde colocar aqueles homens.”
A posse na Secretaria de Segurança Pública, em março de 2009, também ocorreu em ocasião conturbada. As corporações ainda digeriam a greve de 58 dias da Polícia Civil, que culminou no enfrentamento com a Polícia Militar nas imediações do Palácio do Governo em outubro de 2008. Além disso, o antecessor, Ronaldo Marzagão, pedira as contas devido ao acúmulo de denúncias de corrupção envolvendo seus comandados. A pior delas atingiu o ex-secretário adjunto Lauro Malheiros Neto, suspeito de cobrar propina para anular processos de punição contra policiais corruptos.
Quando já planejava se aposentar para afinal poder curtir a casa de madeira recém-construída em um condomínio fechado na Zona Norte (“Não tem uma viga de ferro nem de concreto”, orgulha-se), foi chamado pelo governador José Serra para apagar mais este incêndio. “Às vezes eu me sinto como o Gardelón”, brinca, referindo-se a um antigo personagem de Jô Soares, célebre pelo bordão “muy amigo” ao ser escalado para missões complicadas. “Não creio que seja uma sina. São desafios. E eu sempre me senti preparado para eles.”

Como andam os índices de criminalidade
Ao assumir o cargo, Ferreira Pinto falou em acalmar os ânimos das corporações, equipá-las, reduzir os crimes contra o patrimônio e, principalmente, combater a corrupção e os abusos de poder. Comprou, entre outros itens, quatro helicópteros, 1 700 viaturas, 15 000 computadores e garantiu que ninguém envolvido em denúncias graves ocuparia cargos de confiança em seu mandato. Desde então, começou a fazer uma faxina (ele não gosta do termo). Pela primeira vez na história, a corregedoria da Polícia Civil, à qual compete apurar denúncias contra policiais, passou a ser subordinada ao gabinete do secretário.
“É muito fácil declarar que sei da gravidade do fato e apenas mandar apurar”, afirma.“A responsabilidade também deve ser do titular da pasta.” De março de 2009 a março de 2010, instaurou 7 514 procedimentos contra policiais civis — nesse número estão incluídos desde processos por descumprimento de horário até desvios graves de comportamento. Foram 72 demissões, nove exonerações e 579 punições (suspensão, repreensão e advertência). “Mais do que os números, o importante é que a corregedoria passou a agir com rapidez e rigor”, diz Ferreira Pinto. “Quando eu cheguei, encontrei no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) gente suspeita de envolvimento com o PCC, e no Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) pessoas que haviam compactuado com o (megatraficante colombiano Juan Carlos) Abadía”, afirma. “Tirei sessenta pessoas logo de cara, e os envolvidos foram remanejados para delegacias afastadas ou até para funções administrativas.” Isso não significa, é claro, que esses policiais remanejados não continuem fazendo achaques por aí. A eventual expulsão dos suspeitos depende do término dos processos, o que, segundo a otimista previsão do secretário, pode ocorrer ainda neste ano. “Enquanto não houver certeza de que os corruptos realmente foram expulsos da corporação, fica uma sensação na população de que qualquer policial pode pertencer à parte podre da polícia”, diz o professor José dos Reis Santos Filho, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Situação de Violência do Departamento de Sociologia da Unesp. Um episódio que representa a linha dura da corregedoria aconteceu no último dia 13, quando o departamento armou uma emboscada para prender três policiais do Deic acusados de corrupção. A operação terminou em troca de tiros, atropelamento e a prisão de dois suspeitos.
Na Polícia Militar, dona da própria corregedoria e que vive um momento delicado devido às acusações contra policiais suspeitos do assassinato de um motoboy na semana retrasada, o número de investigados em 2009 foi o maior dos últimos cinco anos: 563. As demissões e expulsões (quando o policial militar perde a patente) somam 245 de março de 2009 a março de 2010. “Na PM, as punições sempre foram mais severas. Existem inúmeros casos de oficiais superiores demitidos. Mas na Civil não vinha sendo assim, principalmente dos anos 90 para cá. Por isso trouxe a corregedoria para o meu gabinete”, afirma Ferreira Pinto. Desde então sua mesa ganhou a companhia constante de uma pilha de processos, seus sábados viraram dia útil e a tal casa de madeira, onde vive com a segunda mulher e o enteado — que acaba de seguir os passos do padrasto e se formar na Academia de Polícia Militar do Barro Branco —, passou a ser seu refúgio apenas aos domingos.
