Um Comentário

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  2. SERRA SUPERFATUROU PAPEL HIGIÊNICO NA BOLÍVIA

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    Lançado em 1989, pela Editora Terceiro Mundo, o livro “O pilão da madrugada – Neiva Moreira, um depoimento a José Louzeiro” é, ainda hoje, um grande celeiro de curiosas revelações. Jornalista e ex-deputado federal, Neiva Moreira é um homem de muita história (veja aqui ou aqui).
    Logo após o golpe militar de 1964, Moreira encontrou seu primeiro refúgio na Bolívia, onde viveu por um bom tempo. Desse período, narrado por Neiva no livro, destacamos o trecho abaixo, pinçado das páginas 208, 209 e 210.
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    Quando, em 1964, cheguei exilado com o Kurt ao aeroporto de El Alto, recebi os cumprimentos de um assessor do presidente Estenssoro, que voltara ao poder (Siles estava então em seu 15º exílio) e o convite para que o visitasse em palácio.
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    Kurt entre o “soroche” e o papel higiênico
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    O Kurt complicou a nossa chegada. Ao descer do avião no aeroporto de El Alto, a mais de 4000 metros de altitude, caiu duro e passou quase dez dias na cama, hospitalizado. Pagara o seu tributo ao “soroche”, ou o mal das alturas que eu próprio iria conhecer depois, nas andanças pela cordilheira.
    Ficamos alguns dias num hotel e logo alugamos um apartamento, com José Maria Rabelo, Carlos Olavo da Cunha Pereira e José Serra. Rabelo e Olavo são jornalistas e políticos em Minas Gerais. Estavam, até então, dispersos em hotéis e pensões de La Paz. Marcelo Cerqueira, alojado numa pensão, estava frequentemente reunido ao nosso grupo.
    Diretor do jornal político-humorístico Binômio e militante socialista, Rabelo deixara a direita mineira em apuros com seu jornalismo cáustico e documentado, que provocou não poucas complicações. Olavo, com um jornal em Governador Valadares, O Combate, teve corajosa atuação nas lutas camponesas do vale do rio Doce; José Serra havia sido presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e continuava seus estudos de economia que o levaria, anos mais tarde, ao cargo de secretário do Planejamento de São Paulo e, posteriormente, deputado federal constituinte pelo PMDB paulista.
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    E o alemão?
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    Você não esquece o nosso Kurt. Era (e é) realmente uma figura. Ele se juntou ao nosso grupo no aluguel do apartamento da Avenida Arce, e com ele dividíamos a gestão da casa. Cada um de nós a administrava durante sete dias, e eu me recordo que a última semana anterior à dele tinha sido conduzida pelo Serra. O Kurt, germanicamente, quando foi receber a administração, fez a exigência de uma auditoria meticulosa. Ele queria informações de tudo. Uma das coisas que desejava saber é se tinha havido alguma disenteria na semana anterior. “Que eu saiba, não, respondeu o José Maria, Por que?”. – Porque tem aqui 400 a 500 metros de papel higiênico, gasto que o sr. Serra não quer explicar.
    O Serra ficou furioso e até hoje fica de mau humor quando se fala a respeito.
    Kurt se aposentou do serviço secreto – não tão secreto -, ficou no Brasil e me visitou na revista, para lembrar os velhos tempos.
    Em um desfile de carnaval do Rio, reencontrei Serra, que já estava no governo de São Paulo. Ficamos juntos, recordando o exílio boliviano. “Não consigo ainda desculpar esse alemão por causa do tal papel higiênico. Pensando que eu tivesse ficado com o papel. Era só o que faltava!”, me disse. (…)

    .Antes que você nos deixe um comentário iracundo, acusando-nos de patrocinar picuinhas contra o pobre Zé Chirico, saiba que o governo tucano de São Paulo anda fazendo, à sorrelfa, curio$as negociações com uma importante indústria gráfica mineira, embrulho que trataremos de desempacotar, detalhadamente, nos próximos dias.
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    Com a colaboração do leitor Fernando C. M. Andrade, de Niterói – RJ
    POSTADO POR CLOACA NEWS ÀS 02:54:00 10 COMENTÁRIOS
    MARCADORES: JOSÉ SERRA, MEMÓRIAS DO EXÍLIO
    SÁBADO, 22 DE AGOSTO DE 2009

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