POR QUE FILHOS E SOBRINHOS DE POLÍTICOS NÃO INGRESSAM NA MAGISTRATURA OU MINISTÉRIO PÚBLICO?

Transferência de terreno joga suspeitas sobre filho de Edmar Moreira
Ricardo Beghini
Juiz de fora
A oposição cobrou segunda-feira, no plenário da Câmara de Juiz de Fora, explicações da prefeitura sobre a transação imobiliária envolvendo o presidente da Empresa Municipal de Habitação (Emcasa), Daniel Ortiz Miotto, e o filho do deputado federal Edmar Moreira, o delegado Júlio Moreira. De acordo com duas certidões obtidas no cartório de São João Nepomuceno, em 31 de maio de 2000, Ortiz, que é indicado ao cargo por Edmar, comprou uma propriedade 211 hectares, a Fazenda Pedra Bonita, no valor de R$ 310 mil, no distrito de Carlos Alves, ao lado do castelo da família Moreira.

Três meses após a aquisição do imóvel, em 8 de setembro de 2000, Ortiz vendeu a Fazenda Pedra Bonita pelo mesmo valor ao filho do deputado federal, o delegado Júlio Augusto Fernandes Moreira. “A permanência dele no governo tem que ser avalizada pelo prefeito”, disse o líder da oposição o vereador Flávio Checker (PT), aproveitando o anúncio do novo líder do governo na Casa, o vereador Isauro Calais. O parlamentar destacou a importância para a população da empresa pública administrada por Ortiz. “Há um déficit histórico de habitação em Juiz de Fora”, declarou.

De acordo com as informações obtidas pelo Estado de Minas, o presidente da Emcasa era funcionário da empresa paulista Itatiaia Segurança, que pertencia a Edmar. Ortiz trabalhava como gerente de operações, com o salário de, aproximadamente, R$ 2,5 mil. O secretário de governo, Manoel Barbosa, se reuniu no fim da tarde de segunda-feira com o presidente da Emcasa. Ele alega que não cabe à administração julgar uma informação sobre a vida pregressa do dirigente da empresa pública, já que não se trata de uma denúncia e não atingiu a administração municipal.

Ortiz, por sua vez, afirmou que não há qualquer irregularidade na compra e venda da Fazenda Pedra Bonita. “Tive interesse em comprar e, posteriormente, interesse em vender”, justificou o chefe da Emcasa. De acordo com ele, toda a transação foi devidamente registrada em cartório e os valores foram lançados em sua declaração de Imposto de Renda. O dirigente da empresa municipal afirmou ainda que, na época da compra e venda da propriedade, ele não trabalhava em órgão público.

Assembleia

A maré para o deputado estadual Leonardo Moreira (DEM) – para quem Edmar transferiu a propriedade do castelo milionário – é de águas tranquilas. A Assembleia Legislativa não tem intenção de investigar a questão patrimonial do parlamentar, que declarou o imóvel no valor de R$ 3,5 milhões (equivalentes à metade do castelo) ao Tribunal Superior Eleitoral em 2006. “Numa conversa que tivemos informal ele (Leonardo Moreira) me assegura que tem isso demonstrado no seu imposto de renda e que isso foi uma doação de seu pai de alguns anos atrás para ele e para o irmão. Portanto é uma questão que ele pôde elucidar num primeiro momento e, se pairar alguma dúvida, é uma questão de esclarecimento”, afirmou o presidente da Casa, deputado Alberto Pinto Coelho. (Com Juliana Cipriani)

 

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Será que é tradição de família não subir escadas…

Só rampa como a  da nossa Academia de Polícia.