A falta de tempo também não permite mais que ele leia seu autor predileto, o francês Saint-Exupéry. “Mas deixe claro aí que não é ‘O Pequeno Príncipe’. Gosto muito de ‘Voo Noturno’ e de ‘Terra dos Homens’.” Sua leitura agora se resume a livros jurídicos e, claro, às dezenas de processos administrativos. O secretário também deixou de jogar futebol de salão com os amigos e de ir ao Pacaembu assistir ao Corinthians, seu clube de coração. Mas ele continua caminhando por uma hora, a partir das 6h15, pelas alamedas arborizadas do condomínio e relaxando por trinta minutos na sauna de sua casa todas as manhãs, antes de ir para o trabalho. Ferreira Pinto é daqueles que sabem a escalação e lembram placares e detalhes de jogos antiquíssimos. “Ele sempre gostou de futebol. Na academia, toda vez era escalado para a seleção”, diz o coronel da reserva José Vicente da Silva Filho.
O também coronel da reserva Niomar Cyrne Bezerra, instrutor de Ferreira Pinto nos tempos da academia, lembra que Toninho, como o secretário era chamado entre os amigos, “tinha inteligência e sagacidade acima da média” e não se importava em dedicar dias de suas férias para dar aulas particulares aos aspirantes com dificuldade em matemática. “Era muito bonito ver um jovem com menos de 18 anos ajudando os garotos que poderiam ser reprovados.” O bom relacionamento que Ferreira Pinto mantém com seus pares da PM, no entanto, não impediu que, meses depois de assumir, ele mexesse em pontos nevrálgicos das atribuições da corporação da qual foi tenente em Bauru (1968 e 1969) e capitão em Ourinhos (1970 a 1979). “Antigamente, era difícil encontrar ladrão com revólver. Hoje, estão todos com fuzil.”
Se, por um lado, Ferreira Pinto reestruturou a Rota (“É um instrumento eficaz, que a gente não pode ter medo de usar, mas sem excessos”), por outro, proibiu a expedição de Termos Circunstanciados (espécie de Boletim de Ocorrência) e determinou que toda escolta de presos — seja entre unidades prisionais, seja para audiência, seja para atendimentos médicos — passasse a ser feita por policiais militares, e não mais pelos civis. A medida, tomada em agosto de 2009, provocou protestos veementes. “Sou amigo dele, mas fui contra, porque muitos policiais que deveriam estar na rua agora precisam ficar levando presos para lá e para cá”, diz o coronel Bezerrra. O objetivo da mudança, explica Ferreira Pinto, foi permitir que a Polícia Civil se dedicasse à investigação dos crimes e traçasse inquéritos mais elaborados. “Investigar é a essência da segurança pública.”
O secretário gosta de almoçar com velhos e novos amigos, mas evita os restaurantes das redondezas da secretaria, na Rua Líbero Badaró. “Tem muito assédio, muito pedido… Quando vou ao restaurante Itamarati saio com pelo menos duas solicitações de audiência”, conta, referindo-se a um restaurante muito frequentado por advogados. Seu esconderijo, agora revelado, é a Cantina Roperto, no Bixiga, onde ele possui uma mesa cativa. Lá costuma pedir peixe e, vez ou outra, reúne-se com delegados. “É para evitar que sejam vistos entrando no meu gabinete, fiquem marcados como amigo do secretário e passem a sofrer pressão.” Ele não come carne vermelha nem fritura. Aos domingos, adora fazer feira (no Tucuruvi) e gosta de ir à igreja. “Eu me apeguei muito a Deus em 1974, quando perdi minha filha, de 1 ano e meio.”
Patrícia foi vítima de um choque anafilático durante um procedimento odontológico. “Foi o momento mais triste da minha vida. A saudade fica para sempre.” À tarde, costuma pegar um filme policial ou de suspense no Shopping Iguatemi, onde, de vez em quando, compra uma camisa ou uma gravata. “Sou um cara de hábitos modestos.” Com a mulher, Denise, assessora da presidência da Sabesp, que conheceu quando trabalharam juntos na Secretaria de Administração Penitenciária, gosta de jantar no Magari, na Rua Amauri, e no A Bela Sintra, na Rua Bela Cintra, onde invariavelmente escolhe bacalhau. Em casa, recebe os amigos, muitos da corporação, com vinho chileno, charuto cubano, ao som de Chico Buarque. Tem três cachorros: um dachshund, um westie e um vira-lata com jeitão de pit bull, que recolheu da rua. “Cuidamos dele e chamamos o Doutor Pet, do programa da Record, para adestrar”, diz Denise, empunhando uma garrafinha para borrifar água caso Mike ouse desobedecer ao homem mais importante na segurança paulista.
