Massacre do Carandiru: 17 anos depois, armas aguardam perícia
Massacre do Carandiru: 17 anos depois, armas aguardam períciaPlantão | Publicada em 26/07/2009 às 09h34m
Tahiane Stochero, Diário de S. PauloSÃO PAULO – Dezessete anos após o Massacre do Carandiru, ainda não foi concluída a perícia das 392 armas usadas por policiais na ação, que deixou 111 presos mortos em 2 de outubro de 1992, no presídio do Carandiru, na zona norte da capital paulista. O Ministério Público Estadual e a Justiça afirmam que faltam ser feitos os confrontos balísticos, segundo eles indispensáveis para saber de que arma partiu cada um dos 535 tiros que atingiram os detentos e, assim, apontar as condutas de cada um dos policiais acusados pelas mortes. Apesar de todas as armas estarem apreendidas desde o dia do massacre, o trabalho sequer começou a ser feito.
As informações constam no processo que corre na 2ª Vara do Júri do Tribunal de Justiça de São Paulo. A PM já fez várias tentativas de reaver o armamento, que está guardado no depósito do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital. A Promotoria e a Justiça negam os pedidos. A alegação é de que as armas não serão devolvidas sem que seja feita a balística.
– O exame é importantíssimo para se saber quem atirou em quem. No Brasil, a lei não permite responsabilidade coletiva. É preciso individualizar as ações para haver condenação – afirma o jurista e advogado Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça.
– Não sei qual é o motivo da demora, mas isso já deveria ter sido feito – afirma Reale Júnior.
O promotor Norberto Jóia lembra que, em outubro de 1992, quando a Tropa de Choque invadiu o Pavilhão 9 da Casa de Detenção, o Instituto de Criminalística (IC) previu que seriam necessários cem anos para realizar os confrontos balísticos. O Ministério Público, a defesa e o juiz do caso apontam que, sem a individualização das condutas dos 85 réus, os acusados podem deixar de ser julgados, por falta de provas. Até hoje, só o comandante da invasão, coronel Ubiratan Guimarães, foi condenado pelas mortes no Júri popular. Ele recorreu da sentença e foi absolvido anos depois. Em setembro de 2006, Ubiratan foi assassinado a tiro em seu apartamento, nos Jardins. Até hoje ninguém foi responsabilizado pelo crime.
– A impunidade no Massacre do Carandiru é uma vergonha, mostra a incompetência do Estado em investigar seus próprios crimes – diz Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana.
Desde 2004, a PM já pediu quatro vezes a liberação das armas. Na primeira, a juíza Maria Cristina Cotrofe autorizou e a devolução foi feita. Mas a Promotoria recorreu, venceu e a PM teve que entregar o armamento.
– Está no Código Processual Penal que as provas não podem ser entregues enquanto o processo corre – diz o promotor.
O último pedido da PM foi negado pelo juiz Marcelo Augusto de Oliveira, em outubro de 2008.
A PM entregou à Justiça em dois lotes – 11 e 28 dias após o massacre – as 392 armas usadas no Carandiru. O laudo prévio do Instituto de Criminalística (IC) diz que o armamento foi apresentado “limpo”: “não foram encontrados vestígios de pólvora combusta que pudessem indicar disparo recente”. Segundo o perito Ricardo Molina, o fato indica intenção de ocultação de provas.
– Não se sabe nem se as armas entregues foram realmente as utilizadas – diz.
Segundo ele, o exame de balística levaria menos tempo que o previsto pelo governo, e há como se selecionar os projéteis usados por cada tipo de arma. Dentre o armamento apreendido estão 31 submetralhadoras, quatro fuzis M-16 e 352 revólveres. Tudo está guardado no depósito do Tribunal de Justiça, incluindo oito submetralhadoras alemãs modelo HK MP5, avaliadas em R$ 7 mil cada, que foram usadas pelos policiais militares Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), os primeiros que entraram no presídio, seguindo até o 4 andar, onde 17 presos foram mortos.
Segundo o Ministério Público, foram os PMs das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que mais mataram. À Rota são creditadas 90 das 111 mortes ocorridas na invasão.
