PIZZARIA-GERAL DA POLÍCIA CIVIL DE SÃO PAULO

A lista de denúncias contra policiais do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) de São Paulo soma agora sete crimes: tortura, abuso de autoridade, roubo, extorsão de dinheiro, corrupção, facilitação de transporte de contrabando e, por último, tráfico internacional de drogas. E tudo isso em menos de seis meses.

As denúncias começaram a aparecer em dezembro do ano passado. Cinco policiais do Denarc foram presos depois de o Ministério Público divulgar cenas em que eles, segundo os promotores, cometem crimes de abuso de autoridade, tortura, roubo e corrupção na região da cracolândia (centro de SP).

Guilherme Barbosa Palazzo, Hélio Carlo Barba e Alessandro Ramos da Silva conseguiram o relaxamento da prisão e esperam o julgamento em liberdade. José Carlos de Castilho e Mauro César Bartolomeu continuam presos.

A prisão do sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, pelo Denarc, em fevereiro deste ano -com a participação do delegado Fábio Dal Mas-, foi usada para recuperar a imagem do departamento.

O delegado divisionário Ubiracyr Pires da Silva, afastado ontem da função, e Dal Mas estavam na solenidade montada para anunciar a prisão de Andinho, que contou com a participação do governador Geraldo Alckmin.

No mês passado, outro golpe: Dal Mas e mais três policiais foram afastados por suposta atuação em um esquema de extorsão de dinheiro de um doleiro e facilitação de contrabando.

Na última quarta-feira, o policial Francisco Marcondes Romeiro Neto, 30, foi preso no aeroporto Tom Jobim, no Rio, acusado de integrar uma quadrilha especializada em levar cocaína para a Europa.

Com ele foi presa Cristine Mousquer Ardmt, 28, que carregava 1,39 km de cocaína nas meias.
FOLHA DE SÃO PAULO( 10/05/2002)