Controlar Mike, no entanto, é fichinha perto das queixas que rondam o gabinete do secretário. Apesar da reclamação dos policiais, Ferreira Pinto acredita que gente é o que não falta na Secretaria de Segurança Pública. São 130 000 cargos (95 000 na PM e 35 000 na Polícia Civil), o mesmo contingente desde o início da gestão Mário Covas, em 1995, suficiente para dar tranquilidade aos 42 milhões de habitantes do estado. “O que é preciso é racionalizar o efetivo e a distribuição dos distritos”, afirma. “Piracicaba tem 370 000 moradores e conta com sete distritos. É muito.”
José M. Leal, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, discorda. Ele diz que nem todos os cargos estão ocupados. “É necessário abrir mais concursos. Precisamos de 150 delegados, sem falar de investigadores, escrivães, agentes…” O secretário informa que em breve serão abertos 777 cargos de escrivão, que devem entrar no lugar dos quase 1 000 cargos de carcereiro, já que hoje poucas delegacias contam com cadeia. Dos 158 000 presos do estado, 9 400 estão em delegacias — um avanço conquistado durante a gestão de Ferreira Pinto à frente da Secretaria de Administração Penitenciária, de 2006 a 2009, quando 13 700 detentos se encontravam nessa situação. Quanto à questão salarial, outra demanda recorrente da polícia (e de quase todo lugar), o secretário mostra desconforto com o fato de a unidade mais rica da federação pagar o vigésimo pior salário (5 243,30 reais) para delegados em início de carreira).
O novo momento da segurança pública paulista surge também nos números. Todos os indicadores criminais, exceto homicídios e roubos a banco, caíram no primeiro trimestre de 2010 em relação ao trimestre anterior e igualmente se comparados ao mesmo período do ano passado. Os latrocínios (roubos seguidos de morte) despencaram 22%. Já os homicídios, que nos anos 2000 haviam caído 70%, subiram 7%. “Vamos nos debruçar sobre os números, mas chega uma hora em que é difícil reduzir ainda mais esse tipo de crime”, diz Ferreira Pinto. Para o coronel Alvaro Batista Camilo, comandante- geral da PM, 80% dos homicídios estão relacionados a drogas e álcool e são praticados em bares e pontos de tráfico da periferia. Sobre as seis mortes registradas em apenas três dias no Guarujá na se- mana retrasada, Ferreira Pinto assegura que a Polícia Civil está investigando e que “tudo leva a crer se tratar de disputa entre quadrilhas” de traficantes. “Enviamos a cavalaria, o canil e cinquenta homens da Rota para reforçar o policiamento.”
Tantos abacaxis para ser descascados e tanto apetite para mexer em assuntos delicados ao longo da carreira lhe renderam inimizades. “Várias pessoas que eram minhas amigas históricas se voltaram contra mim. Mas faz parte. Quem não tem inimigos não tem amigos”, filosofa. Seu rol de desafetos era maior (e mais perigoso), no entanto, quando comandou a Secretaria da Administração Penitenciária. À época, escutas telefônicas desvendaram um plano, já adiantado, para matar Ferreira Pinto e seu adjunto. “Os líderes do PCC diziam para um advogado do lado de fora do presídio que dinheiro não era problema.” A segurança foi reforçada e o advogado, preso. Com o término de sua gestão chegando — nada garante que continue no cargo mesmo em um eventual novo governo estadual do PSDB —, ele jura que não almeja voos mais altos. “Quero voltar para o Ministério Público, ir para o Pacaembu de bermuda, sem segurança, e ter mais tempo para curtir minha neta.” Se um novo muy amigo não aparecer no caminho, ele poderá fazer tudo isso.
Cinco décadas de polícia
1962 – Aos 19 anos, Antonio Ferreira Pinto entra na Academia de Polícia Militar do Barro Branco
1968 – Serve como tenente em Bauru
1970 – Serve como capitão em Ourinhos
1975 – Forma-se em direito no Paraná
1979 – Torna-se promotor de Justiça Criminal
1989 – Trabalha como assessor da Corregedoria-Geral do Ministério Público
1993 – Cria a Secretaria de Administração Penitenciária e atua como secretário adjunto
1998 – Forma-se procurador de Justiça
2006 – É empossado secretário de Administração Penitenciária
2009 – Aos 65 anos, assume a Secretaria de Segurança Pública
A PM segue alguns “ritos” e citou o Código de Processo Penal Militar, mas não especificou quais artigos impediram a consulta no registro de uso das viaturas…De fato, é a mais burocrática e papeleira Polícia do mundo, mas nos chamam de “autoridades cartorárias” 15
Fotos de suspeitos de tentar matar jovens
mostram atrito entre polícias de São Paulo
Imagens estariam disponíveis para consulta só na sede da corregedoria, afirmou porta-voz
As duas instituições abriram investigações paralelas sobre o caso. A Polícia Civil apura a questão criminal. A Polícia Militar abriu um IPM (Inquérito da Polícia Militar) para apurar uma suposta quebra de disciplina.