Perícia levaria 70 anos, diz governo
A Secretaria de Estado da Segurança Pública admite que o Instituto de Criminalística (IC) não fez até hoje os confrontos de balística necessários para esclarecer quais foram os policiais responsáveis pelo massacre de presos do Carandiru. Perito do IC, Osvaldo Negrini diz que “a perícia não pôde ser concluída devido ao número incontável de exames que iria gerar o confronto balístico” entre os 535 projéteis retirados dos 111 corpos e as 392 armas usadas pela Polícia Militar.
De acordo com a secretaria, o confronto manual nem começou a ser feito porque demoraria 70 anos para ser realizado em uma escala de trabalho de 12 horas diárias, o que foi explicado na época à Justiça e ao Ministério Público Estadual.
Os advogados Antonio Candido Dinamarco e Ieda Ribeiro de Souza, que juntos defendem 76 dos 85 PMs réus, são a favor dos confrontos balísticos para a individualização da conduta de cada policial no massacre.
– Há um problema na denúncia, que quis apontar culpados só com base em suspeita de autoria. Não há provas palpáveis – diz Ieda.
Sobre o impasse, a PM diz apenas que quer reaver as armas pois “fazem parte do patrimônio da instituição” e que “serão avaliadas quando voltarem” para verificar se serão usadas ou descartadas. O ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, que ordenou a invasão do presídio em 1992, não se manifestou.
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O Coromé Viagra morreu, mas antes o Fleury fez ele virar Deputado e ficar rico com empresa de segurança.
Triste fim: morrer pingão e dependente de viagra …
E por um disparo da namorada a quem ensinou atirar ; que deve ter visado o ” instrumento” desse outro COROMÉ MIL LITRÃO .
Esses caras são uns idiotas: ENSINAR NAMORADA A ATIRAR…
LEMBREI DE UM TENENTE INSTRUTOR DE TIRO AQUI DA BAIXADA SANTISTA ( cujo nome não publico, mas virou nome de rua ).
LEVOU A NOIVA PARA O MOTEL E DEPOIS DA FESTA LHE DEU CARTÃO VERMELHO…
DURANTE O CAMINHO , QUANDO TROCAVA UM PNEU DO CARRO , RECEBEU UM MONTE DE BALA DA MOÇA…
QUASE SOBROU PARA INOCENTES QUE PASSAVAM PELO LOCAL E OFERECERAM AJUDA…
O OFICIAL FOI DAR UM CHEGA PRÁ LÁ NOS PAISANOS COM MEDO DE ASSALTO…
E DURANTE A TROCA DE INSULTOS A MENINA METEU-LHE BALA…
POIS O ESPERTO “DOM JUAN” FEZ ELA APRENDER A ATIRAR ( E MENTIR ).
MAS SUA ESTÓRIA DE ASSALTO NÃO CONVENCEU A POLÍCIA CIVIL.
DE QUALQUER FORMA ESPERO TENHA SIDO ABSOLVIDA…( FAZ MAIS DE 20 ANOS )
TERMINAR NOIVADO DEPOIS DE TREPAR É SER MUITO CANALHA …
Ah, O TENENTE GOSTAVA DE POR FOGO EM BARRACO E FAZER CICLO COMPLETO:
PERSEGUIR, TORTURAR E JULGAR SUMARIAMENTE.
Piada , só pode ser , 17 anos e nem começaram ?? o melhor para todos e botar fogo no processo e esquecer tudo , pelo menos param de gastar tempo e dinheiro em algo que obviamente todos querem embaixo do tapete.
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Esse caso está muito mal contado. Se a PM recuperou as armas para devolvê-las à Justiça, não há mais o que fazer.
Se a PM já tem um talento inato para prejudicar locais de crime banais, imagine-se, então, o que não deve ter feito em um caso dessas proporções.
A propósito, esse número de “111” mortos é pura falácia.
Vale a pena ouvir o que o repórter Gil Gomes diz a partir do 55º segundo do vídeo abaixo:
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DELTA:
Leia sobre um capitão que arrecadou as armas dos reeducandos:
29/09/2002 – 05h20
Chefes afastados no massacre da Detenção foram promovidos
da Folha de S.Paulo
Promoção na hierarquia militar, novos homicídios no currículo e até desvio para a criminalidade fazem parte do histórico dos últimos dez anos de oficiais e praças da PM que participaram do massacre na Casa de Detenção.
