ORDÁLIA APARENTEMENTE FOI SUBMETIDA A “ORDÁLIOS” 4

Investigação
São José do Rio Preto, 18 de Dezembro, 2009 – 0:08
Corregedoria pede a demissão de escrivã

Hélton Souza

Guilherme Baffi
O promotor José Américo Ceron explica que, em razão das duas absolvições, o MP não pode mais recorrer

Depois de 15 anos de investigações, a Corregedoria da Polícia Civil de Rio Preto concluiu, anteontem, o processo administrativo contra a escrivã Ordália Magalhães de Paula e sugere que ela seja demitida. Ela foi acusada de ter mandado matar o namorado Ruy Gorayb, em agosto de 1994. O relatório final será encaminhado para a Corregedoria Geral.

Em razão do tempo, a policial já está aposentada e, caso o órgão acate a decisão, ela poderá perder o benefício. Além de Ruy, Ordália também foi acusada pela morte da empregada doméstica Belanísia de Jesus Prado e tentar matar Rogério Gorayb, filho do ex-namorado. O crime aconteceu no dia 10 de agosto, na rua Guatemala, no Jardim Alto Rio Preto, zona oeste de Rio Preto.

Na época do crime, um adolescente de 16 anos foi detido pela Polícia Militar quando tentava fugir. Ele teria confessado o duplo homicídio e a tentativa, mas após uma série de investigações pela Polícia Civil, o nome de Ordália foi citado como a mandante do crime. Em razão das denúncias, a Corregedoria abriu uma sindicância, que culminou num processo administrativo.

Agora, a sugestão do órgão é que ela seja demitida. O relatório ainda terá que ser apreciado pela Corregedoria Geral. A reportagem tentou falar com Ordália, mas ela não foi localizada. Uma prima, que não quis se identificar, disse que não tinha mais contato com a policial e não quis informar os telefones da funcionária pública aposentada.

Julgamentos

A policial, que atuava como escrivã de polícia em Rio Preto, respondeu ao processo e foi a julgamento, mas foi absolvida por falta de provas. O Ministério Público tentou provar que Ordália teria seduzido o menor, oferecendo drogas, para que ele invadisse a casa de Gorayb e praticasse o crime. No entanto, os jurados a absolveram.

A acusação entrou com pedido para anulação do primeiro julgamento e, em agosto de 2008, ela foi novamente submetida a Júri Popular. Pela segunda vez foi absolvida. O promotor José Américo Ceron explica que, em razão das duas absolvições, o Ministério Público não pode mais recorrer da decisão dos jurados. “Criminalmente ela é inocente e não deve mais nada para a Justiça.”

Crime

Na tarde do dia do crime, os policiais foram acionados por vizinhos para atender uma ocorrência de assalto. Quando chegaram à casa, encontraram Gorayb baleado com um tiro no peito, a empregada doméstica com um tiro na cabeça e Rogério baleado na boca. O filho chegou a ser socorrido no Hospital de Base e acabou salvo.

Após o menor ser detido, ele confessou que teria praticado o crime a mando de Ordália. Na época, segundo o delegado Airton Augusto Camargo, o menor estava aparentemente embriagado e teria dito que fez uso de bebida alcoólica antes de entrar na casa de Gorayb.

Um Comentário

  1. Absolvição em PA com crime correlato só com reconhecimento formal da inexistência do crime ou declaração de inocência. Pelo jeito a absolvição foi por falta de provas, ou seja, um prato cheio pra Corró dar um chute nela.

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  2. OBRIGADO PELO ESCLARECIMENTO, MAS, CONHEÇO CASOS DE PESSOAS QUE VOLTARAM NA MESMA SITUAÇÃO, E, HAVIA SIDO CRIMES DE EXTORSÃO. CORRERIA????

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