A Polícia Civil pediu para que a PM fornecesse as imagens dos membros do batalhão responsável pela área para que as vítimas da agressão os reconhecessem. Mas a PM não levou as fotos.
Segundo o major Marcelo Nagy, porta-voz da corregedoria da Polícia Militar, seriam cerca de 600 a 700 imagens. O transporte seria difícil nesse caso, segundo ele. O major chegou a mencionar que as fotos estariam em fichas com dados sigilosos dos policiais.
– Houve um ruído de comunicação [entre as polícias]. Na verdade, foi o delegado [Antônio Carlos Corsi] que não quis comparecer.
A reportagem do R7 ainda não conseguiu contato com o delegado para comentar a declaração de Nagy.
Ritos
Apesar de do número da placa e a identificação da viatura, a Polícia Militar diz que ainda não conseguiu identificar quem estava usando o veículo no dia da agressão. Nagy explicou que a PM segue alguns “ritos” e citou o Código de Processo Penal Militar, mas não especificou quais artigos impediram a consulta no registro de uso das viaturas.
– Existem algumas regras legais que devem ser seguidas.
Nagy frisou que a participação de policiais militares ainda é apenas uma possibilidade.
Entenda o caso
Policiais militares são suspeitos de espancar um jovem de 16 anos e tentar matar outro de 22 anos. As vítimas teriam participado de um assalto. Os dois foram pegos pela Polícia Militar. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Antônio Carlos Corsi, há informações de que os militares prenderam os dois, furtaram uma arma de fogo e dispensaram os rapazes sem apresentar ocorrência.
Segundo testemunhas, quando os policiais atiraram no jovem de 22 anos, ele estava em uma Lan house na zona norte de São Paulo. Quando tentou fugir, levou três tiros, nas costas, nas nádegas e no braço. O crime teria ocorrido a menos de 100 metros de uma base da PM. Outros três policiais são investigados por terem dispensado os que tentaram matar o jovem.
Mercadante, existe uma crise no sistema prisional paulista. “Nós temos que reestruturar as prisões e criar uma polícia comunitária”, disse. O senador propõe aproximar a sociedade da instituição. “Nós fizemos isso com a Polícia Federal” 2
Carcereiro morre estrangulado em fuga de presos…”Bem aventurado”, vivo seria processado e demitido sob acusação de facilitar a fuga de presos… 5
01/05/2010 – 06h10
Carcereiro morre em fuga de presos, no interior de São Paulo
RACHEL ANON,
da Agência Folha
Um carcereiro foi morto por presos em fuga da Cadeia Pública de São Joaquim da Barra (370 km de São Paulo), na noite de ontem.
Segundo informações da Polícia Militar, por volta das 20h, o carcereiro Celso de Souza, 56, atendeu um dos detentos que simulou passar mal para atendimento médico. Na volta, ao abrir a cela, um outro detento segurou Souza pelo pescoço e o jogou contra o chão para imobiliza-lo, o que causou a asfixia.
De posse das chaves, os dois abriram mais uma cela para outros fugirem.
Ele ainda foi socorrido com vida no pronto socorro da Santa Casa de Misericórdia, mas não resistiu.
Dos sete que fugiram, cinco já foram recapturados, inclusive os dois que provocaram a morte do policial.
A Cadeia Pública tem capacidade para 31 presos, mas atualmente abriga mais que o dobro, 74 homens.
AUMENTO DE HOMICÍDIOS EM SÃO PAULO: “Esse aumento é tão expressivo que não dá para atribuí-lo a problemas sociais.” 2
01/05/2010 – 08h39
Homicídios crescem 23% em São Paulo
ROGÉRIO PAGNAN
AFONSO BENITES
EVANDRO SPINELLI
da Reportagem Local
A cidade de São Paulo está mais violenta. Após nove anos em queda, a capital paulista voltou a enfrentar um aumento do número de homicídios no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2009.
