O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, questionou o protesto. “A indignação não pareceu espontânea. Apreendemos um bilhete no qual se prometia o pagamento de cesta básica para quem participasse da manifestação. Havia até hora marcada para o protesto, o que nos causa estranheza”, disse ao Estado. Segundo ele, apesar de manifestações semelhantes terem ocorrido nos últimos três meses – foram três casos contra a morte de suspeitos em supostos tiroteios com PMs -, as ações da polícia são “marcadas por cautela e respeito às comunidades”. ( O ESTADO )
A polícia ainda investiga quem foi o autor do bilhete, mas o delegado titular do distrito policial de Heliópolis, Doutor Gilmar Contrera, diz que em um primeiro momento ele não acredita na participação de traficantes. Ele também acha que o bilhete não foi tão fundamental para a manifestação já que poucos moradores viram o bilhete, era apenas uma cópia escrita a mão, e ele não era assinado.
A tranqüilidade voltou à favela nesta manhã. Depois de dois dias de protestos violentos, os moradores saíram para trabalhar mais tranquilos. As ruas estão limpas e vigiadas. “Foi normal. Eu vou na minha casa fazer minhas coisas”, diz uma moradora.
Mesmo assim, os moradores ainda tem medo de falar sobre o confronto.
Os moradores afirmam que não viram o bilhete convocando para a manifestação.
“Eu não ouvi falar de nenhum bilhete. Eu acho que não teve bilhete nenhum”, diz uma outra moradora.
É também por essa razão que a Polícia Militar acredita que o protesto não foi organizado.
“Se fosse uma manifestação planejada, se fosse uma demanda da comunidade, não teria parado. Foi pontual e há que ser considerado assim. É bom que fique claro para quem esteja nos ouvindo que foi algo pontual”, diz o cel Jorge Augusto Leme, comandante da área de Heliópolis. ( SPTV )