Dos seis comandantes afastados três dias depois do episódio, dois entraram para a reserva _entre eles, o coronel Ubiratan Guimarães_ , e três foram promovidos.
Na época, o então capitão Wanderley Mascarenhas perdeu a chefia do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) por causa do massacre, mas hoje é tenente-coronel (subiu dois postos na hierarquia).
O tenente-coronel Edson Faroro perdeu o comando do 2º Batalhão da tropa de choque, mas hoje é coronel (subiu um posto). O tenente-coronel Antonio Chiari, comandante da Rota, também ficou sem a chefia, mas foi promovido a coronel.
Depois do massacre, os praças voltaram para a rua sem acompanhamento especial por parte da PM. O Proar (Programa de Acompanhamento a Policiais Militares Envolvidos em Ocorrências de Alto Risco) só foi criado em 1995.
O cabo Paulo Estevão de Melo, por exemplo, soma desde o episódio Carandiru mais seis inquéritos por homicídio. Ele foi apontado no relatório da Ouvidoria das Polícias de São Paulo como um policial do Gradi (Grupo de Repreensão dos Delitos de Intolerância), que realizava infiltração de presos condenados em quadrilhas supostamente ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo o relatório, Melo participou da ação que terminou na morte de cinco pessoas, em julho de 2001, no Jardim Maria Elisa (zona norte).
Entre os mortos, estava o preso Fernando Henrique Rodrigues Batista, o Chacal, colaborador da PM. Melo também teria participado, segundo a Ouvidoria, de uma ação em Piracicaba (170 km de SP), em fevereiro deste ano, quando foram mortos três supostos integrantes do PCC.
Na lista de PMs que devem ir a julgamento pelo massacre, também constam dois policiais já expulsos da corporação por envolvimento com assassinatos em série e ligação com quadrilhas.
O ex-soldado da Rota Cirineu Carlos Letang da Silva foi condenado pelas mortes de três travestis, ocorridos cincos meses depois do episódio do Carandiru. Silva integrava a equipe que invadiu o terceiro pavimento do pavilhão, onde foram mortos 77 presos.
O capitão Cleodir Fioravante Nardo foi expulso da PM em 2000 após uma investigação sobre a suposta ligação dele com quadrilhas especializadas em desmanches de carros e roubo de carga em São Paulo. Nardo estava na equipe que entrou no pavilhão para a chamada varredura _organizar os presos.
Foi Nardo que apresentou as 13 armas que estariam supostamente usadas pelos presos. Segundo o promotor de Justiça Norberto Joia, só foi possível identificar a numeração de duas delas.
Um revólver 32 era de propriedade do Ministério do Exército _sendo que não constava registro de roubo ou extravio_ e outro revólver do mesmo calibre fora apreendido pela PM de um homem em São Paulo. As 13 armas também apresentavam sinais de corrosão e não havia vestígios de terem sido usadas, segundo Joia.
O advogado Antonio Cândido Dinamarco, que defende 46 PMs denunciados, afirmou que os policiais não podem sofrer qualquer punição, inclusive administrativa, porque não têm responsabilidade sobre o que aconteceu na Casa de Detenção. Para ele, os PMs não podem ser punidos porque “estavam cumprindo o seu dever”.
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Dr. Guerra: E ainda temos que considerar que para um Oficial perder seu posto e ser expulso da PM, tem que ter feito algo muito, mas muito grave e indefensável. Do contrário, fica.
Logo, esse tal Nardo deve ter tido provas brutais contra ele. Mas, tem “credibilidade” para apresentar armas que justificariam a “legítima limpeza”, digo, “legítima defesa”…
Provas, enfim, “mais falsas que gemido de p–ta”.
A propósito, o Oficial Wanderley Mascarenhas foi, como Comandante do GATE, o “negociador” no caso em que pela primeira vez se utilizou a figura do “atirador de elite” na Polícia do Brasil, em 1990. Resultado: A refém Adriana Caringi morreu baleada pelo atirador de elite da PM…
Qualquer semelhança com o caso Eloá não será mera coincidência.
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acredito no Gil Gomes ele ta certo!
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