O crescimento, de 23%, surpreendeu o governo. No total, foram mortas 376 pessoas nesse período –mais de quatro por dia. Foram 1.224 homicídios em todo o Estado –alta de 7%.
Na tarde de ontem (30), a cúpula da Segurança Pública esteve reunida em torno dos números. Ninguém, porém, apresentou-se para comentá-los. O governo classificou o crescimento como uma oscilação.
“Tais oscilações, depois de um longo período de redução dos homicídios, indicam que os esforços do governo, das polícias e da sociedade devem ser renovados continuamente com a adoção de novas, mais modernas e eficientes estratégias.”
No início do ano, José Serra (PSDB), que deixou o governo para disputar a Presidência da República, atribuiu o crescimento dos assassinatos no Estado em 2009 ao desemprego e à crise econômica. Até o final de 2009, apenas a capital e a Grande São Paulo mantinham a tendência de queda de homicídios.
Queda
A nota divulgada pelo governo, além de afirmar que os índices de mortalidade no Estado são a metade do resto do país, também ressalta os resultados positivos na redução dos crimes contra o patrimônio. O principal deles foi o latrocínio (roubo seguido de morte), que teve queda de 22% no Estado.
No começo deste ano, após a divulgação de uma série de índices negativos, o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, elegeu o combate aos crimes contra o patrimônio como prioridade. Na ocasião, ele afirmou que esperava uma melhora nesses índices porque havia trocado quase todos os dirigentes dos principais cargos da Polícia Civil.
Mesmo com a redução de vários crimes contra o patrimônio, o Estado também viu aumentarem ações atribuídas ao crime organizado, como roubos a bancos (de 16%) e extorsão mediante sequestro (25%).
Para o sociólogo José dos Reis Santos Filho, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Violência e Políticas Alternativas da Unesp, os números apontam a necessidade de investigar mais homicídios e mostrar que há punição.
“Talvez o criminoso passe a avaliar que o custo benefício de se cometer um assassinato não valha a pena”, avalia.
Já o advogado criminalista Roberto Delmanto Júnior, da Associação Internacional de Direito Penal, vê no aumento dos homicídios um recado para que o governo comece a repensar sua política de Segurança Pública. “Esse aumento é tão expressivo que não dá para atribuí-lo a problemas sociais.”
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u728784.shtml
“Reforma administrativa”, quando o policial condenado alega incapacidade mental e se aposenta recebendo parte dos vencimentos da aposentadoria…EU SOU DOIDO, TAMBÉM TENHO DIREITO! 4
Jack Palance:
ACREDITE SE QUISER
Notem a desproporção de feitos que envolvem Praças e Oficiais.
Fonte: Conjur
Abuso nas ruas.
Mais de 3 mil policias são investigados por abusos.
A Polícia Militar de São Paulo registrou, no último ano, 3.218 inquéritos policiais militares para investigar condutas suspeitas de membros da corporação, segundo a Corregedoria da própria PM. Como resultado foram demitidos 155 PMs e expulsos outros 156, que ficam sem possibilidade de prestar qualquer outro concurso público. A informação é do Portal Uol.
Entre expulsos e demitidos, 296 procedimentos foram contra praças (de soldado a sub-tenente) e outros 15 foram contra oficiais de maior patente. Além disso, foram 20 afastamentos pela chamada “reforma administrativa”, quando o policial condenado alega incapacidade mental e se aposenta recebendo parte dos vencimentos da aposentadoria.
Os dados foram tabulados com base nos casos registrados de 15 de abril de 2009 a 15 de abril deste ano. O levantamento da polícia não especifica que tipo de irregularidade aconteceu em cada caso.
A mais recente denúncia contra policiais foi feita na noite de quinta-feira (29/4) pela mãe de um rapaz, de 22 anos, que foi agredido e baleado. A outra vítima, um jovem de 16 anos, afirmou que os dois tinham sido detidos e espancados por três policiais na última segunda-feira (26/4). No dia seguinte, o rapaz mais velho voltou a ser agredido dentro de uma lan house, localizada no bairro Parque Edu Chávez, na zona norte de São Paulo. Testemunhas afirmaram que ele foi espancado e baleado três vezes por quatro homens, que fugiram a pé. Os suspeitos chegaram a ser detidos por PMs de uma base próxima ao local do crime, mas foram liberados após se identificarem como policiais.
O rapaz baleado foi encaminhado para o Hospital São Luiz Gonzaga, onde afirmou que os autores das agressões eram policiais militares. A Corregedoria esteve no local, segundo a Secretaria de Segurança Pública.


